P.O.V Draco Malfoy.
 
Aquele beijo havia me tirado da realidade. Me deixado nas nuvens! Entrei no salão comunal com cara de bobo alegre e fui direto para o meu dormitório. Ignorei Paul me chamando e perguntando porque eu estava com aquela cara.

 Sentei-me na cama e contemplei o vazio e o silencio.
       -Ah, Hermione... –sussurrei e cai de costas na cama.

 Despertei quando já era hora do jantar. Tomei uma ducha rápida e desci. Quando estava quase chegando, vi Gina e Hermione na porta conversando. Percebi que Gina discretamente a disse que eu estava me aproximando e vi ela prender a respiração e se agitar.
 Se virou lentamente a tempo de nossos olhos se encontrarem em um choque. Com a Weasley ali não teria como eu falar com ela! Droga! Porque só andam em bandos?
 
Entrei e fui para a mesa da Sonserina, e sentei junto a Paul e os outros do Quadribol.
 -O que aconteceu com você? –ele perguntou.

 -Nada..

 -Aconteceu alguma coisa no banheiro que eu sei! –ele riu malicioso e alguns outros riram também.

 -Não foi isso! Não isso... –mexi a comida sem fome.

 Gina entrou sem Hermione. Onde ela estava? Será que com o Victor?  
 Fiquei nervoso e comecei a comer feito um porco velho!

 -Calma, Malfoy! A comida não vai fujir! –alguém brincou e eu me estressei. Peguei minha varinha e gritei:

 -Accio purê de batatas! –peguei e atirei no cara, e acertei bem no meio do nariz. Ele ficou com a cara toda lambuzada.
 
-Ora, seu... –ele resmungou. –Accio suco de abobora! –ele jogou em mim e sujou minha roupa.

 -Olha o que você fez! –gritei.
 Já ia dizer Accio e a primeira comida grudenta que eu visse pela frente quando ele gritou:

 -Oppugno!

 -Impedimenta! –gritei e impedi que um monte de garfos viessem  em minha direção.

 -Qual é, Malfoy. Eu vi você aos beijos com a sangue ruim hoje no corredor. –me provocou e eu devo ter ficado bem vermelho.
 
-Estupefa...

 -Parem já com isso! –ouvi uma voz rouca atrás de mim.
 
Virei e percebi que todos prestavam atenção na gente, e Minerva se aproximava rapidamente.
 
-Senhor Malfoy. –me chamou e fez um gesto para acompanha-la.
 
-Mas foi ele que...
 
- Sem mas! Eu vi tudo... O senhor atacou o senhor Jackson primeiro! Venha.
 
Fui sem hesitar, poderia ficar pior. Vi que Hermione não havia entrado la ainda.
 Ela me levou ate a biblioteca.

 -Organize estes livros desta sessão em ordem alfabética, por favor. Alguns alunos da Corvinal vieram aqui hoje para estudar e fizeram uma bagunça! Volto em uma hora.
 
Olhei para aquelas estantes todas e não me lembrava de um feitiço para isso.

 -Mas que droga, vou passar a noite toda aqui! –falei alto.
 Comecei a tirar os livros para ficar mais fácil.
 
-Precisa de ajuda? –uma voz doce disse.
 Hermione estava la.

 -Hermione? –meus olhos sorriram e meu coração acelerou de alegria
– O que faz aqui essa hora?

 -Estava sem fome e resolvi ler alguma coisa. –disse calmamente – Sobre hoje... Eu... Desculpa!

 -Desculpa pelo o que? –comecei a me aproximar sem nem perceber.

 -Eu não devia ter feito aquilo com você...

 -Hermione, calma! Tudo bem...

 -Tudo bem? –ela repetiu –Eu te beijei sem você ver!

 -Hermione eu...
 
-Alem do mais...

 -HERMIONE! –a interrompi e ela se calou. –Eu gostei, ta bom?

 Ela corou. Não devia ter entregado as cartas assim! Como eu sou
idiota!

 -Quer dizer... –tentei corrigir mas não havia nada que eu pudesse falar
–Foi bom... –agora sim eu estava ferrado, ela corava cada vez mais.

 -Eu também...

 Eu senti meu corpo querer cair aos pés dela mas fiquei firme. Não pude evitar de sorrir quando ela sorriu fraco.
 Ela sussurrou algum feitiço e os livros começaram a se mover, ficar em completa ordem alfabética.

 -Legal. –foi tudo o que eu consegui dizer.

