Welcome To Hell escrita por Raquel Alle


Capítulo 3
Dois.


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores, mais um capitulo para vocês. Obrigada pelos comentários.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316968/chapter/3

Sai da sala com a imagem de seus olhos sem vida em minha mente. Aquela garota não sairia de minha mente tão fácil. Quando cheguei a minha casa o dia já estava amanhecendo e eu só tinha algumas horas pra dormir. Hoje já era sábado. Aniversário de Carlisle.

                                                           ...

Acordei com o toque de meu celular. 10 horas da manha. No visor vi o numero e imagem de Alice apareceu na tela. Revirei os olhos.

- Onde você está? – Ela não esperou nem eu falar alô.

- Alice! Eu tive uma madrugada difícil, droga. Mal dormi e ainda são dez horas da manha, não se preocupe eu estarei ai para o almoço em família. Até mais baixinha. – Finalizei a ligação.  

Voltei a dormir e coloquei o despertador para tocas às onze e meia.

                                                            ...

Quando acordei novamente, havia várias ligações perdidas. Nem olhei quem poderia ser. Arrumei-me, e peguei meu volvo para voltar para casa que eu morei durante quase oito anos. Eu tinha vinte três quando minha mãe resolveu se casar novamente. Ela já conhecia Carlisle há bastante tempo, muito antes de meu pai morrer, Carlisle e Anthony eram amigos. Quando meu pai morreu Carlisle e Elisabeth ajudaram nossa família, uma mulher viúva com dois filhos pequenos para criar.  Mas logo quando tudo estava restabelecido nos mudamos para longe da família Cullen. Quando voltamos foi para o enterro de Elisabeth, foi extremamente triste. Minha mãe apoiou o amigo de longa data como ele já havia feito há muito tempo atrás. E o amor nasceu entre os dois. Nunca desaprovei o relacionamento, faria bem para os dois, eles se apoiariam um no outro com suas dores, e durante a velhice. Carlisle foi à única figura de pai que eu tive em minha vida, que me lembrasse claro. Ele é um grande homem.

Chegando a Mansão Cullen, logo os portões de ferro se abriram dei bom dia ao segurança. Fui direto para garagem estacionar o carro. Aquela casa enorme era um verdadeiro lar. Rodei a entrada e entrei pela frente cominha chave. Eu havia me mudado dali, porque queria, sabia disso. Rosálie e Alice e seus respectivos marido moravam ali. Dizendo Carlisle que não queria se separar nunca da família dele. Então toda a família feliz morava junta menos eu.

Atravessei a entrada e parei na sala de estar. Rosálie e Emmett estavam sentados no sofá enquanto Isadora brincava no tapete.

- Edinho – Eu ri, ela sempre fazia isso.

- Rosálie eu tenho trinta e um anos, já não fica mais legal sabe, você me chamando assim.

- A deixa disso. – Ela me abraçou e eu a rodei.

- Estava com saudade. – Ela cochichou em meu ouvido. Eu a coloquei no chão.

- Eu também Rose. – Beijei sua bochecha e Emmett veio falar comigo.

- E ai Edinho. – Falou levando as sobrancelhas e soltando uma gargalhada estrondosa.

Ignorei Emmett e fui até Isadora a pegando no colo.

- Hey meu anjo. – Dei um beijo em sua bochecha. Ela tinha cabelos loiros como Rosálie e covinhas como Emmett, só tinha cinco anos.

- Oi Titio. Quer blincar mais eu? – Eu ri de sua fala.

- Não minha boneca, outra hora a gente brinca. Tudo bem? – Ela concordou com um biquinho, e voltou a brincar. Virei-me para Rose e Emm

- Onde estão os outros?

- Mamãe e Alice estão na cozinha, papai e Jass no escritório.

- Eu vou ao escritório. – Passei por eles e me dirige ao escritório de meu pai.  Bati na porta e Jass abriu a porta e me deixou entrar.

- Pensei que viria mais tarde Edinho – Todos naquela na casa me chamavam assim. Ignorei mais uma vez. Nada iria me tirar do serio.

- Sai pra lá seu idiota! – Passei por ele e fui até Carlisle.

