Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 40
Tempo


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOIE :}

MAAAANO, TÁ MUITO TUDO ESSE CAPÍTULO HSDUIAHDIUSHDIUASDHISUA.

Fiquei orgulhosa de uma narração em específico, acho que vocês vão gostar. Eu achei bem engraçada. Aposto que vocês vão gostar, cara gostei deeeeeee maaaaaaais /okparei.


Muito babaado.
xD

Vão ler, vão. IAHSDIUAHSDIUASH.

Enjoy :}



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O despertador do celular tocou, fazendo Sasuke bater a mão pelo criado mudo. Quando seus dedos alcançaram o aparelho, ele esfregou o rosto e pode enfim visualizar o horário no visor. Praguejou baixo e se preparou para levantar da cama, mas os braços da namorada o envolveram possessivamente.

-Não vai... – ela resmungou, fazendo um sorriso de canto brotar nos lábios do moreno.

Três anos haviam passado e muitas coisas mudaram, enquanto outras ficaram exatamente iguais. O casal viajava pelo menos duas vezes ao ano, mas o número sempre acabava sendo maior que esse. Sakura havia feito uma cirurgia para controlar ainda mais sua condição médica e passava muito bem. Ambos estavam cada vez mais bem sucedidos, afinal propostas tentadoras apareciam para o Uchiha todo mês e a Haruno já era uma médica de respeito, o que permitiu a eles se mudarem para um apartamento maior alguns meses atrás. Nenhum dos dois pensava em casar e montar uma família, continuando bem apenas com o relacionamento sem complicações e cheio de aventuras.

-Eu vou perder o horário do avião, Sakura... Preciso ir. – o homem respondeu, dando um beijo demorado na companheira, que gemeu infeliz quando ele deixou o calor da cama.

-Não demore muito para voltar e mande um beijo meu para todo mundo. – a rosada disse arrastadamente, acomodando-se novamente embaixo do edredom.

Sasuke tomou um banho rápido e pegou uma mochila que havia preparado na noite anterior. Voltou à cama e sentou ao lado da namorada, acariciando-lhe os cabelos róseos. Ela murmurou e abriu os olhos lentamente, finalmente revelando ao amado o verde intenso escondido pelas pálpebras. Ela sorriu e levou uma mão ao rosto dele, acariciando suavemente. A paixão entre os dois não havia reduzido nem um pouco.

-Não quer mesmo vir comigo? – perguntou, embicando os lábios em seguida. A jovem bateu o indicador na boca do moreno e riu de forma preguiçosa.

-Tenho que fazer plantão hoje... Mas mande um beijo para a Hinata-chan por mim.

-Vou ficar apenas três dias, se acontecer qualquer coisa, eu digo qualquer coisa mesmo, me ligue no mesmo instante, ouviu? - a voz saiu autoritária. O Uchiha parecia falar com uma criança de cinco anos, por isso a rosada roubou-lhe um selinho.

-Ok, papai. – zombou – Agora vai e se divirta por mim!

Sasuke abraçou a mulher e a beijou em todos os lugares possíveis, causando diversas risadas na mesma. Levantou-se, deu dois passos e voltou para mais alguns beijos. Tentou chegar à porta do quarto, mas novamente correu para a cama para roubar um beijo cálido da Haruno, quem quase o chutou para fora do cômodo, gritando para que fosse logo e parasse de enrolar. O homem passou pela cozinha, pegou uma maçã e tomou o rumo do aeroporto. A viagem era rápida e ele morria de saudades da melhor amiga, da qual ele não podia estar mais orgulhoso. Gabava-se da pequena para todos os companheiros de trabalho e até para desconhecidos. Ele estava feliz por si e ainda mais feliz por Hinata, afinal ela havia mudado para melhor. Havia se tornado uma mulher forte que sabe se levantar sozinha das quedas.

--------------***-------------

-Kushina, você tem certeza disso? Podemos dar mais um tempo...

