Estava suando. Sentia o suor escorrendo de minha testa e estava correndo de um lado para o outro. De repente, vi a figura de uma mulher usando um manto branco. Andei cada vez mais perto, tentando reconhecer seu rosto. Acabei vendo que é Rô, meu coração começou a bater fortemente e gritando disse:

- RÔ! PODE ME OUVIR?

Rô começou a sumir e entrei em desespero. Chamei-a, mas ela apenas acenou e sumiu. O cenário branco tornou-se apenas escuridão e continuando a correr, procurei a saída, mas não a encontrei.  Escutei uma voz me chamando, porém não consegui identificar quem era. A escuridão tinha me cegado e não havia nada a ser feito. Deitei-me naquele chão gélido e fechei meus olhos, esperando meu fim eminente.

- AMIRIS! – bradou e desta vez, uma voz conhecida – ACORDE!

Abri meus olhos lentamente e me deparei com Eli. Eli estava fazendo beicinho e com as mãos na cintura.

- EI! – exclamou Eli – Não fique ai dormindo! Lembra-se hoje é seu primeiro dia de aula.

Havia me esquecido completamente. Terei minha primeira aula em uma nova escola. Observei o ambiente ao meu redor e percebi que estava em meu quarto. Ele era todo branco. Não sei por que, mas não gosto de quartos coloridos. A cama era enorme e os lençóis cobriam meu corpo. 

Tudo o que me lembrava de que, estava arrumando minhas coisas e de Eli em cada um de nossos armários e depois caí em um sono pesado. Descendo as escadas sentei-me na cadeira de nossa mesa. Em meu prato havia ovos fritos e algumas torradas. Eli não era a melhor cozinheira do mundo, mas ela estava fazendo um progresso. Ela sentou-se na outra cadeira e começou a saborear o café da manha. Eli faz uma cara de desaprovação e disse:

- Está com um gosto estranho.

- Você deveria me deixar fazer nosso café da manhã – falei colocando a torrada em minha boca.

Mastiguei-a rapidamente. Estar atrasada logo no primeiro dia de aula era para mim, a pior coisa do mundo. Quando você entra na sala todos os olhares estão direcionados a você. É totalmente vergonhoso. 

Após nós duas termos acabado, Eli foi a primeira a se levantar para se trocar. Ela subiu as escadas e a perco de vista. Fiz o mesmo que ela e, vou até o banheiro de meu quarto depois de ter separado a minha roupa. Escolhi uma roupa simples com cores neutras e uma calça jeans, acompanhada de um all star preto. 

- Ami? Vamos? – perguntou Eli.

Assenti com a cabeça. Eli e eu saímos pela porta. O carro havia chegado, então não teríamos que pedir um táxi. O carro era um Celta branco. Depois de me acomodar no carro, pus o cinto de segurança assim como Eli. Ela então começou a dirigir. Além de minha mochila com o material escolar, estava segurando um papel com o endereço da escola. Eli dirigia com total segurança enquanto eu olhava a cidadezinha ao meu redor. Ela tinha várias casas grandes.

Eli puxou o freio de mão e desligou o carro, retirando a chave. Fiquei admirada vendo aquela escola. Era absurdamente grande. Eli riu de minha expressão. Mesmo sendo uma cidade pequena, havia muitos alunos. Grande porcentagem estava na entrada da escola, rindo e conversando sobre algum assunto. Queria ter amigos assim, mas isso nunca acontecia. Logo na entrada da escola, podia-se se observar com letras bem chamativas: Sweet Amoris. Que nome estranho para uma escola pensei.

- Está pronta? – perguntou Eli.

- Na realidade – fiz um momento de suspense – Não.

Eli riu enquanto eu abria a porta.

- Qualquer coisa você me liga – falou – Deixei o seu celular no fundo da mochila.

- Hum... Obrigada.

Abracei Eli. O cheiro de seu perfume impregnou em minhas narinas. Dou-lhe um sorriso para dizer que estou bem, enquanto saí do carro não sentindo o chão. Estava com as mãos suadas e um leve fraquejo nas pernas. O carro começou a se distanciar e senti vontade de chamar Eli e dizer para que me levasse para casa, mas tudo que saiu de minha boca foi um ruído.

Entrando em Sweet Amoris, me sentia mais estranha do que nunca. Todos os olhares estavam concentrados em mim. Em cidades pequenas, qualquer novo estudante chamava muita atenção. Muitos estudantes cochichavam, enquanto passava pelo corredor. Uma senhora com cabelos grisalhos presos em um coque ao alto da cabeça se aproximou e, abrindo um largo sorriso disse:

- Bem vinda a Sweet Amoris, Srta. Amiris.