Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 46
A verdade me atinge


Notas iniciais do capítulo

Oii C:
Geeeente, acho que esse foi o maior capítulo que eu já escrevi na minha vida uhsuhsuhs no word ficou com quase 15 páginas '---' mas isso é bom, vocês vão aproveitar muito. Esse capítulo tem uma notícia muito bombástica, vocês vão tomar um belo susto hehe

Boa leitura!



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O que eu estava sentindo? Talvez um pouco decepcionada por não ter conseguido o que precisava saber e por minha viagem até lá havia sido um completo desperdício de tempo. Caminhei pelos gramados próximos à casa tentando não olhar naquela direção e dar de cara com um Gabriel furioso gritando e lançando-me centenas de perguntas sobre o porquê de eu ter ido atrás de Miguel novamente. Claro, ele com certeza diria sobre ter sido uma loucura, mas ainda assim eu tentaria me defender sobre meu ponto de vista sobre Blair e Miguel.

Assim que coloquei meus pés para dentro da casa, tive a visão de um Gabriel exatamente como imaginei – bem a minha frente com os braços cruzados à frente do peito e os olhos violeta sérios encarando-me diretamente na região do rosto esperando que eu começasse a falar. Bom, não que aquela expressão me assustasse, mas eu havia acabado de ser quase enforcada por um arcanjo que deveria ser bonzinho! Eu merecia um descanso, certo?

– Por favor, só não comece a gritar comigo fazendo perguntas. – resmunguei enquanto jogava meus sapatos em algum canto da entrada da casa. Abaixei para pega-los e continuei a andar até o quarto. – Sério, nada do tipo “você ficou maluca?” “perdeu o medo de morrer, Schy?”.

Achei que ele fosse rir de minha imitação cômica de sua voz, porém ao contrário do que pensei, ele me seguiu em silêncio até o quarto ainda com a expressão fechada e os braços cruzados.

– Ok, meu castigo é você ficar sem falar comigo e só me encarar com essa expressão séria e assustadora.

Olhei em sua direção esperando alguma reação, porém ele continuou sem fazer qualquer movimento que fosse. Então, achei que teria que ser mais radical se queria uma reação dele.

– Miguel consegue ser mais assustador que você, sabia? – murmurei olhando-o sem conseguir conter o sorriso. – Pois é, ele conseguiu me assustar hoje.

Nenhum movimento.

– Encontrei um tal de arcanjo chamado Uriel, ele é muito gentil e me tratou muito melhor que Miguel. – sorri tentando ser convincente. – E é muito bonito.

– Schyler, qual o...

Ahá! – exclamei vitoriosa finalmente conseguindo arrancar dele uma reação. – Eu sabia que só estava tentando me castigar!

Gabriel ainda estava com uma expressão séria no rosto, mas agora além da seriedade havia um quê de desapontamento por eu ter feito algo que ele julgava impróprio. Ok, realmente encontrar Miguel não fora exatamente um de meus melhores atos, porém pelo menos eu soube de que Blair realmente sabia de algo e Tristan estava sendo testado ou algo assim. Agora pensando direito, a viagem não fora uma total perda de tempo.

Guardei os tênis que eu usara dentro do armário e virei-me para minha gata, que olhava-me com olhos curiosos tentando entender o motivo de eu ter sumido por alguns dias e Tristan cuidar dela. Peguei Belle no colo e sentei-me em nossa cama improvisada observando Gabriel parado abaixo do parapeito da porta de braços cruzados estudando a gata em meu colo. Não havia como negar o quão bonito ele era – os olhos violeta praticamente brilhando em seu rosto, os traços quase que delicados, os lábios carnudos, o cabelo negro e sedoso um pouco bagunçado. Eu já estava acostumada com suas sobrancelhas franzidas, tanto que pareciam ser sempre assim para mim. Usava roupas simples como a maioria dos anjos – uma calça jeans clara e surrada, blusa preta de gola V e tênis também pretos.

Daquela forma tirando seus olhos, ele quase parecia humano.

– Está tão bravo assim comigo? – eu disse sem olhá-lo.

– Não. – ouvi um suspiro. – Isso é preocupação, Schy. Você não conhece Miguel como eu conheço. Ele pode ser quase mortal, tem milhares de anos de experiência mandando as hordas matarem demônios e outras criaturas.