Minato resmungava enquanto andava de um lado para o outro atrás da esposa, que ninava a filha de dois anos. A pequena Megumi havia puxado o temperamento do pai e, ao contrário do primogênito, era tranquila e dormia bastante. Os cabelos loiros eram mais claros do que os do irmão mais velho e os olhos eram idênticos aos de Kushina. A família estava vivendo em uma aconchegante casa de madeira, com apenas dois quartos, banheiro, cozinha, sala e um jardim gigantesco. Os passarinhos cantarolavam, o sol estava brilhante e o céu completamente limpo. Era uma tarde muito bonita.

-Você quer que nosso filho fique vivendo por causa de aparelhos por quanto tempo? Uma hora vamos ter que deixá-lo ir... – a ruiva disse, finalmente se sentando. O marido se agachou na frente dela e apertou seus joelhos, encarando-a com o olhar de um cão sem dono.

-Podemos esperar mais um ano, não custará nada! – tentou mais uma vez.

-Eu já decidi, Minato. Falei que aguentaria três anos. Pois bem, eu aguentei. – a mulher disse resoluta, sem se comover pelo olhar de misericórdia do outro. – Segunda os aparelhos de Naruto serão desligados.

O loiro sabia que não adiantava continuar insistindo, porque a amada já havia se decidido. Ele passou as mãos pelos cabelos e olhou para a menina no colo da mãe, dando o dedo indicador para ela apertar com sua minúscula mão. Os três anos passados haviam sido felizes. A Uzumaki teve um parto tranquilo, sem nenhuma complicação devido a sua idade já um pouco avançada. Megumi nascera saudável e forte, porém muito miúda. Era absurdamente paparicada. Hinata vivia presenteando a querida afilhada, enquanto Tsunade e Jiraya adoravam provocar risadas sonoras na pequena. O chefe de família estava feliz, porém não conseguia apagar a falta que o herdeiro fazia. As coisas eram diferentes e incompletas sem o filho escandaloso.

-Sei que você não quer desistir da esperança, meu amor, mas os médicos não viram nenhuma alteração no quadro dele. Ele já se foi... – Kushina murmurou, acariciando os cabelos do conjugue. Também não queria dizer adeus, mas odiava imaginar que poderia estar prendendo o filho, impedindo-o de ir para um lugar melhor. Achava horrível a hipótese de deixar uma pessoa sobrevivendo por máquinas durante décadas.

-Queria tanto que ele conhecesse a Megumi... – o companheiro sorriu, passando o polegar na bochecha infantil e rosada – Quer dizer, olhe para ela... Parece um pequeno anjo...

-Mas ela é, Minato... – a ruiva admirou a cria dormindo serenamente e pensou em como só havia conseguido se manter inteira por causa dela. O relacionamento do casal só havia voltado ao normal por causa da pequena benção e agora o laço e o amor compartilhado eram ainda mais fortes.

Ambos ficaram em silêncio por algum tempo, apenas admirando a filha.

----------------***-----------------

Finalmente chegava a sua casa. Havia sido uma manhã exaustiva, preenchida por uma reunião interminável ao lado de Yamato. A cada ano que passava o empresário lhe confiava mais e mais obrigações, admirado pela eficiência de Itachi. O homem até chegava a brincar em como acabaria deixando os negócios inteiramente para o Uchiha quando resolvesse se aposentar. O moreno suspirou e jogou as chaves em um móvel qualquer, inalando o provocante aroma de comida caseira, que fez seu estômago pular faminto. Caminhou até a cozinha e parou ao chegar à porta, escorando-se no batente. A esposa estava tão distraída que não notara sua chegada. Ela cantarolava e tinha um belo sorriso em face.

O moreno resolveu então se aproximar, abraçando Ayame pelas costas. A mulher levou um susto e se virou para dar um beijo no marido enquanto ria do próprio alheamento do mundo. As mãos masculinas repousaram na barriga protuberante de Kurumizawa, tentando sentir as duas vidas que cresciam ali.

