Quatro Bruxos - Hogwarts, Uma História escrita por Shanda Cavich


Capítulo 2
Capítulo 1 - Infância


Notas iniciais do capítulo

Aviso:

Essa capítulo está dividido em 4 partes (para relatar a história de cada bruxo, e assim ter mais organização). Mas acredito que no decorrer da fic não exista mais essa divisão, uma vez que os personagens irão se encontrar.

Bom, é isso.



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Godric Gryffindor


Bateram na porta com força, então a arrombaram. O garoto de dez anos, ruivo, correu para a porta dos fundos, a pedido dos pais.


– Godric, esconda-se! – disse a mãe, num tom tão poderoso que o filho foi puxado para o chão por uma força invisível. As madeiras do piso se abriram formando um buraco na varanda, então voltaram ao normal, com o garoto preso debaixo delas.

Godric podia ver os homens invadirem a casa através das frestas entre as madeiras. Um deles não era soldado. Vestia uma túnica preta, e uma cruz dourada no pescoço.

– Rendam-se à coroa e entreguem-se, bruxos! – disse um deles.

– Não somos bruxos, senhor! – o pai disse, com amargo sofrimento. Godric sabia que era mentira e até então não fazia ideia de como descobriram sobre sua família.

– Ah, não são? – um dos soldados passou o braço pela prateleira, quebrando os pratos de argila. – Todos na vila sabem que vocês criam poções repletas de magia negra para ressuscitar os mortos!

– Não, não é verdade! – disse a mãe, com lágrimas nos olhos. Olhou para o chão, e pôde ver o filho mais velho por baixo das rachaduras, aflito.

Subitamente, uma menina adentrou a pequena sala, em vestes de dormir. Estava pálida, e tossia inúmeras vezes.

– Mamãe? – disse ela chorosa, ao perceber a situação.

– Filha, você deve ficar de repouso. – o pai tentou ir até ela, mas foi segurado por um dos soldados.

– Eis a prova! – o suposto padre pronunciou, apontando o dedo magro para a menina. – Essa criança estava morta! Ressuscitou através de magia negra!

O padre foi até a porta de onde a menina saiu, e de lá voltou segurando uma bacia comum.

– Vejam! – continuou. – Aqui está a poção!

Os soldados fizeram o sinal da cruz, visivelmente amedrontados.

– É apenas um chá! – disse a mãe, tentando convencê-los. – Minha filhinha não morreu, estava apenas doente! Fizemos um chá com as ervas daqui da vila!

Era mesmo um chá comum. Mas a palavra de um padre estava acima da palavra de qualquer um, até mesmo de um rei. Os soldados agarraram o casal e começaram a levá-los para fora, inclusive a menina. Godric não conseguia se mover ou falar. Sua mãe lhe passou toda a energia para protegê-lo, pois ela sabia que tinha um filho corajoso e impulsivo, que provavelmente tentaria enfrentar os soldados, mesmo não dominando a grande magia que possuía desde pequeno.


Rowena Ravenclaw



A menina completou seus dez anos de idade junto à família e os amigos na aldeia bretã. Usava uma tiara de flores, contendo também duas penas de águia. Coincidentemente era o dia de celebração dos Elementais. Um velho homem, de barbas tão longas e brancas quanto seus cabelos, sentou-se ao lado dela em frente a uma fogueira.


– Terás um futuro brilhante, Rowena! Veja! As estrelas querem nos dizer alguma coisa!

– O que elas dizem, Merlin? – os olhos cinzas da menina se direcionaram ao céu incrivelmente escuro, sendo possível ver milhares de pontos brancos cintilantes.

Merlin, com um sorriso no rosto, fez um gesto com as duas mãos, então algumas das estrelas se tornaram um pouco maiores e mais notáveis.

– Os Elementos vão se unir em breve, pequena. As constelações jamais apareceram desta forma antes.

– E quem são eles?

– Você saberá. – Merlin indicou um conjunto de estrelas. – Ali está a constelação de Leo. O leão, o poder do fogo.

Rowena impressionou-se e o ancião continuou a falar, apontando o dedo para o céu.

– Aquela ali é a constelação de Aquila. A águia, o poder dos ares. A outra ao lado é a constelação de Centaurus. Centauro, o poder da Terra.

– E aquela ali? – a menina apontou para uma um tanto mais afastada das outras três.

– Aquela é constelação de Draco. A serpente, o poder da água.

– Mas, Merlin, as serpentes costumam morar em árvores e não na água, não acha? – Rowena deu uma risada.

– Oh, menina. – Merlin tocou a tiara de flores da jovem. – As serpentes são os seres mais espertos, ardilosos e capazes de nos enganar. Rastejam como as ondas do mar, são rápidas como a correnteza de um rio. Deslizam cuidadosamente, então te enlaçam com a ponta da cauda. Uma vez que a serpente decide atacar, nada pode detê-la... A não ser talvez um leão faminto.

Merlin retirou a mão da tiara, fazendo com que ela se transformasse num lindo diadema prateado. As duas penas de águia transformaram-se em pequenas asas embutidas a ela, e um diamante azul surgiu no centro.