– Ah, acredite, eu meio que experimentei essa jeito mortal dele. – resmunguei. – Não se zangue, mas eu disse algo a ele que o fez ficar muito irritado. Miguel poderia ter me matado se não fosse Uriel.

Com a ponta de meus dedos, toquei de leve as marcas vermelhas em meu pescoço onde os dedos de Miguel apertaram com força. Ficariam marcas naquele local e Gabriel pareceu perceber assim que me movi.

– Ele a machucou? – sem me avisar, Gabriel apareceu diante de mim retirando minhas mãos da frente para que pudesse ver meu pescoço. – Aquele maldito...

– Tudo bem, eu sou meio culpada. – interrompi desviando o olhar. – Estava defendendo minha “raça”.

Gabriel fez-me contar tudo o que acontecera no Salão Negro, inclusive o que ele dissera sobre Tristan e Blair e principalmente as ameaças. No primeiro momento ele pareceu calmo ouvindo aquilo, porém assim que cheguei na parte em que Tristan poderia ser expulso do céu, vi um Gabriel diferente do normal. Ele ficara nervoso, irritadiço além do que eu esperava.

– Ele não vai expulsar Tristan. – disse Gabriel furioso. – Se ele o fizer, eu juro que mato Miguel!

– Você vai matar um arcanjo? Gabriel, você não pode nem ao menos chegar perto dele. – eu disse tentando acalmá-lo. – Olha, eu duvido muito que Miguel vá fazer algo assim. Ele não é louco de expulsar Tristan só porque ele vai lutar conosco na guerra e...

– Pelo o que você me disse, Miguel o está testando. – interrompeu. – Ele sabe de algo, provavelmente no futuro. E mais uma vez, isso envolve Blair.

[...]

Na manhã seguinte, eu e Carrie decidimos ir até Pequim fazer algumas compras incluindo comida e roupas para os novos anjos caídos que chegaram durante a noite após receberem o chamado de Gabriel. Claro, não fora exatamente fácil convence-los de que as compras eram necessárias e que ficaríamos bem apesar de sabermos sobre os possíveis ataques. Realmente poderíamos ser atacadas por demônios ou anjos negros, mas agora tão próximo da guerra, eles deveriam estar se preparando e não arrumando uma forma de pegar um de nós.

E Gabriel concordou, pois essa era a exata maneira de pensar de Aliha.

Antes de sair, deixei um pouco de ração para Belle ouvindo-a miar de forma insistente enquanto eu o fazia. A gata com aquele tamanho conseguia fazer um som mais alto que qualquer coisa.

– Coloque botas, está caindo a maior chuva do lado de fora. – disse Carrie de repente em meu quarto.

– Acho que percebi. – eu disse no momento que um raio iluminou o céu e um estrondo alto viera logo em seguida. – Tem certeza que não tem problema dirigir nessa chuva?

Ela deu de ombros pegando a chave que Tristan dera a ela assim que soube que nós iríamos até Pequim. Juntas, caminhamos entre os anjos caídos pela casa indo até o lado de fora, onde uma chuva densa caia de forma contínua, indicando que não pararia muito cedo. Apesar disso parecer quase que um aviso, eu e minha irmã corremos em direção ao carro estacionado próximo à porta e entramos antes que fossemos completamente encharcadas.

– Temos que ir rápido, não sabemos se tem alguma chance de algum demônio estar perto daqui. – eu disse enquanto jogava a bolsa com o dinheiro e outras coisas no banco de trás. – E Aliha também deve estar aprontando um plano qualquer, não confio nesse silêncio dela.

– Schy, você é preocupada demais. – disse Carrie revirando os olhos. – Vamos só fazer algumas comprinhas, não entrar em um campo inimigo.

Carrie ignorou meus outros avisos e deu partida no carro. Enquanto o carro seguia pela estrada em direção à cidade, eu observava o lado de fora totalmente domado pela chuva com ventos fortes e a água caindo por sobre cada centímetro de terra. Por um momento com o rosto encostado no vidro gélido do carro, minha mente vagou pelos dias em que tudo começou – quando Gabriel me salvou de ser estuprada pelo bêbado naquele beco, quando o vi novamente em um restaurante. Tudo começou naquele dia quando vi seus olhos violeta irradiando a bondade e até mesmo o amor que só agora eu podia reconhecer.

