Begin Again escrita por Senhorita Jackson


Capítulo 21
Sem amigos nada somos.


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei, palmas pra mim
hehe
Boa leitura



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P.O.V. Percy

   As lágrimas ainda insistiam em cair sobre meu rosto, eu estava pasmo, sem reação, não queria acreditar naquilo que acabei de ouvir. Logo quando pensei que tudo tinha acabado, recebo essa bomba sobre meus ombros, era difícil aceitar. Olhei para minha mãe, seus olhos inchados e vermelhos. Sem dizer uma palavra se quer, levanto-me do sofá e saio daquela sala, eu precisa respirar ar limpo, me sentia sufocado com o que me contou, precisa colocar as informações em ordem, ficar sozinho um pouco, entender as coisas normalmente. Entrei em meu carro com o pijama mesmo e acelerei indo para o único lugar onde me sentia calmo e seguro.

P.O.V. Annabeth

   O mundo a minha volta tinha parado, parecia que tudo girava em câmara lenta, meus olhos começaram a arder e logo meu rosto estava manchado com minhas salgadas lágrimas, meus pés pareciam estar grudados com concreto no piso da sala, por um momento escutei as batidas do meu coração parando, pensei que eu fosse dessa para melhor, mas algo me fez voltar à realidade, uma coruja entrou e deu exatamente três voltas dentro de minha casa, então saiu pousando em uma pequena árvore que tinha ali em frente, mas nem liguei, pois minha atenção estava em Bob, seu corpo caído perto da porta, com um corte que parecia ter parado de sangrar em sua cabeça, e vários hematomas pelo rosto, tudo ao meu redor começou a girar.

   - Bob – murmurei, ajoelhando-me ao seu lado e colocando com cuidado sua cabeça apoiada em meus joelhos, sua respiração estava lenta e pesada e um desespero começou a tomar conta de mim, sem pensar peguei meu aparelho celular e disquei os três números da emergência chamando a ambulância, em pouco tempo Bob já estava dentro do veiculo, comigo ao seu lado indo diretamente para o hospital. Assim que chegamos meu irmão foi colocado em uma maca e levado para uma sala, não me permitiram entrar, então fiquei na sala de espera sentado com as mãos na cabeça. Logo Thalia, Luke, Nico, Megan e Melina chegaram, eu tinha ligado para eles á caminho daqui. A punk assim que me viu me deu um mega abraço e então não aguentei e chorei ali em seu ombro, os outros se juntaram em um tipo de abraço em grupo, era tudo que eu estava precisando agora, o apoio dos amigos.  Assim que nos soltamos, sentamos nos bancos que tinham ali, esperando alguma noticia boa, fiquei entrei Thalia e Nico, o moreno segurou minha mão, enquanto minha cabeça estava apoiada no ombro da punk. Depois de algum tempo todos calados, o médico chega, me levanto em um sobressalto.

   - E então doutor? – pergunto, ele encara-me, com um olhar aliviado.

   - Seu irmão está bem, fora de perigo, ele apenas levou um golpe na cabeça e vários murros pelo rosto, não tem nenhum membro faturado isso é uma sorte pelo tanto de golpes que recebeu em seu corpo.

   Por um momento me permito respirar aliviada.

   - Podemos ir vê-lo? – o médico, conhecido como Apollo, nos leva até um quarto no segundo andar, o que me lembrou que meu pai estava internado ali, então paro em frente a porta, todos passam a encarar-me.

   - Vão indo, daqui a pouco encontro vocês.

   - Mas loira, onde você está pensando em ir? – pergunta a punk com uma sobrancelha arqueada, bom, eu não dava conta de mentir para meus amigos, então contei a verdade.

   - Ver meu pai – Thalia, tentou me impedir, mas eu já estava decidida – Prometo que não vou demorar.

***

    Lá estava eu em frente aquela porta, tentando achar coragem para abrir e encarar os olhos azuis do homem que estava ali. Respirando fundo, fechei meus olhos e girei a maçaneta, então empurro a porta e Frederick se encontrava deitado com os olhos fixos em algum ponto do quarto, ao me ver percebo através de seu olhar uma certa surpresa. Fecho a porta e me aproximo até ficar do lado dele.

   - Oi – sussurro, parece que ele está tentando acreditar que estou ali.

   - Oi – fala, depois de um certo tempo, ficamos calados até eu sentir sua mão segurando a minha, pensei em me desvencilhar de seu toque, mas á muito tempo eu queria isso, então deixei.

   - O senhor está melhor? – pergunto em uma tentativa de puxar assunto.

   Ele assenti, ainda fraco.

   - Estou sim, doutor Apollo disse que depois de amanhã eu posso voltar para casa.

   - Hum... – era estranho eu e Frederick estar em uma conversa normal.

   - Annabeth – chama-me – Você está aqui para me ver? – pergunta com dúvida, um nó se forma em minha garganta, queria responder um ‘’sim’’, mas ai estaria mentindo.

