Capitulo 3 – Coordenadores

Enquanto corria para as ruínas da cidade de New Bark muita coisa me passou pela cabeça. Doko, Lubia, Marjori e Détrio estariam treinando para ajudar a impedir aquele tipo de coisa. Isso fazia sentido? Quero dizer, heróis? Eles realmente podiam impedir algo daquele tamanho? Eles realmente queriam?

Não poderia falar muito de Doko e Lubia, mas meu amigo Détrio certamente adoraria ser um herói, mas demoraria um pouco para se tornar um. Ele é um tanto quanto imaturo... Mas, Marjori?

Marjori Star é uma cantora pop sem escrúpulos que fala dela mesma na terceira pessoa. E não se preocupa com mais ninguém além dela mesma.

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– É uma pena minha cara Marjori, mas não vou participar de seu show. - A voz cordial e quase melodiosa indicava o fim de uma batalha que tentava se arrastar. - Milotic use o pulsação de água. -

Era uma batalha dos sonhos para qualquer treinador. Enfrentar um Mestre Pokemon era o privilégio que poucos tinham, ainda mais sendo apenas um treinador que não carregava nenhum título. Mas, quando o Mestre era o atual campeão de uma das ligas mais importantes, bem como o Top-Coordenador mais famoso ainda em atividade, o privilégio era como uma oportunidade única. Oportunidade que Marjori Star não desperdiçava.

Marjori Star era uma treinadora participante do grupo Poke-Escolhidos. Isso é, era discípula do Mestre Gary Carvalho. No entanto, a menina desde nova era uma cantora de renome. Mas, de longe a ideia de ser treinadora e cantora a satisfazia, ela tinha fome de aumentar sua fama, ela queria os holofotes e mostrar suas habilidades artísticas.

No mundo Pokemon muitas carreiras permitem mesclar o poder dos pokemons as habilidades artísticas, fosse qual fosse a habilidade, mas a mais tradicional estava em ser Coordenador Pokemon. Esses buscavam mostrar diferentes habilidades e facetas dos pokemons durante apresentações e batalhas, na qual a força quase sempre era um fator descartável. Desse ponto de vista, um treinador pokemon que visa a força jamais seria um bom coordenador pokemon. E este era um dos pesadelos de Marjori. A menina Sonhava em ser Top Coordenadora que se comparado as batalhas pokemons equivalia-se ao campeão de uma liga e aos títulos de mestre.

Marjori começou como treinadora afim de adquirir conhecimento, habilidade e contatos no mundo pokemon. Como discípula de Gary Carvalho ela tinha tudo isso garantido. Após o tempo de discípula ela pretendia migrar para os torneios e festivais, nome dado as competições de coordenadores. O que ninguém esperava era que a Estilo de Poder causasse tantos problemas aponto de que os torneios fossem cancelados em quase todo o mundo e os coordenadores tivessem suas licenças suspensas por tempo indeterminado. A menina então começou a mesclar seu estilo artístico a suas batalhas, afim de se tornar uma treinadora coordenadora.

Estando com seis meses de férias a jovem cantora estava pronta para fazer o que não fizera nos últimos dois anos, uma turnê. Já tendo feito três Shows em Sinoh e comandado a show da virada do ano em uma região menor, ela seguiu para Hoeen onde tinha 8 Shows para estar fazendo.

– Não pense que vou desistir sem conseguir tocar-lhe. - Gritou Marjori. - Borrão, é hora de mostrar para ele nosso movimento especial. Carregar Canhão de Metal. -

A região de Hoeen era casa de um dos maiores Maiores Top-Coordenadores que antes do cancelamento dos festivais ainda estava na ativa, Wallace. Um homem maduro de cabelos azuis e com vestes elegantes tipicas de artistas e cantores, chegava a usar uma pequena túnica que muito se assemelhava a uma curta capa. Mas, Wallace não era apenas um Top-Coordenador, ele fez o que Marjori almejava, ele era treinador também. Não apenas um treinador, era um Mestre Pokemon e mantinha por anos o titulo de Campeão da Elite dos Quatro de Hoeen.