Sorri ao me lembrar do demônio no supermercado, quando Tristan me salvara e me levara até “Caleb”. O nome falso usado por Gabriel parecia soar estranho agora, sendo que naquela época eu realmente achava normal e que combinava com ele. Até mesmo do dia na boate quando vi Aliha torturar o amigo de Gabriel para descobrir onde ele estava.

Apenas agora eu percebera o tamanho tempo que passara desde esses dias e como tudo mudou.

– Ei, sonhadora. – chamou Carrie acordando-me de meu transe. – Chegamos.

Eu passara tanto tempo pensando no passado, que não havia percebido que chegamos na cidade e bem a frente do carro havia uma espécie de feira ao ar livre. A chuva estava mais fina, apenas algumas gotículas caiam, porém isso não atrapalharia, pois entre as barracas da feira, haviam montado alguns toldos impedindo que os alimentos ficassem expostos à chuva.

Peguei a bolsa do banco de trás e eu e Carrie seguimos por entre as barracas procurando por tudo que precisaríamos levar para a casa. Ao contrário do que pensei, fora fácil se comunicar com os vendedores depois que Tristan me ensinara o básico da língua local. Mas entre uma pessoa e outra, alguns falavam com um sotaque além do normal, algo que prejudicou a minha compra de melancias.

– E eu achando que alemão é difícil. – disse Carrie fazendo uma careta. – Eu não entendi nada do que aquela mulher disse.

Rindo, seguimos até a próxima barraca para comprar outros tipos de frutas de acordo com a lista que Tristan fizera ao perguntar para cada anjo o que eles queriam. Mas enquanto Carrie discutia com o vendedor sobre alguns dos preços, eu observava ao redor até que meus olhos se focaram em um ponto estranho, alguém que não deveria estar ali. A pessoa estava coberta por uma espécie de manto negro com um capuz cobrindo-lhe o rosto, com apenas um mínimo pedaço o suficiente para eu ver seus lábios e o brilho dos olhos. De longe eu conseguia ver o exato tom do violeta profundo, o mesmo do de Gabriel e de outros. Porém, não era bem seus olhos incomuns que chamavam minha atenção e sim o fato de que estavam voltados em minha direção e que todos ao redor pareciam não perceber sua presença.

Como se o corpo nem ao menos estivesse ali.

Durante meses convivendo com anjos caídos e enfrentando arcanjos e demônios, eu jamais vira algum deles parecer invisível entre um número tão grande de pessoas. Exceto pela primeira vez que vi um anjo em minha vida, no mesmo dia em que estava num café com Jonny.

Aquele anjo estava invisível como esse.

– Carrie... – chamei ainda com os olhos focados no anjo me encarando. Minha irmã pareceu não ouvir logo de cara, pois discutia com o vendedor na língua local. – Carrie!

– O que?! – perguntou ela impaciente. – Não vê que estou tentando...

– Tem alguma coisa errada. – interrompi. – Carrie, tem alguma coisa errada.

Carrie seguiu meu olhar até o outro lado da feira ao ar livre, onde o anjo encapuzado ainda nos encarava com os olhos fixos em nossos movimentos. Assim como eu, minha irmã pareceu ser tomada pela mesma sensação de que havia algo muito errado no local, provavelmente a sensação de que aquele anjo não deveria estar ali. Mas agora, além de estar nos encarando, havia algo ainda mais perturbador em seu rosto.

Ele sorria brandamente.

Um sorriso assustador.

Por puro reflexo, agarrei a manga da blusa de minha irmã e comecei a puxá-la para o mais longe dali possível. Eu estava indo rápido demais, atropelando as pessoas ao redor e ignorando as palavras ruins que diziam assim que braços e pernas se chocavam. Apesar de estar sendo puxada por mim, Carrie não disse uma palavra sequer, apenas me deixava guia-la até o carro antes que alguma coisa pior pudesse acontecer.

