Break Even escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 10
Se você me deixar invadir seu espaço


Notas iniciais do capítulo

I'M BACK BITCHES!
Okay eu não posto desde maio do ano passado. Okay vocês querem me matar. Eu entendo, juro. Acontece que aconteceu (woh?) muitas coisas durante esse tempo, perdas, vestibular, formatura, primeiro emprego e essas coisas... Tive que dar um tempo nas fanfics. Mas agora voltei com o gás todo e juro para vocês que pensei em desistir dessa fanfic mas então li os reviews (que aliás não respondi mas fiquem cientes de que li todos e os guardei no meu core



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Quando entrei no quarto fechei a porta cuidadosamente atrás de mim. Freddie estava na cama dele, sentado na ponta, me observando com certo receio.

– Então... Você vai dividir o quarto comigo, de verdade? – ele perguntou e sua voz estava baixa, hesitante.

Suspirei audivelmente e me sentei na ponta de minha cama, tirando meus coturnos. Eu não estava com a mínima vontade de brigar com ele naquele momento.

– Não fique desse jeito, é só cinco dias. – murmurei, me deitando de costas em minha cama. – Se você não for suposto a conseguir me aguentar por esse tempo acho que nossa amizade já era.

– Não quero que nossa amizade acabe.

Meu instinto automático era me levantar, mas eu não o fiz. Ao invés disso fiquei parada onde estava, olhando fixamente para o teto.

– Por que disse isso? – é o que perguntei, ao invés de algo mais sensato como "O que disse?", mas de certa forma não havia nada de sensato em mim.

Demorou algum tempo para ele responder, talvez alguns segundos, mas para mim o curto silêncio pareceu horas.

– Porque prefiro ter a sua amizade do que nada de você – ele explicou e estranhamente sua voz parecia firme. – Sam, eu sei que na maioria das vezes eu pareço te odiar, mas as coisas não são assim. Ou pelo menos não tanto dessa forma, você entende?

– Não, eu não entendo – eu disse, dessa vez me sentando. Freddie estava de pé ao lado da minha cama, me observando. – Ou você me odeia ou você me ama, não tem que ser assim?

– Para nós nunca foi assim tão fácil, não é mesmo? – ele questionou e por um momento eu me perguntei se ele estava se referindo a nós dois como um todo ou apenas como nós éramos ultimamente. – Mas se você quer saber a minha opinião...

– Não quero saber nada sobre você, seu...

– ... Eu acho que pode ser assim. Ficar em um meio termo – ele aumentou o tom de voz para me interromper. Suas pernas se encaixaram nas minhas e eu engoli em seco quando percebi a que altura meus olhos estavam. – O problema é quando a coisa toda caí para um lado só.

Quando a coisa toda caí para um lado só.

A minha vida toda eu eu pensei que odiava o Freddie. Não um ódio legal do tipo ah-somos-amigos-que-se-implicam, era mais como um ódio realmente de verdade. E depois que nós demos nosso primeiro beijo, literalmente, as coisas pareceram mudar para nós dois.

Foi aí que a gente ficou no meio termo. Éramos muito amigos ao mesmo tempo que tínhamos nossas discussões, o tal ódio legal. E estava tudo bem do jeito que estava, até eu beijá-lo naquela noite na escola.

Por mais que eu tivesse um completo senso do que sentia por Freddie, eu desejava voltar no tempo e nunca beijá-lo. Ele estava certo, era um tremendo problema quando só um lado era levado em conta, e nós tínhamos escolhido o lado errado quando decidimos namorar.

Eu não sabia bem ao certo, mas o meio termo e o ódio eram os certos para nós. A terceira opção, a qual eu queria, ela nunca seria possível.

– Então vamos deixá-la no meio termo – decidi, agora olhando para ele. Seus olhos lampejaram com algo que eu queria imaginar como decepção, mas eu não poderia confirmar. – Porque ao que parece é o que sempre funcionou com a gente.

Lendo as entrelinhas eu estava claramente dizendo que eu queria só a amizade ele. Ou como eu gostava de pensar, eu estava claramente mentindo que só queria a amizade ele.

– Você está propondo que sejamos amigos do tipo amigos de verdade? – ele perguntou, praticamente lendo minha mente.

