A Fúria De Hades escrita por Andressa Picciano, Milena Buril


Capítulo 12
Faço uma visita ao tártaro




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A última coisa que eu vi antes que Hades me tirasse dali foi Nico berrando algo como 'Não pai, como você pode..' e umas gargalhadas frias ao fundo.

Como você pode ficar absolutamente sem fazer nada enquanto seu marido faz algo como aquilo? Não sei, pergunte à Perséfone.

Eu ainda não havia me acostumado com essas 'viagens nas sombras', e não havia me acostumado nem um pouco com a ideia de um deus praticamente ter me dito 'vou te jogar em direção a morte, e a única chance pra que você sobreviva será lutando. Ah, e eu não vou te dar uma arma, então boa sorte querida',  e eu ter aceitado.

O.k. agora eu tinha de me concentrar. Primeiro: em onde eu estava. Segundo: tentar encontrar uma arma. Terceiro: em não morrer para a infelicidade de Hades e a felicidade da minha mãe.

Simples. Prático. Tudo isso e uma grande porção de porém não.

Bem, eu não sabia ao certo onde eu estava, tampouco sabia o que estava por vim.

A caverna tinha o teto a uns cinco metros de altura do chão, pelas paredes escorria leves filetes de uma água escura. Parecia comprida e eu estava lá no fundo, ou seja, o que quer que fosse o tal desafio de Hades chegaria sem nenhum impedimento até mim, me mataria e depois me jogaria naquele imenso buraco que havia no fundo da caverna.

O fato de ele ter me transportado para algum lugar não queria dizer que era longe. Eu ainda estava no Submundo, eu sentia isso, o cheiro de morte e medo ainda estavam no ar. Pensei que Nico poderia surgir a qualquer momento e me tirar dali, isso se ele conseguisse sair da sala do trono de seu pai, se o deus não o visse e se ele soubesse onde eu estava. O que generalizava muitos e se's para a minha opinião. Eu estava sozinha nessa.

O buraco no fundo da caverna não parecia ter fundo, e de lá eu podia ouvir vozes, quase que sussurros tentando se comunicar, mas estavam tão desorganizados que eu não entendia nada. Era como se algo poderoso tivesse sido jogado ali e quisesse se reerguer.

Sentia que algo grande se aproximava pela entrada da caverna. Mas não quero dizer grande de alto mas sim de quantidade, o que, em minha opinião, era muito pior - não que eu tivesse qualquer tipo de experiência no assunto, mas eu apenas... sabia

Tentei me concentrar. Como eu havia feito para a espada aparecer na primeira vez? Nada. Ela simplesmente havia aparecido. Comecei a lançar pensamentos aleatórios que talvez me ajudassem. 'Luta.. Espada.. Aparecer.. Ajuda.. Perigo' Nada. 

Passos estavam se aproximando, e senti adrenalina percorrendo meu sangue, aquecendo minhas veias. Tentei me esquecer dos ferimentos em meus ombros e focalizar no que teria que fazer, mesmo não sabendo de nada.

A ameaça chegou e eu tive que resistir ao impulso de mergulhar no poço, então lembrei-me do nome que Nico dissera. Tártaro.

Queria fugir, gritar e amaldiçoar Hades por aquilo. Como ele podia ter feito algo assim?

A alguns metros lá estava.. Um exército completo de fantasmas (zumbis ou mortos, como você preferir) armado de espadas antigas e vestindo uniformes diversos. Guerras Filipinas, Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Guerra do Vietnã. Todas, das mais variadas,

Cerca de cinquenta ou sessenta homens-esqueletos em cavalos, e todos pareciam felizes para me matar.

Lembrei-me do que eles haviam feito no beco com o Maticore, e rezei para que aquilo não acontecesse comigo. 'Isso!' um estalo de inteligência invadiu a minha mente 'Faça uma prece Sam, para seu pai' Por um momento, eu ouvira a voz da minha mãe falando comigo e resolvi não discutir, afinal um exército de mortos-vivos estava a apenas meio quilômetro dali e eu não tinha uma ideia melhor.

'O.k.' comecei 'Hã... oi pai, a quanto tempo' - senti um nó se formando em minha garganta - 'Bem, tem sido difícil sem você' eu tinha tanta coisa para dizer a ele, mas tentei me apressar 'Então, podemos conversar qualquer dia, tomar um milk shake ou, sei lá.. Mas pai, bem, se você está me escutando agora, por favor, pode me ajudar? Uma espada, poder, um canhão, um campo de força, qualquer coisa, me ajude, é um caso de vida ou morte! E eu juro que não é exagero meu.' Abri os olhos e o exército estava a uns trinta metros de mim. Vinte e cinco metros. Vinte metros. Nada.

De repente as primeiras fileiras, começaram a recuar sem razão aparente, então a segunda e a terceira fileira fizeram o mesmo. Então eu percebi o porque. Comecei a sentir um peso conhecido, e nem precisei olhar, pois eu sabia o que era.

'Será que mortos também viram pó'? Bem eu não queria ficar ali parada sem descobrir. Ataquei.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!! (:



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