   - Bom, Bob está internado aqui também – seus olhos são preenchidos pela preocupação.

   - O que ele tem? – não me pergunte o motivo, mas fiquei com raiva dessa pergunta, tirei sua mão da minha.

   - Como se você se preocupasse – falei de uma maneira que até eu mesmo fiquei surpresa. Frederick abaixou a cabeça.

   - Sei que não tenho sido um pai de se orgulhar...

   - Você ainda tem dúvidas – o interrompo, eu estava fora de mim.

   - Mas sempre me importei com vocês – essa foi a gota d’água, então não me aguentei.

   - Se você se importasse como fala, não teria nos trocado por uma garrafa de pinga. Não chegaria em casa todas as noites bêbado, não nos bate... – deixei a frase morrer, tentando impedir as lágrimas de escaparem.

   - Annie, me... me desculpe – okay, eu ouvir isso mesmo, Frederick Chase pedindo desculpa, mas a mágoa que eu sentia era maior. Olhei para a pequena escrivaninha que tinha ao lado da cama, e encontrei exatamente o que eu queria, um copo de vidro, então o peguei e entrei o objeto para ele, que me olhou confuso.

   - Solte esse copo no chão – pedi.

   - Mas vai quebrar.

   - Apenas solte – e assim Frederick fez, soltou o copo que despedaçou no chão, espalhando vários pedaços por todo canto.

   - Agora pedi desculpa para ele.

   - O que? – meu pai encarou-me como se eu estivesse enlouquecido, mas eu sabia exatamente o que estava fazendo.

   - Pedi desculpa para o copo que você acabou de quebrar. 

   Hesitante ele olha para o chão.

   - Desculpa – e logo em seguida olha-me, esperando uma resposta – Não aconteceu nada.

   - Exatamente – dei uma pausa para logo continuar – É assim que eu me sinto Frederick, como esse copo. Toda quebrada por dentro, destruída, despedaçada, não só eu, mas Bob também. Agora você acha que um pedido de desculpa vai juntar todos os meus cacos?

   Ele ficou em silêncio.

   - Era o que eu pensava – essas foram minhas ultimas palavras antes de sair daquele quarto. Já do lado de fora enxugo uma lágrima que havia escorrido sem permissão, nem sabia de onde tinha tirado aquelas palavras, provavelmente é o que a raiva faz conosco.  Fui para o quarto de Bob, onde encontrei o pessoal.

   - Onde você estava? – meu irmão foi logo perguntando.

   - Por ai – respondi, ele me olha desconfiado, mas deixa quieto – E você, como está se sentindo?

   - Agora que minha maninha está comigo, estou bem melhor – sorrir ao ouvir isso, então me sento ao lado dele na cama.

   - Bob, mas você não se lembra de nada mesmo – disse Melina, que se encontrava sentada na poltrona perto da cama. Meu irmão estreita os olhos, tentando se lembrar.

   - Não de muita coisa. Eu fui sair, logo depois que Annabeth já tinha ido para casa de Thalia, ei iria almoçar na casa de Melina como já estava combinado, mas quando abrir a porta... – Bob deixou a frase morrer, respirou fundo e continuou – Apenas senti o golpe, depois desmaiei.

   - Mas você não viu nem o rosto da pessoa que te acertou? – Luke perguntou, ele estava abraçado com Thalia de frente a cama.

   - Não, somente alguns flashes, mas nada que se possa aproveitar.

   - Bom, mudando de assunto, vocês já estão fazendo desse hospital, a segunda casa de vocês hein – brincou Nico, arrancando gargalhadas de todos ali. Era por isso que eu amava meus amigos, mesmo nessas situações eles davam um jeito de me fazer rir, sem amigos nada somos.

P.O.V. Percy

   Eu já estava mais calmo, estava agachado na beira do laguinho olhando o horizonte enquanto o sol se escondia atrás das montanhas ao leste. Respirei bem fundo novamente, permitindo meus pulmões se encherem de ar limpo, então depois que os últimos raios do dia sumiram, eu entro no meu pequeno chalé. Coloquei lenha na lareira que tinha ali e me sentei na cadeira de balanço que um dia pertencera a minha avó. Fiquei encarando o fogo, vendo suas chamas dançarem em formas diferentes, por um momento apenas se ouvia o crepitar do fogo, depois fecho os meus olhos e as lembranças me invadem, lembro-me de ontem quando trouxe Annabeth aqui, da nossa primeira vez. Ela era tão perfeita, seu corpo era uma droga, na qual eu não me arrependi de viciar, Me levantei e fui até o quarto, onde tinha algumas peças de roupas minhas, escolho um moletom preto, pois ali fazia frio à noite, tomei um banho demorado e deitei na cama, onde rapidamente cair no sono, sem sonhos apenas a escuridão do anoitecer.


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Notas finais do capítulo

Me deixem review !!
Beijos
Karol Oliveira