Memórias escrita por Arthur C


Capítulo 21
A Mudança Para a Collinwood




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MEMÓRIAS

CAPÍTULO VINTE-UM:

Elizabeth estava a ajudar, Jack estava a fazer um chá das cinco e Kadhi... É, pode-se dizer que estava a brincar.

– Devo botar este vestido? – Perguntava Julia.

– Querida... Bote tudo o que tiver. – Respondeu Elizabeth.

– Alguém quer uma xícara? – Perguntou o capitão Jack sobre o chá. Intrometendo-se. O bom e exaltante cheiro parecia subir pelas narinas das duas, como uma expressão suave, parecia soltar todas as incertezas que tinham em suas cabeças.

– Quero. Obrigada. – Disseram as duas, ao mesmo tempo.

Julia ainda mantinha-se pasma com a ideia de que iria morar na Collinwood. E não que fosse um sonho, mas ela já desejou morar ali. Era uma das coisas que mais queria. Pelo menos é o que imagino. A primeira devia ser que Barnabas estivesse “vivo” e a outra... É... Morar na Collinwood. Abria uma mala e punha todas as suas roupas dentro, sem dobrar ou passar, talvez fosse a ânsia. Talvez fosse a desejada vingança que queria aplicar sobre Roger, talvez...

– E então, tudo pronto? – Perguntava Elizabeth. – Vamos?

– Vamos. – Disse Julia abrindo um grandioso sorriso.

Julia pegou a sua mala, não tão grande e seguiu ao carro de Elizabeth, um velho chevy empoeirado e derrotado. Entrou e segurou-se em seu assento. A porta emperrada finalmente fechou e elas puderam ir. Uma estrada sombria e aterrorizante logo entrou em cena enquanto o chevy andava aos poucos com seus puxões. Um tempo passou e pararam. Saíram e empurraram aquele grandioso portão que já se arrastava no chão. Entraram.

O carro bateu o motor logo na frente do portão.

– Abóboras! – Exclamava. – Abóboras! Abóboras! Queridas e redondinhas... São as minhas amadas abóboras! La-la-la! – Um homem com um copo de Bloody Mary corria entre as abóboras, abraçando-as.

– Sim... Este é nosso mordomo entre aspas, Willie, uma figura... Estando bêbado ou não. – Disse Elizabeth rindo.

Agora ele estava a beijar as abóboras.

– Nossa! – Exclamou Julia. – Ele deve oferecer ótimos serviços para todos.

– Bom... Ele foi o nosso único empregado fiel aqui dentro. – Disse Elizabeth suspirando, como se não aguentasse mais ser enganada.

Entraram na Collinwood. Finalmente. A sala era como Julia sempre sonhara. Todos os detalhes, até mesmo os insignificantes. Todos os quadros. Todas as estátuas. Aquele lustre inteiramente de cristal.

– O que faz aqui? – Uma voz baixa ecoou do fundo da sala.

– Sabe Roger... A Julia está esperando um filho seu. – Disse Elizabeth, impondo-se, enquanto Julia se encolhia atrás.

– Um filho que pode ser meu. – Respondeu Roger, se aproximando.

– Oh! Roger! Como pôde fazer isso comigo? Seu bastardo! – Exclamou Laura, que acabou por ouvir toda a discussão.

– Não é isso que estás a pensar querida... – Saiu ele atrás dela.

Elizabeth virou-se para Julia.

– Quando eu disse que iria desafiar o meu irmão Julia... Automaticamente significa que você também irá. – Disse. – Irá aguentar todos os tipos de acasos e gritarias que houverem nessa casa. Mas isso valerá a pena, desde que pense no seu filho.

– Eu penso, e muito! – Respondeu Julia.

– Então essa é a sua única solução querida, aguentar. – Disse Elizabeth, suspirando.

