Capitulo Cinco – Missão

POV Rose

_ROOOOOOOSINHA, NÓS TEMOS UM ASSUNTO A TRATAR. – alguém berrava no meu ouvido e eu não estava com o mínimo humor para isso.

_Sai daqui, idiota. – eu murmurei.

_ROSINHA, VAMOS LÁ. ACORDE. ESTÁ UM LIIIINDO DIA LÁ FORA. – a pessoa continuava berrando e abriu à cortina, o sol bateu bem na minha cara. Abri um olho, já procurando minha varinha pronta pra azarar quem quer que fosse.

_James? – eu olhei para o meu primo, de pijamas todo alegrinho, pulando como uma gazela no meu quarto.

_Não, o Papai Noel. Claro que sou eu né, dã. As vezes eu fico boba com a sua capacidade de compreensão de manhã Rose. – ele falou e eu olhei para o meu criado mudo.

_Cadê a minha varinha? – eu perguntei alarmada. Eu contra o James com uma varinha era uma coisa, outra coisa sou eu contra o James sem uma varinha.

_Eu tinha que confisca-la. Não seria muito seguro te acordar às oito da manhã com você podendo me azarar. – meu queixo caiu. O filho de uma mãe tinha pegado minha varinha. Minha linda varinha.

_James Sirius Potter. – eu falei lentamente e ele revirou os olhos.

_Você não me põe medo sem sua varinha Rosinha. O que você pode fazer comigo? Morder meu joelho? Dar uma voadora na minha canela? Pelo amor de Melin. – imbecil. Ele sabia que eu não tinha muitas chances contra ele sem a magia.

_O que você está pretendendo me acordando a essa hora nas férias James? Se for sobre aquele plano idiota da Lily e do Hugo... – eu comecei totalmente irritada, mas ele me interrompeu.

_É sobre eles sim Rose. E você vai me ajudar. – ele falou decidido e eu revirei os olhos.

_Quero ver você me obrigar a te ajudar ou fazer qualquer coisa. – Eu falei isso me deitando de novo e acredite em mim, foi a pior coisa que eu pude dizer naquele momento, pois o James não pega leve, não quando está sendo desafiado.

_Eu não queria recorrer a isso, mas se você não me ajudar Rosinha eu posso deixar escapar para o Tio Rony que você ontem voltou depois do jantar na companhia de Scorpius Malfoy. – eu bufei irritada.

_Você é um imbecil. Eu te ajudo, ou seja lá o que for, agora tem como você me dar a minha varinha e sair do meu quarto? Eu estou de camisola seu imbecil. – eu falei controlando a minha voz. Ele riu divertido.

_Sabia que você ia topar, te dou mais vinte minutos para se arrumar e descer, nós vamos sair Rose. – ele falou já saindo do quarto.

_EPA, JAMES VOLTA AQUI – eu berrei e ele abriu a porta do quarto de novo. – Minha varinha. – eu falei estendendo a mão e ele deu um sorriso maroto.

_Assim que você chegar lá em baixo eu te devolvo. Vinte minutos Rosinha. – ele falou já saindo. Levantei-me da cama e bufei. Primos idiotas, eu tenho de sobra. Tia Gina deveria ter mandado esse menino para a Romênia para trabalhar com o tio Charlie e ter nos deixado em paz, mas não. Ela tinha que proibir aquela praga de ir trabalhar com dragões, agora todos temos que aguentar essa peste. Peguei uma blusinha regada branca e um short jeans e coloquei, coloquei meus chinelos e prendi o cabelo. Assim que cheguei a sala James estava lá sentado, rodando minha varinha.

_Estou aqui enjoado, agora devolva minha varinha. – eu falei mal humorada e ele se levantou, me entregando a minha varinha. Eu me sentia mais segura quando estava com ela nas mãos.

_Você tomou café? – eu neguei com um aceno de cabeça – Vai tomar então minha filha. Eu não tenho o dia inteiro pra esperar você não. – eu fiz uma carranca maior ainda e fui pra cozinha e ouvi a TV ser ligada. Peguei a garrafa de café e vi que tinha café ainda, ou seja, eu não precisaria procurar outra coisa pra beber. Achei uns biscoitinhos no armário e comecei a comer tranquilamente. Assim que cheguei a sala, depois de ter feito muita hora pra tomar café, vi o James assistindo desenho animado, eu ri. Ele saiu da infância, mas a infância saiu dele.

