Memórias escrita por Arthur C


Capítulo 11
Uma Pequena Visita, Uma Grande Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que gostem!! (:



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MEMÓRIAS

CAPÍTULO ONZE:

  Manteve-se desconcentrada por um instante, não parava de pensar em Barnabas e em todas as outras coisas que a perturbava. Seus conceitos eram enganados ao longo que se perdia na vaga mente, escura e secreta. Vai ver que Edgard podia certo dia cansar-se de toda essa procura que não tinha fundamentos, e acabar com tudo. Por mais que pensasse em todas as possibilidades e negligências que poderiam ocorrer, Julia agiu ingenuamente, como ninguém soubesse como seria o dia de amanhã:

- Aceito.

  Não sabia se era certa tal decisão, mas enquanto não terminasse a descoberta sobre os Collins, era bom ter uma companhia inteligente.

- E então Julia, vai vir conosco para jantar? – Perguntava o Sr. Hoffman.

- Hoje não, Don. Não estou com muita cabeça para isso.

- Precisarei chamar a Clara?

- Ok... Irei trocar de roupa. – Sorriu envergonhada e seguiu para o quarto.

  Chegou em seu quarto. Encontrou as luzes apagadas, acendeu-as e seguiu, a procurar o seu vestido. Nada. Havia tanta coisa que a perturbava, nem mais ligava para um jantar com os Hoffman... Mas como era um pedido, não tinha como negar. Minutos se passaram e Julia ainda mantinha-se dentro do quarto, foi então que Don começou a bater na porta, sem parar. A agonia tomou conta de si mesma e então, se despiu, sem ao menos pensar. Ouviu um certo barulho no banheiro, e enquanto caminhava até lá, foi empurrada contra a cama. Depois uma cabeleira loira surgiu, era Edgard. Ficou surpresa.

- Pronta para passar a noite comigo, Sra. Hoffman? – Sussurrou.

Riu. Sempre que ouvia “Sra. Hoffman” lembrava de Clara, porém continuou:

- Não acha isso meio que inadequado?

- Por que inadequado?

Empinou o nariz, Levantou a cabeça, e aumentou o tom da voz:

- Edgard, hoje não. Até porque somos casados de boca, apenas. Após o padre aceitar os votos, poderei pensar em seu caso. Agora licença, se você não é cego, percebeu que eu me encontro nua.

  E então ele saiu, enraivado, porém sem dizer nada. Julia pegou o roupão, atacou, sentou na cama e encolheu-se. Era uma crítica situação. Será que Edgard buscava só o sexo? Apenas usá-la? Caso foi, porque iria aguentar todo esse tempo só para um destino? Chorou mares e rios, de águas doces e salgadas, até salobras. Todos ouviam seus berros, porém só uma pessoa foi capaz de se aproximar.

- Nina. – Foi tudo o que Julia pôde dizer.

- Por que continua com este homem, Julia? Para quê se desgastar? Você tem várias descobertas para concluir e tantas outras coisas. Não perca o seu tempo.

Manteve-se calada, escutando. Nina era uma pessoa maligna e infiel, porém, tinha seus momentos:

- Eu tenho sentimentos por ele, Nina. Não vou desapegar tão fácil, e ainda tem você, que é muito amiga da Clara.

O tom rouco da sua voz, fez Nina ficar um pouco mais dócil, diante da situação.

- Pensarei...

  Nina fechou a porta e Julia voltou a chorar, com a mente mais tranquila. O noite passou rapidamente, como um vulto, e logo o sol raiava novamente. Kadhi foi o primeiro a acordar, certamente, Julia deveria ser a segunda. E assim continuou... Acredita-se que esse foi o dia mais feliz da vida de Julia. Afinal, ela iria entrar na famosa Collinwood. O dia em que ela descobriria mais sobre os Collins, e Barnabas.

- Sra. Hoffman? Acorde.

- Kadhi? O que faz aqui? ... E é Julia, sabe muito bem.

- Desculpe-me, eu vim para lhe acordar. Afinal, tem uma visita a fazer.

  Lembrou-se rapidamente de Elizabeth e correu até a fábrica. Era cedo, seis horas, enquanto o encontro só iria ocorrer às nove. Porém aproveitou o tempo e foi até a biblioteca. Cumprimentou o secretário, como de costume e seguiu até a ala de biografias e histórias.

- Vai ser difícil achar mais um livro sobre os Collins. – Dizia Kadhi.

- Não seja bobo, menino. A esperança é a última que morre.

- Não perca tempo, Julia. É certo que da última vez achamos somente os registros de Joshua, imagina agora...

- Realmente. Mas se há registros de Joshua, há cartas ou alguma outra coisa que informe.

  Então voltou a procurar cartas, diários, páginas arrancadas, livros e todo o restante, enquanto Kadhi mantinha-se sentado ao lado. Aquelas três horas que tinha passaram num piscar de olhos, e posso dizer de que nada adiantou gastá-las. Voltaram a fábrica e lá encontraram Elizabeth, pouco constrangida com a situação de não conhecer Julia muito bem e ter de falar sobre sua família para ela, quis dar um passo a mais:

- Desculpe-me. Não fomos apresentadas ontem, mal tive tempo de falar com você, mas eu não sou ignorante assim... Pelo menos não tanto. Meu nome é Elizabeth, Elizabeth Stoddard. E eu estou disposta a gastar o tempo que for para ajudar você com todas as descobertas que nos restam.

Riram um pouco, e voltaram:

- Muito obrigada. Certamente irá perder uma boa parte de tempo da sua vida, mas é uma decisão generosa. – Pensou. E começou novamente – Que tal começarmos agora?

Subiram, até o escritório de Elizabeth, e lá continuaram:

- Então, qual o material que você já possui?

- Bem, eu tenho centenas de cartas do Barnabas, e...

- Barnabas... Seria meu ente favorito da família, se não tivesse tido um caso com aquela bruxa...

- Permita-me? – Disse Julia, sem entender a situação.

- Angelique. Julia. Angelique Bouchard.

- Ela amaldiçoou nossa família e agora ameaça, mesmo que acredito eu, que esteja morta.

- Mas isso não é possível.

- Tudo é possível com os Collins. Esse conceito será preciso se quiser terminar de descobrir tudo.

- Tudo bem, mas... Como ela continua a ameaçar?

- Angel Bay.

- Como?

  Elizabeth levou Julia até a janela, onde era permitido ver a Angel Bay, outra fábrica de peixe na frente do negócio dos Collins. Acredita-se ter sido fundada por Angelique.

- Entende agora toda a nossa história com os Bouchard?

- Não exatamente.

- Pois lhe adianto. Mesmo com Barnabas morto e todas as outras evidências que tenha lido que comprovem o fim de tudo... A batalha com os Bouchard, de fato, ainda não acabou.

ARTHUR C.


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Notas finais do capítulo

A história continua... (:



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