Memórias escrita por Arthur C


Capítulo 25
O Baile Tem Início




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/315641/chapter/25

MEMÓRIAS

CAPÍTULO VINTE-CINCO:

I used to be such a sweet, sweet thing
'Til they got a hold of me.
I opened doors for little old ladies,
I helped the blind to see.
I got no friends 'cause they read the papers.
They can't be seen with me and I'm gettin' real shot down,
and I'm feeling mean.

  O baile havia começado. Julia primeiramente pôs um vestido simples, e não muito longo, este não se sabia a cor, talvez um verde-piscina, porém o acabou trocando. Afinal, não era um traje adequado. Um achado surgiu, já este, era um rosa claro com estampas e longo, decente e meio velho, nada que um “paninho molhado” não fosse resolver.

  Colocou o vestido e fechou os laços atrás para melhor atacar. Pôs o salto, um dourado refinado e não tão alto. Este deslizou no chão. BAQUE!  Fez com que Julia batesse com a testa sobre a cômoda. O barulho foi tão grande que Roger veio a tentar ajudar. Mas infelizmente a ajuda não foi totalmente necessária. Julia ficou desacordada, enquanto ele a abanava com algo que nem o próprio sabia o que era. O sonho começou, e parecia que este ia ser bem mais realista do que o outro que tivera.

No more Mister Nice Guy,
No more Mister Clean,
No more Mister Nice Guy,
They say he's sick, he's obscene.

  A música lhe confundia totalmente. Apesar de sonhar, mantinha-se presente em cada grito que Alice Cooper dava.

- Julia! Julia! – Uma voz surgia de fundo. Uma voz gritante, desesperada.

- Oi... – Pôde dizer, sussurrando suavemente.

- Siga-me. – Disse a voz, que antes gritante, agora era rouca.

- Mas onde porcaria você está? – Perguntava ela, procurando a voz feito idiota.

  Uma sombra surgiu no canto da sala central. Parecia a tia Elena. Lembrou-se, era ela. Antes, em seu outro sonho fora ela que apareceu como a empregada escrava de Barnabas, só porque havia se apaixonado por ele. Então era ela, aliás, isso é uma hipótese.

- Querida sobrinha...

  Sim, era ela.

- Tia... – suspirou. – Eu sei que não sou muito querida pela senhora, não se faça de falsa.

- Ponha as brigas para o lado. – Disse ela. – Eu tenho que te ajudar, é a minha missão.

- Então... O que está esperando? – Questionou Julia, impaciente.

- Querida, você tem que parar com esta obsessão por Barnabas. – Disse com firmeza. – Simplesmente, o esqueça! Olhe para mim, eu me apaixonei por ele, fui tola, como você e vim até Collinsport buscar aquelas cartas que você encontrou em minha casa. Eu sonhava com ele toda noite e agora, olhe só para mim! Sou escrava dele, fiquei presa em seus sonhos. Se ajude querida! É o que você precisa.

  Outra sombra surgiu.

- Elena! – Exclamou.

  Julia conhecia essa voz. Era Barnabas.

- Fuja querida, fuja! – Disse tia Elena, apressada. – Aliás, acorde!

I got no friends 'cause they read the papers.
They can't be seen with me and I'm gettin' real shot down,
and I'm feeling mean.

  A música voltara. Julia mal pôde perceber que Roger havia tirado fora o vestido e estava a bater em seu coração, forçando-o a voltar a funcionar. Também fazia uma respiração boca-a-boca. Julia sentiu-se um nada naquele instante. Estava apenas com a sua roupa íntima da parte de baixo. Será que Roger aproveitou-se dela? Incapaz.

- Ah! Julia! – Suspirou ele, alegre e cansado.

- Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou aos berros. – Você ficou doido?

- Você estava desacordada. – Lamentou ele. – O que eu poderia fazer?

- Tudo bem. – Disse. – Sendo assim, obrigada.

  Repôs o vestido, arrumou os seus sedosos cabelos e desceu. Tudo o que queria era falar com Elizabeth. Estava confusa. Além do mais com aquela audácia que o Roger teve. Ao longo que descia as escadas pôde ver aquela mulher com dois peitos de vaca no lugar da bunda, aquela loira, a maldita Angelique. Que agora não poderia ser mais maldita, afinal, se Julia não mais poderia gostar de Barnabas, nada a impedia de gostar de Angelique. Mas... Deu um nó na garganta. Ah! Ela que não confiaria num conselho da tia Elena. Era impossível desligar-se do lado de Barnabas agora. Tornou-se obsessão. Não mais paixão.