– Sim e não – falei, me levantando. Empurrei ele para trás e deixei minha mão estendida em sua direção. – É mais como um trato. Daremos uma trégua nas brigas até o fim da Webcon. Assim, eu acho que o clima no quarto não vá ficar tão estranho.

A quem eu estava querendo enganar? É claro que o clima no quarto ia ficar estranho, estando eu e ele brigados ou não. Éramos jovens adultos, tínhamos sido namorados, é claro que, bem...

Esperei que ele fosse reclamar mas ao contrário de todas as minhas expectativas ele sorriu e apertou minha mão. Sentir o quanto sua mão estava quente na minha e o quanto seus dedos se encaixavam perfeitamente em volta do meu pulso me fez sentir uma corrente elétrica correndo pelo meu braço, como se eu tivesse levado um choque.

– Eu acho que posso lidar com isso – ele concordou, apertando seus dedos em volta do meu pulso. Correntes elétricas, correntes elétricas, muitas correntes elétricas.

Afinal de contas eu acho que eu era um fio desencapado.

***

Naquela noite dormir foi quase uma missão impossível.

Para cada vez que eu me virava, arrumava o travesseiro ou puxava as cobertas para cima, o sono se afastava. E por mais que eu ficasse parada, sem mover um único fio de cabelo, estava difícil não pensar em nada. Não pensar em Freddie.

Ele estava há alguns metros, dormindo em sua cama, e a sensação de te-lo tão perto de mim quase me fazia entrar em combustão. A sua respiração era o som mais torturante que eu já tinha ouvido, tão longe e ao mesmo tempo tão perto.

– Sam.

A voz de Freddie veio da escuridão e encheu minha mente, como se tivesse um amplificador em meus ouvidos.

– Sam.

Ele estava me chamando. Ele estava me chamando para eu ir até ele, não era? Então, eu deveria ir até lá... Não é mesmo?

– Sam.

Ele não iria te chamar as três da manhã, meu lado racional falava. Além disso sua voz não estava clara, era um tom entre sussurro e suspiro.

– Sam.

Eu não podia ignorar. Antes que eu pudesse me deter, eu já estava engatinhando silenciosamente em direção a cama dele.

Freddie parecia um bebezão dormindo. O cabelo parecendo um ninho de passarinho, a camiseta erguida deixando um pouco da pele do seu abdômen a mostra e um pequeno fio de saliva escorrendo no canto da sua boca. A respiração dele era tão audível quanto os meus batimentos cardíacos.

– Sam.

– Freddie? – respondi, embora eu soubesse que ele estava dormindo e por tanto não poderia me ouvir.

Ele me ouviu. Seus olhos se abriram lentamente e me focalizaram, sua testa ficando franzida e a boca um pouco mais fechada que antes mas não totalmente.

– Você veio – ele murmurou, a voz grogue por causa do sono. – E você nunca vem.

– Eu vim – afirmei, não conseguindo desviar os olhos dele. Era loucura, eu conversando com alguém possivelmente sonambulo.

Sem dizer mais nada, ele estendeu seus braços em minha direção e me puxou para sua cama. Eu poderia muito bem ter me desvencilhado e saído dali, mas eu não o fiz. Eu não quis.

Eu estava deitada de lado, meu rosto virado na direção dele, assim, bem de perto. Seus braços envolveram minha cintura e me puxaram contra si, pousando minha cabeça em seu peito, onde eu podia ouvir seu coração bater levemente.

– O que? – indaguei, quando ouvi um murmurio vindo de cima.

– Hoje você veio – ele murmurou, me abraçando e eu pude sentir seus lábios encostarem na minha testa. – Bom, bom...

No segundo seguinte ele estava dormindo. Não mais do que de repente, comecei a me sentir sonolenta, mesmo que há alguns minutos atrás estivesse com dificuldade para dormir.

O cheiro de Freddie estava por todos os lugares. Era uma mistura de shampoo anti-caspa e almíscar. Eu sempre havia gostado do perfume dele e era bom saber que mesmo depois de anos ele ainda tinha aquele cheiro familiar, que naquele momento até em minhas roupas estava impregnado.

Eu tentei me manter acordada, apenas para me lembrar daquele momento em todos detalhes possíveis, mas quanto mais eu lutava contra o sono mais ele dominava.

Em um momento tudo o que eu podia ouvir era a respiração calma de Freddie, a minha própria se igualando a dele. E depois mais nada.

