Argonautas I escrita por Argonautas


Capítulo 25
Ana Carolina Barambo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316541/chapter/25

" - Acorda logo, caramba. Você tem aula daqui a pouco. - minha irmã me sacudia, tentando me fazer levantar da cama. Em vão.
– Já estou acordada - digo, ainda sem abrir o olho.
– Ótimo, vamos sair em 15 minutos - ela diz e sai do meu quarto.
Abro meu olho, o que foi um erro, já que a luz branca quase me cegou. Fechei os olhos rapidamente. Depois de alguns segundos, fui abrindo os olhos lentamente. Quando finalmente consegui, levantei minha mão até a prateleira em busca dos meus óculos. Toquei uma coisa, achei que fosse meus óculos e a trouxe para baixo. Como eu estava errada. Logo senti um líquido quente na minha cabeça. Água. Havia derramado o copo de água em cima de mim. Quando finalmente achei meus óculos, eles estavam perto do ar condicionado. Quando os coloquei, minha visão voltou ao normal. Troquei de roupa e me despedi dos meus tios, sai e encontrei minha irmã me esperando na porta de casa.
– Aleluia, achei que havia morrido naquela cama. - ela disse e olhei-a matadora.
Fomos andando até a escola, que ficava a 13 minutos de caminhada. Bem, deixa eu me apresentar: Oi, meu nome é Ana Carolina Barambo, mas a maioria me chama de Barambo, Ana ou Carol mesmo.Tenho 11 anos. Moro com meus tios em New York desde os meus 9 anos. Morava no Brasil até a minha mãe morrer. Achei que finalmente podíamos morar com nosso pai. Eu estava enganada. No testamento dela dizia que era para eu morar com meus tios. E assim foi feito. Ninguém comenta sobre ele, então deixo quieto. Enfim, tenho cabelos castanhos escuros, quase pretos e olhos castanhos claros. Acho que isso já serve.
Quando chegamos à escola, fui logo para a sala. Não tinha amigos, mas um cara chamado Jonathan vive tentando virar um amigo meu. Dizia que eu era especial. E na maioria das vezes, eu dava um soco na cara dele. Minha primeira aula era História. Eu quase dormi na aula. Estávamos aprendendo sobre feudo. E ouvi que era pra fazer uma maquete, ou algo assim. Pedi para ir beber água e a professora deixou. Quando eu cheguei no bebedouro, vi um menino meio estranho. Ele era bonito, mas ainda era estranho. Quando ia voltar para a sala, escutei uma voz:
– Onde pensa que vai, Barambo? - me virei e lá estava o garoto.
– Isso não é dá sua conta. - respondi e me virei, pronta para voltar para a sala.
– Bem, para onde quer que você vá, não vai chegar lá. Você vai morrer primeiro. - ele disse e começou se transformar. Ele acabou virando um monstro. Tinha um olho e era bem alto. Eu sabia o nome dele. Só que não lembrava quem era. Mas ele pertencia a mitologia grega. Não pertencia? Agora eu estava confusa.
Ele era gigante e eu estava desarmado. A minha salvação foi que Jonathan chegou lá para me derrubar no chão. Ele começou a me puxar, agora ele tinha pernas de bode. O que era aquilo? Dia Nacional de "Vestidos de Mitologia Grega"?
– Olha, não tenho muito tempo. Mas vou explicar resumidamente: Você é uma semideusa, e não sabemos ainda quem é seu pai. Mas deve ser algum Olimpiano, pois seu cheiro é bem forte. Agora vou te levar para um lugar seguro. Só me siga. Ah, e se estiver confusa, eu sou um sátiro e aquele ali é um ciclope. - ele disse e eu assenti, entediada. Ele tinha uma voz estranha. O que quase me fez rir. O que faria, se não estivéssemos naquela situação. Ele começou a correr e eu o segui, e o ciclope me seguindo. Até que chegamos a um lugar.
– É aqui. - Jonathan disse parando em frente ao lugar.
Nesse momento, o ciclope me atacou por trás e senti meu sangue escorrer. E minha visão começou a escurecer.
Quando minha visão voltou, eu estava em um lugar, não mais na floresta e sim numa enfermaria, quem sabe. Jonathan e um centauro estavam na minha frente.
– Ainda bem que você acordou. Pensei que havia morrido. - Jonathan disse aliviado.
"Bem que eu queria" pensei, mas não disse nada.
– Bem eu sou Quíron. E, como Jonathan me disse que não gosta dos seus tios, vai morar aqui daqui em diante. Bem vinda ao Acampamento Meio Sangue, Ana. - o centauro disse sorrindo.
Sorri, isso só significava uma coisa para mim: "Não precisaria fazer o dever de História".

– Bem, se você já está se sentindo bem, pode ir para o Pavilhão jantar, Jonathan mostrará o caminho.

Agora, se você ainda se sente um pouco mal, pode descansar aqui na enfermaria, Ana. - disse Quíron, sorrindo
– Bem, eu estou me sentindo meio mal, entendo.... - eu ia falar, mas alguém me interrompeu.
– Ela está bem, Quíron. Só está com sono. Conheço seus truques. - disse Jonathan. Eu fechei a cara e mostrei a língua para ele, que sorriu.
– Não espalha isso, Pzechovish. - disse sussurrando para ele, que odiava quando o chamavam pelo sobrenome. Mas infelizmente, Quíron ouviu o sussurro.
– Sendo assim, Jonathan, leve-a até o Pavilhão. - disse Quíron sorrindo. Olhou para mim, depois para ele e sorriu maliciosamente. Depois saiu. Olhei para ele, ele olhou para mim, e nos afastamos, com cara de nojo.
– Vamos lá, Pzechovisk. Me leve até o Pavilhão! - disse sorrindo.
– Pare de me chamar pelo meu sobrenome e eu te levarei até lá. - ele disse, sorrindo vitorioso.
– Bem, eu tenho um cérebro, duas pernas, meus dois olhos, duas orelhas e uma boca. Me parece que eu consigo ir até lá sozinha, ou perguntar para alguém onde fica. Até. - disse já me levantando. Sai da casa e fui para o lado esquerdo. Jonathan ficou me olhando, até que ele disse:
– É para o outro lado, Barambo. - ele disse e eu dei meia-volta. Passei por ele e dei um sorrisinho irônico.
Ele riu e tomou a dianteira, me guiando. O pavilhão era uma construção alta e larga, a arquitetura era grega, mas afinal, o acampamento é grego, então a arquitetura vai ser o que? Romana?! Entramos e ele falou para me sentar em uma mesa grande e barulhenta. Pelo o que entendi, era a mesa do Chalé de Hermes. Sentei lá e fiquei olhando para Jonathan, que se encontrava na mesa principal. Olhei ameaçadoramente e ele sorriu. Depois, jogamos nossa comida no fogo e fomos para a fogueira. Jonathan sentou-se ao meu lado.
– Ansiosa para descobrir quem é seu pai? - ele perguntou, enquanto um grupo de loiros cantava.
– Não. - respondi simplesmente e ele me olhou incrédulo.
– Você é diferente das pessoas que eu busco. Sempre são muito ansiosas. - ele disse, olhando para o fogo. Depois olhou para mim e se assustou. Todos olharam para mim e houve um silêncio mortal.
– Ana Carolina Barambo. Filha de Hades. - Quíron disse e apontou para o lugar em cima da minha cabeça.
Onde devia estar nada, estava uma caveira, o símbolo de Hades, pelo que me lembro das aulas de História, que nunca mais iria ter de frequentar, felizmente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Argonautas I" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.