May - Parte III escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 6
A Floresta


Notas iniciais do capítulo

A Irmandade é movida para outro local pois o número de membros começa a aumentar, algo que deixa Magneto muito satisfeito.



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Abri os olhos de repente. Eu estava no meu quarto. Me lembrei do que tinha acontecido: eu havia dormido com Pietro. Olhei para o lado devagar e não vi nada do lado da minha cama. Fora um sonho? Haha, isso! Foi apenas um sonho.

Me levantei, sentei na cama. Eu estava de sutiã e calcinha. Sim, foi apenas um sonho mesmo, pois se fosse real era pra eu estar nua, certo? Levantei e fui até o banheiro. Olhei no espelho e comecei a pensar naquele sonho estranho. Por que diabos sonhei que eu e Pietro nos pegamos? Será que eu desejava aquilo em meu interior? Nossa, realmente fiquei louca ontem.

Decidi lavar meu rosto para esquecer aquele sonho maluco. Enquanto jogava água, senti uma rajada de vento muito forte entrar no quarto. Tirei as mãos de meu rosto e olhei no espelho. Através do espelho, consegui ver Pietro sentado em minha cama, desde quando ele tinha essa liberdade em meu quarto?

Caminhei em direção a ele e o vi sentado na cama mexendo em uma pequena bandeja prata.

- Bom dia!

Ele disse com um sorriso se virando em minha direção. Consegui então ver o que tinha na bandeja: dois pães com recheio de presunto e queijo, dois copos de suco de laranja e uma pequena flor deitada no canto direito. 

- O que é isso? - perguntei mesmo sabendo o que era. Aquela não era a pergunta exata que eu queria fazer, mas minha cabeça girava, algo me dizia que eu estava prestes a ouvir algo que não queria.

- Decidi trazer pra você o café da manhã, espero que goste.

- Café da manhã? 

- Sim.

- Pietro eu... eu tenho uma... pergunta.

- Faça.

- O que diabos você está fazendo? - perguntei um pouco nervosa.

- O quê? - ele pareceu surpreso com a minha fúria.

- Isso, por que está fazendo isso? Nós... - então caiu a ficha. - O que nós fizemos ontem? - olhei para ele assustada.

- Sexo - ele respondeu naturalmente. Fiquei meio tonta, o mundo pareceu desmoronar. - Olha, eu não queria fazer com você bêbada mas você me atiçou e eu não aguentei. 

- Ok - respirei fundo e fechei os olhos por alguns segundos. Abri e o encarei. - Pra quê o café da manhã? 

- Porque achei que você merecia ter café da manhã na cama.

- Você não está me ajudando Pietro. O acordo era você me ajudar a não me apaixonar por você!

- Mas como vou te ajudar sendo que eu quero o contrário?

- O quê? - perguntei surpresa. - Você... você...?

- Isso mesmo May. Eu quero que você se apaixone por mim. Eu quero isso desde a primeira vez que te vi aqui em cima. Achei você a garota mais incrível do mundo e depois que vi o jeito que você tratou o Pyro, me encantei ainda mais. Vi que você era uma garota de espírito selvagem e má de maneira sexy.

Coloquei a mão na frente dos lábios de Pietro para que ele parasse de falar.

- Se você queria que eu me apaixonasse por você, por que disse aquelas coisas na ponte?

- Porque era a única maneira de poder te beijar.

Ficamos nos olhando por alguns longos segundos. Então quer dizer que eu podia me apaixonar por ele. Eu podia me envolver. Mas havia um problema nisso tudo, eu não sei exatamente se gosto de Pietro, ele é tão jovem, apenas conhecendo a vida. Porém, o que tinha a perder ficando com ele? Nada. Ele é mortal, jovem e um ótimo amante. Então, eu o beijei, não queria falar mais nada. Seria melhor apenas beijá-lo, senti-lo, me entregar a Pietro, ser dele.

