Era Ele escrita por Biaa Black Potter


Capítulo 5
Capítulo IV - Two Is Better Than One


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos reviews! Estou com pressa, ok? Música: Two Is Better Than One.



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Cause when I close my eyes I drift away

I think of you and everything's ok

I'm finally now believing

(Two Is Better Than One - Taylor Swift)

Não sei quanto tempo se passou desde que eu falei... Talvez horas ou apenas minutos...

Aguardei em silêncio, ignorando completamente meu horário escolar. Nada era mais importante que aquele momento, e era só um dia, ninguém iria morrer por causa disso.

Sinceramente, já estava começando a ficar nervosa com o silêncio de James, mesmo sendo o normal para a situação... Eu não conseguia prever o que James acharia da situação, porque James Potter sempre foi um enigma para mim... Ele era incompreensível. Sempre que você acha que ele agirá de uma maneira, ele age de outra. Como se adivinhasse o que você esperava.

Continuei a encarar seu rosto, que ainda estava sem emoções. Porém, depois de um tempo desisti e fiquei observando o local onde estávamos. Era perto do lago de Hogwarts e dos corredores – o que era ruim, já que alguns estudantes que passavam por nós nos encaravam. Pelo menos fazia sombra ali, por causa das árvores.

Ouvi um som perto de mim e me virei para James, para ver se era ele que fazia o som. Mas o que eu vi me deixou confusa. Muito confusa.

Porque James Potter estava rindo? Pensei. E, em segundos, James Potter não estava só rindo. Ele estava gargalhando.

– Você está rindo do quê? – perguntei – Não me diga que está rindo de mim!- gritei, furiosa.

Ele parou de rir por um momento, para meu alívio, e fez uma careta.

– Eu nunca riria de você, Lily! - revidou.

Estreitei os olhos.

– E naquela aula, no quarto ano? Quando eu disse que Sirius era intrometido? Você riu de mim! - acusei.

Velhos hábitos são difíceis de largar e implicar com Potter era um dos meus.

– Eu estava rindo com você! – replicou.

Ficamos calados em silêncio por um tempo. Não queria o quebrar, porque sabia que James ainda não tinha tido o tempo que precisava para pôr ordem em sua cabeça. Do mesmo jeito que eu tinha precisado. Afinal, era uma notícia bem grande.

– Lily... eu não te disse do que eu estava rindo... – falou, mas não terminou a frase, como se buscasse palavras.

– E então, James? Do que você estava rindo? - perguntei.

– Lily, pense comigo... você tinha uma amiga de infância, a adorava, idolatrava até... Então, vocês se separam e nunca mais ouviu falar dela... Você segue sua vida naturalmente, mas se arrepende até hoje de não lembrar o nome real dela e assim poder mandar cartas... – começou a falar James - E... você começa a gostar de uma garota... gostar pra valer... A garota te odeia e não faz questão de esconder isso – falou James, com uma voz triste – Tudo está acontecendo normalmente... até que uma professora pede para mostrar a sua foto trouxa para a classe... Você o faz. E observa a pessoa que gosta sair correndo, e fica sem entender nada. Depois, você a acha e ela conta que era sua amiga perdida de infância... Podia ser melhor, Lily?

Há essa hora, já estava com lágrimas no meu rosto. Quem não estaria? James me observou com um sorriso e, confesso, meu coração derreteu. Se já não estava derretido antes.

O discurso de James fora lindo e emocionante. E, o melhor de tudo, ele me deixou enxergar um James que eu não tinha visto há anos. Não havia nada haver com popularidade ou se sentir superior, que são as únicas coisas que eu conseguia ver no James desde meu primeiro ano. Apesar de muita gente tenta me falar que James não era assim, eu não conseguia o ver de outro jeito. Ou melhor, do jeito que ele é. Do jeito que ele estava sendo agora.

– James... – falei baixinho – Eu adorei o que você falou.

– Foi só a verdade- respondeu.

O puxei para um abraço e ficamos assim, calados, de novo. Posso dizer que podia fazer isso mais umas mil vezes. Porque agora eu não o enxergava como James Potter. Eu o enxergava como Jimmy.

E finalmente entendi porque odiava tanto James. Algo que nem eu mesma tinha entendido muito bem, como se estivesse faltando algo. Ele me lembrava de algo que eu não queria lembrar. Era doloroso demais ficar sem Jimmy.

Tentei para de pensar nisso. Agora isso não importava mais. Eu tinha o meu Jimmy de volta e James tinha a Lyan de volta. Com algumas diferenças é claro. Até porque eu tinha outros amigos agora e ele também.

– Você está aceitando isso muito bem – falei suavemente.

– Você também.

Continuamos a ficar abraçados e voltamos ao silêncio.