-Como estão os três amores de minha vida? – beijou o pescoço alvo e se afastou para poder olhar a companheira por inteiro.

-Estamos muito bem. – ela riu e beijou Itachi mais uma vez. Em seguida, voltou a se preocupar com as inúmeras panelas – E creio que um dos gêmeos vai puxar a mãe, porque não quer parar de chutar...

-Isso já era de se imaginar. – um pedaço de carne foi roubado da panela e a mulher olhou feio para o conjugue. – Você devia estar descansando. Minha mãe vai te atacar quando chegar. – o moreno gargalhou e se jogou em uma cadeira, espreguiçando os braços e os cruzando atrás da cabeça.

-Por falar nisso, quando Mikoto chega? – a dona de casa experimentou o molho da carne e comprovou estar no ponto.

-Chega amanhã. Ela não podia estar mais eufórica em ter sido liberada da chatice do marido até o nascimento dos netos. Prepare-se.

Ayame riu e começou a colocar a mesa. Não se importava com a visita da sogra, porque amava a gentil senhora. Além disso, a barriga estava pesada e as dores nas pernas e costas começaram a dificultar os cuidados com a casa. A ajuda seria muito bem vinda, pois a pequena poderia descansar mais no mês final da gravidez. O marido também se tranquilizava com a presença da mãe, afinal odiaria deixar a esposa sozinha sabendo que a bolsa dela poderia romper em qualquer minuto.

-Como se sua mãe fosse difícil de lidar. – ironizou ao se sentar ao lado do moreno. – E como foi sua reunião? Parece cansado.

-O louco do seu padrinho que joga todas as pergunta difíceis para cima de mim! - O Uchiha suspirou e revirou os olhos, querendo pela primeira vez dar uns cascudos em Yamato. Kurumizawa ria, pois podia imaginar perfeitamente a situação. – Alguém fazia uma pergunta cuja resposta era muito complexa e ele dizia: “Tenho certeza que meu competente sócio sabe explicar isso dez vezes melhor, não é mesmo, Itachi-san?” – imitou o empresário, provocando mais risadas na grávida. – Ele cochilou durante a reunião, acredita nisso?

-Está brincando? – ele negou – Esse daí é impossível. Pode deixar que eu farei meu padrinho pagar por suas atitudes no final de semana. – ela piscou com uma feição travessa.

A refeição se seguiu agradável e com uma conversa descontraída entre o casal. A tranquilidade fazia parte da residência. Depois de comer, Itachi tocou piano para os filhos ainda no ventre, algo que fazia sempre uma vez ao dia. O amor continuava intacto e ainda podia ser detectado em todos os olhares trocados. Ayame já não tinha mais quaisquer pesadelos com o passado e conseguira superar todas as memórias trágicas de sua vida. O Uchiha acordava todos os dias sorrindo e não se arrependia de absolutamente nada.

---------------***--------------

-Pode me explicar por que a atriz do momento está com a barriga grudada no fogão? Vai pagar uma empregada, pelo amor de Deus! – Hanabi estava sentada na pia da casa de Hinata e não parava de falar por um segundo, deixando a irmã tonta. A residência não era nenhuma mansão, porém não deixava a desejar. Tudo da melhor qualidade.

-Eu já falei que, como estou com dois meses livres até o próximo filme, deixei a empregada tirar umas férias. – a azulada explicou pelo que parecia a vigésima vez. Revirou os olhos e voltou a se concentrar no que fazia. A mais nova bufou.

-Pague outra empregada enquanto a oficial está de férias! Para que você é rica? Com meu salário de modelo, daqui a pouco não estou mais nem me preocupando em limpar a própria bunda! – a mais velha olhou enojada para a familiar, quem deu de ombros.

-Eu sou diferente de você. Sabe que não consigo ficar parada. – a morena mexeu a mão para outra, mandando-a silenciosamente se explicar para o membro. Hinata suspirou. – Por falar nisso onde está seu namorado-barra-quase noivo?

