Depois do Fim escrita por Agatha Lovato


Capítulo 8
Capítulo 8 - Are you near me?


Notas iniciais do capítulo

Um mês sem postar... >Um mês sem postar



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316117/chapter/8

(POV Sam)

Sexta-feira, 16h15min, Ridgeway High School

Faltava algumas horas para a tão esperada festa. Não necessariamente só por mim, mas ela era assunto da Ridgeway a alguns dias.

Hoje o horário era semi-integral, como todas sextas...

Mas o “toque” era mais aguardado que nunca.

Trrrm Trrrm

Finalmente! Comida!

Todos saíram desesperados. Monstros.

Coloquei as coisas no meu armário e avistei o Freddie vindo em minha direção.

– Eu quero colocar minhas coisas no meu armário. – Ele disse sério e percebi que tinha ficado em frente ao seu armário.

Merda.

Boa tarde para você também...

Saí dali bufando e esbarrei em alguém.

– Você? – Ela perguntou e revirou os olhos.

– Ah... Como se fosse ótimo para mim ver você por aqui, né?

– Vim para confirmar um compromisso. – Ela sorriu falso e voltou a andar.

Observei até onde ela ia, e era em direção ao Freddie.

Não queria dar uma de stalker, mas que compromisso ela quer confirmar com ele?

Mesmo assim, deixei minha curiosidade de lado e saí, indo ao Groovy Smoothie, estava morrendo de sede, mas necessariamente era sede de vitamina.

Sentei em uma mesa e o T-Bo veio me atender com um sorriso maroto no rosto.

– O que quer, mocinha? – Ele perguntou enquanto segurava um espeto cheio de rosquinhas.

– Explosão de uva.

– Rosquinhas?

– Não, só vitamina.

– Por que não quer rosquinhas?

– Me dá logo isso aqui! – Puxei duas e o empurrei, o fazendo voltar para a máquina de vitaminas.

Depois de alguns minutos ele me entregou a minha explosão de uva e bebi com calma, tentando não deixar nada me estressar hoje, meio difícil com a presença daquela patricinha mimada.

Bah.

E que saudades da Carly.

***

Voltei direto para casa.

Olhei o relógio... 17h22min.

Comecei a organizar tudo o que ia usar na festa e liguei para Carly, conversamos por bastante tempo.

Ela realmente viria amanhã. Estou mais ansiosa que nunca para abraçar a Shay e enforcá-la por ter ido embora.

Assim que desliguei, comecei a me arrumar de verdade.

Tomei banho e fiz os processos iniciais:

Colocar calcinha, ok.

Sutiã, ok.

Meia-calça, ok.

Vestido, ok.

Olhar no espelho, ok.

Ficou bom, só o decote me incomodava um pouco, mas de resto, ele era lindo. Tinha ficado um palmo e meio acima do meu joelho.

Coloquei um colar da mamãe, uns anéis, um brinco bem discreto e finalmente o salto.

Depois peguei uma jaqueta preta de couro. Não tinha paciência alguma para fazer algum penteado, só soltei. Por fim, coloquei rímel, delineador – o que era péssima, sinceramente, não sei como algumas garotas conseguem colocar, mas pedi ajuda a Becca, a diarista, me ajudar – e passei um batom vermelho matte.

Me fitei por uns minutos no espelho. Assumo que ficou melhor que o esperado.

Olhei o meu celular para checar mensagens e tinha uma mensagem não lida do Brad.

Abri e dizia “Chegando...”.

Por sorte, consegui fazer tudo em menos de 60 minutos.

Olhei a hora, era quase 19 horas.

“Pode me buscar em casa?” Respondi.

Ele não respondeu, mas provavelmente viu.

Bebi um copo d’água e esperei enquanto olhava a tv, passava o jornal local e falaram rapidamente da festa de casais.

Soube um dia desses que o pai da Andy é o apresentador, o Marvin, apesar de nunca ter sido confirmado. Eu adorava o Marvin, ele era hilário. E se ele estava falando de uma festa, então pode ser que realmente seja verdade.

Escutei a campainha tocar e fui atender.

– Sam? – Ele arregalou levemente os olhos, não de um jeito assustador, mas sorriu com o canto da boca. – Você tá linda!

Assenti e correspondi com um sorriso largo. Isso era desconfortável assim como o meu decote. Ele estendeu a mão para que eu segurasse, e assim fomos de mãos dadas até seu carro.

Entramos e ele colocou numa rádio qualquer, tocava alguma música do The Killers, se não me engano.

De qualquer forma, conversávamos sobre o baile de formatura que estava prestes a chegar.

Depois de uns minutos, finalmente chegamos.

Ele desceu primeiro e abriu a porta do carro para que eu saísse, estendeu novamente sua mão e eu mais uma vez peguei-a. Cavalheirismo. Tá aí uma coisa que eu tenho não sei se amo ou odeio.

He is We – Tell me

Adentramos àquela festa, e era tudo absurdamente desconfortável, não como o meu decote, não como elogios, era bem pior.

O lugar era grande, climatizado – pelo menos -, tinha o jardim com vários casais conversando, trocando carícias e esse tipo de coisa, com vários bancos e uma piscina. Tinha também um salão enorme, 2/4 dele era direcionado aos comes e bebes, e a outra parte era para dança.

Como ainda era cedo e não tinha muita gente, não tocava músicas agitadas.

– Eu vou pegar bebida. – O Brad disse.

