Ficamos lá, no silencio absoluto, nem o vento ouvíamos mais, parei e pensei o que passava na cabeça dela naquele instante, acho que ela estava esperando o melhor momento para correr dali, quem quer ficar ao lado de uma assassina?

- Qual é o seu nome? – não, ela não correu.

-Kimberly e o seu?

-Melissa

-Porque você me chamou ate aqui? – minha voz quase não saia

-Gosto de mistérios, agora que tem um assassinato ficou melhor ainda – foi então que Melissa deixou escapar aquele seu sorriso malicioso. Sorriso de gato – vamos, você deve estar com fome

Passeamos um pouco mais naquelas ruas mistérios, quando paramos em um restaurante humilde na esquina seguinte, não comi muito, ainda estava processando tudo que estava acontecendo, foi quando pensei em Luke, será que ele já viu os jornais? Viu que a irmã maluca dele atacou de novo? Que saudades de Luke, eu sei, foi apenas algumas horas, mas eu nunca amei alguém tanto quanto eu amo Luke, aquela pessoa que ficou do seu lado o tempo todo, mesmo quando você estava errada, que te deu todo o carinho que podia dar, a pessoa mais gentil do mundo, esse era Luke, não era a toa que sempre depois da escola varias meninas ligavam la em casa, a procura de Luke e ele fazia muitas cosquinhas em mim quando desligava na cara daquelas galinhas, eu não as culpo, não tem como não se apaixonar por Luke, também não tinha como não se apaixonar por Melissa, ela parece uma imagem tirada de um sonho, exala mistério e o sorriso malicioso que todos gostam, sim, eu estou hipnotiza por essa garota.

Tomamos café e pão, sempre com nosso companheiro, o silencio. Queria saber tanto sobre ela, mas ao mesmo tempo gostava desse mistério:

-Então, você gosta de matar? – fiquei surpresa com essa pergunta

-Não entendi a pergunta – ela me olhava com olhos de águia

-Perguntei se você gosta de matar, já matei 4 pessoas nessa cidade e você já matou quantos? – ela falava numa tranquilidade que me assustou

-Uma vez cortei a garganta de uma menina, mas ela não morreu e ontem a matei e cortei fora o pênis do meu namorado – foi um alivio tirar aquilo da minha garganta

-(risos) Já ate sei o motivo, mas você não me respondeu, você gosta de matar?

-Não sei, no momento sinto uma sensação boa, mas depois me sinto culpada – como posso estar desabafando com alguém que mal conheço?

-Meus pais me abandonaram quando eu tinha 5 anos, minha mãe virou puta e não queria a responsabilidade de um criança e meu pai se mudou para a cidade mais próxima daqui, quando completei 14 anos matei minha e fui em busca do meu pai, matei ele com apenas um tiro na cabeça, quando fiz 18 matei meu namorado e matei minha vizinha semana passada, ela não quis me emprestar açúcar – fiquei simplesmente espantada – a questão é, eu gostei de você, eu moro sozinha, batalhei muito para ter a casa que tenho e acho que podemos ser boa amigas

-Nossa sua vida foi bem dura, mas porque matar seus pais? Como pode uma menina de 2 anos matar uma pessoa?

-Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu. E quando uma criança de 5 anos é simplesmente largada na rua, não tendo ideia para onde ir, ela aprende algumas coisas rápidas de mais, perde a inocência rápido demais, foi o que infelizmente aconteceu comigo, eu nunca tive ninguém que me amasse de verdade Kimberly, você sabe o que é isso? Passar sua vida todo sem ninguém?

Senti pena dela, muita pena dela, não queria nem imaginar como seria minha vida sem Luke, mas ela matava, matava por gostar, eu por certo ponto de vista não matava por gostar, eu tinha um certo problema com raiva e da sensação terrível e maravilhosa de matar alguém, estava com duvida se ia com não com ela, foi quando vi a mulher de preto, sentada na mesa ao lado, me olhando fixamente e balançando a cabeça em um positivo.