P.O.V LAURA:

Após minha vitória e minha simbólica vingança a Sharon no palco, segui rumo ao camarim para retocar a maquiagem e sair para comemorar com Steve e Victor. Antes de sair a procura deles fiquei um pouco sufocada com a quantidade de gente que vinha atrás de mim para desejar os parabéns; até mesmo as “simpáticas” garotas do Japão e adjacentes que me ignoraram no inicio da noite vieram com largos sorrisos e “parabéns” ou “você foi demais”. Até mesmo a portuguesa, por ironia do destino, veio me dizer que “aaaama o Brasil”. Morri de rir com esse ultimo fato.

Todas as meninas estavam ali, menos a tal da Carter. Para que diabos foi essa sujeita?Bom de que me importa né? Segui meu rumo e fui caminhando pela plateia a procura deles, logo avistei Steve conversando com uma moça loira e me aproximei. Assim que me aproximei Steve parou de falar com a garota e me deu um grande abraço.

-Parabéns meu amor! – disse me rodopiando – Eu sabia que você iria conseguir!

O beijei intensamente, mas logo parei ao lembrar de que tinha alguém ali sentado na mesa com ele. Antes que eu pudesse perguntar por ela, a rapariga se virou para me encarar.

-Você? – disse meio chocada

-Eu é que pergunto... Você? – olhei para Steve que tinha uma expressão indecifrável no rosto

-Essa é...É –balbuciou Steve

-Eu sei quem ela é! Sharon Carter a competidora dos Estados Unidos – o cortei irritada

-Ah minha flor que coincidência não? – disse a “benção” com uma simpatia que havia brotado do ar – Eu não sabia que eram namorados! E meus parabéns você é fantástica. – continuou me dando beijinho na bochecha

Minha cara: 

- Coincidência por quê? De onde você a conhece? – perguntei a Steve já ficando um pouco enciumada

Steve acariciou meu rosto,dando um  sorriso muito, mas muuuuuito estranho. Parecia que ele estava perdido ou confuso ou tentando me dizer alguma coisa.

- Na verdade eu não a conheço, ela é...

-Sou sobrinha da Peggy! – ela o cortou sorridente – Puxa minha tia falou tanto sobre você! Eu sou sua fã!

Derreteu-se a vadia. Ah cara eu não estou acreditando é muita sacanagem do destino!Eu não mereço... Mereço? De todas as pessoas na terra TINHA que ser essa à sobrinha da tal da ex-namorada do Steve? Não que eu estivesse com ciúmes, não mesmo, não tenho ciúmes. Ciúmes é coisa de gente insegura. Mas,confesso que se caísse um raio na cabeça dela agora eu não iria chorar. Sem contar que alem de tudo ela é falsa, imuuuuuuunda! Antes era estupidamente groossa comigo, aí do nada vira um amor?Oi?

- E como é que você pode saber que está falando com o Steve certo? – perguntei tentando não demonstrar ira na voz

- Eu tenho fotos dele com minha tia... Não posso acreditar que estou diante do capitão América! – disse com os olhinhos brilhando ao olhar para ele

- Obrigado! – Steve agradeceu meio sem graça

- Nossa que fofa que você é! – disse sorrindo entre dentes

Sharon sorriu “meigamente para mim” que devolvi o sorriso sincero. Ficamos sorrindo uma para a outra por um minuto até que Victor apareceu, me abraçando pelas costas.

-Parabééns campeã!!! – disse me levantando chão que gargalhei

_Obrigada!

- Larga ela! – Steve ordenou

Victor me apertou mais de raiva e começou a beijar minha cara.

- Me obrigue! – Victor disse rindo

Steve respirou fundo e puxou-me pelas mãos. Sharon observava tudo com aquele sorriso faalso nos lábios.