Eles haviam começado uma batalha. Uma batalha nada convencional, mas que para ambos era muito útil E para Marjori uma oportunidade sem precedentes.

Tudo estava acontecendo devido a teimosia de Marjori. A menina pediu a Wallace insistentemente para que ele participasse da turnê por Hoeen. Entre pedidos, convites, intimações, convocações, ameaças e muitos outros que aos poucos passaram a se tornar grande hostilidade o Campeão da Elite dos Quatro e Top-Coordenador recusava a todos.

Faltando pouco mais do que dois dias para o primeiro Show, Marjori resolveu invadir o centro de treinamento do Campeão para convencê-lo. Wallace aceitou a presença da menina e conversaram de forma animada, sendo que muitos elogios eram feitos pelo campeão a jovem estrela dos palcos e das arenas. No entanto, ele não mudava de ideia quanto a participação.

Wallace no entanto cometeu um pequeno deslize ao falar da batalha da Copa Kanto onde ela perdeu. Ele tentava elogiar, mas a menina ao escutar o nome de Kevin Maerd júnior enlouqueceu. Para acalmá-la Wallace propôs uma batalha, seu melhor pokemon contra o melhor pokemon dela. Se ela vencesse ele participaria do primeiro e do último show da turnê. Ele precisava começar seus treinos e dizia que a menina seria uma ótima parceira para o mesmo.

Radiante e confiante a egocêntrica estrela não perdeu tempo em correr para a arena piscina e preparar-se para o combate. Com cinco minutos já era nítido a derrota de Marjori. A menina usava Scizor, um pokemon inseto, revestido de metal. Corpo todo avermelhado e com garras de tesoura no lugar das mãos. O pokemon era ágil e ainda voava com grandes manobras, ele era apelidado de Borrão. Por sua vez o Campeão usava um Milotic, um pokemon de água que lembrava uma enguia, mas seu porco era belo e brilhoso.

Marjori atacava sempre combinando movimentos audaciosos e chamativos, no entanto o campeão conseguia defender-se calmamente, desviando de forma graciosa quando não poderia simplesmente bloquear o ataque com seus jatos de água.

Sem atacar diretamente a menina uma única vez, e sem ter levado nenhum ataque, o esgotamento do pokemon adversário era claro para o campeão que preparou-se para atacar.

O momento perfeito para o ataque foi após o ataque Chuva de Estrelas que a menina havia criado. Consistia na combinação de movimentos de Agilidade, Time Duplo ou Multiplicar e o Hiper Raio.

O pokemon ia para o topo e começava a usar em alta velocidade o multiplicar. Aquilo dava uma ideia de que haviam dezenas de Scizors pelo local e todos carregavam o ataque Hiper Rario. Uma chuva de luzes desciam do céus para atacar o pokemon, como uma chuva. Era uma cena bela de se ver e muito perigosa. No entanto, Wallace sabia como defender-se.

O pokemon aquático mergulhou e começou a nadar rapidamente, enquanto submerso desviando apenas dos poucos raios que conseguiam continuar curso após o contato com a água. O ataques hiper raios precisavam de muita energia do pokemon e havia um tempo de descanso do pokemon após o seu uso. O primeiro ataque era realmente perigoso, mas os demais ataques naquela chuva de hiper raios que estavam sendo lançados, não eram perigosos porque sua força ia diminuindo gradativamente. Garantir o desvio dos primeiros era certo.

Após o término da chuva de estrelas, Scyzor estava recuperando-se. Era o momento perfeito para atacar. Wallace não perderia aquela oportunidade.

O ataque Pulsação de Água era um movimento perfeito para coordenadores. Ele concentrava a umidade local em uma esfera de energia aquática. Aquela esfera quando lançada mandava pulsos desestabilizando todos os líquidos em volta. O ataque em si era como uma bola de água cheia de energia e fazia o alvo sentir-se acertado por uma grande onda e chegava a mexer com os líquidos de seu corpo. Mas, se houvesse água na arena, o ataque poderia se tornar tão monstruoso quanto a habilidade do pokemon em controlar o ataque. A água do campo simplesmente seguia, de certa forma a esfera de energia, podendo ser moldada conforme o pokemon conseguisse controlar.