-Chico está ocupado com um desfile masculino babado em Tóquio.  E pare de chamá-lo de namorado quase noivo. Não me condene só porque ele me pediu em casamento e eu falei que aceitava em dois anos. – um guardanapo voou na cabeça da que cozinhava, fazendo-a rir.

Hanabi estava fazendo muito sucesso em sua carreira e seu relacionamento com Shino seguia firme e forte. Obviamente o homem era o mais apaixonado da relação, por isso a Hyuuga pedira mais dois anos antes de assumir um compromisso tão sério quanto o casamento. Além disso, ela não queria engravidar tão cedo, afinal ainda não tinha certeza se seria boa influência para uma criança. Ela queria fazer muitas loucuras antes de ter que ficar toda séria e responsável, por sorte o namorado conseguiu entender isso.

-Acho que já está na hora de você começar a chamar seu namorado pelo nome certo. – a atriz provou da comida e comprovou que já estava tudo pronto. Só faltava aguardar quem estava, como sempre, atrasado para almoçar.

-Acho que já está na hora de você parar de beijar vários homens de forma profissional. – a mais velha corou e a irmã caiu na gargalhada. – Acho que vou seguir a carreira artística também, é uma desculpa perfeita para ser infiel.

-Eu não sou infiel, Hana! – protestou – Pare de falar coisas que não sabe.

Hinata havia conseguido o papel de protagonista logo em sua primeira audição. Lutou muito contra a timidez e se esforçou horrores para não ser antiprofissional quando teve que dar o primeiro beijo técnico. Seu trabalho duro trouxe resultados e ela foi premiada como atriz revelação em um festival de cinema da região. Depois do prêmio e do primeiro filme, várias propostas e convocações para audições começaram a surgir. Kurenai acabou se tornando sua empresária e a levou ao estrelato, com direito a contratos recentes com Hollywood. As Hyuuga estavam se tornando conhecidas mundialmente e revezavam para cuidar da mãe, quem havia pedido o divórcio de Hiashi e passava metade do ano com uma filha e a outra metade com a outra. O velho ranzinza ficara sozinho e passara a dedicar todo seu tempo para treinar Neji, que assumiria todo o legado da família. A primogênita ainda lhe visitava por vezes, porém a caçula o havia apagado de sua vida.

Por seis meses, a azulada visitara Naruto todos os dias no hospital, todavia, no momento em que as gravações do filme se iniciaram, a frequência caiu exponencialmente. Após um ano, a dor em seu peito ficara dormente e ela perdeu as esperanças. Outro ano depois, ela já não visitava o loiro, deixando tudo se esvanecer no passado. Deixou de olhar para trás e desistiu de esperar. Megumi era quem ainda mantinha seu amor pelo Uzumaki pulsando minimamente em uma parte bem profunda de seu interior. Kushina entendia todas as suas decisões e as respeitava, mesmo que sempre dissesse como seu maior sonho era tê-la por nora. Ela havia sido adotada pela família do antigo namorado e, sempre que tinha novidades, festejava ao lado deles.

Um latido foi ouvido e Hanabi imediatamente revirou os olhos. Minutos após a porta bater, o mesmo homem que compartilhara o guarda chuva com Hinata três anos atrás entrou na cozinha. Sorriu calorosamente para a amada e roubou-lhe um beijo demorado. A irmã mais nova ficou fingindo vomitar até que eles terminassem a exibição de afeto, quando retornou a posição original e comportada, portando um sorriso falso.

-Desculpe pelo atraso, mas um cachorro foi atropelado bem na hora em que eu estava de saída... – Kiba era veterinário e realmente amava a profissão. – Sempre bom te ver, Hanabi. – ele sorriu para modelo, que lhe mostrou o dedo do meio.  A irmã passou a mão pelo rosto, não acreditando na infantilidade da mais nova.

-Não digo o mesmo, cachorro. Espero que não tenha trazido carrapatos aqui para dentro. – A morena nunca fora com a cara do Inuzuka e a cada ano que passava a relação ficava pior. Ela já havia tentado de tudo para que ele terminasse a relação com Hinata, inclusive suborno.

