November Rain escrita por Smile


Capítulo 11
Nervos à flor da pele.




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O dia chegou, e com ele o sol que por pirraça, batia no meu rosto logo de manhã.

- Maldito sol. Não percebe que eu quero dormir mais? – Disse colocando o travesseiro na cara, o que de nada adiantou, pois ainda vinha muita claridade – Ah, já perdi o sono mesmo.

Levantei-me da cama e a arrumei logo em seguida, abri as janelas e vi o maldito sol que me acordara minutos atrás, olhei no relógio, era 09h. Fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal, logo depois liguei meu mp4 e coloquei meus fones e enquanto fazia o café, ouvia música, o que era relaxante.

Minutos depois a campainha toca. Retiro os fones e vou atender, para minha surpresa era Yokozawa.

- Oi Takano – Disse ele .

- Oi Yokozawa, o que veio fazer aqui?

- Que modos Takano, não vai me convidar para entrar? – Disse ele sorrindo de lado.

- Entre senhor Yokowaza, seja bem-vindo a minha humilde casa – Ele sorriu.

Yokozawa entrou e Takano entrou logo atrás.

- Ei Takano...

- O que?

- Acho que está queimando.

- O que... Ai cara que bosta!

Yokozawa riu e o seguiu até a cozinha. Takano havia tirado do fogo e estava limpando a frigideira quando Onodera gritou lá do quarto.

- Dá pra ficarem quietos, tem gente tentando dormir aqui sabia?!

- Quem está aqui Takano? – Yokozawa havia ficado quieto por alguns instantes, ele sabia quem era, mas apenas queria confirmar.

- É o Onodera, estou cuidando dele por um tempo, ele está doente.

- Ele não me parece doente.

Nada foi dito por alguns minutos quando Yokozawa se levantou e foi até Takano e o abraçou por trás. Takano por acidente derrubou o frigideira na pia o que fez provocou um barulho muito alto.

- Yokozawa, o que você fazendo?

- Estou te abraçando.

- Isso eu estou vendo idiota.

- Então porque perguntou? – Ele riu.

Enquanto isso Onodera havia aparecido no corredor para brigar com Takano pelo barulho, mas quando viu a cena pediu desculpas e saiu pela porta com a desculpa de que tinha que trabalhar.

*

O que tinha sido aquilo que eu tinha visto? Yokozawa abraçando o Takano? Mas ontem... Eu não entendo, não quero entender, quero que ele morra também, não preciso mais dele, nunca precisei, afinal porque estou tão irritado? Ciúmes? Claro que não, quem sentiria ciúmes de um idiota igual o Takano, hein? Ele deveria ter dito que estava com o Yokozawa, não precisava ter brincado comigo do jeito que ele fez... Sinto que algo dentro de mim está se partindo.

 *

- Yokozawa você fez isso de propósito não foi? – Eu estava irritado e empurrei-o para longe, já havia deixado claro que não queria nada com ele, mas ele ainda teimava em insistir.

- Isso? – Ele se aproximou e abraçou Takano novamente.

- Me solte, e sim é isso. Você sabia que Onodera veria isso, por isso fez, não foi?

- Quem sabe – Disse ele se sentando à mesa.

- Cala a boca, eu sei que você fez de propósito – Eu tentava manter a calma.

- Sim, eu fiz de propósito mesmo, e você sabe muito bem o porquê, Takano, eu te amo, eu fico do seu lado quando você mais precisa, ajudo você nas suas coisas e você diz pra mim que ama um garoto que não faz nem um mês que conheceu?

- Entenda que foi o suficiente, além do mais sinto que já o conhecia por muito mais tempo do que apenas alguns dias. Eu já deixei bem claro, foi apenas uma noite, eu estava solitário, não vai se repetir, não quero que fique me perseguindo, te aceitei como amigo porque você disse que queria ser meu amigo, só isso. Por favor, saia da minha casa.

Yokozawa se levantou em silêncio e saiu, pude perceber seu rosto mesmo ele estando de rosto abaixado, percebi uma lágrima, mesmo que mínima. Eu não queria magoá-lo, mas foi preciso, mas e agora, onde foi o Onodera? Deve estar confuso, eu deveria ir atrás dele, aliás, eu vou fazer isso. Sai pela porta, trancando-a com as chaves e fui em direção aos locais mais prováveis que pensei no momento, primeiro o parque.

*

Fui ao parque, o primeiro lugar que havia passado na minha cabeça, os bancos estavam vazios, apenas várias pessoas passavam por lá com amigos, namorados e afins, me sentei em um dos bancos onde estava sombra e fiquei olhando as pessoas passarem, até que por incrível que pareça, eu comecei a chorar, nem eu mesmo sabia por que, as lágrimas começaram a escorrer do nada. As pessoas me olhavam quando passavam, algumas paravam para perguntar o que tinha acontecido, mas eu sempre respondia “Nada, não precisa se preocupar” e dava um sorriso falso, que me ajudou muito desde quando eu era pequeno.

*

Fui quase que correndo para o parque e quando cheguei, procurei em todo canto ele, afinal do jeito que ele era magrinho, se enfiaria em qualquer canto. Logo o avistei sentado em um banco sozinho, me aproximei dele e percebi que estava chorando.

- Onodera...?

Ele levantou a cabeça e olhou para meu rosto.

- Sai daqui Takano, não quero conversar com você.

- Onodera...

- Cale-se! Saia daqui!

- Onodera...

- Já falei pra sair Takano, você parece que é surdo! – Quando ele disse isso, peguei seu braço e sai puxando ele até chegar em casa, o que não demorou muito pois era bem perto. Quando chegamos, o empurrei para o sofá.

- Takano pare com isso, não quero falar com você!

- Me escuta Onodera, não precisa falar nada.

Ele ficou em silêncio.

- Não existe nada entre o Yokozawa e eu, mais para o começo do ensino médio, nós dois dormimos uma vez, foi uma única vez, eu estava solitário e desamparado, pois tinha acabado de terminar um namoro e ele tinha se declarado para mim... Enfim aconteceu. Depois eu disse a ele que foi um momento de fraqueza que não tinha como eu o amar, e propus apenas uma amizade e ele aceitou, mas provavelmente ficou com ciúmes de você, por eu conseguir amá-lo mesmo conhecendo-o há pouco tempo e não o amar, um cara que eu conheço há vários anos...

Ele continuava quieto.

- Me desculpe... Não estou tendo nada com ele...

*

Como podia isso ser verdade? Será que eu podia acreditar realmente nele? Não sei, eu quero acreditar, mas não vou conseguir mesmo se tentar.

- Me desculpe... – Ele disse novamente, isso havia começado a irritar.

- Pare com isso, já está irritando – Disse, dando fim a minha irritação.

- Onodera, pare com isso. – Ele se aproximou de mim.

- Saia de cima de mim Takano, não quero que você chegue perto.

Ele continuou se aproximando até ficar bem pertinho e eu conseguir ouvir sua respiração bem perto.


- Takano...


A única coisa que posso dizer é que não saímos de casa naquele dia mais, nossos planos foram por água a baixo e eu fiquei tão constrangido com o que aconteceu que não olhei na cara do Takano por três dias. Ah, e o trabalho de filosofia, nós dois tiramos zero. Só acho que não tive culpa de nada, agora o zero dele foi uma nota muito merecida.
Com tudo o que aconteceu, Takano ainda chegava perto de mim sempre que podia em qualquer lugar e dizia que me amava, e com isso, me beijava também.
Eu acho que estou começando a me apaixonar de verdade mesmo por ele.


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