Capitulo 24 – Separações

Quando recobrei os sentidos já estava sendo tratado por Ana, a mãe de Juliana. Eram 10 da manhã, sendo que fiquei desacordado apenas por uma hora. Apesar de muito dolorido e com vários hematomas, nenhum órgão havia sido afetado e nenhum osso quebrado.

A estadia ali era um aviso. Pelo menos hoje eu sei que era um aviso.

<><><><> A Fuga de Raíssa <><><><>

– Senhorita Raissa, aonde a senhorita pensa estar indo? -

Era noite na mansão Pendraco. Uma garota com seus 16 anos e cabelos ruivos estava para abrir o portão principal e sair do local. Uma mochila abarrotada de roupas e comidas, e uma pokebola na mão. Olhar sorrateiro e nitidamente uma pressa nos pés para se afastar do local. No entanto, ela era interceptada pelos seguranças do local.

– Meus pais disseram que não me deixariam sair em jornada antes dos 18 anos. - A menina suspirou abaixando a cabeça percebendo ter sido pega. - Eu me lembro disso. Mas, também me lembro de outra coisa que disseram. - A cabeça da menina se levantou e ela mostrava um sorriso malicioso nos lábios. - Para me pararem vão ter que tocar em mim, e se me tocarem são despedidos. Pois foram avisados que não deviam tocar em mim ou em minha irmã. - Estreitando os olhos e analisando os dois seguranças a menina viu eles forçarem o portão e o trancarem, sem que tivessem encostado nela. Eles sorriram, mas ela continuou a sorrir. - Se não abrirem o portão então eu toco em vocês, assim vocês vão por consequência toar em mim e serão despedidos. Porém, se abrirem o portão também serão despedidos por me deixarem fugir. Qual a melhor escolha que vocês podem fazer? -

Os seguranças se olharam rapidamente. Aquilo sempre se repetia. A menina possuía uma grande lábia e conseguia deixar as pessoas confusas o suficiente para que elas fizessem o que ela queria. Eles sabiam disso, mas ainda assim era difícil não se deixar confundir.

– Se começarem a gritar para chamarem meu pai será atestado sua incompetência e na certa serão despedidos. Afinal, não darem conta de um garota de 16 anos parece realmente incompetência. Então vocês podem escolher entre serem despedidos, serem despedidos e serem despedidos. - O sorriso malicioso ia se transformando em maléfico. - Mas claro, podem usar um dos pokemons para me pararem e me botarem em perigo. - Ao dizer isso ela esticou a mão próximo a cintura de um dos seguranças e rancou um pokebola de seu cinto. - O que aconteceria se o ataque fosse mal calculado? Se isso acontecer eu corro risco de vida, mas também me detém sem grandes alardes. -

Com a pokebola do segurança em mãos a menina levantou o nariz empinando e desafiando os seguranças.

– Essa é a saída um pokemon para me parar. Mas será que um pokemon vai conseguir responder aos comandos dos seus cálculos sob esse terrível dilema. Pokemons que adoram brincar comigo durante todo o dia poderiam realmente me atacar? Então fica a dúvida se ele me atacaria realmente ou não. Se me atacar e for com força demais estão despedidos, senão me atacar eu fujo e estarão despedidos. Se ele me acertar com menos do que o necessário eu vou acabar sentindo o efeito do ataque só depois de estar longe ai além de vocês serem despedidos por me deixarem fugir eu estaria correndo sérios perigos por estar debilitada. A única chance é torcer para o pokemon entender a situação e usar o ataque na medida certa, assim vocês ainda salvariam seus empregos até a próxima vez que eu tentasse fugir... -

As palavras de Raíssa iam como navalhas contra os seguranças que estavam sem saber como agir. A jovem de 16 anos era intocável. Raissa possuía um potencial grande e estava a deixar enlouquecidos os guardas, e enquanto ela falava ela ia abrindo o portão, pois os guardas estavam confusos sobre o que deveriam fazer, parecia que a garota havia planejado tudo com extremo cuidado e já estava a descer a colina quando sua voz finalmente deixou de ser escutada pelos guardas que ainda continuavam sem saber o que fazer.

Com a escuridão sendo sua companheira Raíssa descia a colina de sua mansão deixando para trás sua família.

