Argonautas I escrita por Argonautas


Capítulo 19
Ero




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Meu nome é Ero, descobri ser semideus com oito anos.
Eu estava na casa da minha mãe, ela era uma semideusa, mas eu só fui descobrir isso depois.

Havia quase uma hora que ela tinha saído e eu estava sozinho.

De repente ouvi o barulho de um carro se aproximando, achei que fosse minha mãe, fui até a janela e vi uma Captiva parada em frente à garagem de minha casa. Resolvi verificar quem era. Abri a porta e caminhei até o carro. Quando me aproximei, vi o vidro da frente se abaixando. Antes que eu pudesse falar algo o homem que estava dentro do carro, perguntou:
–Qual seu nome garoto?

–Meu nome é Ero, e o seu? -Falei tranquilamente

– Meu nome não importa – disse o homem com um tom de arrogância- Sua mãe está em casa?

– Ela saiu, mas não vai demorar. –respondi – você é amigo dela?

– Não mesmo – respondeu com um pequeno sorriso no rosto – Entra no carro, garoto!

– Não posso, minha mãe não permitiria que eu entrasse em carros de estranhos – Dei meia volta e fui voltando para casa meio assustado.

– Peguem-no – falou o homem.

Dois outros caras saíram do carro e vieram atrás de mim, eu corri, entrei em casa e fechei a porta, e eles ficaram batendo nela. Eu não sabia o que fazer, estava muito assustado, me escondi atrás do sofá. Os homens arrebentaram a porta e entraram.

– Não se esconda, garoto! Eu não estou paciente hoje! – disse o homem que havia falado comigo.

Silêncio total na sala, e então o gato de estimação da minha mãe, surgiu próximo à porta da sala e foi ao meu encontro.

– Atrás do sofá, traga ele para o carro. – ordenou o homem mais uma vez.

Os dois outros me arrancaram de trás do sofá, eu me de batia, mas em vão, pois eles eram fortes demais. Arrastaram-me até o carro e me jogaram no porta-malas da Captiva. Então ele acelerou e comecei a chorar, eu não estava entendendo nada. Até que o carro parou e eles me tiraram do porta-malas, estávamos em um sítio grande com um templo de sacrifício, eles me amarraram em um pilar ao lado de outro garoto.

– O que eles irão fazer com a gente? – perguntei ao garoto.

– Nos matar, eu acho – respondeu o garoto em meio a muitas lágrimas.

O homem se aproximou de nós, ele estava com uma faca na mão. Os outros dois observavam de longe.

– Meu nome é Zazzuan, sou filho de Prometeus – ele falava, lembrei-me de já ter escutado o nome do pai dele. – Suas mães fizeram coisas ruins a mim, e vocês pagarão por isso.

– Minha mãe não é uma pessoa ruim, ela não faria mal a ninguém. – falei, tentando olhar no rosto de Zazzuan.

– Ela ao menos falou para você quem ela é de verdade? O que você é de verdade? – falou Zazzuan se abaixando e me olhando nos olhos. Eu permaneci em silencio. – Ela é uma semideusa, uma maldita filha de Nemêsis e minha inimiga pessoal.

– Senhor, me liberte, por favor – falou o garoto ao meu lado.

Zazzuan fez um corte no rosto do garoto, e o garoto gritou; então o homem cortou as cordas e com a mão no rosto o garoto correu, mas não se distanciou nem três metros, o homem jogou a faca que atravessou nas costas do garoto ao ponto exato que acertaria o coração. O garoto caiu sem vida no chão. Zazzuan foi até lá, arrancou a faca das costas do garoto e limpou a lâmina na calça. E se virou olhando para mim.

– Como você quer morrer? – falou enquanto se aproximava.

– Afaste-se do meu filho, seu monstro. – escutei a voz da minha mãe. Ela vinha correndo e em uma das mãos segurava uma espada.

– matem-na – ordenou Zazzuan e os outros dois foram para cima de minha mãe.

Eles também seguravam espadas, mas minha mãe tinha uma habilidade incrível. Ela se livrou dos dois muito facilmente.

– Seus estúpidos, imbecis! – xingou­ Zazzuan – Eu mesmo cuido de você. A faca que ele segurava se expandiu e se transformou em uma espada, ele investiu contra minha mãe.

Eles iniciaram um duelo mortal, ambos eram muito bons no uso de espada. Eles se acertavam algumas vezes, mas as feridas parecias não importavam. Eu tinha que ajudar de alguma forma, então, comecei a tentar me soltar, as cordas iam afrouxando. Zazzuan enfiou a espada na coxa de minha mão, ela acertou um soco nele e ele se distanciou, a espada ficou cravada na perna dela. Ela caiu.

Lágrimasescorriam pelo meu rosto, eu me soltei, levantei e fui até minha mãe. Zazzuan gargalhou. As lágrimas começaram a escorrer com mais frequência, e caíam no chão. Fogo negro surgiu onde as lágrimas caíam, uma foice negra surgiu das chamas, meus olhos mudaram.

Eu segurei a foice e investi contra Zazzuan, ele estava desarmado e fraco, apenas com um golpe decepei sua cabeça. Depois fui até minha mãe. Ela retirou do bolso um livro pequeno e um mapa.

– Acampamento Meio Sangue – disse ela apontando um ponto do mapa – lá é um lugar seguro para você é lá você saberá tudo sobre seu pai.

– Quem é meu pai? – perguntei enquanto as lágrimas não paravam de escorrer.

– Thânatos – minha mãe me puxou e me beijou na testa – Te amo, filho.

Depois disso ela se foi, fiquei ali por alguns minutos, debruçado em cima de seu corpo.

Depois levantei, enxuguei as lágrimas, peguei o mapa, o livro e a foice, e decidi ir em busca do Acampamento.




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