***

Um barulho de água correndo foi o que me despertou para o dia seguinte.
Ao abrir meus olhos reparei que o quarto estava meio escuro e quase voltei a dormir no mesmo instante, mas uma olhada rápida no relógio de cabeceira mostrou que era quase meio dia e o barulho da água era porque estava chovendo.

Tirei algumas mechas de cabelo louro do meu rosto e olhei para o lado e onde deveria haver um Freddie dormindo estava um Freddie muito bem acordado, teclando sem parar em um netbook.

– Bom dia – ele murmurou, sem ao menos olhar para mim.

– Por que não me expulsou da sua cama? – indaguei, apoiando meus cotovelos no colchão.

– Você parecia estar dormindo bem e eu não quis te incomodar – ele explicou, ainda sem olhar para mim.

Revirei os olhos.

– Fala sério.

– An, tudo bem. Eu não te expulsei porque a ideia de ter você em minha cama é uma coisa que me agrada.

Minha cabeça bateu no colchão tamanha foi a minha surpresa. Olhei para ele sem entender e ele, dessa vez, estava olhando para mim com a expressão mais serena possível.

– Por que essa cara de susto? – ele perguntou, colocando o netbook no criado mudo. – Você pediu para eu falar sério e então eu falei.

Minha expressão com toda certeza tinha piorado. Por que diabos Freddie estava parecendo muito sincero? Tinha que ser uma brincadeira, não é mesmo?

– Não estou com tempo para brincadeiras, nerd! – exclamei, indo na direção dele com meus punhos levantados. Se ele pensava que podia tirar com a minha cara daquela forma ele estava totalmente errado.

Mais ágil que eu, Freddie fechou suas mãos em volta dos meus punhos e me jogou contra o colchão, me fazendo arfar de surpresa. Desde quando ele era tão forte assim?

Tentei procurar algo inteligente para dizer ou alguma ameaça, mas quando reparei onde ele estava meu fôlego sumiu. Seu corpo estava exatamente em cima do meu, limitando qualquer movimento que eu pudesse fazer.

– Você achou que era brincadeira? – ele perguntou em um sussurro. O rosto dele estava próximo dessa vez e eu senti que se ele quisesse me beijar naquele momento eu deixaria.

Eu deixei.

A última vez que eu havia beijado Freddie eram 23:59 no relógio, porque nós tínhamos combinado que quando fosse meia-noite nós iriamos terminar o que tínhamos. Era indescritível o que eu sentia toda vez que lembrava da última vez que pude sentir os lábios de Freddie no meu, a última vez que eu pude beija-lo de verdade.

Aquele beijo tinha mais emoções nele do que sensações. Era uma tentativa desesperada de transmitir saudades e significados, de ambas as partes, eu quis acreditar que sim pelo menos.

– Eu achei – respondi, depois de ter colocado minha mão em sua bochecha e afastado seu rosto do meu. – Caramba, eu achei, Fredward. Por que eu não deveria achar?

– Porque você me conhece muito bem – ele disse, me olhando nos olhos. – Você deveria saber quando eu não estou dizendo a verdade. Quando eu disse que a gente devia terminar. Quando eu disse que ainda continuava apaixonado pela Carly...

– Quando disse que me amava – cortei, soltando o rosto dele e o empurrando para o lado. Sentei-me na cama e mesmo sem olhar para o lado eu sabia que Freddie estava ali, deitado e me encarando. – Você realmente mentiu sobre muitas coisas.

– Não menti sobre isso – ele soou desesperado. Sua mão agarrou meu braço, mas eu me virei de costas para ele. – Eu menti quando disse que te odiava. Ou omiti, pelo menos, porque a única coisa que eu odeio em relação a você é que eu não consigo parar de te amar. Sou um idiota, Sam Puckett, mas eu sou um idiota ainda maior por você.

Tentei arrumar um bom argumento, mas nada me parecia ser o correto a dizer. Pela primeira vez em muito tempo eu acreditei nas palavras de Freddie.

O quanto eu não queria acreditar nele. Sentir que suas palavras soavam sinceras era como uma faca na minha cabeça, sendo enterrada mais e mais cada vez que eu pensava que ele estava dizendo algo sério.

