Blues Moon escrita por Alekz Fergues


Capítulo 1
O Tempo - Prelúdio




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“A vida é uma criança que é preciso embalar
até que adormeça.”
Voltaire

O TEMPO

“Não posso prover nenhum estado de conforto, a não ser a ilusão, ter que morrer na escuridão e afrontar o esmo. ”

Prelúdio

Numa tarde em seu apartamento Hector deslumbrava a paisagem na sacada, um dia que estava perto de chover, aquele sentimento que tanto gosta causado apenas pelo tempo. Para descrevê-lo superficialmente este jovem: um pierrô que vivia a sorrir, intelectual que não continha contragosto, passivo, bem sociável, embora muitas vezes prefira estar sozinho. Talvez sua maior companhia fosse seus pensamentos, de aparência simples e formal, acostumou-se já desde cedo à maneira da sociedade, mesmo para o bem ou mal de si mesmo; viver no meio urbano implica regras que castram seus sentidos, ou mais.

Em frente de telas que conduzem um estado lúdico, prazeroso, fechado muitas vezes em seu recanto de estar, um ócio vicioso. Poderia nem saber que o mundo lá fora é imenso e ilimitado, claro que sabe, mesmo assim são poucos que crescem entre quatro paredes que se arriscaria modificar a paisagem, a ordem do mundo implicaria qualquer desvio de conduta.

Se olhasse ao redor de seu espaço favorito, teria uma pequena estante de livros, um violão jogado pelo algum dos cantos, um estofado que acha uma realeza - era o lugar predileto do sonhador, onde formaria suas danças à psicoballet - sem contar ainda seu computador, a mão sempre se movimentara nesses lugares e poderia ver rastros, além do acesso da sacada de frente ao mar.

Como pode ver, Hector se achava simples até demais, curioso como gato, preso como cachorro na corrente, nada parecia impedir sua liberdade, liberdade... Escolheu a conformidade para não ter conflitos, corria de qualquer pressão emocional. Desse ponto de vista ele retrata, ele via sua geração passar em um corredor de informações, um labirinto, afoga-se em maré de idéias. Seja um cidadão pronto para a vida, contudo poucos estão preparados para enfrentarem si mesmo. Lobos espreitam, nem todos podemos ser bons, isso reflete o mundo de agora, e como sempre fora.

“Todo mundo deve encarar sua vida como drama, quem toma conta é ele, o personagem - cadê o palco? Seria tragicômica assim... A vida realmente é um drama?! Poucos escapam desse enredo tradicional que habita na inconsciência, esta seja uma das únicas exceções para quem têm tempo para mudar sua história. Tenho tempo para mudar as coisas? Ah não, eu não suporto ter que ouvir sempre problemas que habitam em cada ser, e citam como se fossem insolúveis; parecem afetar a quem escuta, logo, começam repeti-los - olhamos para trás ás vezes, apenas rimos quando não lamentamos. A chuva é tão boa, não é qualquer coisa que faz uma pessoa parar, refletir... Mas não! É mais um problema, um mal tempo... ’’ Assim dissolve os pensamentos de Hector, que vê algumas pessoas correrem, ora reclamarem da chuva, principalmente sua irmã, Elaine, que acabara de fazer chapinha.


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Notas finais do capítulo

Bem, fiquem a vontade para escrever o que querem nas reviews! Perguntas a vontade também, uma boa aventura, em minhas palavras as letras estão em fuga! Capture-as...