_Estou pronta pra irmos à sua missão “intrometendo na vida amorosa da irmã” – eu falei e ele desligou a TV.

_Eu não estou intrometendo da vida amorosa da Lily. – ele falou com um beicinho enquanto escrevia um bilhetinho e deixava em cima da mesa avisando que havíamos saído.

_Ah não, imagina. Você só quer descobrir TUDO sobre a vida amorosa dela e depois tentar destruir o relacionamento dela com o meu irmão. – eu abri a porta da frente e sai, estava um dia nem tão quente, nem tão frio. Estava um clima gostoso.

_Cala a boca e vamos embora. Você tem coisas a me contar Rose e nós dois temos um plano espião para executar. – James falou todo misterioso e eu ri. Começamos a caminhar pela praia e meu humor já estava melhorando. O dia estava tão gostoso.

_Então James, o que você acha que eu sei? – ele me olhou e deu um sorriso maroto.

_O que eu tenho certeza que você sabe, corrigindo a sua frase priminha. – eu revirei os olhos, eu tenho até medo do que esse energúmeno acha que eu sei.

_Antes de começarmos a nossa conversa eu queria ressaltar que eu não sei muita coisa sobre o Hugo, a não ser as coisas uteis que eu posso usar no futuro como o fato dele não estudar e todo o resto que você sendo o irmão mais velho sabe. – eu falei já o alertando porque vai que ele quer saber a cor favorita dele ou algo do gênero.

_O que eu quero saber são fatos, Rose. Somente isso. Ele e a Lily tem andando muito juntos? – ele perguntou parando em uma sombra de uma arvore e se sentando, eu me sentei ao sei lado, olhando para o mar.

_Eles sempre andaram juntos Jay. Eu não sei se você se lembra, mas o Hugo e a Lily foram criados como irmãos. Do mesmo jeito que todos nós fomos. – eu falei revirando os olhos.

_Grande criação de irmãos. Você e o Al... A Lily e o Hugo... Está tudo saindo pela culatra. – ele falou e eu me virei para ele com uma expressão que eu julgava ser assassina.

_Eu e o Al nada, NADA, entendeu bem James? Eu e o seu irmão somos amigos e nada mais. Eu e ele fomos realmente criados como irmãos e você sabe muito bem disso. – ele se encolheu.

_Calma mulher, eu tô só brincando. Eu sei que você está de rolo com o Malfoy, ouvi o Al comentando com o Hugo ontem algo sobre “tesão reprimido” e como “ele sempre sabia que vocês iam se pegar” e “espero que eles estejam se protegendo”. – eu olhei boquiaberta.

_O Al falou isso? Que... Que... – eu tentava dizer desesperada.

_Dedo-duro? X-9? Traíra? – James tentava me ajudar a completar a frase.

_ENERGUMENO. COMO ELE TEVE CORAGEM DE FALAR UMA COISA DESSAS COM O MEU IRMÃO? COMO ELE TEVE CORAGEM DE FALAR ISSO DE MIM? EU VOU... VOU MATAR O SEU IRMÃO JAMES. VOU MATAR ELE. – eu gritei me levantando e o James me forçou a sentar.

_Calma... Não desvie o foco. Primeiramente falaremos da Lily e do Hugo, depois discutiremos uma morte lenta e dolorosa para o Al e para sua boca grande. – ele falou e eu suspirei, tentando me acalmar. Filho de uma mãe. Depois ainda diz que é meu melhor amigo. Eu deveria lançar um Avada Kedavra nele por isso. Respirei fundo e me voltei para James.

_Então, eles sempre andaram juntos. Claro que agora eles geralmente andam de mãos dadas, mas não há nada demais nisso. – eu falei e James tirou um caderninho e uma caneta, os enfeitiçando, no papel foi escrito “mãos dadas”. – James, perdeu o juízo seu imbecil? Estamos em uma praia com trouxas, pegue e escreva você mesmo. – e tirei o encantamento do caderninho e da caneta, ele pegou a caneta e o caderninho com uma cara de poucos amigos.

_Eu detesto escrever e você sabe disso. Mas voltando ao nosso assunto inicial. Então eles andam de mãos dadas. Eles são vistos sozinhos pelas pessoas? – eu estava me sentindo em um interrogatório, como nos filmes dos trouxas.