Depois de tomarmos café juntos, nos arrumamos e descemos para junto dos outros e então, Magneto ficou num lugar um pouco mais acima de todos com Pyro e Jean ao seu lado.

- Iremos mover a Irmandade para outro local. Não caberão todos os novos membros aqui. Peguem suas coisas e vamos.

Todos começaram a se mover. Pietro e eu nos olhamos, voltamos ao meu quarto, arrumei rapidamente minhas coisas e depois fomos ao quarto dele. Era um quarto com entrada "secreta". O quarto dele era bem mais confortável que o meu. Ele arrumou suas coisas em uma mochila bem maior que a minha. Seu quarto era todo cinza claro, até os móveis e parecia que ele estava ali a muito tempo.

Saímos e começamos a andar com o restante da Irmandade. Não andamos muito juntos, tínhamos o lugar específico que sabíamos onde era. Pietro decidiu ir devagar comigo até o local. Andamos os dois normalmente pela rua, como se fossemos dois grandes amigos, porém, houve um momento que Pietro me ofereceu a mão dele, eu olhei para ela e depois para ele como uma interrogação. Ele então pegou a minha mão e entrelaçou nossos dedos. Ele beijou o topo de minha mão e continuamos a andar de mãos dadas. Aquilo parecia algo infantil, mas me fez sentir bem. Senti que as coisas poderiam finalmente se ajustar. O mais engraçado é que naquela caminhada de mãos dadas com Pietro, me senti segura, senti uma alegria que só me lembro de tê-la sentido quando ganhei Browny do meu irmão. Browny era um ursinho de pelúcia que era meu melhor amigo, sempre esteve comigo em todos os momentos, até quando meu irmão foi embora. Sim, Pietro era meu Browny.

Depois de longas horas de caminhada, chegamos, a tarde, ao local específico. Era um acampamento no meio de uma floresta. Haviam menos barracas que pessoas e eu e Pietro, obviamente iríamos dividir uma, mas não era uma qualquer, era uma especial como a de Magneto.

- Magneto não vai brigar com você? - perguntei.

- E por que brigaria? - estávamos colocando nossas mochilas em um canto.

- Ora, você pegou uma barraca muito confortável pra alguém que quer distância de Magneto e suas decisões.

Ele deu uma leve risadinha.

- Eu apenas prefiro ficar de fora, só isso.

- Ah vamos. Que tal me dizer o que realmente acontece aqui?

- Bem... eu... sou filho do Magneto.

- O quê? - perguntei realmente assustada.

- Eric é meu pai.

- Eu.. entendi. Eu só... não consigo acreditar...

- Por que?

- Vocês não parecem tão conectados para ser pai e filho.

- Normal.

Ele ficou em silêncio. Parecia não querer falar sobre o assunto e eu o respeitei, sabia como era não querer compartilhar sentimentos. Eu também guardava os meus e ele parecia querer esconder o passado dele assim como eu. 

O abracei pelas costas. Percebi que eu e Pietro tínhamos algo em comum. Ele segurou a minha mão carinhosamente. Parei de abraça-lo e ele se virou para me olhar.

- Obrigado.

Ele sorriu para mim e eu retribui. Demos um selinho e saímos da barraca. Havia um palco enorme para que Magneto pudesse falar com os outros e todos o ouvissem.

Magneto estava posicionado no meio desse palco. Pyro, como sempre, acompanhava-o do lado esquerdo. Jean estava no canto esquerdo do palco a nível de Magneto. A morena estava um pouco atrás de Pyro. Pietro andou até o lado direito de Magneto e ficou ali do lado com um olhar superior. Fiquei na dúvida se realmente devia estar ali e então, Magneto e Pietro me olharam e ambos me chamaram pra frente. Enquanto caminhei para perto deles eles se olharam e trocaram um sorriso breve. Fiquei um pouco atrás de Pietro, não queria aparecer muito. Mais atrás, entre Pietro e eu estava um rapaz japonês ou chinês, não sei distinguir muito bem. Ele estava sério.