Marjori pretendia contra atacar. Ela preparou o ataque Canhão de Metal. Uma rajada de energia do elemento metal, muito semelhante aos raios de cada tipo.

– Ataque antes que ele possa atacar e avance com a extrema velocidade! - Gritou Marjori.

Scyzor disparou o ataque de canhão de metal para cima e voou para ele próprio receber o ataque. Wallace observou aquilo com curiosidade enquanto seu Milotic continuou a preparar o pulsação de água. Scyzor recebeu o ataque e disparou em velocidade contra seu adversário aquático. No entanto, o seu corpo brilhava intensamente.

– Raio Rubro! - Gritou Marjori.

Realmente o nome que Marjori dava para aquele movimento era o que era possível de observar. Todo o corpo do pokemon inseto metálico, brilhava fortemente, mas não era como uma aura. Era como se o metal fosse um vidro e dentro houvessem luzes vermelhas. Diante a velocidade, existia apenas um rastro de luz vermelha.

O Ataque pulsação de água foi lançado, e junto parte da água da piscina foi levanta e lançada contra o pokemon inseto metálico que descia com seu corpo brilhando constantemente. O choque criou um grande estrondo e a água que havia saído da piscina caiu como uma chuva enquanto Scyzor caia inconsciente na piscina.

– Muito bom! - Wallace aplaudia enquanto caminhava para junto de Milotic. - Você também foi incrível meu caro amigo. Descanse. - Recolhendo seu pokemon o Campeão voltou a aplaudir Marjori enquanto a menina recolhia seu pokemon.

O campeão caminhou para fora da borda de sua piscina de treinamento, rumando para uma pequena mesa onde havia uma jarra de suco e dois copos pela metade. Conversar com Marjori e beber não eram tarefas para se fazer em simultâneo. Ele já se preparava para uma gritaria e mais um tempo de falação, mas a menina locomoveu-se emburrada até a cadeira e começou a tomar o suco. Ela estava nitidamente irritada, mas nada falava.

Marjori Star havia sido uma das 16 melhores treinadoras da Copa Kanto, o que era uma coisa a se admirar contando que haviam 1024 treinadores na competição. No entanto a menina não havia conseguido sequer tocar no pokemon do Campeão da Elite dos Quatro de Hoeen. Aquilo por si só já era horrível de se encarar, mas lembrava-se perfeitamente de um boato de que A Ex-Mestra Pokemon, Agatha, havia derrotado um novato escandaloso, mas que o mesmo havia conseguido efetuar um bom ataque contra seu pokemon.

Wallace colocava mais suco nos corpos e sorria para ela. Ele era um Mestre Pokemon. Um Campeão da Elite dos Quatro de Hoeen. Era engraçado a menina pensar que realmente poderia vencê-lo. Mas, era muito mais engraçado vê-la irritada por não ter conseguido acertar nenhum ataque. Certamente Marjori desconhecia que o pokemon usado por Agatha, contra Kevin, era um pokemon sem nenhum treino especial para a liga ou competições enquanto o Milotic que ela havia acabado de enfrentar era o pokemon mais poderoso que Wallace possuía.

– Era meu melhor pokemon. - Sorriu Wallace.

Perdida em pensamentos, Marjori pareceu acordar ao escutar aquilo. Olhou o mestre apenas confirmando com a cabeça que entendia o que aquilo significava. Mas, não significava que a derrota poderia ser diminuída. Afinal, o que estava em jogo naquela luta era uma atração para o seu show.

– Sabe o que foi mais interessante nessa luta? - Wallace encarou-a, colocando os cotovelos sobre a mesa e debruçando-se. - Você ter ficado mais de cinco minutos comigo na arena. Ainda mais lutando como lutou. Isso em um Festival poderia ter te dado alguma chance. -

– Como assim lutando como lutou? - A cara de irritada que a menina já fazia ficou ainda mais nítida. - Escuta aqui... Marjori Star lhe deu o privilégio de ser convidado para estar no palco junto com ela, você pode ter recusado e fechado a questão de uma forma simples na batalha... Mas não vai falar mal da forma como eu luto! -

Marjori estava irritada até aquele momento, mas era nítido que ela havia ficado séria naquele momento. Seu olhar era de quem queria explicações. Seus cabelos rosas preso em um rabo de cavalo estavam se sacudindo mesmo a menina estando parada.