- Quem é este? – perguntou

- Ninguém que você precise conhecer! – devolvi curta e grossa

-Laura! – Steve chamou minha atenção

Revirei os olhos e Victor acabou por se apresentar. Eu definitivamente não estava gostando dessa socialização toda dessa veada com o meu namorado. Qual é a ideia dela com isso tudo?

Tenho medo da resposta.

-Bom vamos logo gente? – os apressei

-Bora! – Victor respondeu esfregando as mãos – E ai  americano,vai com a gente ou vai ficar ai com a loira?

-Vou claro que vou! Quer ir conosco Srta Carter?

PARE O MUNDO! Eu não acredito que ele convidou essa lambisgoia para ir com a gente. Lancei um olhar maligno a Steve que pareceu não entender; logo mandei um olhar com aquela mensagem oculta “ Você NÃO vai querer ir” e ela por sua vez recebeu o recado pois respondeu:

-Ah obrigada, mas infelizmente não vai dar – disse olhando para mim significativamente- Fica para a próxima. Mas capitão, por favor, dê-me seu numero e endereço!

Não faça isso!

-Ah claro está aqui! – Steve respondeu entregando um cartão a ela.

Não acredito que ele fez isso.

-Tchau! – ela respondeu me dando um abraço e um beijinho – Tudo de bom para você!

Encarei-a sombriamente.

-Igualmente querida!

Fomos a caminho do carro em silencio, pelo estado da minha cara, Victor logo viu que ia ser furada ficar com a gente hoje e por isso foi para o Hotel. Nem reclamei, pois ele tinha razão:eu e Steve precisávamos conversar. Assim que entramos no carro soltei toda a minha ira em uma frase:

-Eu não acredito que você convidou aquela quenga para vir com a gente!

- Eu é que não acredito no que vi lá dentro. – devolveu irritado – Você a tratou de forma muito mal educada!

-EU? Aquela imunda simplesmente mudou de personalidade quando te viu! Antes do fórum ela me tratou extremamente mal e foi superantipática ai “do nada” descobre que eu sou namorada do “capitão America” e é toda fofa!É uma ridícula... Eu sei bem o que aquelazinha lá quer – gritei praticamente

- Por que você está gritando? Vai fazer escândalo agora?

-Ah cala a boca! Eu estou nervosa, aquela praga me irritou...

-Mas o que ela fez que te irritou? – cortou-me aumentando o tom de voz

O encarei com sangue nos olhos.

- Steven você ficou surdo? Ela foi extremamente mal educada e preconceituosa comigo, falou horrores do Brasil, disse que tinha nojo. Aí eu saio e vejo ela conversando toda meeeeiga e fofíssima com você... Como você quer que eu fique?

Steve estalou os dedos, como se só agora tudo estivesse fazendo sentido.

- Ah! Agora eu entendi tudo. Voce agrediu os Estados Unidos no camarim e ela se defendeu e...

-O QUE?????? – berrei indignada

- Foi isso não foi? – disse socando o volante

O olhei magoada e indignada e irritada e tudo junto.

- Eu não fiz nada disso! E eu não acredito que você possa estar acreditando naquela cachorra que acabou de conhecer e não em mim! – falei com lagrimas nos olhos

Steve tentou secar um lagrima que escorria no que estapeei sua mão.

- Desculpe. – ele disse

- não!Eu não desculpo! Você foi muito idiota comigo. E o que vocês estavam conversando antes deu chegar? – perguntei não aguentando de curiosidade

- Nada... Ela só tinha se apresentado. Meu amor me dês...

- Não me chame de “meu amor”! – ordenei o interrompendo

- Mas você é meu amor. – disse tentando se aproximar

Ergui a mão na frente dele, me distanciando.

- Seu amor o cacete! Se me amasse confiava em mim e não em uma garota que acabou de conhecer!Só porque ela é sobrinha da Peggy não significa que ela seja igual a ela..

