Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 7
Beijo


Notas iniciais do capítulo

Vish, todo mundo pirou com o título do capítulo, tão até pulando as notas da pobre autora, eu sei, eu sei. T^T
Vão, leiam, eu perdoou vocês.
Boa Leitura. :}



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Acordou sonolento. Os raios de sol estavam fracos, o dia estava nublado. Estava com frio, muito frio. Respirou e viu formar frente a seus olhos uma fumaça branca. Olhou pela janela. Nevava. Sentou na cama e observou o ambiente. No chão estava jogada uma caixa com fotos e vídeos, que sua mãe o entregara na noite anterior. Ele havia olhado quase tudo, mas ainda não se lembrava de nada, só de Jiraya. Estava descabelado e seu corpo tremia, necessitava de um banho quente. Levantou da cama e foi para o banheiro de seu quarto. Despiu-se e entrou de cabeça na água quente. Em minutos, o espelho do banheiro estava todo embaçado.



O loiro se sentia um intruso na casa. Sentia um sentimento caloroso quando ficava perto de seus pais, contudo não se lembrava deles. Como queria se lembrar! Tinha certeza que sua vida havia sido extremamente feliz, cheia de boas memórias e ele realmente as queria de volta.



–Merda de amnésia! – praguejou aos ventos.



Então seu pensamento voou até certa morena de olhos perolados. Sentia falta dos momentos silenciosos com Hinata. Adorava deitar no colo da azulada e observar seu semblante sereno, assim como adorava repousar a cabeça na barriga da mesma e sentir sua respiração tão compassada que parecia uma sinfonia. Sorriu. Queria abraçá-la de novo e de novo. Não conseguira se despedir adequadamente e se amaldiçoava por isso. Mas estava decidido a não deixá-la desaparecer de sua vida, por isso iria convidar ela e Sasuke para sua festa de aniversário.



Quando Minato foi conversar com Naruto a respeito do evento, o jovem de começo ficou um pouco receoso quanto dar continuidade ao evento e estava quase pedindo para seu pai que cancelasse, todavia se sentiu um pouco culpado de fazer tal pedido e acabou vendo na festa uma oportunidade de introduzir Hinata e Sasuke em sua vida de uma vez por todas.



Terminou o banho, enrolou uma toalha em sua cintura e voltou para seu quarto. Abriu o guarda-roupa. Todos seus pelos estavam arrepiados devido ao ar gélido do local, o oposto do ar dentro do banheiro. Pegou uma calça de moletom qualquer e um agasalho cacharrel. Secou os cabelos com a toalha e saiu para a mansão. Os pés descalços marcando o chão de madeira.



Não sabia para qual cômodo ir, porém quando sentiu o cheiro maravilhoso que vinha da cozinha, decidiu dar uma passada pelo local. Um senhor cozinhava, estava fazendo o almoço. Naruto queria entrar e tirar uma colherada da panela e provar da refeição, mas não teve coragem para tal atrevimento.



Continuou andando pelo lugar, que era gigantesco. Então, depois de passar pela sala de estar deu com uma porta balcão. Depois da porta um caminho de madeira cortava pelo meio de um jardim extraordinário. A grama verde já estava ficando branca e as águas do pequeno lago já se encontravam estáticas, prestes a congelar. Um pouco mais para frente no caminho, Kushina estava sentada em um banco, os cabelos sendo bagunçados pelo vento gelado, as bochechas e o nariz rosados devido ao frio. Ela estava enrolada em um cobertor e cantarolava uma canção.



Naruto começou a se aproximar em passos lentos, receosos. O piso esfriava a sola de seus pés e o fazia sentir um pouco de frio. Chegou perto o suficiente para ouvir melhor a melodia. Era um canto choroso, pausado e ritmado e logo que seus ouvidos captaram a música, uma imagem invadiu sua mente.



Era noite e uma tempestade caia dos céus. Raios rasgavam a noite escura e trovões faziam as paredes tremerem. O loiro se revirava na cama, estava tendo um pesadelo, tinha apenas seis anos. Então acordou suado e com um grito de desespero. As trovoadas o assustaram ainda mais, fazendo com que se encolhesse embaixo dos cobertores. Minutos depois alguém descobre seu esconderijo.



–O que aconteceu, querido? – Kushina se sentava na cama, sua voz era suava e sonolenta.



–Um monstro que rugia queria me comer. – o pequeno soluçava. A mãe acariciou os cabelos loiros e fez a criança deitar novamente na cama.



–Não tenha medo, filho. Mamãe vai caçar esse monstro e não vai deixar que ele te pegue.



–Jura? – Naruto fungava. Seu rosto estava todo molhado de lágrimas.



