Blues Moon escrita por Alekz Fergues


Capítulo 6
Lua Cheia - Reação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/315211/chapter/6

“Cada onda
reflete na areia
a nova lua cheia.”
Alice Ruiz

LUA CHEIA

“Na composição do espaço tudo é possível, menos o vazio, pois seria da mesma forma o tempo sem movimento, assim como qualquer escuridão é apenas permitida, não se passa de uma mera concepção ou sensibilidade.”

Reação

— Hector... Hector. Hector! — Assim ouvia-se apenas uma voz ao fundo feminina que o chamava, e assim aumentava o volume da expressão. — Hector! Acorda mano! — sua irmã chamava por ele. Ele sentia a areia a qual estava deitado na praia, e abria lentamente seus olhos, as pálpebras pareciam pesadas, sentia moleza, o estômago um pouco revirado. Tentava compreender o que estava ocorrendo, um pouco confuso, estava Elaine com uma das mãos sobre seu rosto agora.

— Que foi que aconteceu? — ele observa a brasa, sentando-se rapidamente. — Sara!

— Sara? Se sente bem irmão? Quem é essa Sara? O que ela fez? Te procurei, quando cheguei em casa você não tava lá, achei que já tava demorando demais, não é normal chegar tarde, a não ser que você ficasse com uma... Por isso te liguei, e você não atendia! Então... Fiquei preocupada sabe, liguei para o porteiro, ele não sabia quem era, mas disse que alguém estava saindo com a bolsa cheia, e o violão, não pensei duas vezes! Só podia ter sido você mesmo, e fui desesperada, te ligava e ainda não atendia, você não pode me abandonar! — ela esbravejou nessa hora, e continuou: — Andei por uma hora ao redor, só agora que me dei conta da praia, quase desisti já, e pensei de longe que fosse um mendigo, e me aproximei e deparei que era você. Foi essa tal de Sara que fez alguma coisa com você néééé!

— Hã! Boba, você sabe que é perigoso andar por aí sozinha, também parece meu carrapato, é raro você sair, por isso que escapei um pouco, você não lembra que eu digo né sua cabeçudinha! — se levanta rapidinho, batendo para retirar areia em seu corpo.

— Quem é Sara?

— Ora… Estava sonhando com uma guria apenas.

— Mentiroso! Me diga quem é essa, essa; essa o que não tem que fazer da vida!

Assim a noite prosseguia, já passara o começo da madrugada, recolheram as coisas, e continuaram a discussão pelo caminho de volta. Elaine mostrara um pouco o lado ciumento dela, era normal exaltar quando se trata de outras pessoas, cujo nome seja feminino, era realmente atenta. Afinal de contas, até pouco tempo atrás havia completado dezesseis anos de idade, mas realmente se comportava como uma menina diante de seu irmão, apesar dela cuidar das coisas dele com carinho, tinha que aguentar as birras dela.

.

Na manhã seguinte, Hector se levanta, e se depara o café da manhã preparado na mesa da cozinha, sua irmã sempre deixava pronto de manhã, era um ótimo domingo com sol e o ar fresco. Inspirou profundamente, faria um esforço para se lembrar da noite passada: “Estranho, realmente não lembro nem um pouco de ter me deitado. Sara, um nome bem comum pelo que parece, será que foi um aviso, realmente não venho me lembrando dos sonhos desde aquele incidente... Ariane, não! Devo esquecê-la... Por que? Por que?”, ele joga a cabeça em cima da mesa.

— Sara! Sabia, por isso que você está assim! Quem é ela?— surge do nada a garota, assustou o seu irmão, que tenta recompor-se.

— Não vou repetir dezenas de vezes que isso foi um sonho! Chega, acaba por aqui! — quase havia silabado estas palavras, mas continuou tranquilo: — Quem diria uma pessoa ter asas, e sair voando, apesar que foi tão real, nem sei como terminou o sonho... Só lembro de uma fuinha me puxando! Háháhá!

— Blééé! Bobão! Devia ter te deixado você dormindo lá, quem sabe você seria devorado por algum ser que saísse da água. — Ela esbravejou, saindo dali murmurando.

“A Elaine apesar de ser chatinha, mas é a única que me diverte, poxa, quando realmente se quer ser mais responsável o ombro realmente pesa, ser dono do nariz e de outro é o caminho por onde todos devemos encarar. Não sei bem, parece-me estranho, a sei lá devo relaxar um pouquinho. O teatro mágico da vida, as peças que te pregam uma, não estou com sorte no momento, estou precisando de alguém acho, imagina só; de pensar que uma sílfide estava nua, isso me excita... Mulheres é o calcanhar do homem, poxa, mas quando não dá certo é o cotovelo mesmo.”

Levanta da cadeira, vai até a sala, pega uma agenda e a caneta que estava perto, senta-se no estofado, e começa desenhar o que viu ontem: “Se eu contasse para alguém, me recomendariam eu passar novamente no psicólogo, há há há! Não, não, acho que deve ser por causa daquilo que me ocorreu... Apesar que já li muitas coisas, sobre coisas paranormais. Ah! Lembrei de alguns artigos que li já um tempinho, sobre elementais de... de Paracelso, isso! Silfos, elementos do ar, vou pesquisar sobre isso, puts, esqueci preciso enviar já amanhã o trabalho, domingo não!” Ele se desmonta, quase caindo ao chão, terá um dia ocupado pela frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Blues Moon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.