-Hana, meça a sua língua, fazendo-me o favor. – a dona da residência se pronunciou e puxou uma das orelhas da familiar. Antes de ter uma coversa séria com o companheiro a respeito de ter paciência e não dar incentivo, ele e Hanabi trocavam gritos e ofensas em todas as visitas da última. Agora o veterinário contava até dez e continha o desejo de voar no pescoço da cunhada.

-Eu sei muito bem o tamanho da minha língua, obrigada. É só que você é boa de mais para esse saco de pulgas! Trabalha com tantos atores lindos! Nem se virasse lésbica por uma atriz eu me importaria.

-Hanabi! – a mais velha repreendeu, pois viu Kiba trincar os dentes e cerrar os punhos. O homem estava prestes a explodir quando um furacão em forma de cachorro entrou correndo na cozinha, latindo e criando um inferno na vida do pobre Jason, que dormia tranquilamente em uma passadeira.

-Akamaru! Pare com isso, Akamaru! – o dono do labrador corria atrás do animal para tentar pará-lo, enquanto a dona do gato corria atrás do felino para tentar salvá-lo.

-Kiba, você deixou a porta do fundo aberta de novo? Ficou maluco! – Hinata berrava em desespero, horrorizada em imaginar a morte de seu tão querido bichano. A atriz levava Jason até mesmo para os sets de filmagens, de tanto que amava a bola de pelos cinzentos. A irmã, divertindo-se com a confusão, apenas havia erguido as pernas na pia e não fazia nada para ajudar.

-Eu juro que pensei que tinha trancado! – defendeu-se o veterinário.

-Puta merda, Kiba! Você e essa memória de minhoca! Meu gato vai virar comida, faz alguma coisa com esse seu monstro de cachorro! – os berros de Hinata se sobrepunham aos latidos e miados frenéticos. O único motivo de briga do casal era quanto à preferência para animais de estimação.

-Não fale assim do Akamaru! Ele é um bom cachorro!

Antes que a azulada pudesse responder, Jason, em uma atitude extrema, subiu na pia, passou em disparada pelo fogão, derrubando uma panela, usou Hanabi de apoio e saiu pela pequena janela aberta acima da pia. Os movimentos do gato foram tão rápidos que todo mundo só percebeu sua fuga quando Akamaru parara de correr e começara a pular e latir para a modelo encolhida na pia. Hinata levou apenas um segundo para correr até a porta da frente, pronta para perseguir o felino, porém ele não estava mais à vista.

Kiba já havia colocado o cachorro para fora quando a companheira retornou a cozinha com uma feição abalada. Ela olhou toda a bagunça feita no cômodo e conteve o aperto no coração ao imaginar ter perdido Jason para sempre. Segurou o choro, afinal havia se tornado uma mulher forte e resoluta, e olhou para o Inuzuka com tanta fúria que ele chegou a se encolher. A Hyuuga mais nova estava quase estourando uma pipoca para assistir a discussão de camarote.

-Se eu não encontrar meu gato, diga adeus àquele cachorro.

Com uma expressão vingativa de dar calafrios, Hinata se virou e saiu. Procuraria o bichano a tarde inteira se fosse necessário, pois ela devia de mais ao animal.

-----------***-----------

Jason estava cansando. Na verdade, exausto. Desde que sua dona mudara de namorado sua vida havia se tornado um inferno. O maldito cachorro rondava a casa com olhares malignos, tramando sua morte, divertindo-se em pensar qual era o sabor de sua carne magnífica. Sempre que o labrador tinha uma chance, tentava invadir seus perímetros e assassiná-lo em sua soneca da tarde. Como poderia viver assim? Seu esplêndido pelo até havia começado a cair devido ao estresse. Precisava se livrar daquele mensageiro da morte e só havia um jeito de fazer isso: fazer seu dono cheio de pulgas e de cheiro repugnante desaparecer.

