P.O.V. Percy

– Não é o que vocês estão pensando.

Annabeth estava com a mão na barriga e sentada no chão, seus olhos lagrimejavam de tanto rir, já eu, bom, estava encostado na porta, também rindo sem parar. A cena que nos deixou assim? Um Bob apenas de cueca, tirando a blusa de Melina, a coitada estava mais vermelha que um tomate.

O loiro vestiu sua calça rapidamente.

- Annie, sabe...isso aqui... – as palavras saiam aos tropeços, mas nenhuma frase era formulada. Annabeth e eu recuperamos, ajudei-a á ficar de pé.

- Bob, tudo bem – falou ela com simplicidade. Melina se levantou e caminhou até nós, ainda vermelha.

- Me desculpem – pediu – Vocês sabem como são os hormônios de adolescentes né.

Sorrir, e olhei com certa malicia para a loirinha ao meu lado. Ah !! Como eu sabia.

- Melina, não tem problema, foi só um acidente, nada demais – disse Annabeth segurando a risada. Bob que até agora permanecia calado se coloca a frente.

- Nada demais? Claro que é demais sim, eu não dei um bom exemplo para você Annie - ele disse desapontado. Bob se virou para Melina.

- É melhor você ir, nos vemos depois – se despediram com selinho, o loiro deu as costas e subiu a escada, pulando de dois em dois degraus.

Minha pequena suspira e se senta no sofá.

- Ele ficou mal mesmo – digo, deitando-me em seu colo. Annabeth começa a mexer em meu cabelo.

- Bob sempre tentou passar uma boa imagem para mim, devido o que passamos ao prolongar dos anos, e eu pegá-lo no flagra dessa forma, isso foi decepcionante para ele – ela fixou seus olhos em um ponto.

- Mas isso não tem nada haver, Bob sempre passou uma ótima imagem dele para todos. E você não vai julgá-lo só por isso.

- Não, não vou, mas, isso é complicado demais de se explicar – levantei-me e lhe dei um beijo na bochecha.

- Vai passar – falei, ela sorrir minimamente.

- Tomara.

Subimos para seu quarto. Annabeth foi tomar banho, enquanto eu fiquei jogando no celular, deitado em sua cama. Não demorou para uma loira sair do banheiro, vestida apenas com uma calça jeans e sutiã branco, secando seus belos cachos dourados com a toalha. Eu nunca ia me cansar de olhá-la, Annabeth tinha o corpo mais perfeito de todos. A loira vem até mim, penso que vou ganhar um beijo, mas em vez disso, ela solta uma risadinha e sussurra ao meu ouvido.

- Já não basta babar dormindo, agora também baba acordado? – a pego pela cintura e a beijo, nossas línguas se mesclando em uma batalha prazerosa, ela se senta em meu colo e seus dedos brincam em meu cabelo. Minhas mãos passeiam pelo seu corpo, hora em sua barriga, hora em suas costas. Annabeth se afasta e solto um gemido de desaprovação, a loirinha rir e se levanta, vestindo seu uniforme de trabalho.

- Quem sabe mais tarde – ela lança-me uma piscadela, me levanto da cama e abraço, girando-a no ar. Ao coloca-la no chão lhe dou um selinho estralado.

- Vou cobrar – rimos e saímos do quarto indo em direção à sala. Bob não estava lá.

- Vou vê como ele está – disse Annie, e subiu a escada. Sentei no sofá para espera-los, estava distraído quando assusto com meu celular tocando, olho no visor e o número está como desconhecido.

- Alô – falo ao atender, e escuto uma risada do outro lado. Aquela risada diabólica que eu reconhecia bem, que fazia os pelos de minha nuca se enriçarem – Mattew.

- Olá Jackson – sua voz era descontraída – Só vim te lembrar de uma coisa – fechei meus olhos, eu sabia o que era, e isso só aumentou meu ódio – Você só tem essa semana.