Os meses logo se passaram. Julia estava esbanjando sorriso. Pôde sentir as mãos do bebê duas vezes assim como os chutes que ele dava na barriga. Logo, iria nascer. Até a parteira, Elizabeth havia chamado. Dave Woodard já estava hospedado na Collinwood havia uma semana, estava apenas a esperar. O tempo era curto. O bebê logo chegaria. E chegou. A parteira pôs-se a posto e começou a puxá-lo enquanto Julia esperneava e gritava.

– Ele chegou querida. – Disse a parteira, de forma alegre.

Roger e Dave até abraçaram-se.

– E então Julia, como será o nome? – Perguntou Elizabeth.

Ela abriu um sorriso, mesmo chorando.

– Este meu futuro orgulho, irá chamar-se... Hm... David... David Collins.



...11 ANOS DEPOIS...



A vida corria bem em Collinsport. Após a chegada de David, Dave não saiu de lá. Comprou uma casa no centro e passou a viver lá, solitário, já que a mulher o havia largado quando soube de seu caso com Julia, porém, feliz. Ele atuava como médico lá também, havia aprendido a ser curandeiro com Kadhi, que passou-lhe todas as suas tradições africanas. Julia também atuara como médica, uma psicóloga, bêbada na maioria do tempo, mas boa profissional quando estava sóbria. Havia feito um curso rápido com uma mulher inexperiente e passou um tempo em Lichfield, para especializar-se. Chegou até a abrir um escritório ao lado do negócio dos Collins, porém não deu certo, o dinheiro mal sobrava e ela gastava horas do dia com seu filho, David, “Um pequenino problemático” de acordo com Carolyn, a filha de Elizabeth. Porém, nem tudo era como o que você pensa. Roger assumiu e registrou o menino, mas não como filho de Julia, e sim como filho de Laura, que agora se encontrava no fundo do mar, morta.

David sofrera por causa disso. Dizia ele ver a suposta mãe toda noite, pelo menos, o fantasma dela. Por isso Julia acabava por gastar o seu tempo com ele, eram terapias, reflexões, regressões, hipnoses e todo o tipo de relaxamento possível para o pobre garoto. Mas não era fácil. O próprio pai o esnobava e mal dava atenção. A suposta mãe fora morta. Carolyn adorava fazer suas implicâncias sem fim. E a Dra. Julia, acabara por perder o entusiasmo que mantinha com ele mantinha nas sessões. A “família” então decidiu juntar o pouco que restava do salário de cada um, e contratar uma governanta. Uma espécie de “amiguinha” para David. Assim, todos podiam concentrar-se no que queriam, sem serem ignorantes. Mas, mesmo sem a governanta ter chegado, todos já estavam se adaptando ao que queriam. Julia adaptava-se a as suas terapias e à seus drinques. Elizabeth adaptava-se a o negócio de peixes dos Collins. Roger adaptava-se a TV e prostitutas. Carolyn adaptava-se a dançar e escutar as músicas de Alice Cooper e Willie adaptava-se a abraçar as abóboras todas as noites.

Os Collins foram se acostumando rapidamente com essa nova fase. Foi então que Roger acabou por ver uma notícia na TV. Houve um acidente na rota nove. “Parece ter sido uma grande colisão sobre o chão que o fez romper, dando lugar a uma antiga cova, um caixão... Aberto”. Foi o que a jornalista tinha dito. Julia sabia muito bem o que significava tudo aquilo. Era o desejo dela tornando-se realidade. Era o voltar dos tempos. Era o que todos temiam. Ela pôde até dar um pequeno riso malicioso, como se soubesse o que estava por vir.

O sinal da campainha soou. Roger continuou a assistir a TV, que agora estava a mostrar o depoimento de uma jovem loira, Angelique, talvez. Foi então que Willie correu para atender a porta. Um homem pálido que parecia ter sangue em seu cachecol aproximou-se de todos. Ele olhou para um quadro sobre a lareira. Julia memorizou-o e conseguiu dizer algo que fez com que o estranho homem concordasse:

– Você é Barnabas Collins.


ARTHUR C.


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Notas finais do capítulo

A história continua... XD



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