A Última Filha escrita por Ariane Rosa


Capítulo 4
Capítulo Quatro




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– Como vai à vida?

– Bem. Obrigada por perguntar pai.

Eu havia ido até o subterrâneo para visitar ele. Usei umas das sombras do meu quarto para chegar até aqui.

Eu me sentei numa das cadeiras feita de esqueletos que ficava em seu “Escritório” e perguntei:

– Como está a vida aqui?

Ele também se sentou numa cadeira de esqueletos no meu lado e disse:

– Sabe como é a vida aqui.

– É eu sei. – Eu disse com um meio sorriso.

– Deveria morar aqui. – Ele disse depois de um tempo de silêncio.

– Deveria pedir isso a Ross e os outros. – Eu lhe disse.

– Não gosto deles.

– Eles são seus filhos. – Eu lhe disse pasma.

– Não importa não gosto deles.

Eu sorri forçado e disse:

– Isso é ridículo.

– O que? Eu não gostar deles? – Ele perguntou.

– Não, você preferir eu a eles.

– É uma escolha.

– Não, não é uma escolha, é porque eu sou uma garota. – Eu lhe disse séria.

Ele simplesmente sorriu.

Eu olhei para o nada, suspirei e perguntei:

– Posso fazer uma pergunta?

Ele não respondeu, mas eu continuei:

– Já... Amou alguém?

Eu o olhei e vi que ele estava pensando nisso. Então me adiantei:

– Sabe, não precisa m...

– Sua mãe. – Ele me interrompeu.

Eu o olhei curiosa.

– Ah, entendi. – Eu disse.

– Está amando alguém, Haide? – Ele perguntou curioso.

– Eu? Amando alguém? Poupe-me pai. – Eu disse nervosamente.

– Hum. Mas sabe não t...

– Eu não estou amando. – Eu o interrompi me levantando. Eu o encarei irritada e ele disse:

– Certo. Não está amando ninguém.

– Ótimo. – Eu sorri para ele.

E então a porta do escritório abriu e Jean entrou por ela.

– O que faz aqui? – Papai perguntou.

– Não posso te visitar? – Jean perguntou indignado.

– Preciso responder essa pergunta? – Papai lhe perguntou.

Jean sorriu, foi até a mesa e pegou um punhal.

– Pai preciso disso só por um tempo. Prometo que devolvo.

– Pra que vai precisar disso? – Eu lhe perguntei.

– Não posso mais ser feliz? – Jean perguntou nervoso.

Eu e papai nos olhamos sabendo o que isso significava.

– Eu não estou tentando impressionar uma garota. – Jean disse rapidamente.

Eu o olhei e disse:

– Para o que mais você precisaria disso? Ao menos que você esteja prestes a entrar numa guerra.

– Uma guerra? Com um punhal? – Jean perguntou.

– Viu. – Eu disse com um sorriso.

Jean revirou os olhos, me pegou pela mão e me puxou para a saída.

– Aonde pensa que vai levá-la? – Papai lhe perguntou sério.

– Lugar nenhum. – Jean respondeu abrindo a porta.

– Tchau, pai! – Eu gritei.

Quando chegamos à entrada - já havíamos passado os portões do inferno - ali estava Cérbero.

Cérbero me adorava, as três cabeças e as cobras que soltavam fogo.

Cérbero rosnou para Jean que estava no meu lado, Jean deu um passo para longe de mim, e então as três cabeças abaixaram suas orelhas pontiagudas para mim. Eu passei a mão em cada cabeça e olhei Jean. Ele olhava Cérbero sem acreditar.

– Por que ele só gosta de você? – Jean me perguntou.

– Porque eu sou legal com ele. – Eu disse indo para seu lado.

– Eu sou legal com ele. Não sou Cérbero? – Jean lhe perguntou.

Cérbero o ignorou e foi até uma pedra gigante onde se deitou e nos encarou.

Jean me olhou irritado.

Eu ri, apertei sua bochecha e disse:

– Não fica assim, eu gosto de você.

Ele sorriu para mim e eu continuei:

– Preciso ir.

E enquanto eu ia até a sombra mais próxima, eu parei, me virei e disse:

– Sabe garotas não gostam desse tipo de coisa.

Jean olhou para o punhal e disse:

– É a filha da Ártemis.

– Ah, então ela vai gostar. – Eu lhe disse rapidamente.

Ele riu, então me virei e entrei na sombra.


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