Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 30
Um ajuda divina


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas! Como prometido, estou postando de dois em dois dias, viram como sou uma escritora legal? ^^ uhsusuhsuhsuhsuh então, gente é o seguinte, eu tenho um aviso muito importante e preciso que vocês leem as notas finais ok? Sério, leiam para saber o que vai acontecer na semana que vem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316823/chapter/30

O número chamado está fora da área de cobertura...

Droga. Droga. Mil vezes droga. Gabriel deveria estar longe da porcaria de aparelho celular que ele carregava, algo que poderia ser tratado como uma ironia, pois ele mesmo dissera que só usaria o aparelho por causa de mim.

O terror já havia tomado conta de mim, sentia que minhas pernas fraquejavam e meus pensamentos se tornavam pouco claros. Carrie havia sido sequestrada pelos demônios ou pelos anjos negros. Alguma das duas hordas havia sequestrado minha irmã.

O que eu deveria fazer?

Corri até meu quarto onde havia deixado o telefone de Tristan caso eu precisasse dele e Gabriel não pudesse ajudar, porém, como eu deveria entrar em contato com ele? Afinal, Tristan é um anjo e nem todos os anjos andam por ai com um celular no bolso.

Eu teria que agir sozinha, aquela era minha irmã, uma das únicas pessoas que sempre ficaram do meu lado desde o início. E Carrie não tinha nada a ver com toda aquela guerra e muito menos o fato de eu ser uma nefilin.

O número chamado está fora da área de cobertura.

Onde estava Gabriel quando eu precisava dele?

Corri até o quarto onde Carrie provavelmente estava pouco antes de ter sido pega por uma das hordas. O quarto estava completamente revirado, a cama estava encostada na parede ao lado da porta e continha um rasgo longo no colchão na parte de baixo, como se algo tivesse usado as garras para fazer isso. No chão, encontrei muitas manchas de terra e algumas em vermelho, o que me preocupou ainda mais, pois poderia ser sangue.

– Carrie... onde você está...

Por mais que eu tentasse, não consegui segurar as lágrimas que tomaram conta de mim. O desespero era inevitável, eu precisava saber para onde haviam levado minha irmã e principalmente quem. Carrie sempre fora a única pessoa que acreditara e mim e quando eu mais precisei por causa de meus pais, ela fora a única do meu lado.

E o pior de tudo isso, era que estava óbvio quem a pegara.

Os demônios eram burros demais e jamais pensariam em um plano tão elaborado como esse para pegar Carrie e preparar uma armadilha para mim. Já os anjos negros, bom, esses com certeza, afinal foram eles quem prepararam as piores armadilhas e por pouco um deles não conseguiu me matar.

Aliha era a responsável.

Precisava arrumar uma forma de encontra-la sozinha, porém como eu saberia onde estavam os anjos negros? Da última vez que encontrei Aliha, ela havia nos transportado para algum lugar estranho e incomum, mas provavelmente agora esse lugar não existia mais. Então, como eu encontraria Carrie?

De repente, lembrei-me de quando ainda nem conhecia Gabriel direito, do dia em que ele me levou até o píer e tive a visão sobre quem ele era e tudo que poderia acontecer conosco. Talvez ali eu conseguiria saber para onde Carrie fora levada e principalmente como chegar lá.

Sem pensar duas vezes, liguei para Jannete. Sim, ela provavelmente brigaria comigo por ficar tanto tempo sem falar com ela desde que fora demitida do café do Bob, um lugar que eu só voltaria depois para pedir minhas contas, se é que ele ainda iria aceitar isso. Mas Jannete eu poderia confiar e em tudo que eu pedisse, ela iria ajudar com a maior boa vontade.

– Schyler Jackson, escute aqui, nunca mais faça isso! – berrou Jannete ao telefone como uma mãe brigando com seu filho. – Entendeu bem?! Você desapareceu por dias! Dias! Onde você está, meu Deus?

– Jannete, preciso da sua ajuda. – falei esperando mais alguns sermões, porém ela apenas parou de falar esperando que eu continuasse. – Será que você pode me dar uma carona até o píer 34?

– Claro que sim, mas o que vai fazer lá?

– Ajudar minha irmã.

[...]

Como combinado, Jannete me levou até o píer sem discutir mais nenhuma vez. Entretanto, em seu olhar eu podia ver com clareza o quanto ela pareceu preocupada comigo e até mesmo um pouco irritada pelo medo de eu fazer alguma besteira. Ela tinha razão, eu provavelmente faria uma besteira, pois estaria à caminho de uma armadilha muito bem feita, mas aquela era minha irmã e Aliha pagaria caro pelo que fez.