-Para!Para! – disse segurando meus braços, fazendo com que eu o encarasse – Escuta! Eu te amo. Eu confio em você! Você entendeu tudo errado, eu não quero nada com ela e nem estava conversando com ela pensando na Peggy ou – ele me deu um selinho antes que eu pudesse impedir – Você sabe como é difícil acordar 70 anos depois e descobrir que todo mundo que você conhecia morreu e não ter nem informações concretas de como foram as vidas deles? É por isso que eu dei meu número a Sharon... Ela pode me trazer informações. – ele disse olhando em meus olhos.

- Me desculpe. Fui egoísta e fiquei com ciúmes! – disse me sentindo a pior pessoa do mundo

Steve sorriu de lado me abraçando.

-Eu é que tenho que pedir perdão. Fiquei tão nervoso com as coisas que ela me disse que acabei te tratando mal e te julgando. Me perdoe!Você não merecia isso... Não hoje! – disse se aproximando mais, acariciando meu rosto.

Logo senti seus lábios sendo pressionados contra os seus e aparentemente nossa briga havia terminado com aquele beijo. Beijo que começou lento, beijo que ia sendo aprofundado de acordo com que minha raiva ia se esvaindo. Beijo que demonstrava carinho, amor, mas ao mesmo tempo, desejo e paixão. Beijo que provavelmente não aconteceria se não tivéssemos brigado e Victor tivesse ido embora. Quando começávamos a perder o ar, parávamos, mas em questão de milésimos, após o fôlego retomado, nossas bocas voltavam a se unir.

- Não gosto dela! – eu disse com a testa ainda colada na dele

Ele gargalhou.

- Ciumenta!

- Você é mais!

- E como não ser com aquele macaco de circo te agarrando e rodopiando por aí? – disse se afastando e já ficando com o rosto emburrado

- Ah deixa disso, ele é assim mesmo não faz por mal! – disse colocando os cintos

- Ahan sei... – resmungou ligando o carro – Ele está doidinho para voltar com você!

Gargalhei.

- Nossa você é muito ciumento! Eu só acho que não precisa se preocupar, se terminei com ele foi porque tive motivos. Não vale a pena voltar com um ex-namorado, é como comprar um carro que já foi seu: vem com os mesmos problemas só que mais rodado! – comparei

Steve riu.

- Pior que é verdade... Mas, porque vocês terminaram? – inquiriu

Dei um suspiro.

- Ele é muito exagerado e entre outras coisas é muito melhor como amigo. Na verdade eu nunca me apaixonei de verdade por ele foi mais...

- Admiração. – ele completou e eu concordei

-Exatamente!

-Como eu com a Peggy. – explicou

Olhamos-nos por um minuto e acabamos por ficar com aquele sorrisinho bobo por um tempo até que...

-CUIDADO! – berrei

Havíamos atravessado para a pista contraria sem saber.

-Não olhe para mim, você me desconcentra!- Steve disse sorrindo

Gargalhamos juntos.

-Mas, afinal onde nós estamos indo? – perguntei

- A um restaurante!

- Que restaurante?

-Espere criatura curiosa!

-Tudo bem!

Passado algum tempo percebi que estávamos entrando no Central Park e não resisti a uma comemoração.

-Aaah eu sempre quis vir aqui! – disse sorrindo

-Sonho realizado! – ele devolveu e ia olhar para mim,mas mudou de ideia – Nunca mais olho para você enquanto estiver dirigindo,quase morri ali atrás

-Desculpe... É tão difícil ser encantadora! – brinquei e ele acabou por olhar para mim sorrindo

Ele me olhou serio por um minuto e em seguida caímos na risada. E aconteceu de novo, o carro deslizou para o acostamento e atolou na lama.

-Eu não acredito! – disse Steve em meio a gargalhadas tentando fazer com que o carro funcionasse –Você é uma pessoa perigosa!

-Tenho culpa se você é um péssimo motorista? – impliquei

-Hey!