Então Magneto começou o discurso. 

- Meus queridos amigos - ele começou. - estamos reunidos aqui por uma causa muito importante...

"...essa gente pensa que está fazendo? Magneto é ruim, ele quer o pior de todos e eles o seguem por que?", uma voz invadiu minha mente, fazendo com que eu não ouvisse mais nada do discurso de Magneto. Eu conhecia aquela voz.

Olhei para os mutantes ali presentes, procurando o dono da voz. "Nossa, como ela continua linda. Está má, mas ainda linda", olhei para Jean, eu sabia que ele se referia a ela. "Se ao menos você pudesse me ouvir, queria te avisar o que está fazendo, queria te ajudar." Segui o olhar de Jean e o encontrei. Ele estava encapuzado para se disfarçar. Era Logan. Ele veio "salvar" Jean. Seu miserável. Você me vê com Magneto e vem salvar a Jean, seu filho da mãe.

Jean saiu do palco e Logan começou a caminhar na direção dela. Estava decidido, eu contaria a Magneto sobre a presença dele ali. Levantei a cabeça para dar ar de superioridade. 

- Magneto - eu o chamei devagar cutucando seu ombro. Ele parou o discurso e se inclinou de modo que minha boca conseguia alcançar seus ouvidos. - Logan está aqui e vai tentar fazer a cabeça de Jean para que ela volte ao Instituto.

Magneto me olhou rapidamente.

- Reunião interrompida por motivos sérios. Com licença irmãos.

Magneto desceu do palco e eu olhava ele ir elegantemente em direção a Logan e Jean. Voltei ao lado de Pietro.

- O que você disse a ele? - ele me perguntou baixo.

- Apenas relatei um invasor entre nós.

Todos os outros cochichavam entre si. Pietro e eu nos sentamos no palco e então eu senti uma coisa estranha em meu corpo. Não sei muito bem dizer o que era, mas era estranho, nunca havia sentido algo assim antes. Então, uma coisa foi piorando. Meus seios começaram a doer muito. A dor  aumentando cada vez mais. Coloquei as mãos neles e fechei os olhos. Eles estavam sensíveis.

- May? Tá tudo bem? - Pietro perguntou preocupado.

- Sim. Estou bem - eu não abri meus olhos, ainda tentava fazer a dor sumir.

Não me lembro quando senti tanta dor antes, geralmente minhas dores são momentâneas mas essa estava durando tempo demais.

- Você não parece bem.

- Não é nada, é só uma pequena dor, vai passar.

Eu estava enganada, a dor não passava.

- Pietro, não tá passando...

Me entreguei por fim. Pietro rapidamente me carregou para nossa barraca. Chegando lá me deitei de barriga pra cima. Fechei os olhos e fiquei respirando fundo. A dor começou a mudar de lugar, agora era abaixo do meu umbigo. Me levantei abruptamente e apertei meu útero. Que dor era essa? De onde ele veio? Não era a pior dor que já havia sentido mas sim a mais duradoura, ela parecia não querer passar nunca. 

- O que está acontecendo May? - Pietro parecia seriamente preocupado.

- Eu... não... sei - a dor estava me possuindo por completo.

Eu apertava meu útero e meios seios ainda estavam doloridos. Aquela dor não passava, ela devia passar, devia mesmo, não era comum uma dor durar tanto tempo.

Dormi sentindo muita dor, mas quando acordei, não havia mais dores. Suspirei de alívio, estava tudo normal. Pietro dormia ao meu lado, sorri me lembrando de seu apoio na noite passada quando meu útero doía com força. Saí da barraca. Um vento gostoso passou pelo meu rosto e eu respirei fundo de olhos fechados. Então, outra coisa estranha aconteceu. Parecia que meu estômago ia dar uma reviravolta e então, senti uma vontade enorme de vomitar. Fui correndo até uma árvore e vomitei.

O que está acontecendo comigo?


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