Jannete estacionou seu carro próximo ao píer, onde ainda haviam alguns homens trabalhando com os barcos. Silenciosa, ela passou os olhos por mim mais algumas vezes e soltou um longo suspiro.

– Eu não entendendo isso de você vir aqui para ajudar sua irmã, não faz sentido...

– É melhor que não entenda, Jannete. – murmurei. – Seria perigoso se você entendesse.

Ela ficou em silêncio alguns segundos antes de parecer se render.

– Ainda não faz sentido, mas... boa sorte, Schyler. – um meio sorriso fraco brotou de seus lábios. – Tenha cuidado.

– Obrigada. – e com força, a abracei como se aquele fosse nosso último abraço. Ela fora uma de minhas poucas amigas, alguém que sempre me ajudara a suportar Bob e seu café imundo.

Quando me soltei dela, não hesitei em sair do carro e fechar a porta sem olhar para trás nenhuma vez sequer. Eu precisava seguir em frente, encontrar Carrie e salvá-la da horda dos anjos negros, mesmo que isso significasse que eu teria que morrer antes.

Tive que esperar várias horas até que finalmente o píer estivesse vazio e todos os homens que trabalhavam por ali fossem embora. O tempo estava um pouco confuso, em algum momento uma chuva fina tomava conta e depois, as ondas pareciam querer invadir o território da cidade. Estava muito parecido com da primeira vez que vim aqui, as ondas altas e a chuva contribuíam para isso.

Em silêncio, segui em direção até o final do píer, o qual balançava constantemente por conta das ondas e do vento. Cambaleante, cheguei ao final conseguindo me sentar à beirada assim como fiz da última vez. A sensação ali era boa, havia quase que uma calmaria dentro de mim, mesmo que em torno de meu corpo as ondas pareciam querer me atingir.

Então, fechei os olhos e me concentrei.

Onde eles poderiam estar? Como é o lugar onde Aliha levara Carrie? Minha irmã estava bem? Como eu poderia chegar até ela? Perguntas como essas surgiam em minha mente assim quando comecei a sentir gotas de chuva tocando minha pele exposta, o vento se tornou constante e um pouco gelado. O mar parecia cada vez mais violento e teve um momento que achei que seria engolida pela água.

Porém, essas sensações se foram assim quando imagens começaram a rodar minha mente.

Primeiro, não tive a imagem clara do que precisava e sim a de uma passagem escura e longa, quase como uma caverna ou algo parecido. Mas não poderia ser uma caverna, pois pude distinguir paredes lisas e provavelmente feitas pelo homem, assim como borrões claros que indicavam luzes. Poderia ser um túnel. Logo depois, outra imagem surgiu em minha mente, algo como um par de asas de anjo e um sorriso muito comum.

Ainda achando que mais imagens surgiriam em minha mente, a luz simplesmente desapareceu e abri meus olhos fitando a imensidão do mar a minha frente.

– Vai precisar da minha ajuda. – ouvi uma voz muito comum bem ao meu lado, uma voz masculina e sedosa, algo amigável.

– Como soube?

Tristan sorriu de lado enquanto eu o observava sentado ao meu lado com os olhos também fitando o mar,

– Nós anjos temos uma espécie de extinto sobre quando precisam de nós. Como acha que Gabriel chega tão rápido antes mesmo de você chamar?

Suspirei. Ainda me sentia confusa observando o mar à minha frente sentindo a brisa agitando os fios de meu cabelo e me obrigando à coloca-los atrás da orelha.

– Por que só consigo obter respostas aqui? – perguntei finalmente virando-me na direção dele.

Tristan estava em uma posição relaxada, sentado com os joelhos à frente de seu peito e os braços usados como apoio atrás do corpo. Usava uma jaqueta de couro marrom e jeans escuros e seus cabelos escuros estavam bagunçados, caindo sobre seus olhos violeta.

– A imensidão do mar é uma das poucas coisas que aproxima os humanos do céu. Como pode ver, o mar ao mesmo tempo que é calmo, também pode ser violento e definir o futuro de alguém o algo. Aqui é o lugar mais próximo do céu que você poderá chegar, por isso quando precisa de respostas, o céu as dá a você.

Meus olhos se abaixaram. Ainda haviam milhares de perguntas, porém, algo me dizia que apenas uma deveria ter uma resposta.

– Tristan... você acha que... – tomei fôlego tentando manter a calma. – Gabriel fez tudo o que fez, por causa de mim? Quero dizer...