- Hey meu filho. – Ele me abraçou. – Como você está? Não tem vindo muito aqui.

- Desculpe pai, esses dias têm sido corridos por lá. Ah e parabéns! – Ele agradeceu.

- Jasper estava me contando Edward, sobre esse tal Sr. Invisible.

- Pois é ele está dando uma tremenda dor de cabeça em toda a corporação. Mas vamos pega-lo.

- Eu sei que sim, só tenham cuidado.

Fomos em direção a cozinha onde a mesa já estava posta e minha mãe me esperava.

- Quem bom te ver meu filho! – Minha mãe falou me abraçando. – Estava preocupada.

- Já disse que não precisa se preocupar, dona Esme. – Me desvencilhei dela e fui falar com a baixinha.

- Edward Masen. Você desligou o celular na minha cara, acha isso certo? – Falou cruzando os braços e batendo o pé.

- Deixe de besteira Alice não vai falar com seu irmão mais velho? – Ela riu.

- Só por alguns segundo Edinho. – é nós somos gêmeos

- Onde estão Caleb e Sophia?

- Dormindo. – Beijei seu rosto e me sentei ao seu lado na mesa. Todos já estavam sentados e comida começou a ser servida. Antes de comermos Carlisle se levantou e começou a falar.

- Todos sabem que hoje é o meu aniversário. Fico muito feliz, por ter todos vocês aqui reunidos. Além de muita felicidade isso me traz também lembranças dolorosas. Vocês sabem que perdi duas pessoas importantes em minha vida há muito tempo atrás, mas Deus me deu mais três de presente. Eu não sei por que as coisas acontecem. Não sei por que levaram minha Isa e não sei por que Elisa adoeceu, parte de meu coração sempre estará com elas. Mas se existir algum tipo de força superior, um Deus que governa os Céus e a terra, eu queria agradecer, por ter colocado todos vocês a onde estão agora. Tiraram-me Isa, mas Ele meu Edward e Alice me tiraram Elisa e hoje eu tenho Esme. Não que vocês compensem a perda delas, ou as façam insignificantes, mas vocês aqui comigo me ajudam a conviver com a dor de não tê-las, vocês me deram um porquê de continuar. E eu não poderia deixar de lado, minha princesa Rose, ela esteve comigo em todos esses momentos e eu quero lhe agradecer por ter sido uma ótima filha, e ter me apoiado. Elas olham por nós do céu agora querida, e tenho certeza que estão felizes por verem o que nós construímos. Obrigado a todos vocês.

Rosálie se levantou as lágrimas e foi falar com Carlisle, que também chorava. Eles já haviam passado por muitas coisas, e sabiam como doía perder alguém. Alice também chorava, e eu quase não percebi uma gota traiçoeira que escorregou pelo meu rosto e caiu em minha mão. Olhei a mesa ao redor, Jasper segurava a mão de Alice por cima da mesa e Emm foi abraçar Rose e Carlisle minha mãe estava perto de mim. Essa é a família a qual pertenço.

- A nossa vida continua apesar das perdas Edward – Esme se virou para mim. – Ninguém para porque você perdeu sua filha, ou porque sua mulher morreu de câncer, ou porque seu marido levou uma bala no peito. As vidas de todos continuam. Menos da família que os perdeu. As marcas vão estar lá para sempre meu filho, na vida de cada uma delas. Não tem como apagar a dor, ou as lembranças. Não dá pra parar. Por mais triste que seja temos que continuar. Carlisle e Rosálie não nos ganharam de presente, nós que os ganhamos. Nós somos sua família. Vá falar com seu pai meu filho.

Ela passou a mão em meu rosto e eu beijei sua bochecha. Esme é assim, sempre foi. Fala as coisas importantes na hora que precisam ser ditas. Comemoramos durante o almoço, e conversamos muito, como sempre fizemos quando estávamos todos reunidos. Minha família, eu sou feliz por tê-la. Pensei em Bella, em como ela estava completamente sozinha no mundo. Apenas uma adolescente, que deveria estar em algum shopping, tendo namorados, amigas e uma vida normal. A vida não era justa.

