Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 40
Bastian


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoas, cheguei com mais um capítulo pré chegada da personagem nova hehe agora deixo vocês lerem em paz enquanto vou responder os trilhões de comentários (lindos por sinal) de uma leitora (vulgo Beatriz Carneiro) e depois voltar a temporada de escrita e ler meu mais novo livro "Quem é você, Alasca?". Então, boa leitura ^^



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Schyler Jackson

Ambos caminhavam de forma quase que apressada em nossa direção – o olhar de Tristan era sereno, como se nada tivesse acontecido, ele parecida ter perdoado depois de ter sido expulso. O homem ao seu lado continuava com o manto negro cobrindo-lhe o corpo e me impedindo de ver como ele era. Por isso, achei que deveria ter algo errado e aquele homem ser perigoso, mas se isso realmente fosse verdade, Tristan não estaria caminhando ao seu lado com tanta calma.

Gabriel não movera nem um músculo sequer, portanto cheguei a conclusão que ainda tentava engolir tudo o que eu dissera para ele, desde as palavras duras até a parte em que consegui retomar o controle sobre a situação. Agora, eu conseguira fazer com que aquele ex arcanjo percebesse o quão ignorante estava sendo e consegui tudo isso com apenas uma conversa. Bom, parece que realmente sou convincente como Carrie sempre dissera.

– Ei, meu anjo preferido está de volta! – disse Carrie surgindo ao meu lado de repente de uma forma alegre quase que demais. – Achei que aquela anjo de cabelo branco estava brincando e... espera, quem é o encapuzado?

– Quieta, Carrie. – resmunguei. – Não sabemos.

Isso foi o suficiente para que minha irmã se calasse e apenas esperasse que os dois viessem até finalmente se aproximar. Ao nos ver, o típico sorriso cativante surgiu nos lábios de Tristan e assim não pude evitar de ir até ele e desfrutar do abraço amigo do anjo. Carrie, sem vergonha alguma, fez o mesmo dizendo que estava contando as horas para ele voltar, já que Tristan sempre fora o anjo preferido dela desde que a resgatamos de Aliha.

Quando Tristan se afastou de Carrie, pude notar o olhar um pouco hesitante dele na direção de Gabriel, quem continuava imóvel apenas assistindo à cena em silêncio. Por um segundo, achei que ele fosse dar as costas para nós sem nem ao menos dizer nada, porém como sempre ele me surpreendera.

– Eu preciso me desculpar, Tristan. – disse ele quase que sem jeito. – Fui um imbecil pretencioso, eu deveria tê-lo escutado e não ao demônio. Sinto muito.

Tristan pareceu aliviado ao ouvir aquilo, tanto que sorriu.

– Eu o perdoo, sabe disso. Você é como se fosse meu irmão, Gabriel.

E assim, deixando todos ali mais do que aliviados, os dois se abraçaram rapidamente deixando todos os desentendimentos para trás.

Mas ainda assim, havia o homem que não conhecíamos parado bem ao lado do anjo como quem está ali apenas para observar os acontecimentos. Vendo que nos perguntávamos sobre ele, Tristan foi até o homem.

– Este é Bastian. – disse ele. – Está aqui para se juntar a nós na guerra contra os demônios e anjos negros.

Assim que ouviu seu nome, Bastian retirou o capuz negro que lhe cobria o rosto, revelando algo estranhamente familiar – ele possuía cabelos negros e grandes olhos esverdeados, a pele branca num tom próximo ao meu e uma barba rala em seu rosto. A sensação de seu rosto ser familiar me incomodou um pouco, porém a ignorei voltando a ouvir o que o próprio Bastian dizia.

– Encontrei Tristan no centro de Pequim depois de ouvir alguns demônios comentando. Eles estão invadindo a cidade, provavelmente tentando encontrar vocês aqui.

