Diana Damburn: Adeus, Casamento. escrita por Desirée Schultz
Ah, finalmente, lá vem tio Benjamin! Montado á cavalo, afinal, dentro de uma carruagem nunca se sabe o que está por vir. Meu tio é teimoso assim mesmo... Minha família é viking. Depois que minha tia foi sequestrada nos mudamos pra cá quando eu tinha apenas 3 anos de idade.
Ele desce do cavalo, logo se recompondo, e se curva, beijando as costas da mão de minha mãe.
– Bom dia, Áurea, está radiante nesta manhã. - Até dormindo minha mãe é radiante, tenho de admitir...
– Oh, que gentileza a sua, Benjamin, aposto que seu irmão ficará contente em vê-lo - "Modéstia acima de tudo, uma dama não deve ser arrogante por mais bela que seja" dizia ela durante as aulas de como eu deveria me comportar...
– Bom dia, senhorita. - Odeio que me chamem de senhorita, nem mesmo minha criada, Mary, me chama de senhorita.
– Bom dia. Trouxe o que eu pedi? - Eu havia pedido flechas novas. Minha mãe desaprova totalmente o manuseio de armas. Só que meu pai insiste que eu deva saber me defender.
– Diana, uma dama não deve...
– Desculpe. - Respondo, de cabeça baixa. - O senhor gostaria de tomar um pouco de hidromel?
– Só se você colher o mel mais puro que tiver pra mim. - Sorri ele.
Então fomos entrando na casa, e sussurrei para o meu tio:
– Fale comigo assim de novo quando estivermos a sós no campo. Vou chutar seu ponto sensível tão forte que cantará em voz de soprano pro resto da semana.
– Acho que uma dama como você não deveria falar desse jeito - Ironiza ele - andou treinando como pedi, mocinha?
– Eu treinei os nós na árvore, considero importante, principalmente para quem gostaria de ser pirata, concorda?
– Esse assunto agora não. Agora vamos beber, depois conversamos.
Após, finalmente pude trocar de roupa, para podermos treinar.
– De novo esta história de pirata? Já disse pra você que é muito perigoso.
– Sabe muito bem que só a sua visita me alegra nesse lugar.
– E a sua criada? Não se diverte com ela também?
– Acha mesmo que minha mãe permita que eu converse com criadas?
– Hum... Eu não tinha pensado nisso. Quando pretende partir?
– Eu não sei. Primeiro eu vou ter que coletar informações pelo porto.
– Então vá o mais rápido que você pode. Seu pai marcou um casamento com seu vizinho.
– Desde quando? - Pergunto apavorada.
– Sabe muito bem que não estamos em data especial. Pensou que eu teria vindo apenas pra te entregar flechas? - Sorri ele.
– Quando será?
– Amanhã á noite.
– Pois então, vou partir ao pôr do sol.
– Ainda falta te ensinar algumas coisas... Tipo não ser pega de surpresa por ladrõezinhos.
– Eu sei me defender.
– Não seja arrogante, querida.
– Onde estão minhas flechas?
– Aqui - Ele estende a mão com uma aljava de vinte e quatro flechas. - me prometa que vai voltar pra me visitar.
– Eu prometo. Não voltarei de mãos vazias. Tia Cecília estará comigo.
– Eu sinceramente gostaria de acreditar em você. Mas acho que ela...
– Não, ela está viva, e vou encontrá-la. Eu prometo isso também.
– Mas se você quiser ser uma pirata, vai ter que me vencer numa pequena justa. - Sorri ele.
– Não é perigoso demais para uma bela dama como eu?
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