–Sim. – a ruiva sorriu docemente. – Agora volte a dormir... Mamãe vai cantar para você.



Então Kushina envolveu seu filho em um abraço apertado e começou a cantar com uma voz angelical.



“Existe um lugar, onde tudo pode acontecer... Para ir para lá, basta os olhos fechar e adormecer... E se com medo ficar, acorde e abrace a mamãe. Não tema, papai vai te proteger. Sozinho nunca estará e com os anjos deve sonhar... Por isso durma feliz, durma feliz, durma feliz... Mas não se esqueça de que quando levantar um beijo caloroso em seus pais deve dar...”



E ele soube que nada de mal o aconteceria. Sentiu-se seguro e adormeceu com um sorriso em face.



Lágrimas começaram a descer pela face do jovem Uzumaki logo após a memória tê-lo invadido. Sua mãe era a melhor de todas as mães, sentia isso. Ainda não havia se lembrado de tudo, mas algumas cenas borradas passaram por sua mente e ele pode sentir todo o carinho, amor e apoio que aquela mulher sempre o havia proporcionado.



Correu a ela, abraçou-a pela cintura agachando-se e repousando sua cabeça no colo quente e reconfortante. Chorava.



–Mãe!



Kushina estava surpresa, não sabia nem o que fazer ou dizer. Começou a chorar como o filho. Ele havia se lembrado dela, estava tão feliz. Tinha seu pequeno de volta.



–Naruto! Naruto! Você lembrou? – perguntava entre soluços.



–Não de tudo... Lembrei-me de você cantando para mim. – o loiro sorriu e sua mãe sorriu logo em seguida, o abraçando com mais força.



Os dois estavam tendo um momento, riam, choravam, se abraçavam, mas Shizune acabou interrompendo-os.



–Desculpe-me, não queria interromper, mas o almoço está servido.



–Então vamos comer! Meu apetite abriu! Chame o Minato! Meu filho lembrou-se de mim! – a ruiva gargalhava – Coisa fofa de mamãe! Vou dar comida em sua boquinha, para comemorar!



Saiu arrastando Naruto, apertava-o e puxava suas bochechas.



Shizune apenas ria. Na mesa, Kushina anunciou o acontecido. Jiraya fez um escândalo assim como a ruiva, Tsunade tentava controlar o marido e Minato apenas sorria pela felicidade da mulher, mas por dentro estava extremamente preocupado, pois o médico havia conversado com ele em particular e revelado que aquela amnésia havia sido causada devido a um forte golpe na parte de trás da cabeça de seu filho. O médico acreditava que não havia sido um simples acidente e o chefe da família possuía o receio da pessoa tentar machucar seu filho mais uma vez. Não poderia permitir que algo assim ocorresse, de jeito nenhum!



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–Itachi?



O moreno desviou os olhos de um contrato que seu pai teria que assinar. Era advogado e trabalhava na Uchiha’s Co., a empresa de sua família, que explorava e revendia diversos tipos de matérias-primas. Sua mãe estava na porta de seu quarto, ainda de camisola, devia ter acabado de acordar.



–Bom dia, Mãe.



–Bom dia, querido.



A mulher de cabelos negros médios e uma feição tão gentil quanto à do filho se aproximou de sua cria e deu-lhe um beijo na testa, logo depois sentou na beira da cama do moreno.



–Mãe, para você ter vindo sorrateira até meu quarto antes do pai ter acordado é por que quer saber do Sasuke, estou certo?



Mikoto o olhou com culpa. Queria seu garotinho de volta naquela casa, estava morrendo de saudade do seu pequeno teimoso.



–Você me conhece... Então, como ele está? – Itachi sorriu docemente. Sentia pena de sua mãe, sabia o quanto ela queria ver toda a família reunida e feliz novamente. Sabia o quanto ela odiava não ter toda a família junta para as refeições.



–Ele está bem... Terminando a faculdade, trabalhando em um bar... – deixou a frase morrer.



–Está namorando? – a morena perguntou esperançosa, o filho apenas riu.



–Não sei se aquele lá toma jeito. – Mikoto suspirou desapontada. Queria que Sasuke superasse logo o problema que tinha para amar e confiar nas pessoas.



–Por falar em namorada... Querido, eu não sei se... – o Uchiha a interrompeu.



–Eu sei o que você vai falar, mas eu estou feliz com ela, mãe.



–É só que eu não vejo os olhos daquela garota brilhar quando ela olha para você... Você merece alguém que o ame intensamente, meu filho.



–Isso não importa.