– Isso quer dizer que aquele demônio conseguiu espalhar nossa localização pouco antes de morrer. – murmurou Gabriel. – Esse lugar não é mais seguro.

A movimentação próxima a casa pareceu chamar a atenção de Gail e dos outros anjos caídos, tanto que logo todos eles estavam do lado de fora tentando entender o que estava acontecendo e principalmente o porquê de agora Tristan estar ali. Inclusive Lieene, quem chegara de manhã depois de ter um visão sobre a guerra.

– Isso não será necessário. – interrompeu ela se colocando entre nós. – A guerra se aproxima e com ela, as hordas se preparam para os ataques. Não podemos mais nos preocupar em recrutar ou nos proteger de invasores, devemos nos preparar para a luta.

As palavras de Lieene causaram murmúrios entre todos os anjos caídos a nossa volta, principalmente entre Bastian e Gabriel, quem trocavam informações sobre onde foram vistos demônios e em que ele poderia nos ajudar.

– Antes de ser expulso do céu, eu montava esquemas de ataques contra as criaturas demoníacas que perturbavam a paz humana. – disse ele. – Posso montar uma ótima armadilha para caso algo dê errado ou para o primeiro ataque.

– Ótimo, precisaremos disso. – ao perceber que eu também ouvia a conversa, Gabriel automaticamente me colocou entre eles. – Schyler será nossa “arma secreta”, ela pode acabar com muitos anjos negros sem nenhuma dificuldade.

Bastian pareceu surpreso com aquela informação, tanto que se colocou a olhar-me de cima a baixo, porém isso não me incomodou como deveria, pois seu olhar parecia quase que... fraternal.

– Isso é ótimo, uma arma secreta ajudaria e muito. – disse ele sorrindo brandamente. – E qual seria sua habilidade, Schyler?

Eu e Gabriel nos entreolhamos, já que me referir sobre como nasci e o que realmente sou ainda me incomodava mais do o normal.

– Eu, ahn... sou uma Nefilim na verdade. – resmunguei. – Por isso posso fazer algumas coisas interessantes.

Ao contrário do que esperei, Bastian não pareceu nem um pouco surpreso ou assustado quando soube o que eu era, coisa que me surpreendeu, pois a maioria dos anjos costumava demonstrar alguma reação, já que Nefilins passaram a ser criaturas abomináveis desde os anúncios sobre a guerra. Mas ele, o mais novo anjo caído que Tristan trouxera parecia calmo demais para estar ali, na verdade, desde que chegara uma calmaria estranha tomou conta de seu rosto.

E isso estava me deixando preocupada.

– Acho que Bastian precisa descansar. – disse Tristan interrompendo meus pensamentos sobre o andarilho. – Ele viajou muito para nos encontrar, deve estar cansado.

O anjo caído parecia inerte ao que Tristan acabara de falar, tanto que demorou alguns segundos para ele retomar ao assunto e sorrir para nós.

– Tem razão, Tristan. – disse Bastian. – Minha viagem realmente foi muito longa e apesar de eu ser acostumado, preciso de um descanso. Bom, vejo vocês depois.

[...]

Horas depois da conversa com Bastian e sua misteriosa chegada, decidi voltar ao campo onde acontecera meu primeiro treino com Gail. Ainda restavam indícios do que restara das plantas pouco antes de eu queimá-las por completo quando Gail fez com que eu me concentrasse em todo o ódio. Andar por ali deixava-me um pouco mais tranquila do que deveria, como se lembrar-me do que posso fazer e mantivesse calma para a guerra. Por isso, sempre que algo estranho ou tenso acontecia no refúgio para os anjos caídos, eu ia até o campo e caminhava por um longo tempo para refrescar minha mente. Usei uma lanterna para me orientar no caminho para que não caísse ou algo parecido e continuei seguindo em frente observando todo o campo.