O local não ventava. Era todo fechado, apesar de grandes janelas e da grande porta. O sistema de ventilação ficava bem distante deles, mas ainda assim aquele cabelo balançando causou um pequeno arrepio em Wallace que olhou em volta por alguns instantes.

Não havia muito no centro de treinamento, o espaço em si era enorme, e lembrava muito alguns ginásios. A piscina era uma das três arenas existentes. E havia ainda aquele local com cadeiras, mesas e sofares para ser realizado descansos e refeições.

– Andei Falando com o Mestre Carvalho em Kanto. - Wallace bebericou seu suco. - Ele disse que você estava se perdendo entre batalhas e apresentações. Além de estar obcecada pelo Kevin.-

– Esse papo de novo. - Marjori torceu o nariz e bateu na mesa com força. - Eu estou decidida a derrotar aquele garoto perante a um publico imenso. Se isso é estar obcecada, então eu estou! - Fuzilando o Mestre com os olhos a menina continuou. - Agora, não estou me perdendo entre batalhas e apresentações. O mundo está cheio de pessoas que tentam combinar as habilidades de treinadores e coordenadores. E tenho certeza que estou no caminho certo. -

Wallace suspirou olhando para a piscina com as bordas molhadas. A batalha havia sido interessante. Serviu como um aquecimento para o treinamento do dia. A menina havia lhe feito pensar bastante para poder usar os movimentos certos que protegessem a integridade tanto de seu pokemon quanto do dela. Ela estava no caminho certo? Não poderia negar aquilo, mas estava deixando coisas importantes de lado, coisas que treinadores e coordenadores não deixavam.

– Você é uma ótima treinadora. Também seria uma ótima coordenadora. - Wallace a encarou. - Mas seu Mestre, Gary Carvalho, tem toda a razão. Você está com foco em muitas frentes. Por isso não consegue dar tudo de si. - Wallace continuou a encará-la. - Você tem sua carreira de cantora, você tem sua carreira de treinadora, tenta conseguir uma carreira de coordenadora sendo que os coordenadores nem podem estar ativos, persegue seus companheiros de equipe como rivais e a jovem Kevin Maerd. E por fim, foi alistada ao serviço militar. -

Marjori ficou encarando-o sem dizer nada. Sua expressão havia abrandado. De certo era muita coisa na cabeça de uma pessoa de 14 anos. Para alguém que estava acostumada a ter várias pessoas a servindo e fazendo as coisas por ela, sendo que ela só precisava pensar em música, ela havia arrumado quantidade muito grande de compromissos. Compromissos que ninguém poderia estar fazendo por ela.

– Aquele seu ultimo movimento foi esplendido, mas completamente suicida. - Wallace não piscou ao falar aquilo. Continuava a encarando da mesma forma que no incio. - Você certamente aprendeu que uma energia concentrada de determinado elemento, quando absorvida pelo pokemon que a criou causa uma variedade de efeitos interessantes... Em especial uma luminosidade no corpo do pokemon. No entanto, absorver essa energia concentrada é algo que deve ser feito sem que o pokemon possa sofrer danos. Do jeito que você faz... Poderia matar seu pokemon. -

Marjori desviou olhar sem querer admitir que o campeão estava certo. Era um movimento que ela escutou falar e tentou replicar do melhor jeito que podia. Mas, ela admitia que não era perfeito ainda. Por vezes em seus treinos seus pokemons desabaram ao tentar receber o poder. Mas, naquela situação de tudo o ou nada, onde já sabia que a derrota era certa, arriscar um nocaute seria perfeito. Sua aposta havia surtido algum efeito, mas ainda não era o suficiente.