 -Temos uma hora ate a Minerva voltar.
 Eu sorri e meu coração queria sair pela boca, pelo nariz, por qualquer lugar.

 -O que quer fazer? –coloquei as mãos no bolso.

 -Não sei... –ela começou a rodopiar pela sala, trocando de fileiras toda hora e eu ia a seguindo.

 Ela parou de saltitar e olhou para mim intensamente. Sorriu e trocou de fileira de novo. Fui atrás curioso. Ela não estava la. Não estava em lugar nenhum.

 -Hermione? –chamei preocupado. Nada.

 Fui procurar por ela. Não estava encontrando! O que foi aquilo? Já haviam se passado quase vinte minutos, já estava exausto.

 -Eu estava pensando em não ir no jogo do Victor. –ouvi a voz em algum lugar, em outra fileira.
 Corri atrás.

 -Acho que seria melhor eu ficar aqui no castelo, não gosto dele. –aquilo me deixou feliz, mas a voz dela ecoou de outro lugar. –Preciso de alguma coisa pra fazer para preencher meu espaço livre! –foi pra um lugar distante –Com alguém... –veio de cima.

 Estava ficando louco! Olhei para o teto e senti dedos abaixarem meu rosto. Ela estava na minha frente.

 -Quer preencher esse espaço livre comigo? –sorriu.

 Balancei a cabeça em sinal de sim. Me deixou um beijo na bochecha. Não agüentei  e a peguei pela cintura.

 -Não vai embora! –ela se surpreendeu – Por favor...

Hermione P.O.V
 

 Depois do meu joguinho com o Draco, ele me surpreendeu. Queria que eu ficasse mais ali com ele e ate pediu por favor. Não poderia hesitar. Eu já havia entregado as cartas para ele! Ninguém poderia me impedir agora de ser feliz. Ele ainda tinha as mãos grandes em minha cintura e seus olhos me fitavam tristes. Estava começando a me arrepiar.
 -
O que fez para vir pra cá? –tentei mudar o foco.

 -Eu tive uma briga com um cara.

 O que ele fez em seguida me surpreendeu ainda mais. Aquele era mesmo o Draco? Quem sabe não seja poção polissuco? Nunca vi nada parecido! Ele me puxou para mais perto e me abraçou fortemente. Retribui.

 -O que esta fazendo, Draco? –perguntei calmamente.

 -Matando a saudade. –respondeu no mesmo tom.
 
-Não entendo.

 -Mione... –ele me soltou e me olhou nos olhos – Desculpa por todos esses anos?
 
Dessa vez, foi eu quem o abracei. Fechei os olhos e curti o momento.  
-Claro que perdôo.

 Senti ele me apertar e eu gemi, estava começando a doer. Daí ele afrouxou mais os braços. Uma forte luz azul chamou a nossa atenção. Um patrono de fênix nos sobrevoava.

 -O que o meu patrono esta fazendo? -perguntou curioso.
 
-O que?

 O patrono de Draco saiu de repente. Isso só aconteceu uma vez comigo, em um momento muito especial, que foi quando eu fiz meus pais se lembrarem de mim. Isso significa que Draco estava muito, mas muito, feliz e satisfeito.

 -Eles costumam fazer isso quando um momento especial fica marcado para sempre. –falei sem pensar.

 -Acho que ele tem razão, então. –sorriu.

 Logo eu percebi a ambigüidade. Sorri de volta. Tínhamos 10 minutos.

 -Quero te dar uma coisa. Aprendi esse feitiço com minha mãe. –ele disse pegando sua varinha, e logo o patrono retornou para ela.

 Sussurrou algum feitiço que eu não conheço e duas rosas apareceram. Uma branca e uma vermelha.
 
-Você seria a vermelha e alguém especial seria a branca. Enquanto essa pessoa for especial para você, a rosa ficara intacta. Quando você não sentir mais nada por ela, a rosa murchara e a vermelha simplesmente virara pó, como se nunca tivesse existido.

 -Obrigada, Draco. –eu disse maravilhada pegando elas.

 -Mas para isso, cuide bem delas igualmente a como você cuida da pessoa que representa.

 Claro que essa pessoa seria Draco Black Malfoy. Ele era a minha rosa branca! Deixei um beijo em sua bochecha e sai da biblioteca, Minerva chegaria a qualquer momento. Coloquei as rosas no vaso mais bonito que eu tinha, com água pura, ao lado da minha cama. Adormeci feliz, olhando para elas juntinhas, como eu queria que fosse. Eu e Draco.