Ele preferia mil vezes o loiro impertinente que apertava seu rabo. Pelo menos ele cheirava bem e gostava de gatos. Onde diabos o sem vergonha havia se metido? Não percebia que havia um gato passando por dificuldades? Iria encontrá-lo e arranhá-lo até que decidisse voltar para sua dona. Precisava de alguém grande para tirar o comparsa do diabo de seu quintal. Isso mesmo, seu quintal. A casa era dele e o quintal também. Havia um cachorro cavando e defecando em seu maravilhoso quintal! Ai meu Deus, como estava estressado. Já deveria ter reduzido seu tempo de vida em um ano pelo menos.

Resolveu parar de correr um pouco e retomar o fôlego, afinal não era assim mais tão jovem, porém continuava lindo de morrer. Suas patas bem cuidadas já doíam. Sentia falta de sua limusine naquele momento. AH! Como amava aquela limusine. Mas não possuía tempo a perder, por isso voltou a correr. Era bom sentir o vento fresco balançando seus bigodes. Quem sabe emagrecia uns quilinhos com aquela corrida e conseguia atrair a linda gata do vizinho para copular. Foco, Jason! Você precisa se apressar.

Não sabia muito bem para onde estava indo, mas conseguia sentir que estava no caminho certo. Após alguns quilômetros de corrida, ele chegou a um prédio que cheirava gente prestes a morrer ou já morta. Pobres coitados. Ficou parado uns minutinhos para retomar as forças. Com certeza tomaria um banho de ofurô quando chegasse a sua casa. Quando já se sentia com as energias renovadas, correu o mais rápido que pôde. Nem se preocupou em miar desculpas para as pessoas que fazia tropeçar. Problema deles se tinham pernas longas de mais.

-Ai meu Deus, aquilo que passou ali era uma ratazana? – ouviu uma humana se desesperar.  Ele, uma ratazana? Por Cristo, ele era mil vezes mais divino que uma estúpida ratazana.

Correu mais do que seu sedentarismo permitia. Até subiu escadas! Teria pegado o elevador, mas não poderia arriscar o sucesso de sua missão, afinal tinha que eliminar satanás. Quando finalmente chegou ao humano, não pôde acreditar no que ele fazia. Quer dizer que ele havia o deixado no calvário para tirar uma soneca? Iria morder o dedão de seu pé! Acumulou o máximo de impulso possível e pulou em cima da barriga de Naruto.

-Miau! – esperou, mas nada. Ele continuou dormindo.

Vamos, humano impertinente, acorde!

-Miau! – miou mais alto, porém ainda nada.

Levou a pata até o rosto do loiro, batendo-a diversas vezes no nariz, olhos e boca do humano. Por que ele não acordava? Humano preguiçoso. Então se virou e começou a esfregar o rabo peludo em seu nariz, quem sabe assim ele espirrava e acordava. Estava quase desistindo, após uma hora inteira de tentativa, quando quase foi jogado para fora da cama, pois o Uzumaki havia se levantado de súbito, erguendo o corpo violentamente.

-Jason? – quase gritou ao ver o gato sentado em suas pernas, encarando-o tediosamente.

Não, o Garfield. Humano lerdo.

-O que está fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui? – Naruto olhou para todos os lados, constatando estar em um hospital. Seu corpo doía e parecia estar incrivelmente frágil e flácido.

-Miau! – miou longamente para apressar o loiro. O que ele estava esperando? Tinha que eliminar Cérbero de seu maravilhoso quintal. Pulou da cama e foi até a porta, parando e voltando a olhar para o humano.

-Você quer que eu te siga? – O Uzumaki perguntou arqueando uma sobrancelha. Não estava entendendo mais nada. Onde estavam seus pais? Onde estava Hinata? O que ele estava fazendo naquele hospital? Shion teria feito algo contra sua amada? Que dia era? Eram tantas perguntas que sua cabeça chegava a doer.

-Miau! – miou irritadamente. Humano burro é claro que quero que me siga!