Quando terminamos de comer, fui até meu carro e peguei a bolsa que tinha trazido com algumas roupas. Subi as escadas e fui direto ao meu quarto. Tomei banho me troquei e desci. Teria que voltar ao prédio do FBI, para ver se ela havia resolvido falar. Quando desci todos estavam na sala. Até as crianças.

- Vou ter que voltar para o trabalho pai, sinto muito. – Falei indo beijar, Caleb e Sophia.

- Tudo bem Edward, é o seu trabalho. – Minha mãe me olhou com desaprovação.

- Você vive para isso Edward, não acha que está na hora de se aquietar um pouco? – Olhei para os rostos presentes e todos começaram a concordar.

- Ele precisa de uma mulher – Começou Rosálie.

- Ele precisa voltar a morar aqui. – Falou Alice. Eu sabia a onde isso iria parar, e só ia piorar quando Emm e Jass que se consideravam da família, começassem a dar suas opiniões. Esses traidores. Olhei para eles e fui mai rápido.

- Vocês não vão trabalhar? – Perguntei levantando a sobrancelha.

- Nós não trabalhamos final de semana seu idiota. – Falou Emmett me jogando uma almofada.

- Ta bom, ta bom. Sei que deveria trabalhar menos, vou tentar, prometo. Mas agora estamos em um caso importante. E mãe depois do trabalho eu volto. Venho dormir aqui hoje tudo bem? – Ela sorriu. Eu me despedi e sai daquela casa. Minha casa.

                                                           ...

Cheguei ao prédio e fui direto a sala de interrogatório. Peguei a pasta com todo a sua ficha agora que sabíamos seu nome verdadeiro, e entrei na sala. Ela já estava lá. Sem aquele vestido apertado e com uma roupa de detento, e sem nenhuma maquiagem, ela parecia mais abatida, e muito branca, como se fizesse muito tempo que tomasse sol, suas olheiras eram profundas, seus olhos verdes tristes. Parecia que a maquiagem havia levado toda sua aspereza, como se sem todos aqueles acessórios ela se tornasse só uma adolescente. E eu não parei de imaginar o quanto ela parecia mais quebradiça agora. 

Sentei-me na cadeira e peguei a pasta para ler. Ela ficava olhando para baixo fixamente para as próprias mãos. Comecei a ler em voz alta.

- Estudou dos sete aos dez anos em uma escola publica em Forks, a partir dos dez começou a ter aulas particulares em casa.  Morava com uma tia Victória Lefèvre, depois vocês vieram para Seattle. E não há nada mais sobre você aqui. Então Bella eu preciso saber de sua história. – Ela continuava a olhar para suas mãos. Ela não iria falar. Toquei as suas mãos ela se assustou e levantou a cabeça para me olhar. – Eu prometo Bella que vou te ajudar, vou proteger você desse homem. Mas eu preciso entender... – Ela parecia pensar. Tirou sua mão debaixo das minhas, seus olhos se encheram de lágrimas.

- Você quer saber minha historia não é? – Assenti, as lágrimas pareciam cair mais grossas agora, e sua voz parecia tão fraca, como um sussurro. – Eu tinha uma família. Eu tinha alguém que me amava. E eu só tinha sete anos, não poderia saber que um cara me olhava brincar todo dia na rua. Meu pai não percebeu.

- Você se lembra de sua família? – Ela negou.

- É como um borrão em minha mente, não consigo lembrar-me dos seus rostos. Lembro de um homem alto e bom, e eu sinto que o amava em minhas lembranças sabe? Tinha uma mãe e uma irmã também. Mas é o mesmo borrão de sempre.

- Tudo bem. Continue.