– Agora está se tornando uma fugitiva.- A voz de Ana surgia da escuridão. Ela estava parada no meio da estrada e parecia esperar Raíssa. A mãe encarou a filha que parecia surpresa. - Se você não tivesse pego o Torchic não teria sido descoberta. Seu pokemon normalmente, nesse horário, assalta a cozinha enquanto nós nos preparamos para dormir. Passei em seu quarto para dar boa noite mas você não estava lá e Torchic não estava na cozinha. Não havia outra explicação. -

– Eu já estou do lado de fora. - Disse a menina em um tom alto e sério. - Me deixem em paz seus velhos ultrapassados. Não quero ser tutelado por vocês. Não quero lutar igual a vocês. Eu quero lutar do meu jeito. Não aguento mais essas suas aulas de como se defender, como respeitar o adversário. - A menina estava realmente irritada. - Não vão viver seus sonhos as minhas custas! Não vão limpar o nome de vocês as minhas custas! Aquela confusão do passado foi um motivo muito tolo para desistir das suas carreiras! São dois fracassados! -

– Olhe como fala. - Com a voz firme Ana deu uma passo ficando frente a frente com a filha. - Ensinamos a você as melhores práticas para sobreviver no mundo pokemon e não própria vida! Desistimos por você e sua irmã. Uma família era mais importante do que qualquer competição para nós. Eu destruiria quantas competições fossem necessárias para o seu bem e de sua irmã. -

– E querem que eu seja grata por desistirem? - A menina gritou. - Vocês querem me forçar a lutar como vocês. Da mesma forma que forçaram Draco até ao ponto dele querer fugir e abandonar o Carnaval dos Campeões quando ele estava a ponto de se Tornar o Campeão de Jotho! - A menina estava nervosa. - Não conseguiram que alguém aprovasse suas formas de lutar e agora querem me forçar a isso! Eu posso ser muito melhor do que vocês jamais sonharam em ser! E vocês tem medo que eu os supere! Tem medo que eu finalmente possa limpar o nome que vocês suja... - As palavras de Raíssa foram interrompidos por um estalo.

Raíssa olhou friamente para a mãe que deu um passo para trás um pouco envergonhada do que havia feito. Ana ao escutar tantas idiotices indo contra ela, avançou contra Raissa desferindo-lhe um tapa no rosto.

– Nunca mais... - A menina segurava as lagrimas. - Eu digo... nunca mais... vai pensar em fazer isso de novo! Porque da próxima vez que nos encontrarmos, eu não serei sua filha... e espero que volte a treinar, ou vai conhecer o outro mundo nesse dia. -

<><><><> O Desaparecimento de Draco <><><><>

A final do Carnaval dos Campeões de Jotho aconteceria em poucas horas. A Elite dos quatro e seu campeão, mais o campeão da Liga de Prata daquela temporada haviam competido entre si e agora, a batalha final para decidir quem carregaria o título de campeão estava para acontecer. O treinador mais aclamado de Jotho, Draco, pupilo favorito de dois membros da Elite dos quatro, Julio Pendraco Mestres dos Dragões, Ana Norte Pendraco Mestre de Pedra enfrentaria o próprio Mestre Julio Pendraco.

Julio havia enfrentado Ruth, Mestre de Pokemons Normais e atual campeã da Elite, e Aurélio, Mestre de pokemons psíquicos, tendo vencido aos dois com alguma dificuldade. Enquanto Draco enfrentou Ana e Agatha, Mestre de Fantasmas, tendo empatado com Ana e derrotado Agatha num movimento altamente duvidoso e raro, uma verdadeira variação dos movimentos tradicionais.

– Farei o máximo para não te envergonhar Mestre Julio! - Dizia Draco passando a mão nos cabelos. - Mas, espero que a Ruth esteja mantendo minha coroa bem polida. -

– Não seja tão convencido fraldinha. - Dizia Ana rindo.

– Mas, se ele tiver feito o dever de casa vai poder ter a chance de nos derrotar com certeza. - Sorria Julio. - Defesa e preservação em primeiro lugar. Ataques fortes e diretos... - Julio falava sobre o modo de luta que ele e Ana adotavam e que haviam ensinado ao jovem rapaz.

No entanto, Draco havia perdido parte do sorriso. Ele não lutava daquela forma. Gostava de fazer uma variação no movimento dando um efeito novo a cada golpe. Havia até criado uma nova forma de usar o Fúria do Dragão. Mas, não havia sido reconhecido por seus Mestres por isso, apenas fora criticado. Mas, foi assim que ele derrotou os dois. E todos sabiam que quando chegasse a hora, ele usaria novamente seus movimentos variados e não os tradicionais aos quais os Pendracos tinham tanto orgulho e isso decidiria a luta.