Naruto cambaleou para fora da cama, puxando todos os fios conectados a seu corpo, desfazendo-se do incômodo. Procurou por uma roupa, mas não achou. Praguejou baixo e foi atrás de Jason com a camisola hospitalar mesmo. Escorou-se pelas paredes, escondendo-se de qualquer profissional da saúde. Por sorte passou por uma porta aberta, descobrindo uma sala com roupas de médicos e enfermeiros. Pegou qualquer uma e se trocou, o que permitiu que ele saísse do hospital sem ser percebido. Até iria atrás de uma enfermeira para fazer perguntas se o gato não parecesse tão impaciente. Seu impulso o levara a seguir o bicho sem pensar duas vezes.

Não tinha fôlego. Seus pulmões queimavam e seus joelhos tremiam. Suas pernas doíam e estavam fracas, assim como todo seu corpo, mas ele aguentou tudo, inclusive a fome avassaladora, e seguiu Jason pelas ruas naquele final de tarde.

-----------***-----------

-Já procuramos em todos os lugares, Hina! – Kiba resmungou, jogando-se em uma cadeira.

Hinata andava de um lado para o outro. Não podia perder seu amado Jason de jeito nenhum! Maldito cachorro! Passou as mãos furiosamente pelos cabelos e fuzilou o companheiro pela milionésima vez. O veterinário já não conseguia aguentar a culpa sobre os ombros.

-Eu quero o meu gato! – a azulada urrou e se segurou para não estraçalhar um vaso contra a parede do outro lado do cômodo. Hanabi ainda não tinha voltado da procura, provavelmente havia se distraído, algo costumeiro da Hyuuga mais nova.

-Ele vai voltar, Hinata! Vamos descansar por hoje. – O Inuzuka resmungou e recebeu um olhar feio da mulher.

A campanhia soou alta pela casa e a dona da residência mandou Kiba ir atender com um gesto de mão, enquanto continuava se desesperando e andando de um lado para o outro. O homem se arrastou até a porta e sumiu de sua vista. Alguns minutos depois, ele gritou.

-Hina, acharam o Jason!

A atriz voou até a porta de entrada. Seus olhos brilharam quando ela viu o querido gato nos braços de seu salvador, porém, no momento em que ela levantou o rosto para agradecer o herói do dia, seu corpo travou e seus orbes se arregalaram. O coração da Hyuuga parou e a respiração dela acelerou. Ela entrou em estado de choque, paralisada a alguns metros do seu primeiro amor.

Naruto olhava dela para Kiba e vice versa. Não estava entendendo. Havia sido trocado? Os olhos azuis se encheram de lágrimas quando o Uzumaki deu atenção à mão direita da amada, pois um delicado anel envolvia seu anelar direito. Uma lágrima escorreu pelo rosto do loiro e a azulada entendeu de imediato o que ele dizia silenciosamente. Ela havia quebrado a promessa. Havia desistido dele.

O recém-acordado depositou Jason no chão, virou de costas e foi embora. O veterinário observou extremamente confuso a cena. Quando ia perguntar a Hinata o que estava acontecendo apenas a viu desabar no chão.

Ela estava noiva e isso havia despedaçado o coração de Naruto.


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Notas finais do capítulo

NARUTO ACORDOUUUUUUUUUUUUU! DOIS VIVAS PARA O JASON, O SALVADOR DA PÁTRIA!
HASUIHDIUASHDIUSAHDAS.

Eu vou explicar mais coisas no próximo capítulo, inclusive esclarecer alguns sentimentos de Naruto e da Hinata que não foram esclarecidos neste, então, sem desespero!

[PS, varia muito em que dedo usa o anel de noivado, ok]

Gostaram? Espero que sim.
Os dois ultimos capítulos estão TU-DO!

ahsiuadhsdiuashdi. Pelo menos eu espero.
Vou tentar trazer o 41 amanhã.

Prox Cap: "Choque"

Até, cambada! :}

Reviewem-me! ♥

XOXO