- Julia... Você está bem? – Perguntou Elizabeth, percebendo que Julia estava olhando para Angelique de forma rancorosa. – Parece-me meio nervosa. Meio atordoada. O que está havendo?

- Estou muito nervosa Elizabeth! – Disse. – Minha cabeça apenas me confunde. São tantas informações precisas e eu ainda tenho esse desejo...

- Que desejo? – Questionou Elizabeth, curiosa.

- Nada, nada... – Disse. – Procuro ajuda. Você vai me ajudar ou não?

- Tudo bem, tudo bem. – Respondeu Elizabeth. – Tome. Aqui.

  Elizabeth puxara uma taça de champanhe da bandeja e dera a Julia.

- Isso com certeza vai fazer-te melhor. – Disse ela. – Tome e acenda um cigarro. Caso se sentir incomodada, não precisa ficar presente em toda a festa.

  Ela olhou para Elizabeth e a abraçou.

- Obrigada! – Respondeu.

  Subiu em seguida, direto para o seu quarto. Fechou as janelas e arrancou aquele vestido cheio de babados do corpo. Pôs um simples, um parecido com uns que sempre usava e desceu para o seu segundo escritório. Esta era a hora de pôr em prática tudo o que queria. Tornar-se imortal, como Barnabas.

  Sem que ninguém pudesse ver, correu ao seu escritório e fechou a porta, porém não trancou. Colocou a maca no centro da sala e puxou o carrinho com a bolsa de sangue pertencente a Barnabas. Conectou o tubinho em seu braço e pôs-se a assistir à TV. A manhã chegara rapidamente. Julia tomava agora o seu quinquagésimo sétimo drinque de uísque.

- Precisamos aumentar os nossos esforços! – Ouvia-se uma voz do lado de fora da sala. – Preciso tornar-me humano urgentemente!

  A porta abriu-se. Era Barnabas.

- Eu posso explicar. – Disse.

- Meu Deus! – Suspirou. – Você não está usando o seu sangue para fazer-me mortal, mas sim, o meu sangue para te fazer imortal.

- Sim. – Respondeu Julia, sentindo-se culpada por tudo de ruim no mundo. – Mas Barnabas, você tem um dom e tem de dividi-lo.

- Sabe Julia... – Disse ele, puxando as alças do vestido de seu ombro. – Nós podemos consertar isso.

- O que você quer dizer com isso? – Perguntou-o.

  Ele agarrou-a de modo que não pudesse sair e rasgou todo o seu vestido. Ficou nua.

- Você não sempre quis me ter? – Questionou ele.

- Sim! Sempre! – Respondeu. – Eu te amo, Barnabas!

- Pois então.

  Ele arrancou as próprias roupas e os dois começaram com outra espécie de brincadeira, desta vez, um em cima do outro. Gemidos iam e viam. Julia sorria alegremente, como tola. Foi então que Barnabas aproveitou a sua posição e mordeu o seu fino pescoço.

- Aaaah! – Gritou Julia. Mas logo fechou os olhos.

- Willie! – Exclamou Barnabas. – Me ajuda com esta aqui.

- Claro meu mestre. – Disse. – O que o senhor quer de mim?

- Leve ela até o carro. – Respondeu e disse a Willie todo o planejamento. – De lá, é comigo.

  Willie deixou o chevy preparado na garagem e então, Barnabas acelerou rapidamente. Ele parou no mesmo ponto em que Josette morreu. Na Colina das Viúvas. Ficou com certo nojo de jogar Julia ali, afinal, ali era onde as viúvas de honra se jogavam, e não qualquer viúva. – Pelo menos de acordo com o pensamento de Barnabas, sim. – Porém era o lugar menos agitado e mais distante.

  Barnabas puxa Julia para o banco de motorista. Joga algumas garrafas de bebida nos assentos do carro como suposta evidência e põe o pé dela no acelerador, as mãos no volante, engrena e a manda pra frente. O carro cai do então abismo e uma explosão é ouvida. Constatado, Julia havia morrido.

ARTHUR C.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A história continua (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.