– Não perdi meu foco e nem estou perdida. Meu sonho era sera, e ainda é, ser Top-Coordenadora. - A menina olhou para Wallace confiante. Ela sabia que o campeão estava certo. Não descordava de nada que ele dizia, mas não falaria nada para concordar com ele. Isso ela jamais faria, admitir que estava errada.

– Juntarei as habilidade de treinadora e coordenadora. Vou Por minha música nisso. E com esse estilo próprio e novo meus companheiros e o Kevin não poderão comigo. - Marjori sorriu maliciosamente. - E a única forma de fazer isso é acabando com a Estilo de Poder. O Serviço Militar para qual os Poke-escolhidos estão sendo forçados a entrar é apenas um meio de eu conseguir tirar as pedras do meu caminho. -

Wallace levantou as sobrancelhas e olhou para os lados. Suspirou parecendo conformado. E fechou os olhos durante algum tempo.

– Você ainda não sabe ser treinadora e coordenadora ao mesmo tempo minha cara. - Sorriu Wallace. - Você está tentando juntar as duas carreiras, e o melhor caminho seria entender que são coisas diferentes e por tanto precisa de estilos diferentes. - Wallace torceu seu pescoço para o lado e começou a observar a janela.

Marjori observava-o no meio daqueles vários cacoetes, como se ele estivesse desconfortável com algo.

– O básico de um treinador pokemon. Treine seu pokemon para enfrentar outro em vários tipos de batalhas e estratégias e sair delas bem. - Comentou Wallace. - O básico de um coordenador pokemon. Treine seu pokemon para que todos possam ficar admirados com as habilidades e como ele está bem. - Wallace encarou Marjori. - Você sabe o que esse bem quer dizer? -

– Eu já te vi batalhar e se apresentar... - Marjori Começou a falar mas, foi interrompida.

– Enquanto você não se a ter ao básico das duas carreiras, não vai conseguir juntá-las no estilo próprio que deseja.- Diz Wallace. - A tenha-se ao básico que Gary ensina-a tão bem. Pense, todas as vezes que você saiu frustrada de uma batalha, você fugiu do básico querendo mostrar você e suas habilidades, deixando o pokemon em segundo plano.- Wallace se levantou e colocou o dedo na cara de Marjori. - Em todas as batalhas que tentou seu estilo próprio forçou aos pokemons a fazerem o que não é o natural deles, arriscando a vida deles. -

Marjori piscou aturdida diante aquilo. Não apenas as coisas que eram faladas estavam lhe surpreendendo, mas ninguém, nem seus pais, nem Mestre Gary Carvalho, havia falado com ela daquela maneira, colocando o dedo em sua cara daquela forma tão agressiva.

– A tenha-se ao básico e aprenda a não por a vida dos pokemons em risco primeiro. - Dizia Wallace que ia dando passos para frente, forçando a jovem a levantar-se de sua cadeira de forma atrapalhada e ia dando passos para trás. - Comece a pensar nas consequências não apenas artísticas, mas para a vida dos seus pokemons e dos outros. É esse o ponto que vai unir todos as frentes que precisa trabalhar. - De repente Wallace agarrou o braço de Marjori. - Pense nisso e vá com Deus! -

– Ninguém toca em Marjori Star! - Berrou a menina se desvencilhando dele e conseguindo reagir da situação de aturdida e dominada que ela se encontrava. Viu que caminhou por um bom pesaço do Centro de treinamento e estava no que parecia ser a porta dos fundos do local.

– Não seja idiota. - Balbuciou Wallace levando-a com pressa para uma porta dos fundos, enquanto não tirava os olhos das janelas e da porta da frente de seu centro de treinamento. - Não percebeu que... -

Wallace não conseguiu terminar sua fala. Duas explosões simultâneas ocorreram. A primeira na porta da frente e a segunda na porta para qual Wallace tentava empurrar Marjori.

A explosão não provocou grandes chamas, mas um grande deslocamento de ar que lançou os dois para trás com grande violência. Aturdidos, eles levantaram cambaleantes, mas ambos já esperavam por isso. Wallace por já ter percebido antes e tentava a todo custo tirar a menina dali. Marjori por ter entendido a instantes antes da explosão que algo estava errado.