_Eu já os vi sentados debaixo de um carvalho, perto do lago negro. Foi fofinho. Ele conjurou uma rosa para ela. Se quiser saber a minha opinião sobre isso, eu acho que dois realmente namoram e estão com medo de contar por causa da reação do pessoal. Olha você, por exemplo, está ai quase morrendo por descobrir que sua irmã está namorando. - eu falei me estressando com aquele bafafá.

_Ela deveria confiar em mim, eu sou o irmão mais velho dela. – ele falou com uma voz esganiçada.

_E você é ciumento, possessivo e estressado. James, você queria matar o Hugo. E se ela te contasse você iria querer matar ele do mesmo jeito. – eu argumentei e ele suspirou.

_E se ele estiver deflorando ela? – ele me parecia agoniado, mas eu não liguei. Se tiver uma pessoa nessa família que adora fazer um drama e aumentar as coisas, essa pessoa é James Potter. Acho que ele deveria fazer aula de teatro, pelo menos ele ganharia dinheiro.

_Então ela deixou não é mesmo. Tenho certeza absoluta que Hugo não forçaria a Lily a fazer nada, ponho minha mão no fogo por isso. – eu falei dando de ombros e James deitou na areia.

_Eu não quero isso Rose, eu não queeeeeeeeero. – ele gemeu rolando na areia e eu segurava o riso.

_Para de drama James e deixe os dois. Se eles querem namorar que namorem, contando que eu não vire tia muito cedo, estou apoiando o namoro deles. – eu falei me levantando e ele me olhou, fuzilando-me com os olhos.

_Nós temos um trato Weasley, preciso pelo menos descobrir se ele deflorou minha irmãzinha. – e com isso ele se pôs de pé.

_Eu já disse, põe Veritaserum no suco deles. É beber e eles te contam tudo que você quiser e até um pouco mais. – eu falei brincando e James me encarou sério.

_E onde nós achamos isso em pleno litoral senhorita espertinha? – ele falou e eu suspirei.

_Você tá me levando a sério? – ele assentiu. – Ótimo, seu irmão tem na mochila. É só você pegar. Presumo que você saiba diferenciar poções. – eu falei e ele fez uma careta.

_Não sou um dos melhores, mas eu sei diferenciar sim tá bom? Vou pegar hoje a noite e amanhã nós colocamos no suco deles, trancamos eles no quarto e fazemos o interrogatório.

_Ah, receio que eu não vá te ajudar James. Já ajudei a montar o plano e já te contei tudo o que eu sabia. Minha parte na missão já acabou. – eu falei começando a caminhar, mas ele me segurou pelo pulso.

_Não senhorita. Creio que o Tio Rony não quer saber se você está prevenindo filhos com o Malfoy, e eu realmente posso deixar escapar sem querer saber Rose. É complexo para mim essa história de guardar segredo. – eu bufei. James maldito.

_Tudo bem. E você está me devendo uma morte lenta e dolorosa para o seu irmão e para a língua dele. Idiota. Como ele pode falar isso de mim? – eu disse incrédula e James gargalhou.

_Palavras do seu melhor amigo, minha querida.

POV Scorpius

Acordei com minha mãe entrando no quarto, ela não me chamou nem nada do gênero, mas eu tenho o sono leve, muito leve. Sentei-me na cama e me espreguicei.

_Já? São nove horas ainda Scorpius. – ela falou espantada e eu dei de ombros.

_Acostumei a acordar cedo. – é obvio que eu não diria que era culpa dela que eu não estivesse dormindo.

_Scorpius, sobre ontem... Você já desculpou o seu avô não é? Ele não quis se referir a sua namorada daquele jeito é só... – ela falou e eu a interrompi.

_Não quero falar sobre isso mamãe. Eu e o meu avô... Está tudo bem. Rose não liga, eu não ligo. – eu falei suspirando e ela sorriu, se sentando na beirada da minha cama.

_Ela é linda. Vocês dois realmente são um casal tão fofo. Só estou meio chateado por não ter avisado que tinha uma namorada.

_Mãe... Ela não é minha namorada. Somos monitores juntos, só isso. Não somos amigos nem nada do tipo. A única ligação que temos é que ela é prima do Al e que é da mesma casa que eu, mais nada.

_Mas vocês dois ontem estavam quase... Aquela hora que eu entrei. – ela falou meio confusa e eu suspirei.

_Mãe, aquilo foi um acidente. Eu caí em cima dela sem querer e acabou por quase nos beijarmos, mas nada disso. Pra senhora ter ideia, até o ano passado não conseguíamos trocar uma palavra sem ser gritando um com o outro. – eu disse e ela suspirou.