Porém, diferente dos outros dias, meus pensamentos se voltaram para Bastian, o misterioso anjo caído andarilho que não andava em grupos como a maioria. Havia algo nele confundindo minha mente, como um grande alerta de perigo piscando em minha cabeça, mas comigo o ignorando.

Isso deveria fazer sentido.

– Não é perigoso você andar por aqui sozinha há essa hora da noite?

A voz vinha de trás de mim, o que causou um leve susto e fez com que minha lanterna caísse ao chão e iluminasse o rosto da pessoa. E claro, um quase ataque contra a pessoa que dissera aquilo.

– Bastian? – perguntei ao perceber que era ele. – O que está fazendo aqui?

– Ei, cuidado. – disse ele afastando-se de minhas mãos em sua direção prontas para um ataque certeiro. – Achei que fosse me matar agora.

– É justo, você me assustou. – brinquei abaixando minhas mãos e agachando-me para pegar a lanterna que ainda estava no chão.

Ele riu de minha piada um pouco sem graça. Ficou um silêncio um tanto confuso assim que ele se calou, pois eu não queria dizer nada, ainda mais porque meus pensamentos gritavam confusos e desesperados em minha cabeça.

– Se minha intuição estiver certa, você parece estar com medo de mim ou algo assim. – disse ele quebrando o silêncio. – Se isso for verdade, eu quero que saiba que não quero assustá-la e nem que pense que sou um inimigo tentando me infiltrar.

O encarei por algum tempo tentando avaliar suas expressões e tentar entender o porquê de quando eu estar perto de Bastian, uma sensação quase que fraternal tomava conta de mim. Isso não deveria acontecer, pois como ele mesmo dissera, eu tinha sim medo dele, mas apenas por causa da sensação.

– Eu não tenho medo de você. – disse. – Eu deveria?

– Não. – Bastian sorriu. – Na verdade, estou tentando fazer de tudo para não assustá-la e... acho que não estou sendo bem sucedido.

Por mais inconveniente que pudesse ser, acabei por sorrindo para Bastian achando quase que graça por ele achar que não estar sendo bem sucedido. Bom, realmente não estava já que eu sentia uma certa repreensão de estar perto dele, algo que poderia ser considerado medo.

– Você pode se “redimir” ajudando-me amanhã com os preparativos e treinos para a guerra. – murmurei. – Gail estará muito ocupada com os outros anjos caídos e Gabriel... bom, Gabriel estará como sempre ocupado demais se preocupando comigo.

Com ajuda da lanterna, vi que Bastian olhava ao redor de nós para o campo, provavelmente para o que restara das plantas queimadas por mim. Havia algo de interessante naquelas plantas, como se elas estranhamente chamassem a atenção demais. Ok, isso poderia soar estranho, uma maluquice talvez, mas era isso. As plantas chamavam a atenção, na verdade aquele campo inteiro e tudo isso porque coloquei fogo ali em meu primeiro dia de treino.

– Tudo bem, então amanhã a ajudarei com os preparativos e o treino. – ele estava com o corpo voltado na direção da casa, como quem está pronto para voltar. – Se é assim que eu vou convencê-la de que quero ajudar.

Ainda desconfiada de Bastian, assenti num gesto positivo para aquela frase.

– É, é o único jeito de eu ter confiança em você. – disse. – Mas acredite, só estou desconfiando de você, porque nos últimos em que confiei, descobri um demônio e vi meu amigo sendo expulso. Nos vemos amanhã de manhã.

E sem dizer mais nada, deixei-o ali no campo sem nenhuma luz para se guiar enquanto apenas me observava caminhar em direção a casa. Era algo quase que desumano fazer, porém minha falta de confiança e os pensamentos alarmantes diziam em minha cabeça que esse fora o melhor jeito de agir já que os últimos meses me mostraram que eu não podia confiar em ninguém e em nada.


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Notas finais do capítulo

Agora vem aquela dúvida cruel: Confiar ou não confiar no Bastian?
Mil beijocas :) x



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