Antes que eu pudesse me arrepender, me virei para ele e o puxei pelo pescoço, unindo nossos corpos assim como nossos lábios. O arfar que escapou de seus lábios antes de eu beija-lo me fez querer voltar no tempo e apagar todas as coisas ruins, apenas deixar que os momentos como aquele fossem as lembranças importantes, as lembranças que eu usaria como referencia para Fredward Benson.

De uma hora para outra suas mãos já estavam em minha cintura e aquilo parecia ter ligado a ignição dentro de mim, me impulsionando a querer continuar o que quer que aquilo fosse. Agarrei-o pelos ombros, forçando seu corpo para mais perto do meu.

– Sam... – Freddie tentou murmurar entre nosso beijo, afastando seu rosto apenas a alguns centímetros do meu. – Sam, eu preciso te dizer que...

– Não diga nada agora – pedi, inclinando meu rosto para perto do dele, mas ele o afastou.

– Preciso dizer isso – ele insistiu e então eu deixei, porque naquele momento havia muitas coisas que eu estava deixando Freddie fazer. – Eu te amo. Eu sempre te amei e é uma droga que eu tenha percebido isso só agora, que eu tenha percebido que nunca houve outra além de você.

– E Carly? – indaguei, de repente sendo inundada por antigas lembranças que eu preferia remoer em minha consciência.

– Gostar não é a mesma coisa que amar – ele respondeu simplesmente, dando um beijo lento em meu pescoço e me fazendo suspirar.

Como eu podia me comportar como uma criança perto dele? Como se fosse inocente, ignorante embora eu soubesse o que deveria sentir e como as coisas eram.

Freddie tirou a camiseta, ou melhor eu a empurrei para fora de seu pescoço e apoiei minhas mãos em seu peito largo, sentindo seus batimentos cardíacos tão suavemente e ao mesmo tempo como se eles dominassem todo o ambiente.

Se tem uma coisa que eu sempre admirei em Freddie era seu corpo. Obviamente quando ele era criança eu não percebi porque éramos crianças mas no momento em que comecei a me sentir atraída por garotos foi quando Freddie começou a desenvolver seu corpo. Era maravilhoso, os braços bem grossos e desenhados, o abdômen tão definido que eu sentia a necessidade de passar meus dedos por ele.

Freddie suspirou alto enquanto eu o arranhava levemente. Estava tudo tão perfeito, eu queria transar com ele naquele momento sem ligar para o fato de que éramos supostos a ser só amigos.

Um barulho na porta nos fez parar.

– Freddie? Sam? – a voz de Carly foi ouvido do outro lado da porta. – Vocês estão aí?

Como se tivesse levado um choque, afastei Freddie de mim o empurrando para fora da cama. Puxei minha blusa para baixo, o short para cima e tentei ajeitar meu cabelo enquanto Freddie se levantava do chão, resmungando.

– An... Eh, eu estava dormindo, Carly, desculpa – pedi, me levantando da cama e abrindo a porta no mesmo instante. Carly estava com a mão apoiada no batente e arrumada. – Você está saindo para algum lugar?

– Nós estamos – ela me corrigiu, adentrando o quarto sem cerimonia. – Percebi que nem você ou Gibby conhecem a Itália direito. Não seria este um ótimo dia para nós irmos fazer uma tour por Roma?

Sim seria um ótimo dia para fazermos tour, logo neste momento em que eu e Freddie tínhamos acabado de quase avançar o sinal.

– Ótima ideia – concordei, evitando olhar para Freddie. – Posso me arrumar no seu quarto?

– Claro, não demore – ela mandou, saindo meio que deslizando para meu antigo quarto. – Vai ser demais!

Virei-me para Freddie e ele me encarava com uma certa curiosidade. Ele segurava uma almofada na altura da sua cintura, seus lábios estavam vermelhos e o cabelo em uma bagunça charmosa.

Aquilo tudo era por minha causa.

– Você pode se trocar aqui, se quiser – ele murmurou, caminhando em minha direção. Dei um passo para trás mas ele não parou. – E se você quiser também, eu posso ficar para ver.

– Bem, eu quero que você pare exatamente onde você está ou eu vou quebrar todos os seus ossos – ameacei, batendo com meu ombro em seu peito ao ir pegar minhas roupas.

Abri a porta do guarda-roupa e comecei a vasculhar para ver se achava alguma roupa decente. A calça jeans e a blusa do time de lacrosse foram as primeiras coisas que eu peguei.