_É uma pena, eu realmente tinha gostado dela. – ela falou e se levantou. – Bem se você for se levantar agora, há café lá na cozinha e não, não quero nenhum feitiço para achar coisas ou algo do gênero ouviu bem? – ela tentou ser ríspida, mas raramente conseguia.

_Sim senhora. Soldado Malfoy obedecendo aos comandos da Sargento Mamãe Malfoy. – eu brinquei batendo continência, ainda sentado na cama e ela riu, pegou umas roupas que estavam jogadas em uma cadeira e saiu. Levantei-me da cama e bocejei. Pelo menos eu poderia aproveitar mais o dia. Desci as escadas somente de short e fui direto a cozinha, eu peguei uma caneca de café e umas rosquinhas que estavam em cima da mesa e decidi me sentar na varanda atrás da casa. Sentei em uma cadeira de balanço e comecei a tomar meu café. O vento batia e era gostoso aquele silencio todo... Aquela calma toda...

_JAMES POTTER, CALE A PORCARIA DA BOCA E ME DEVOLVA MINHA VARINHA ANTES QUE EU QUEBRE TODOS OS DENTES DA SUA BOCA COM UM SOCO. – gritou uma voz estridente que eu logo reconheci, pois essa mesma voz geralmente direcionava gritos a minha pessoa.

_VEM CÁ PEGAR VEM ROSINHA. – a voz de James soou e eu revirei os olhos. Cadê a calmaria? O silencio? Uma pessoa não pode nem tomar um café em paz?

_EU JÁ TE FALEI PARA NÃO CHEGAR PERTO DE MIM, EU NÃO VOU ENTRAR NO MAR SEM BIQUINI. – ela berrou e eu revirei os olhos. Fui até a praia, já que a varanda terminava e começava a praia. Lá estava Rose Weasley correndo e James caminhando lentamente até ela.

_PARA DE FRESCURA ROSE, O SOL JÁ ESTÁ QUENTE.. – James berrou indo até ela, que continuava a correr. Eu tinha que admitir que era engraçado, eles pareciam um casal de namorados cujo a namorada é fresca e o namorado é totalmente sacana. Se eu já não tivesse visto James agarrar a Dominique em pleno corredor durante uma ronda no ano passado eu acreditaria que eles eram namorados.

_QUENTE O CARAMBA. EU NÃO VOU ENTRAR NO MAR DE ROUPA E TUDO. SAI DE PERTO DE MIM SUA PRAGA. – ela correu mais um pouco e me viu, eu tentei me esconder, mas já era tarde e ela começou a correr até mim. – SCORPIUS, SOCORRO. – Ok, ela tinha que berrar meu nome? Olhei para ela e fui para a varanda, logo ela chegou. O incrível é que a respiração dela estava normal, somente havia gotículas de suor em seu rosto.

_Rose, isso é invasão de domicilio na lei dos trouxas sabia? Eu posso te denunciar por isso. – eu falei colocando minha xicara vazia na mesa.

_Eu confundo os policiais Malfoy. – ela deu de ombros. – Por favor? – eu arqueei uma sobrancelha para ela, que deu um sorriso bem bonito e começou a piscar os olhos.

_Rose... – eu comecei, mas ela me interrompeu.

_Por favor Scorpius... – eu vi James se aproximando e de um sorriso maroto. – Oh não... Scorpius você não pode me entregar para ele. – ela falou entrando em Pânico e a porta da varanda que levava a cozinha se abriu e minha mãe saiu por ela.

_Sabe Rose... Eu deveria te entregar para ele por todos os gritos que você me direcionou durante os seis anos que nos conhecemos, mas eu sou bonzinho. – eu falei sorrindo maroto e ela deu um passo para trás e eu me aproximei. James estava quase chegando, então eu corri até ela e a peguei no colo, ela entrou em pânico.

_MALFOY ME SOLTA, EU VOU TE MATAR... QUANDO EU PEGAR A MINHA VARINHA. – ela estava me deixando surdo, malditas cordas vocais que essa menina tem.

_ISSO AI SCORPIUS, DÁ UM BANHO DAQUELES NESSA CHATA. MOSTRA PRA ELA QUEM É O MACHO ALFA DA RELAÇÃO. – James gritou e eu ignorei o que ele disse, só estava jogando Rose na agua por causa de vingança, ou era isso que eu queria acreditar.