– Eu entendo o que você está tentando me perguntar. – Tristan sorriu de lado. – Schyler, Gabriel era um arcanjo, exercia um posto muito importante no céu. Quando pediu para ser seu anjo da guarda, bom... digamos que Ele não ficou muito feliz. Mas mesmo assim, Gabriel continuou com essa ideia absurda e se tornou o primeiro arcanjo a ser um anjo da guarda.

Franzi o cenho.

– Mas então Ele não concordava com isso e deixou Gabriel ser o anjo da guarda?

– Sim. – Tristan deu de ombros. – Ele sabe de tudo, provavelmente já sabia sobre sua decendência. Isso fora apenas um detalhe de início, mas então Gabriel pirou complemente sobre a ideia de que os humanos possuíam benefícios demais e fez um acordo com os demônios, soltando-os e causando a segunda guerra mundial.

Por que ele pirou exatamente?

Tristan, pela primeira vez, voltou seu olhar sobre mim.

– Ele se apaixonou por você. – murmurou. – Mas não podia se aproximar da forma que queria, afinal, ele era apenas o anjo da guarda.

Então fora sempre isso.

Gabriel não havia pirado por nada e feito o acordo destrutivo com os demônios. Ele se apaixonara por mim e como anjo da guarda, não podia se aproximar como sempre quis, revoltando-se contra o céu. Fora por isso também que causara a revolta de Aliha contra ele, como uma irmã, ela o viu colocando-se em um perigo, porém ao invés de defende-lo, apenas o prejudicou e começou a persegui-lo.

Então... eu não era a causa de toda a guerra?

– Exatamente o que você deve estar pensando. – ele riu. – Por isso Gabriel não tenta se reconciliar com Aliha, pois ela não sabe exatamente o que aconteceu. Para ela, você é quem mudou a mente dela, mas você não tem culpa. Você é apenas um pivô no que fez Gabriel se revoltar.

Eu estava boquiaberta. Como deveria reagir a uma situação como aquela? Tudo mudaria com aquele depoimento, ate mesmo minha forma de pensar e como falei com Gabriel.

Droga, Gabriel!

Eu havia sido rude com ele, tratei-o como lixo apenas porque me senti culpada de tudo e com todo o peso sobre minhas costas! Como pude agir daquela forma?!

– Eu preciso falar com ele. – falei não conseguindo conter minha exaltação e o desespero. – Ele deve me odiar agora!

– Schy, eu duvido muito.

– Não! Você não viu a forma com que eu falei com ele!

Nesse ponto, eu já andava de um lado para o outro me descabelando e entrando em desespero. Claro, Tristan não pôde fazer muito além de rir, mas quando percebera que meu desespero era real, veio até mim tentando me controlar.

– Ok, ok! – disse segurando-me pelos ombros. – Você precisa se acalmar! Schy, não quer salvar sua irmã? – como concordei, ele continuou. – Então, não podemos levar Gabriel até onde sua irmã está, pois ele seria o principal alvo de Aliha! Por isso, só irá conversar com ele quando voltarmos, tudo bem?

Assenti finalmente sentindo meu coração voltando aos batimentos normais.

– Mas como vamos descobrir em que túnel é a entrada? Existem milhares de túneis em Nova York.

Ele soltou meus ombros lentamente como se estivesse certificando-se de que eu estava mesmo calma. Pensou por alguns segundos até finalmente continuar.

– Siga o extinto. Lembre-se exatamente o que viu na visão, os detalhes, como chegar lá. Fique em silêncio e poderá até mesmo ouvir os pedidos de ajuda de sua irmã.

Um pouco confusa, fechei meus olhos lentamente tentando reviver exatamente o que vi em minha visão, principalmente os detalhes do túnel e tentar reconhece-lo e como Tristan disse, tentar ouvir a voz de Carrie.

E assim, pude sentir a voz aguda e um pouco desesperada que ouvi minha vida inteira.

Socorro! Schyler, socorro!

Ouvir a voz de Carrie fora o mesmo que ser socada na região do estômago, tanto que fui jogada para trás com a força do impacto. Antes que eu pudesse atingir o chão, senti Tristan me pegando no ar antes que caísse.

– Brooklyn. – sussurrei. – É o túnel do Brooklyn.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: eu vou viajar na semana que vem, provavelmente até sexta feira, então vai ser difícil pra eu postar aqui. Mas, eu talvez vou passar os capítulos para uma amiga e ela posta pra vocês, ok? Então, vejo vocês só no final da semana que vem! Beijocas margaridas, amo vocês



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Schyler" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.