Apesar de eu saber muito bem que poderia me defender caso aquele anjo nos atacasse, parecia que seu olhar havia me aterrorizado por completo impedindo que eu pensasse racionalmente. A única coisa que eu tinha em mente era correr, pois aquele anjo representava perigo. Ele não estava ali a toa, não em meio à tantos humanos, ele tinha um plano e algo me dizia que não poderia ser algo bom.

Enquanto eu corria em direção ao carro puxando minha irmã, quem carregava as sacolas balançando violentamente contra seu corpo, a chuva parecia voltar a piorar deixando nós duas completamente encharcadas. Eu sentia meu cabelo molhado batendo contra meu rosto e as roupas começando a grudar em meu corpo por conta das gotas de chuva. O vento não ajudava muito, porém eu o ignorava apenas pensando que deveria entrar na droga do carro antes que qualquer coisa entrasse em nosso caminho.

E fora exatamente o contrário disso que aconteceu.

– Olá, Schyler.

O anjo apareceu de repente bem a nossa frente agora com seu capuz negro colocado para trás – era uma mulher alguns centímetros mais alta que eu, cabelos avermelhados até a cintura, olhos violeta como os de Gabriel e lábios carnudos em vermelho vivo. Porém, ao contrário dos anjos que conheci, ela tinha uma aparência morta, não parecia saudável. Era como se nem ao menos estivesse ali, um corpo de um cadáver de pé bem a minha frente.

– Quem é você? – perguntei tentando soar firme e não completamente assustada como eu estava.

Ela sorriu.

– Não seja tão ignorante, Jackson, achei que conheceria um anjo negro logo de cara. – assim que suas palavras terminaram, o capuz negro que ela usava caiu sobre seus pés revelando as enormes asas negras completamente esticadas na direção do céu.

Assustada com aquela visão, olhei na direção da feira esperando que alguém estivesse vendo aquilo, porém todos estavam ocupados demais com suas vendas e compras que pareciam nem sequer dar conta do que acontecia a poucos metros dali.

– Não se preocupe, eles não podem me ver. – suas asas abaixaram até estarem na altura de seus ombros, porém ainda assim conseguiam ser majestosas e assustadoras. – Se eu fosse você, não me preocuparia com a exposição.

Carrie estava estática atrás de mim, não movia nem um músculo sequer. Eu sabia que ela estava apavorada com aquela cena mesmo que já tivesse sido ameaçada por Aliha, afinal, aquele anjo diante nós duas não parecia nada igual nem ao menos a Aliha ou Miguel. Aquele era apavorante, como um verdadeiro anjo da morte pronto para nos levar para o céu ou inferno.

– O que você quer? – murmurei incapaz de parecer firme novamente.

Os olhos violeta dela me fitaram por um longo tempo até ela demonstrar qualquer reação, a qual fora dar dois passos mínimos em nossa direção. Os lábios vermelhos estavam ligeiramente abertos, como se ela quisesse sentir o gosto da chuva intensa que caía naquele momento.

– Não quero nada se é isso que pensa. – disse ela com seu olhar alternando entre eu e Carrie. – Não sou um anjo negro ao lado de Aliha na grande guerra que virá e muito menos estou ao lado dos demônios. Estou entre os três lados, uma observadora, Schyler Jackson.

Aquilo não fazia sentido algum. Um anjo caído pertencia à horda de Lúcifer e consequentemente, ao lado de Aliha ou dos demônios, então ela não poderia estar entre ambos. Agora, eu tinha certeza absoluta de que aquele anjo negro não se tratava de uma presença boa e sim, algo sinistro. Minha intuição estava certa, eu precisava sair dali antes que algo ruim acontecesse.

– Entendi, mas então o que está fazendo aqui? – perguntei. – Se você não está lutando por nenhum dos dois lados na guerra.

– Sou a favor da guerra. – retornou ela a dizer, mas agora sua voz era calma, carregada de algo sombrio. – Quanto mais luta, mais mortes para mim.

E foi então que entendi.

– Carrie... – sussurrei.

– Ela...?

– Sim. – engoli um seco. O anjo começava a mudar suas feições. – Corra! Avise Gabriel e Tristan!

