Unusual Way escrita por Carol Dias


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, quero agradecer a Laura (RockAndGlee) que me deu ideias para essa fic ♥
Espero que vocês gostem.



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Especial para mim desde o primeiro dia que eu te encontrei. Como eu poderia esquecer você? Uma vez você tocou minha alma e de um jeito muito incomum.


Você me fez completa.


Prólogo

Seu pé direito batia impacientemente no chão enquanto seus dedos tocavam letras aleatórias do teclado formando uma palavra inexistente na tela. Ele não sabia sobre o que escrever. O efeito das drogas no meio de um ambiente familiar? Não. Quantos peixes morreram no seu aquário na última semana? Não. O fato de ele ser o único anormal no meio de um restaurante com um notebook aberto enquanto várias pessoas comiam? Talvez. Olhou em volta até parar em um pequeno menino que o encarava.

Claro que ele era anormal, mas por algum motivo aquele lugar o inspirava, talvez fosse o cheiro da comida ou a decoração, ou a mistura dos dois. Era só sentar lá que imediatamente começava a escrever e depois ainda poderia desfrutar da melhor das massas, mas naquele dia especificamente sua cabeça estava a mil. Culpa da sua ex-mulher, é claro.

Aos dezessete anos, Finn Hudson havia sido ameaçado de morte caso não se casasse com Quinn Fabray porque ela estava grávida dele. E assim foi feito, ele assumiu sua responsabilidade e alguns meses depois Josh estava no mundo e ele era oficialmente pai, com contas para pagar, fraldas para trocar e uma esposa irritante para aturar. Conseguiu um emprego de meio período num jornal de Ohio, tirava cópias e atendia ligações enquanto terminava o ensino médio. Um dia, o editor chefe encontrou sem querer uma de suas redações da escola e acabou o convidando para ter sua própria (pequena) coluna semanal. Ele escrevia sobre tudo e as pessoas gostavam, ganhou um espaço maior no jornal, se formou em letras e quando seu filho completou cinco anos, recebeu uma proposta irrecusável de escrever para o The New York Times e se mudou com sua família para a cidade que nunca dorme.

Foi aí que o caos começou.

Minto.

Entre ele e Quinn o caos era inevitável, a cada dia que passava durante todos aqueles anos, ele tinha mais certeza de que eles não nasceram para ficar juntos e que Josh foi (é) o melhor erro que cometeu. Seu maior erro foi ter dito isto em voz alta, fazendo com que a mulher arrumasse suas malas e fosse embora de Nova York levando seu filho consigo, para a dor dele. Finn amava aquele menino mais que tudo e tinha muito orgulho dele, ele era inteligente e bastante maduro para sua idade. Mais acima de tudo, ele temia que Quinn não cuidasse dele direito.

Durante os dois últimos anos, ele havia lutado sem sucesso pela guarda do seu filho, preferiu ficar com seu emprego no jornal, pois só aquele salário o permitia pagar a alta pensão estipulada por sua ex-mulher e a cada quinze dias – como o juiz definiu - ia para Ohio visitar seu filho. Seu estresse atual é porque Josh ligara chorando no dia anterior pedindo para passar as férias de inverno com seu pai, mas Quinn não permitira.

Bufou. E fechou o notebook com a ideia de ir embora, mas seria um desperdício sair de lá sem comer, ainda mais tendo ocupado a mesa pela última hora para nada enquanto uma família inteira poderia ter comido nela, dando mais dinheiro ao restaurante.

O Per Mangiare Ristorante, seu restaurante italiano favorito, ficava a três quadras do Central Park, que por sua vez ficava a duas quadras do jornal – e Finn não se importava de ir andando até lá. Decidiu pedir apenas uma lasanha individual e uma coca e ao dar a primeira garfada lhe ocorreu uma ideia: Um menino órfão – porque todas as grandes histórias têm um órfão – que embarca numa viagem em busca de qualquer informação sobre seus falecidos pais e acaba encontrando um bruxo, ou talvez uma fada, ou qualquer criatura mágica que faça dar dinheiro. Ele não escrevia histórias longas, mas era escritor, não é mesmo? Largou a lasanha e começou a digitar.

“Com licença, o senhor não pode mais ficar aqui escrevendo”.

“A dona me deixa escrever aqui”, ele disse sem tirar os olhos da tela e os dedos do teclado.

“Eu sou a dona e tenho que fechar o restaurante”.

Ele olhou em volta e o restaurante estava vazio, restando apenas ele e a pequena mulher a sua frente. Perdeu alguns segundos a observando e ela não era nada do que ele imaginava, não era alta, loira, nem muito menos velha, vestia um vestido verde simples e seus cabelos negros emolduravam seu belo rosto.

“Finny?”

“Meu Deus, eu não acredito nisso!”, ele levantou na cadeira e a deu um abraço, levantando-a do chão e girando, fazendo-a gargalhar. “Eu não achava que fosse sentir tanta saudade da sua risada, Rachel”.

“Eu não achava que fosse sentir saudades de você e muito menos que fosse te encontrar em Nova York”.

“Pois é, o mundo dá voltas e agora eu escrevo para o New York Times”.

“Então você é o cara que vem aqui passar mais tempo escrevendo do que comendo... Eu já sabia de você, mas não sabia que você era você”.

“Eu também não sabia que você era você. Aliás, sempre pensei que fosse te encontrar estrelando algum musical da Broadway, mas também nunca te procurei”.

De repente ela ficou séria. Séria até demais para a Rachel Berry divertida e tagarela que ele conheceu na escola e que saiu da cidade porque aos dezesseis anos conseguiu um papel na Broadway, Spring Awakening, se ele não estava enganado.

“Então, você quer companhia até a sua casa?”, perguntou tentando mudar de assunto e anotando mentalmente que não deveria tocar nele mais uma vez.

“Não precisa, eu moro no apartamento em cima do restaurante”.

“Ah, entendi”, e assim um silêncio constrangedor se instalou entre eles e Finn achou melhor começar a recolher suas coisas para ir embora.

“Eu quero te ver de novo”, ela disse ainda meio séria e ele podia notar certa tristeza em seus olhos.

“É claro, a gente pode sair pra almoçar outro dia”.

“Certo, mas eu escolho o restaurante”, ela disse pegando o celular dele e discando seu próprio número para que pudesse ficar guardado na memória dos dois aparelhos. “Pode rir, era pra ser uma piada”

Ele abriu um sorriso torto.

Ela não lembrava o quão charmoso ele poderia ser.



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Notas finais do capítulo

Mereço Reviews? Só com a opinião de vocês eu vou saber se devo continuar, ou não, hehe.
E com essa fic, acho que meu bloqueio passou e eu poderei atualizar as outras, YAY.