Meu coração acelerou, eu não podia perder ninguém, principalmente minha Annie.

- Mattew, por favor, preciso de mais tempo – eu estava à beira de um ataque.

- Seu tempo foi suficiente Perseu, traga-me a menina, ou você já sabe quem vai sofrer as consequências.

Com isso ele desligou deixando somente o tututu do celular, apertei a almofada que tinha ali com força. DROGA !! Eu odiava minha vida, odiava mais aquele telefonema.

P.O.V. Annabeth

Subi a escada e passei em frente ao quarto de Frederick, talvez por impulso parei, coloquei minha cabeça lá dentro, ele estava deitado, assistindo TV com uma tigela de sopa no colo, ao me vê um sorriso vacilou.

- Annabeth – era tão estranho vê-lo sóbrio. Fiquei meia sem jeito.

- Vim lhe perguntar se está precisando de algo – Frederick nega com a cabeça.

- Não obrigada.

- Eu e Bob vamos para o trabalho agora, então se precisar basta nos ligar – ele assentiu, quando eu ia saindo Frederick me chama, mas o que ia falar, parece que desistiu de dizer, então me encaminho na direção oposta.

Bati na porta do quarto do meu irmão, mas ninguém respondeu, então eu a abrir para minha sorte estava destrancada. Bob estava deitado em sua cama, com um travesseiro em cima da cabeça, me aproximei e sentei na beirada do colchão.

- Bob – chamei, mas ele não me respondeu – Bob – dessa vez o cutuquei.

- Que?

- Vamos nos atrasar – disse, ele soltou um gemido que parecia mais que estava resmungando.

- Estou nem ai, eu vou passar o resto da vida preso aqui no meu quarto, mofando igual pão velho.

Rolei meus olhos, meu irmão sabia ser bem dramático quando queria. Tentei tirar o travesseiro de seu rosto, mas ele não deixou.

- Estou envergonhado Annabeth – deitei-me ao seu lado.

- Bob, é normal aquilo acontecer entre um casal, você e Melina estão juntos a bastante tempo – o.k. esse era um assunto meio constrangedor de falar.

- É normal quando sua irmãzinha não vê – sua voz saiu abafada por causa do objeto em sua cara, me levantei da cama.

- Eu desisto, sabe, eu já falei que não me importo. Bob a imagem que guardo de você é de um garoto, batalhador e guerreiro, que cuida da sua irmã e nunca deixa nada faltar para ela. Um garoto divertido, alegre, engraçado e muito, muito mesmo responsável. Sabe Bob, eu tenho um grande orgulho de ter seu sangue correndo em minhas veias, durante esse tempo todo você foi minha única família. Quando alguém me perguntar quem é você, eu irei bater em meu peito e sorrindo irei falar ‘’Bob? Aquele doido é a pessoa que mais amo nesse mundo, é meu irmãozão, aquele que sempre vai cuidar de mim’’ E não vai ser essa pequena cena que vai atrapalhar a imagem que guardo de você na cabeça, então agora levanta e vai se trocar, porque o dia longo e nós não queremos nos atrasar não é mesmo.

Meu irmão já tinha tirado o travesseiro do rosto e me olhava admirado, seu sorriso era enorme e seus olhos brilhavam. Ele se levantou e me pegou em um mega abração me girando.

- Eu te amo tanto cabeção – rir, ele me deu um beijo na testa e foi para o banheiro. Desci a escada e me juntei a Percy no sofá.

- Problema resolvido – falei, apesar do sorriso do moreno, vi que ele estava pálido, como se tivesse visto um fantasma, seu olhar demostrava preocupação – O que aconteceu?

- Nada, apenas fiquei aqui esperando você, mas não aconteceu nada. Por que a pergunta?

Estreitei os olhos.

- Nada não.

Em poucos minutos Bob desce a escada, trancamos a casa e fomos para mais um dia de trabalho.