– Você realmente é boa nisso – Freddie resmungou com escarnico. – Com fingir se importar. E depois dar seus ataques de ignorância.

Bati a porta do armário com força e me virei para ele. A almofada estava jogada no chão e o volume abaixo da cintura de Freddie me chamou atenção, mas rapidamente desviei os olhos.

– O que você acha, Fredward? Que eu preciso ter uma ereção para provar que eu me importo? – gritei, apontando para ele. – Cale a sua boca.

Freddie ficou parado e eu juro que segurei meu riso, pois ele parecia um filhote de cachorro que estava sendo repreendido. Eu havia sido honesta e era tudo o que eu poderia dizer a ele naquele momento.

Sai de supetão do quarto e ao menos olhei para trás.

****

– Aquele é O Nascimento De Vênus – Carly leu, apontando para o dito quadro sem tirar os olhos do folder que segurava. – Seu criador foi Sandro Botticelli, encomendado por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa...

Estávamos passeando pela Galleria Degli Uffizi, olhando casualmente todas as obras como se realmente entendêssemos de arte. Eu, por exemplo, estava completamente perdida no meio de tantos quadros sobre coisas que eu não entendia.

Carly ficou em silêncio quando Freddie passou por ela, dando uma ombrada que a fez cambalear par o lado, e seguiu sozinho a nossa frente. Os olhos dela foram diretamente para mim, carregando aquela expressão de "o que você fez dessa vez?".

– O que você fez dessa vez, Sam? – ela ecoou meus pensamentos, andando ao meu lado.

Dei de ombros.

– Só falei algumas verdades, nada demais – admiti, enquanto adentrávamos uma seção do museu só de estátuas. Eu não gostava muito de estatuas, por isso Carly me parou antes que nós estivéssemos cercadas.

– Vá por ali, é onde ficam os vasos - ela disse, me dando um empurrãozinho de leve na direção contrária. – Spencer quer ver essas estátuas, nos vemos daqui a pouco.

Segui pela direção que ela havia apontada de cara amarrada. Spencer até podia querer ver as estatuas, mas Carly podia ter me pedido para esperar na saída do museu ou até mesmo ter deixado o irmão e vir comigo, mas não. Ela me mandou diretamente para onde Freddie estava.

Ele estava de costas para mim observando um vaso enorme com figuras esculpidas em volta. Parei ao seu lado, mas ele não fez menção de perceber que eu estava ali.

– Pensei que não gostasse ligasse muito para arte – falei, dando-lhe uma cotovelada de leve.

– Será que você não pode me deixar em paz por um segundo? – ele questionou, ainda sem olhar para mim.

– O que? – tentei não parecer surpresa, mas eu já tinha dito algo antes de me dar conta.

Ele olhou diretamente para mim e eu gostaria que ele não tivesse feito aquilo. Havia um turbilhão de sentimentos ali, todos em sua maior parte ruins. Todos em toda sua parte direcionados para mim.

– Que droga, Sam. Eu não aguento mais – ele murmurou, fechando ambas as mãos em punhos e depois flexionando os dedos. – Eu... Preciso que você vá embora, tudo bem? Só o que preciso agora é isso.

– Por que? Para começo de conversa, eu não queria nem mesmo ter vindo para a Itália. Você pediu que eu viesse. – lembrei-o, chegando mais perto. Eu precisava ficar perto dele naquele momento. – Não me quer aqui?

Freddie também se aproxima de mim e posso sentir todos os meus sentidos em alerta.

– Eu quero. E é esse o problema – ele admitiu. – O problema é que eu quero você, você não me quer e , sinceramente, não sei mais o que fazer.

Nada. Não preciso ouvir mais nada dele. Invisto minha mão em sua direção e ele recua, sacudindo a cabeça.

– Não. Não chegue perto de mim – Freddie foi se afastando enquanto minha mão pendia. – É tudo mais difícil.

Observei ele ir se afastando e então me afastei também.


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Notas finais do capítulo

A Sam... Se ela soubesse demonstrar os sentimentos de forma correta tudo seria tão mais fácil...
GENTE PRÓXIMO CAPITULO E JÁ ENTRAMOS NA RETA FINAL. Calculo que haverá mais uns cinco mas nada decidido ainda. Ah, já comecei a escrever no próximo e nele acontece a Webcon. E acontecimentos chocantes. Não percam! Até a próxima!



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