Meu aviso fora o bastante para minha irmã soltar-se de minhas mãos que seguravam sua blusa e corresse na direção da feira. Eu ainda continuei ali apenas vendo o anjo negro a minha frente transformar-se em algo sinistro – suas asas continuavam num tom negro e profundo, mas agora seu rosto mudava para algo masculino. Os lábios se tornaram mais finos e os olhos ficaram completamente negros, o cabelo castanho até a cintura encurtou até os ombros. Logo, o corpo feminino se tornou masculino e o verdadeiro anjo estava a minha frente, o terror de tudo que já imaginei.

Lúcifer.

Era um homem de quase dois metros de altura, dono de um corpo atlético e musculoso como o de Miguel, porém tinha um rosto fino e olhos tão escuro quanto suas asas. se essa fosse outra época e ele não fosse quem era, eu o acharia bonito. Mas a forma com que me observava dar passos para trás tentando fugir, fora o suficiente para toda sua imagem sedutora desaparecer.

– Então finalmente pude conhecer a garotinha que causou toda essa bagunça. – disse ele. Sua voz era grave, tão intensa quanto a de qualquer outro arcanjo. – E então, como vai meu querido irmão Gabriel?

Engoli um seco. Estava tão apavorada que meus passos começaram a se tornar tropeços no asfalto. Lúcifer parecia perigoso, sedutor e totalmente apavorante, conseguia me assustar de uma forma que nem ao menos os demônios foram capazes de me assustar.

– Ora, querida, não acredito que tenha medo de mim! Posso parecer essa criatura demoníaca agora, mas lembre-se que já fui um arcanjo como seu querido Gabriel. – ele se aproximava cada vez mais, até um momento em que minhas costas tombaram com um carro. – E acredite, muito mais importante e belo que ele.

– Saia de perto de mim! – exclamei mal conseguindo controlar a respiração acelerada.

– Não grite comigo! – sua voz se tornou algo ainda mais grave, causando um eco longo e alto por toda a rua. - Você é a garota que causou toda essa bagunça e eu poderia acabar com sua vida aqui e agora! Mas, sabe por que não vou fazer isso?

Lúcifer estava com cada um dos braços de cada lado da região de meu peito, fazendo com que ele estivesse mais próximo do que eu realmente queria. Ele bufava de uma forma raivosa em minha direção, porém sua voz não estava mais tão grave quanto antes e isso a tornava ainda mais assustadora.

– Porque meus demônios a querem como o pagamento da dívida de Gabriel. – disse ele de uma forma sussurrante próxima ao meu ouvido. – E eu vou deixa-los a matarem, pois será muito mais interessante ver o desespero de Gabriel.

– Lúcifer! – gritou uma voz masculina logo atrás da criatura. – Saia de perto dela, seu demônio!

Lúcifer virou-se na direção de onde vinha a voz e apenas assim pude ver quem o chamara. Do outro lado da rua perto da feira, Bastian estava de pé usando um manto negro parecido com o que usava no dia em que o vi pela primeira vez. Seus olhos violeta fitavam o demônio de forma intensa repleta de raiva, tanto que até mesmo eu pude temer Bastian. Mas assim que o vi, uma sensação estranha tomou conta de mim, algo diferente do alívio.

Bastian... parecia-se comigo.

– Bastian, seu anjo caído nojento. – zombou o demônio. – Acha mesmo que pode me causar algum dano? Lembre-se de que é apenas um renegado.

– Assim como você, Lúcifer. – Bastian sorriu. – Assim como eu, você foi expulso do céu. Agora, solte a garota!

Ao contrário do que pensei, o demônio apenas gargalhou de forma assustadora para Bastian, como se o que ele dissera havia sido uma piada. Mas enquanto a risada demoníaca tomava conta do lugar, meus olhos se focaram no anjo caído de pé tentando me salvar. Havia algo nele, algo que conseguira me deixar ainda mais confusa que o normal. Uma sensação de proteção parecia com o que eu sentia perto de Gabriel sempre surgia todas as vezes que eu estava diante dele.

– E por que eu deveria soltá-la, Bastian? – perguntou o demônio com desgosto.

Bastian finalmente olhou em minha direção e achei que meu coração fosse pular para fora da boca assim que ouvi suas palavras.

– Porque Schyler é minha filha.


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Notas finais do capítulo

BASTIAN É O PAI DA SCHY, MDS! Quem esperava por essa? O.O



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