A mulher apenas suspirou cansada. Queria o melhor para Itachi e sabia que aquela namorada dele não era a melhor das combinações para o moreno. Levantou-se da cama, acariciou a cabeça do filho e beijou-lhe a fronte.



–Mamãe te ama... – Itachi apenas sorriu. – Por falar nisso, a nova empregada começa a trabalhar hoje, só para avisá-lo.



–Certo. Não vai me mandar ser gentil com ela?



–Como se eu precisasse! – então saiu pela porta enquanto Itachi ria.



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Estava em seu quarto novamente, já era de tarde. Olhava as fotos espalhadas pelo chão. Seu cérebro chegava a doer de tanto que se esforçava para se lembrar de algo. Queria acabar com tudo aquilo logo, por que sua cabeça não ajudava? Uma batida na porta interrompeu seu esforço mental.



–Com licença, Naruto-sama. – era Shizune. – Shion-san está aqui para vê-lo, ela não quer ir embora dessa vez... O que devo fazer?



O loiro colocou-se a pensar. Não queria encarar sua suposta namorada, porém sabia que seria mais sensato terminar tudo logo de uma vez e tirar de seu caminho todas as barreiras que o impediam de ficar com Hinata. Decidiu-se. Falaria com a garota e terminaria o relacionamento. Não deixaria nada atrapalhar suas decisões.



–Fale para ela me esperar no jardim, Shizune-san.



–Certo.



O loiro desceu as escadas após alguns minutos. Sua mãe estava no saguão, tinha os braços cruzados e um bico enorme em face. Parecia irritada.



–O que aconteceu, mãe? – perguntou Naruto se aproximando da ruiva.



–Aquela menina atrevida, tebane! – Kushina estava quase exalando fogo.



–S-shion?



–Ah, meu filho, eu sei que você não se lembra dela e por isso me sinto livre para dizer isso – encarou o filho com intensidade e fúria, ele se encolheu levemente, sua mãe conseguia ser muito assustadora por vezes. – Aquela falsa dissimulada não é para você, tebane! Ela só quer alguém burro o suficiente para lhe pagar os sapatos! – grunhiu de raiva.



–Calma, mãe... Eu vou terminar com ela. – o loiro falou com um pouco de receio. Sua mãe deu um pulo e abriu um sorriso de orelha a orelha.



–Verdade? Meu Deus, isso merece uma comemoração! O senhor ouviu minhas preces, tebane! - a mulher batia palmas em excitação quando sua euforia morreu de súbito e ela olhou para sua cria com malícia. – Mas diga-me, por que quer terminar com aquele estorvo? – o sorriso de Kushina estava quase idêntico ao sorriso pervertido de Jiraya.



–Bem, eu... Eu... Comecei a gostar de outra pessoa... – O jovem Uzumaki coçava a nuca, ainda era estranho falar daquele tipo de coisa com sua mãe.



–Sério? É a mulher que te ajudou? Quando vou conhecê-la? Ela vai a sua festa?



–Acalme-se, mãe... Eu ainda vou convidá-la... – Naruto tentava fugir do interrogatório da ruiva. – Preciso ir, a tal de Shion ta me esperando...



–Como ela se chama? – pressionou.



–Hinata...



Então correu para o jardim, sabia que Kushina não deixaria aquele assunto para lá, tinha certeza que recomeçaria o interrogatório durante o jantar. Chegou à porta balcão e viu uma jovem um pouco baixinha, de corpo delineado e com longos cabelos loiros. Ela era bonita. Estava de casaco rosa e gorro da mesma cor. Parecia ser fofa. Não observou por mais tempo, logo se aproximou dela.



–Oi.



Shion voltou-se para o loiro com extrema felicidade e lhe deu um abraço apertado. Já chorava.



–Naruto! Senti tanto a sua falta, meu amor! – então ela tentou segurar-lhe as bochechas para tascar-lhe um beijo, contudo o jovem Uzumaki não permitiu tal façanha, desvinculou-se dela com agilidade e rapidez, segurando-lhe os pulsos.



–Opa, vai com calma, nem sei quem você é...



–Ah, é verdade... – a loira mordeu o lábio inferior e olhou para o canto, estava desapontada. – Desculpe-me, é que senti tantas saudades...



–Ham... Bom, não tem um jeito fácil de falar isso, por isso vou ser direto. Eu não posso continuar com você.



A garota arregalou os olhos e deixou o queixo cair, não esperava por aquilo nem em mil anos. Sabia que seu namorado não se lembrava dela, mas tinha certeza que quando visse tamanha beleza continuaria com o relacionamento. Não podia acreditar em tal abuso. Quem ele pensava que era? Ninguém terminava com ela, só ela podia determinar o fim.