– Este é o meu presente para você, Ravenclaw. – disse o velho homem.


 

Helga Hufflepuff


A menina brincava com uma boneca de pano ao chão da pequena cozinha, enquanto sua mãe bordava uma espécie de capuz. Ela tinha seis anos, longos cabelos dourados presos em uma trança. Seus olhos eram escuros como a terra da horta, e sua bochechas tão coradas quanto maçãs colhidas na primavera.


– Helga, não vá se sujar. – repreendeu a mãe, vendo que a filha mantinha os joelhos sobre o piso de barro.

A casa era simples, assim como a maioria das casas daquele feudo Germânico. Helga sentiu um espinho lhe furar a pele, de modo que algumas gotas de sangue se misturassem com a lama. Logo que levantou o joelho ferido, uma plantinha começou a nascer rapidamente. Pequenina, verde como a hortelã.

– Mamãe, o que é isso?

Gretel Hufflepuff deu um pulo, largando tudo o que antes estava segurando.

A planta cresceu até completar o tamanho exato de Helga. A menina encostou sua pequena mão em uma das folhas, que ao sentir o seu toque, transformou-se numa linda rosa branca.

– Olhe, mamãe! Ela virou uma florzinha!

Gretel puxou a filha pelo braço, como se sentisse medo da planta que acabara de crescer em sua frente. Helga sorria admirada, percebendo o quanto a flor era real.

– Filha, prometa que não fará isso de novo. – Gretel disse em sussurros.

– Eu não sei como fiz isso, mamãe!

– Se alguém descobrir o que você fez, seremos queimadas como bruxas!

– Queimadas?! – Helga virou para sua mãe, com olhos cheios de lágrimas querendo sair.

– Sim, filhinha. – a mãe abraçou a filha. – Notei que você possui magia desde que nasceu.

A menina fez cara de quem não estava entendendo muita coisa.

– Oh, meu bem. – Gretel continuou abraçada. – É tão pequena ainda. Se soubesse o que ocorreu no dia em que nasceu... Contarei quando for mais velha.

– Tudo bem, mamãe. Vamos esconder a florzinha embaixo da cama.

A mãe riu. Uma lágrima escorregou por seu rosto. Sua filha transmitia a mesma inocência de uma rosa branca, e faria de tudo para protegê-la.


Salazar Slytherin



Os dois haviam acabado de matar doze soldados. Os corpos vestidos com o nobre uniforme da cavalaria real agora estavam cobertos de sangue. O homem de aparentemente quarenta anos cumprimentou o filho com um aperto de mão seguido de um tapa forte na nuca, saudação comum entre os vikings originários do leste da Dinamarca. Já fazia um ano desde que pai e filho se mudaram para a Ilha Britânica. Apenas os dois. Sempre sozinhos.


– A cabeça desse será o nosso troféu. – disse Soren Slytherin, decapitando o cadáver do líder com sua espada. – Esses não mágicos não tem chance conosco, Salazar.

O menino chamado Salazar tinha apenas nove anos. Seus cabelos eram negros e sua pele tão pálida a se camuflar com a neve. Os olhos verde acinzentados eram idênticos aos do pai, assim como o queixo fino e acentuado.

– O que faremos com isso? – disse o menino, tirando um saco com moedas de ouro de dentro das vestes de um dos mortos.

– Ouro não é o nosso problema, mas é sempre bom possuir ouro que não seja considerado pagão. – o pai deu uma risada, olhando uma de suas próprias moedas tiradas do bolso, cujas quais continham símbolos bárbaros. – Nessas terras católicas, talvez precisemos do dinheiro deles.

Salazar e Soren aparataram até uma montanha. Era inverno, e mesmo assim sentiam falta da temperatura extremamente baixa do país de origem. No topo do local havia uma cabana. Assim que a adentraram, Soren jogou-se num grande sofá de pele de urso, e largou a cabeça decepada no chão. Apenas por dentro a cabana era enorme. Milhares de cobras circulavam livremente, e uma delas começou a se enroscar na perna de Salazar.

Olá, Lemurya. – o menino disse de maneira sibilante, olhando para o animal. Uma língua estranha, que apenas as cobras e seu pai eram capazes de entender. – Há uma dúzia de coelhos no cesto. Pode ir comê-los.

Soren Slytherin foi até uma grande urna negra no canto da cabana. Dentro dela havia muito ouro. Moedas estrangeiras, advindas de terras euro nórdicas. Com sua extrema habilidade em transfiguração, o bruxo transformou todas elas em moedas idênticas as britânicas.

– Veja, Salazar! Agora somos ricos na Bretanha também. – o pai dizia, orgulhoso. – Os não mágicos bretões acabarão aceitando o dinheiro de um viking, não é engraçado?

– Trouxas! – Salazar disse enquanto se lembrou do soldado que os deixou passar pela muralha do reino em troca de uma reles moeda.

Trouxas? – Soren sorriu, então abocanhou um pedaço de carne quase crua que deixara sobre o sal grosso há dois dias. – Gostei. É assim que devem ser chamados.



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Notas finais do capítulo

Estão gostando? Por favor, não deixe de comentar. Obrigada!!