– James... – mordi o lábio. Eu não queria entrar nesse assunto, mas precisava - Porque você foi embora? Sem me avisar?

Ele ficou com uma cara triste.

– Me pai mudou de emprego. Então, precisamos nos mudar também. Na hora, eu não entendi que nunca mais te veria. Achei que mesmo morando longe poderia aparatar para te ver... Mas acontece que nossas mães acabaram brigando. A sua estava com raiva da minha porque nós íamos embora. E a minha mãe se irritou, porque ela não podia fazer nada. Era o emprego do meu pai que estava em jogo.

Fiquei em silêncio. Por mais idiota que possa parecer, irritei-me com a minha mãe e a de James. Porque elas não podiam ter resolvido as suas diferenças? Como adultos? Agir de maneira madura? Minha vida foi muito diferente por causa disso... e aposto que mudaria não só a minha, a de muita gente também.

Se os Potters tivessem continuado morando perto da minha casa, ou pelo menos mantendo o contanto, eu provavelmente iria ser amiga dos Marotos! Não iria tentar seguir regras, afinal, James sempre fora muito persuasivo. E, para ser franca, nunca tinha gostado muito de regras. No começo, só as seguia por causa do meu nervosismo em fazer parte do mundo da magia e agora as sigo só por hábito e pela minha imagem de monitora.

– Tudo bem, Lily? – James perguntou, me tirando dos meus devaneios.

– Não... Como minha mãe pôde? Como ela se atreveu a me proibir de te ver? – perguntei irritada.

Agora eu lembrava que qualquer coisa que eu perguntasse sobre a família de James, mamãe reclamava ou dava uma resposta seca. Com o tempo, aprendi que era melhor simplesmente não falar sobre eles. E foi assim que eu me esqueci do nome de James. Será que isso tinha sido planejado pela minha mãe?

– Elas achavam que não passávamos de simples vizinhos que se falavam. Que íamos esquecer um do outro. Que faríamos novos amigos. Que qualquer criança faz um amigo onde quiser – respondeu James, com a voz rouca.

Fechei os olhos, tentando controlar minha raiva e pensar mais calmamente.

– Não acho que eram boas razões, James - acusei.

– Eu nunca disse que achava – respondeu me encarando.

– Desculpe – pedi sinceramente.

Ele sorriu.

– Vamos ficar perdendo tempo aqui pensando nisso? - perguntou com os olhos brilhando.

– Claro que não.

– Então, temos nove anos para recuperar – falou.

Nove anos... É muito tempo. Tempo demais. Principalmente, se fosse tempo perdido, como era o caso.

– O que gosta de fazer?

Começamos a conversar sobre coisas simples e a tarde não podia ter sido mais divertida. Não me lembro de ter rido tanto com alguém que não fosse Marlene e Dorc. Mas a conversa com James era fácil, fluía naturalmente.

Eu me sentia bem, como se não precisasse medir tudo o que eu falava, sem ter medo de ser julgada. Eu só... falava. Percebi o quanto James era inteligente e divertido, mesmo que continue sendo um pouco arrogante. Contei a ele sobre como eu fiquei amiga das meninas e ele me contou como ficou amigo dos Marotos, e é claro que foi pelo expresso de Hogwarts. Falamos sobre literatura bruxa, admito que fiquei um pouco surpresa quando James me disse que leu alguns livros nas férias. Certo. Fiquei um pouco mais do que surpresa e James me mandou um olhar magoado, ao que eu ri.

Quando já estava perto do céu escurecer, decidi que tinha que ir. Precisava pegar com alguém as matérias que eu perdi ontem.

– Vou ter que ir, James – falei, me separando do seu abraço.

– Agora? Jura? – fez biquinho.

– James! Você ficou incrivelmente infantil e ridículo assim – ri.

Peguei minha bolsa.

– Não me ofenda! Certo?

– Não prometo nada! – brinquei – James?

– Eu?

– Posso te pedir uma coisa?

– Claro.

– Não conta nada para os outros Marotos – pedi.

Ele me encarou.

– Por quê? - pronunciou lentamente.

– Eu quero fazer algo... estranho... Uma brincadeira – falei e contei a minha ideia.

Finalmente, me afastei de James (mesmo não querendo), comecei a caminhar para o salão comunal da Grifinória, já que ainda tinha que falar com as minhas amigas, que certamente iriam querer saber tudo em mínimos detalhes (detalhes demais) e eu precisaria inventar uma desculpa. Uma desculpa ótima.

Comecei a entrar em pânico. O que eu iria dizer para as meninas? O que eu iria fazer? E para as outras pessoas, quando eu precisasse repor as matérias? E, oh Merlin, para os professores?

Ri sem humor. Lily Evans estava definitivamente pirando!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Estão surpresos com a mamãe de Lily? É, eu também estou. Bjs



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