–Perdão? – indagou indignada.



–É isso mesmo... Junto com minhas memórias perdi qualquer sentimento que tinha por você. – Naruto não deixou lágrimas ou olhos pidões tirarem sua firmeza. Estava decidido.



–Certo... Quem é? – o olhar de sua mais recente ex se transformou em segundos e se encheram de ódio e fúria.



–Como?



–Quem. É. A. Vadia? – seus lábios se movimentavam e transmitiam a mesma sensação que uma presa deve sentir diante de seu predador.



–Isso já não é de seu interesse. – Naruto se irritou. O que aquela garota tinha na cabeça?



–Desculpa, eu me irritei... Eu não posso viver sem você, Naruto, ninguém é capaz de te amar mais do que eu! – Shion voltara ao modo fofura e delicadeza em um piscar de olhos. Por acaso a garota é bipolar? Pensou o loiro.



–Então você deveria encontrar uma pessoa que corresponda a esse sentimento. Agora se me dá licença...



Naruto revirou os olhos lentamente e se preparava para deixar o jardim quando Shion o puxou pela nunca e o beijou com vigor. A mulher tinha força, isso tinha. Beijava o loiro com vontade e determinação. Estava quase o sufocando com sua língua persistente. O jovem Uzumaki a agarrava pela cintura, mas não para se aproximar mais dela e sim para tentar afastá-la. Não queria machucá-la, mas a loira tinha fúria pulsando em suas veias.



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Bateu na porta, ninguém respondeu. Bateu de novo, ainda sem resposta.



–Com licença? Posso entrar? – continuou sem resposta.



Decidiu entrar. Abriu a porta e entrou no quarto, receosa. Quando confirmou que estava vazio, aproximou-se da cama e colocou as roupas lavadas e passadas. Abriu a porta do guarda-roupa e começou a organizar tudo em seus devidos lugares com perfeição.



–Ah! Boa tarde...



Deu um pulo ao ouvir a voz máscula e rouca. Virou-se assustada e deu de cara com um peitoral largo e definido bem em sua frente. Paralisou no mesmo instante. Elevou os olhos, um pouco tensa, e encarou o moreno possuidor de olhar gentil, sorriso encantador e belos cabelos negros molhados. Claro! Como podia não ter pensado no banheiro? Praguejou mentalmente.



–Desculpe-me, eu não queria ser intrometida... Eu bati várias vezes, achei que não tinha ninguém... Desculpe-me, já vou sair, com sua licença! – quase vomitara as palavras de tão rápido que falou.



–Não, espere. Pode continuar o que estava fazendo, está tudo bem... – riu descontraído. Ele era realmente filho do senhor Fugaku? A empregada se perguntava.



–Ah! Certo... Você é bem diferente de seu pai... Com todo o respeito.



–Deixe-me adivinhar, você colocou açúcar no café e ele quase te matou?



–Pois é... – Itachi voltou a rir, seu pai não tomava jeito.



–Eu sou...



–Itachi-san. – estava nervosa, sua mão suava frio. Por que ele não podia colocar uma camisa logo? Aquele peitoral estava quase a privando de todo o ar existente no planeta.



–Então creio que estou em desvantagem, pois não sei seu nome... – O moreno pegou uma das camisetas recém-passadas e vestiu-a. Graças a Deus.



–Ayame. Ayame Kurimizawa. – fez uma reverência. – Suas roupas já estão guardadas. Irei voltar aos meus afazeres, com licença, senhor.



–Senhor? – surpreendeu-se. – Não sou tão velho assim. Itachi é suficiente. – sorriu gentil. Ayame quase sentiu seu corpo desfalecer. Que homem mais sedutor, por Cristo!



–Certo, Itachi-san. Com licença.



A morena saiu rapidamente do local. Estava quase tendo um ataque cardíaco de tão rápido que seu coração batia. Nunca havia ficado tão abalada na presença de um homem antes. Chacoalhou a cabeça, precisava esquecer tudo aquilo e trabalhar. Não podia deixar um salário tão maravilhoso escapar-lhe por entre os dedos. Por mais delicioso que o filho de seu patrão fosse.



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Estava quase chegando à casa de Naruto. Estava nervosa. Suava frio. Mas estava determinada, logo que uma brecha aparecesse iria confessar seus sentimentos, nem que tivesse que fazer isso aos gritos para conseguir falar. A porta da frente estava próxima, porém a morena parou na metade do caminho logo após ouvir a voz do jovem Uzumaki. O som vinha do jardim. Caminhou lentamente até a cerca de madeira, ao se aproximar já pode ver uma cabeleira loira. A porta do cercado estava entreaberta, iria entrar por ali, porém logo que colocou a cabeça viu que o loiro estava junto de uma jovem extremamente bonita.