- Uma vez quando estava brincado com minhas bonecas no jardim de casa, e esse homem me chamou. Eu lembro que fui. Ele disse que ia me mostrar uma coisa muito divertida. Minha mãe só havia entrado em casa por um instante e eu já havia ido com ele. Entrei em seu carro, lembro de seu sorriso de louco e de seus olhos azuis desbotados. Lembro que chegamos a um rancho afastado de tudo e que já estava chorando e implorando pra voltar para casa.  Ele me disse que eu era linda e nunca mais veria meus pais, que eu pertencia a ele agora. Ele me levou pra dentro da casa e me mostrou um quarto lindo cheio de bonecas e brinquedos, mas eu não me importei com aquilo só queria voltar pra casa. Na primeira noite ele me beijou nos lábios, um simples toque. E depois de quatro dias ele foi muito longe pra uma criança indefesa, mas eu não podia fazer nada – Ela estava soluçando alto agora, em desespero – Ele me tocou, eu ainda consigo sentir suas mãos em mim, seu corpo nojento no meu. Eu tentei... Eu juro que eu tentei me defender, mas ele não parava... E...

- Tudo bem Bella. Eu entendo você não podia fazer nada. – Passei minha mão em cima da sua, para confortá-la e ela continuou.

- Eu não conseguia parar de chorar. Ele me bateu por isso. E depois me deixou em paz. Naquela noite quando a casa já estava silenciosa, tentei abrir a porta do quarto e ela estava aberta para minha surpresa. Ele sempre trancava a porta, não esqueceu nenhum dia, mas parece que naquele dia alguém olhava por mim. E eu sai devagar. Depois disso eu só lembro-me de correr o mais rápido que podia. Minha vida dependia daquilo, eu fui parar em uma cidadezinha chamada Forks. Lembro-me de uma coisa, como se pudesse ouvi-lo dizer agora, eu já estava bem longe, mas pude ouvi-lo dizer que iria me encontrar a onde estivesse. – Ela limpou as lágrimas, mais calma. – Victória me achou, ela foi à única mãe que eu realmente lembro. Ela cuidou de mim, eu não me lembrava a onde morava nem o número de casa, só me lembrava que me chamava Bella. Ela me batizou com seu sobrenome, e fez o melhor que pôde por mim. Até ele me achar.

- Ele?

- Sim. James. Ele sempre me acha. Ele se aproximou como um cara bonzinho para Victória, ela estava tão apaixonada que ficou cega. Foi quando eu completei doze anos, não sabíamos quando era meu aniversário eu fiquei muito atordoada depois de tudo, então em cada passagem de ano comemorávamos meu aniversario. E ele apareceu na festa. Eu fiquei em pânico. Comecei a gritar e ele só sorria para mim com aquele sorriso diabólico. Depois de se aproveitar de Victória e de me aterrorizar por quase um ano ele a matou e me usou novamente, ele percebeu como meu corpo já estava formado e viu que poderia ganhar dinheiro com ele. Por um tempo fui só dele depois aquele crápula começou a me vender. Tentei fugir cinco vezes em todas as cinco, ele me achou e me espancou. Depois eu simplesmente desisti. Você não pode imaginar o inferno em que vivi durante todo esse tempo, já fiz tantos abortos que sou estéril agora. – Seus olhos agora estavam secos e eu não conseguia imaginar alguém que tivesse sofrido mais que ela. Agora eu entendia seus olhos. Morta. Ela estava morta por dentro.

- Você conseguiria fazer um retrato falado dele? – Ela confirmou. – E seu sobrenome você sabe? – Ela negou. Eu segurei sua mão novamente e olhei em seus olhos. – Eu vou cuidar de você. Eu vou trazer alguém para fazer o retrato falado, tudo bem?

Sai da sala meio atordoado quando a porta se fechou me apoiei na parede. Minha cabeça parecia que ia explodir. Meu Deus, como alguém conseguia suportar tanto. Não, não, ela não suportava, vi marcas de agulha em seu braço, ela era viciada, e seus lábios eram escuros talvez por causa de cigarro. Balancei minha cabeça. Que tipo de monstro era esse homem?

Vi Charlie ainda olhando para espelho que dava pra sala dela.

- Eu não pude deixar de ligar Edward esse caso com um que aconteceu muito antes de você entrar aqui, mas o principal suspeito foi preso há muito tempo atrás. Tem como você pesquisar pra mim? – Ele estava passando a mão na barba, pensativo.

- Sim. Qual o nome do caso?

- Caso Cullen. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, espero que gostem! Comenteeeeeeem!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Welcome To Hell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.