Os vidros das janelas se partiram por todos os lados. Os cacos caídos não cortaram aos dois devido a estarem distantes, senão certamente na queda teriam se ferido gravemente.

Pela porta de trás, apareciam duas melhores vestidas de negro e com mascaras. Tratavam-se de membros da Estilo de Poder. As mulheres sorriam e olhavam de forma debochosa para a menina.

No entanto, atras deles estava a pessoa que havia explodido a porta da frente. Um macacão roxo com detalhes dourados. Um homem negro cheio de músculos e com cabeça raspada.

– Pedra Noturna! - O nome saia em gaguejo da boca de Wallace. O que fazia Marjori voltar sua atenção completamente para a figura negra, sisuda e musculosa.

Não houve hesitação por parte de Wallace de pegar novamente o Braço de Marjori e correr pelo centro de treinamento. Ele ia em direção a uma janela. Iria saltar pela janela com a menina a todo custo. No geral sabia que as janelas não costumavam se partir, independente do impacto, mas ela já havia sido partida na explosão, a abertura que havia era o suficiente para os dois.

– O que? - Marjori sentiu o Campeão interromper bruscamente sua tentativa de escape.

A cantora olhou para frente e via sendo jogado, por cada janela, uma pessoa amarrada e amordaçada. Eram todos funcionários do Centro de treinamento que foram rendidos e agora estavam todos sendo colocados para dentro do centro. Eram cerca de dez funcionários ao total. Cada um deles era vigiado por um grande cachorro negro de olhar raivoso. Eles ainda tinham ossos rodeando seus corpos como se fossem armaduras.

– Se tentarem fugir novamente eu mato a todos. - A voz de Pedra Noturna foi escutada causando um grande abalo na contara e no campeão.

Wallace soltou o braço de Marjori e olhou rapidamente para ela. A menina parecia tremer levemente. Olhando em volta, tinha certeza que o espaço permitira uma luta sem colocar os reféns em perigo.

Parados no mesmo lugar, sem ter parecido ter mudado de posição estavam as duas mulheres que guardavam a porta de trás, sorrindo de forma superior enquanto na porta da frente, de braços cruzados sem esboçar nenhuma reação, estava um dos generais da Estilo de Poder, pedra Noturna, o homem que todos os coordenadores do mundo odiavam e temiam, pois ele fora responsável por matar uma Top-Coordenadora, televisionando o acontecimento e anunciando o inicio de uma nova fase da Estilo de Poder, a fase de onde quem não se curvasse morreria.

– Dez funcionários, 10 pokemons. Três adversários, 18 pokemons. Creio que cada qual está ainda com dois pokemons. - Comentou Wallace. - Se houvessem outros eles é que estariam vigiando os reféns. - O Campeão fechou os olhos dando uma pequena risada. - Acho que você eu vamos subir ao palco lado a lado como desejava. -

Marjori encarou-o por alguns instantes. Aquela era a primeira vez que enfrentaria a Estilo de Poder de frente. Fugiu, ajudou na fuga e outros mais, mas desde a revelação e traição de Davis, aquela seria a primeira vez. Sentiu um arrepio na espinha. Sentiu medo, principalmente quando via a porta destruída pela estranha explosão. Era para ela ter ido pelos ares. Viu a mesa onde estava completamente destruída e cheia de grandes cacos de vidro, ela para ela estar morta naquele momento. A Estilo de Poder ia matá-la.

– Eles... Eles realmente iam nos matar e não apenas levar os pokemons? - MarJori tremia e Wallace engoliu um seco pensando que a menina estava em estado choque. Ele pode ver a menina balbuciar algo, mas não conseguia entender, estava inteligível? -

Wallace foi para tocar a Marjori novamente, mas viu que Pedra Noturna e as duas membras da Estilo de Poder voltaram-se para ele. Era nítido que ele estava sozinho para a luta e ainda precisaria proteger a cantora que havia entrado em parafusos.