Olhei pela janela e percebi que a roda traseira estava coberta de lama.

-Aff... Vai lá empurrar o carro que eu ligo aqui. – eu disse e ele desceu

Pulei para o motorista.

-Posso ligar? – perguntei

-Não,espera um pouquinho! – disse analisando a situação da roda

O olhei com a cara abaixada olhando a roda e não resisti: Liguei o carro,fazendo com que a roda se mexesse o sujando todo de lama. Caí na risada e ele ficou um pouco surpreso com a minha ação. Ainda estava rolando de rir,quando  vi pelo retrovisor ele encher as mãos de lama e vir para a cabine.

-Ah não! – reclamei já prevendo o que aconteceria

-Ah sim! – disse da janela jogando lama em meu rosto – vingança!

Pulei para o banco do carona em uma tentativa de fugir do banho de lama, mas antes que eu conseguisse, me puxou pela cintura para fora do carro. Steve encheu a mão de lama e começou a passar na minha cara!

-isso não vale! – reclamei rindo o empurrando na poça, porém antes de cair me puxou junto.

-Se acha muito espertinha né! –disse por cima de mim todo sujo de lama

-Você destruiu a minha chapinha seu idiota! – briguei jogando lama na cara dele antes dele me prender contra o chão e me beijar sorrindo

Então veio mais um beijo e outro e outro e outro...

-Já disse que te amo? – sussurrou em meu ouvido.

-  No ultimo minuto? – ironizei – Acho que Não!

- Pois amo! E muito! – disse beijando-me por toda extensão do pescoço.

– Eu também, muito, muito, muito! – respondi o encarando

E outro beijo.

 E por ali ficamos quase a noite inteira, entre beijos e lamas, risadas e brigas... até que ficamos com fome.

- Por sua causa agora não vamos mais poder ir ao restaurante que eu queria te levar! – fingiu-se de bravo

- Ah então quer dizer que ficar aqui comigo foi muito ruim para você? Quase uma tortura né?

-Pois é então eu acho melhor você me beijar para compensar a reserva que eu perdi naquele restaurante– olhou-me com aquele olhar maroto, irresistível.

-Sei... é o jeito né! Só pra você não ficar triste... – falei fingindo desgosto.

-É o jeito né? – disse ele abaixando o rosto para beijar-me. – Então acho melhor você agüentar essa tortura!

-Estou com fome! – falei me levantando do chão e empurrando a cara de Steve

- Também estou! Aonde vamos agora? Há essa hora já era reserva e nunca vão deixar nós entrarmos desse jeito lá!

-Ué a cidade é sua você é que tem que me dizer o que tem para fazer nesse “inferno” de cidade – alfinetei

- Para falar a verdade a comida brasileira é 1000 vezes melhor que a daqui. Aqui só tem porcaria – confessou rindo

- Discordo! Adooooro porcarias!

-Nem quando eu acho que você vai concordar comigo você concorda! – injuriou-se – Mas, tudo bem, vamos ao McDonald’s!

-Ótima ideia! – disse entrando no carro

-Quer dizer vamos ao Drive thru porque nem lá vão deixar a gente entrar! – brincou – Tudo culpa sua!

Arqueei a sobrancelha

-Não acredito que ficamos brincando na lama! – disse rindo – Tipo,qual nossa idade mental?Cinco anos?

- Você é que começou! – devolveu

-E o “supersoldado” e “supermaduro” fez o que mesmo? Ah é! Ele se vingou – fui sarcástica

Fomos cantarolando “Last Friday Night” até chegarmos à lanchonete, onde comemos e Steve deixou-me na porta do hotel. No dia seguinte tentaríamos ser maduros o suficiente para conseguir dirigir até o tal do restaurante sem causar um acidente. Dentro de três dias, no sábado, eu estaria voltando para casa, mas não esquecendo que agora Nova York tinha um problema a mais. Um problema loiro chamado Sharon.