Já disse que odeio isso? Eu não me importaria se ele pedisse “Sam, pega alguma coisa pra gente beber, eu espero aqui.”. Mas hoje estou tentando aceitar suas investidas. Se ele ficasse assim no nosso namoro eu não ia gostar... Espera, n-a-m-o-r-o?

Ainda tinha que tirar isso a limpo com o Brad antes de ficar pensando nesse tipo de coisa.

– Samantha. – Ouvi uma voz fria e voltei meu olhar para pessoa.

– Ótimo. Era tudo o que eu precisava. – Eu disse ironicamente.

– Então, não é que o vestido ficou bom em você? – Ela sorriu daquele jeito – Mas sabe em quem ficaria melhor?

– Em você que não era, querida. Você não tem peitos para esse decote, se enxerga, você parece um mosquito esbagaçado. – Disse sem expressão alguma e com a maior cara de tédio, ela, por sua vez, estava com uma expressão de raiva, mas não se deixou abater e respondeu:

– É que eu não sou gorda, meu amor.

Alguém me segura porque eu vou quebrar o nariz dessa vagabunda. Seria legal rasgar o vestido dela e arrancar seu cabelo ali mesmo, mas me controlei ao máximo.

Me virei de costas. Sairia rápido para o jardim.

– Arrumei uma vaga pra estacionar o carro, e... – Pausou - Puckett?!

Me virei de volta e...

– Benson? – Não acredito... Não acredito!

Eu reconheci a voz, mas realmente não acredito.

– Nossa... – Ele me olhou de cima à baixo e sorriu, daquele jeito, deu aquele sorriso.

Senti minhas bochechas esquentarem.

– Então, Samantha, cadê o Brad? – Perguntou Candice.

– Foi pegar nossa bebida.

– Eu quero bebida... Quer que eu pegue ou você vai? – Perguntou Freddie.

– Eu pego. – Ela disse e foi andando.

Era disso que eu falava, isso sim é confortável.

– Veio com a Candice?

– Sim.

– E por que vieram juntos? É festa de casal...

– Ela me convidou, e eu não tinha nada pra fazer. – Ele disse e eu assenti.

Senti que o Freddie ainda me olhava. Estávamos observando a festa encostados na parede.

O olhei pelo canto dos olhos e ele sorriu de lado.

– O que foi?

– Nada... – Ele finalmente tirou sua atenção de mim.

Brad e Candice traziam as bebidas e já estavam bem perto.

Brad me entregou uma taça com Martini Blue.

– A próxima música vai ser bem lenta, vamos dançar?

– Eu não sei dançar.

– Como assim “não sabe”? – Brad perguntou sorrindo – Vamos dançar. Minha namorada e eu temos que dançar juntos. – Deu uma total ênfase em “minha namorada”.

Será que isso foi o que eu precisava para confirmar? E o beijo?

– Acho que “sua namorada” não tá afim. – Disse Candice fazendo aspas.

– Não... Nós vamos dançar, mas não agora.

E a atmosfera ficava cada vez mais pesada.

Bebemos e conversamos um pouco, o Brad usava pronomes de possessividade a cada frase, era estranho.

O Freddie não falou nada desde o "nada".

Ele bebeu uns três copos de Martini Blue e depois uma provável mistura de tequila, canela e laranja.

Indifference – Pearl Jam

– Me dá a honra? – Brad perguntou e estendeu sua mão. Se ele estendesse aquela mão mais uma vez hoje, eu pegava uma faca e cortava os cinco dedos.

– Começou, vamos. – Freddie sussurrou para Candice. Ela cedeu sua mão e eles caminharam até o centro do salão, se posicionaram e começaram a dançar.

Logo, eu e o Brad fizemos o mesmo.

Nós dançávamos bem perto do outro casal, quase juntos. Estava vendo a hora começarmos a dançar ciranda.

Antes da música acabar o Freddie cochichou algo para Candice e saiu de mãos dadas com a mesma.

Finalmente o Brad pareceu prestar atenção na nossa dança, e ficamos lá até a música acabar.

– Vou ao banheiro. – Brad disse.

– Vou beber alguma coisa. – Eu disse e ele assentiu.

Andei até o bar, peguei uma Mint Julep e sentei num dos bancos do balcão.

Havia alguém sentado no banco ao lado, eu não tinha prestado atenção porque a pessoa estava debruçada e com a cabeça deitada sobre os próprios braços, escondendo o rosto. Parecia o Freddie.

– Ei! – Aproximei um pouco.

Ele levantou a cabeça e apoiou o queixo sobre os braços.

– Não tá dançando? – Sua voz saiu rouca.

– Cansei de dançar... Eu não gosto.

– Eu sei que não – disse –, por que dançou?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham lido as notas iniciais. Vou tentar postar em menos de 9 dias de um capítulo pra o outro, tentarei no máximo dos máximos postar em 9 dias... Mas claro, 9 dias é o limite. Vou postar toda semana um capítulo novo, não importa o dia dentro da semana. Eu posso postar num sábado e depois no domingo, por exemplo, já terei postado duas semanas, e só postarei de novo à partir do outro domingo... Algo assim, certo? Mas não tem dia concreto, foi apenas um exemplo... Enfim, o que acharam do capítulo? O que será que vai acontecer? Eu converso demais, né? Desculpem por isso também, enfim, COMENTEM. Posso postar daqui a dois dias, porque já tenho dois capítulos prontos, só depende da quantidade de comentários.