O coração da azulada apertou. E então eles se beijaram. O mundo da pequena despencou como se toda a gravidade houvesse desaparecido. Quase foi ao chão, pois a força em suas pernas se esvaíram. Seus pulmões rejeitaram oxigênio, sua visão ficou turva, seus olhos já estavam cheios de água salgada. Sua cabeça girou, precisou se segurar para não desmaiar. Correu e se escondeu atrás de uma arvore. Sua respiração estava descompassada. Suas juntas doíam. Seu coração ardia.



Como havia sido idiota! Pensava. Como por um segundo pudera acreditar que tinha chances? Como pudera tentar fazer parte de um mundo o qual não era bem-vinda? Havia sido tão burra. As lágrimas escorriam grossas por suas bochechas gélidas. Deixou suas costas escorregarem pelo troco e enterrou a cabeça entre os joelhos. Como pudera um simples beijo despedaçar seu frágil coração com tamanha violência? Precisava de Jason. Precisava de Sasuke.



Ficou a chorar por alguns minutos e quando finalmente levantou a cabeça, viu a bela mulher loira entrar em seu carro e sair com velocidade. Seus pensamentos entraram em guerra. Deveria ou não bater na porta? Não tinha mais coragem para olhar nos olhos de Naruto. Toda a força que havia acumulado em seu peito fora tragada para dentro de um imenso buraco negro. Contudo não podia ir embora. O loiro estranharia se não cumprisse com sua palavra de ir vê-lo e provavelmente ligaria para ela para tirar satisfações. Seria melhor se ele pensasse que tudo estava perfeitamente bem.



Limpou as lágrimas, arranhou a garganta, pôs-se de pé e cambaleou até a porta. Demorou a tocar a campanhia. Quase fugiu, mas por fim apertou o pequeno botão branco. Uma mulher atendeu rapidamente.



–Pois não?



–E-eu vim ver o Naruto-kun...



Kushina passava pelo saguão segurando um pote de sorvete e com uma colher na boca. Parou subitamente e olhou Hinata dos pés a cabeça. Seus olhos brilharam mais que uma estrela cadente.



–Ohh! Você é a Hinata-chan? – elevou o tom de voz em excitação.



Naruto que estava por perto, ao ouvir sua mãe, correu mais veloz que um relâmpago.



–Dá o fora, mãe!



Atravessou a porta e fechou-a atrás de si, agarrou Hinata pelo braço e correu para os fundos da mansão.



Ele não queria constrangê-la. Ela achou que ele não queria apresentá-la para sua família, portanto não queria que ela fizesse parte de sua vida.



–Ufa! É tão bom te ver Hinata-chan! – Abraçou a azulada com euforia, mas ela não correspondeu ao abraço.



–Naruto-kun, estou com um p-pouco de pressa... O que deseja falar c-comigo? – não conseguia encará-lo, tinha medo de começar a chorar e não conseguir parar mais.



–Ah, bem... – o loiro a estranhou – Eu queria te entregar os convites para a minha festa de aniversário! – retirou dois envelopes do bolso do moletom. – Quero muito que você e o Sasuke vão! – sorriu largamente e estendeu os convites à morena. Ela os pegou com gentileza.



–Certo, se era só isso... Já vou indo. – já estava pronta para dar as costas a Naruto.



–Espere! – segurou-a pelo cotovelo. – Eu queria falar outra coisa, um pouco mais séria...



–Realmente estou sem tempo agora, Naruto-kun... Nos vemos na sua festa. Até.



E antes que o loiro pudesse dizer ou fazer alguma coisa, Hinata já havia se desvencilhado de seu toque e ido embora a passos apressados. Naruto ficou parado no mesmo lugar, não havia entendido. Por que ela estava tão estranha? Questionava.



A Hyuuga estava tão abalada que nem ao menos percebeu a ausência de certa pulseira de prata no pulso de seu amor.















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Notas finais do capítulo

EU SEI, EU SOU MUITO MÁ!
EU TROLEI TODO MUNDO COM O TÍTULO DO CAPÍTULOOOO! HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Vai me xinga, isso, bota tudo para fora, faz bem.
Acontece que o beijo do título era o beijo do Naruto com a Shion que acabou destruindo a coragem que a hinata tinha construído. MUHAHA'
Nossa eu sou realmente uma troll, eu sei. u.u.
Em meio a pedradas eu me despeço, até o próximo capítulo. u.u
xoxo.
Deixem reviews! /sim, eu tenho a cara de pau de pedir depois do que eu fiz u.u