Pedra Noturna de braços cruzados demonstrava que iria apenas observar as duas mulheres a enfrentar o Campeão. As duas mulheres sorriram e revelaram dois pokemons alados, com penas negras e um porte elegante. Eles vieram de fora, pela entrada da porta, dos fundos, que havia sido destruída. Os dois se posicionaram bem enfrente das mulheres que moveram-se rapidamente liberando, cada qual, um segundo pokemon.

Era como um dinossauro, mas o copo era feito inteiramente de pedra. Havia um chifre que parecia de metal e era bem robusto. Tratava-se de Rydhon. Dois pokemons de pedra e terra com áreas nada amistosos.

Wallace levou a mão uma pokebola. Sua especialidade era a água e incrivelmente parecia estar na vantagem de tipo. As duas aves, certamente poderosas, não fariam diferença no combate se ele fosse rápido e usa-se os movimentos de gelo com precisão.

Wallace já havia escolhido seu pokemon. Se iria cair, teria de ser com seu melhor pokemon, Milotic. Mas, A batalha contra Marjori não havia exigido muito dele, que nem sequer fora acerto. Aquilo havia sido um aquecimento.

Olhando para a menina, com o canto do olho, o campeão percebia que a menina ainda estava balbuciando algo, em meio a uma paralisia que havia tomado conta dela. Wallace pensou em libertas um segundo pokemon para proteger a menina e levá-la para algum lugar, mas sabia que dificilmente sue pokemon o conseguiria fazer sem ser atacado. Teria que arrastá-la consigo para protegê-la enquanto batalhasse.

– Então vamos ver do que vocês... - Wallace caí para o lado, sendo empurrado por alguém.

Wallace via Marjori saindo de seu estado de choque completamente enfurecida. Seus olhos mostravam uma raiva fora do normal. Ela libertava, naquele momento um pokemon., um pokemon de fogo.

Quilava, o Príncipe das Chamas como era conhecido pelos fãs da treinadora, aparecia na frente dela e começava a brilhar. O brilho ia ficando mais forte e ia aumentando de tamanho. Logo todos podeiam ver que o pokemon topeira de fogo havia se evoluído e estava muito maior. Typlosion era sua nova forma.

– … e sobrevive. - A voz de Marjori ia ficando mais clara e mais alta e finalmente as pessoas conseguiam começar a entender o que ela estava falando. - Agilidade seguido de roda de fogo. -

O pokemon começou a correr e em grande velocidade fechou-se em como uma bola em chamas que rodou rapidamente contra os quatro pokemons das mulheres. Os quatro pokemons sofriam o impacto do ataque sendo lançados desacordados pelos para as extremidades do Centro de treinamento, bem como suas malévolas treinadores que caiam inconscientes e complteamente e com muitas queimaduras.

– Ninguém tenta matar a diva e sobrevive. - Gritava Marjori repetidamente.

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Convenhamos, se você sabe quem é Marjori Star você sabe do que eu estou falando. Eu não acho que a Marjori seja uma pessoa má, apesar de eu detestá-la. Eu tenho problemas com as atitudes malucas dela e a mania de querer humilhar os demais para que ela apareça.

Mas, acho que se você é elogiada desde pequena, é trata com todas as regalias, você acaba acreditando que é uma estrela e a ultima bolacha do pacote. Acho que se você sempre é atendida pelos seus empregados e pessoas que a idolatram, com o tempo você acaba querendo que todos façam sua vontade.

Ela é daquele jeito porque o mundo do estrelato é daquele jeito. No entanto, apesar da gritaria, arrogância e nitidamente só se preocupar com ela mesma, eu tenho que admitir que ela já poderia ter tentado me matar e nunca fez isso. Cara ela arrumou centena de pessoas para me perseguir por Kanto me impedindo de continuar minha jornada. Era mais fácil ter me matado, mas não o fez. Então...Sim, ela não é uma má pessoa. Jamais mataria uma pessoa. Ela ofenderia, bateria, humilharia, judiaria, eletrocutaria, queimaria, torturaria, mas nunca a ponto de matar.

Ou será que ela chegaria a esse ponto?

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