Blues Moon escrita por Alekz Fergues


Capítulo 8
Daisy - Mirra




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“Quero para mim o espírito desta frase,
transformada a forma para a casar com o que eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.”
Fernando Pessoa

DAISY

“Se desconfia muito do que seja real em passos que vieram da sua vida, e ainda está no mesmo lugar, contudo em sua vida toda, somado os passos, dariam volta ao mundo.”

Mirra

— Está aqui, se não cuidar eu pego pra mim! Ei, preciso ligar pra mamãe! — a menina deixou o aquário na mesinha de centro, correu após isso. Enquanto permanecia meditativo naquele instante Hector, sem se levantar, e, agora a aflição batia em seu corpo, desordenado, confuso e transtornado. Pressupôs que fosse verdade o que havia acontecido, ou se aproximava de uma realidade; se de fato aconteceu da mesma forma que os outros entenderiam que aquilo como um presságio, perante a isso seu corpo lhe dava certo calafrio.

Então foi pesquisar na internet, e, os livros que se encontram lá na estante, ele passaria algumas horas em profundidade sem perceber que a noite ia. Elaine já dormira, o silêncio era quase absoluto, a não ser que sentia leves brisas invadir a sala, após horas se cansou, parou de navegar pela net – por mais que tentava compreender as dúvidas se multiplicavam. Daí resolveu pegar novamente Daisy, se aconchegou em seu chaise, na sacada dava para ver novamente aquela lua cheia de mistério. Estava sereno agora, com Daisy ele tocava e a melodia tocava em seu coração, apesar das lembranças de certa pessoa, naquela noite predominaria um ar sobrenatural, que por estranho que pareça o atraía, assim esqueceu-se dos outros assuntos.

Levantou-se, foi até a sala deixou sua guitarra no estofado, pretendia ir até a cozinha, até que ele sente o vento bater em suas costas... — Olá seresteiro noturno. — Hector dá uma meia volta suspeito, abre a boca quando se depara e, em seguida, encosta-se ao canto da parede perto da cozinha.

— Devo estar ficando maluco mesmo não é! — exclamou ele atônito. Ele resolve conferir novamente, pois era aquela sílfide do encontro anterior, Sara, estava ao sorriso e serena do jeito dela. — Poxa vida, se eu não estou com esquizofrenia, poderia me dizer o que está se passando realmente? — Suspirou tensionado, até porque sua mente estava cheio de questões nesse dia.

— Talvez seja como quiserdes, ó doce, recebeste o suspiro dos ventos levante, da lufa imponente, que derrubam sobranceiros e atravessam destemidos o ádito. Atendi o chamado do seu coração desesperado numa noite que já foi tão negra, agora no qual o chamo a sair da agonia da vida, encarecido, arejarei a chama que porta a sua luz.

— Sinceramente. Não entendi bulhufas. — respondeu serenamente após de ver o gracejo dela ao dar as palavras. Abaixou um olhar soturno, e viu que os pés delas eram descalços, porém belos; confirmara a suave cor que lembrava o bronze que pouco lembrava próximo do tom vermelho.

Somente a luz da sacada estava acessa, estavam na sala pouco iluminada, mas mesmo assim percebia o tom de cor que oferecia as asas dela, (de cor azul nas pontas que enroxam-se em mais escuro adentro) que pareciam brilhar sobre sua leve transparência. Claramente lhe parecia deslizar pelo ar tocando os pés desvelados ao chão, e as asas levemente se agitavam - Hector deslumbrava o sorriso dela, e dela vinha um olhar pueril, um jeito afável que lhe encantava.

Então num salto Sara começou a levitar pelo ar, com movimentos graciosos, envergara-se para pegar o aquário que ali estivera próximo a ela. Hector despertara seus olhos, que agora estavam mais ativos e curiosos ao que vinha acontecer; via sustentar o aquário com a mão esquerda próximo do corpo, e tocar-lhe a superfície da água com o indicador de sua outra mão. Posteriormente estenderia os braços em sua direção, com as duas mãos segurando as laterais do recipiente, viu-se o primeiro peixinho dourado saltar para fora - para o espanto dele - e se transformaria num pombo branco a voar. Sem tempo de comentar o que havia transcorrido; o segundo acabara de saltar para fora também, só que este para sua segunda exclamação em sua face, converteu-se para um morcego, que lhe tirou o que tinha a dizer.

— Escolha uma entra essas três palavras: sândalo, mirra, ou alfazema.

— Mirra! — respondeu no mesmo ritmo que ela colocou, contudo não deu tempo para pensar sobre as escolhas. No ar, em pleno voo, ela se aproximou dele, acima da sua cabeça o aquário, com os gestos de quem ia virar, e derramar a água sobre ele, fecharia seus olhos sem ao menos reagir.


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