– Bem... Meu marido está certo. - Disse Ana sorrindo. - Vai ser um duelo a parte ver os dois na arena. Acho que nunca tiveram uma batalha total, não é verdade? O máximo que fizeram foi o 3 contra 3 antes do inicio da Convenção de Prata. - Ana pareceu fechar os olhos recordando. - A batalha de Mestre e Pupilo e a prova do nosso estilo será mostrada ao mundo. Nada poderia impedir! -

– Só uma chacina. - Riu Julio

– Então você apelaria para chacinar a todos para não perder para mim? - Draco flertou com o Mestre que o encarou. - Você sabe que vou usar meu estilo em nossa batalha e não o de vocês! Só venci agatha por causa disso. Vai ser um duelo para provar o que é mais forte o meu ou o seu. - Draco os encarou. - O pupilo trilhando seus próprios caminhos. -

Só uma chacina impediria o Carnaval dos Mestres e foi uma chacina que ocorreu. Uma gritaria na abertura. Pessoas correndo de explosões. Pokemons indo e vindo como se lutassem contra algo invisível. Gritos, mortes, sangue. Dos seis mestres que lutariam, apenas Ana, Agatha e Júlio sobreviveram. Ruth e Aurélio foram encontrados mortos, enquanto Draco ninguém sabia que fim tinha tomado.

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Violeta Flamejante e Draco estavam a olhar para o teto branco da sala de emergências do quartel general da Estilo de Poder. A fuga do Tornado Vertical só ocorreu com sucesso porque Rainner havia teleportados, caso contrário teriam sido esmagados pela pressão do vento e dos destroços do muro.

As lembranças da vida passada com os Pendraco perturbavam-nos, mas cada qual sofria calado. Cada qual ao seu estilo e motivo. Ainda mais após o reencontro onde puderam ver que suas forças equivaliam. Tendo tudo sido desequilibrado pela presença de Kevin e sua ave rara.

– Temia pelo dia em que começássemos a voltar tão machucados das missões. - Davis estava sentado em uma cadeira olhando-os em seus leitos. - Só não achei que sera em missões como essas. -

Draco estava com o braço direito quebrado, enquanto Violeta Flamejante três costelas. Fora isso muitos hematomas. Mas, estavam fora de perigo.

– Mas... Músculo descobriu o paradeiro do pokemon inseto perdido. - Davis sorriu. - Não a Surskit em Jotho, a pokebola da Estilo de Poder é a maior prova de que aquele é de Bugzzy. - Davis parou pensativo.

– Mas, porque ele pegou apenas um de nossos pokemons se ele nem sabia qual era? - Draco parecia confuso. - Seria como se ele estivesse tentando camuflar o Schyther enlouquecido. -

Davis concordou. Kevin fez aquilo por algum motivo e o único aparente era ocultar o Schyther, fazendo todos acreditarem que ele era da Estilo de Poder. Eles ainda iriam pesquisar o motivo.

– Descansem. Como trouxeram os pokemons não deve haver punições. - Davis sorriu. - Mas, é claro que quando os demais Generais voltarem vão haver gozações de terem fugido da batalha. -

– Como assim voltarem? Venon não está treinando DJ? - Draco estranhou.

– Tivemos um incidente que ele precisou conter. - Diz Davis.

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Tonteira e muita falta de ar. O corpo reclamou do esforço de se mexer, mas bem de leve. Kevin abria os olhos encontrando-se completamente perdido. A mente estava turva e lembrar-se de todo o ocorrido era complicado.

– E você ainda nem aprendeu a arte da cachaça. - Riu Ana próximo a Kevin vendo tonto.

O jovem se virou e viu a mulher próximo a ele. Ela parecia vigiá-lo enquanto dormia. Na certa cuidando dos ferimentos e monitorando. Kevin não precisou que ela dissesse que ele estava bem, apesar da tonteira e das dores, sentia que estava tudo no lugar.

– Teve sorte. Pela descrição de Juliana a surra que levou deveria ter ao menos trincado algum osso. - Diz Ana. - Mas, isso é comum para nós, certo? -

Kevin não entendeu. Mas, assustou-se. Olhando em volta ele teve a certeza de que ainda estavam na mansão. Quanto tempo teria passado? Por que permaneceram na mansão? Eles certamente sofreariam retaliação.

– Comum? - Kevin questionou. - Nós estamos ainda na mansão próximo a Montanha dourada? Estão loucos? -

– Relaxe. Aqui é seguro por alguns dias. Afinal, estamos acostumados. - Ao dizer aquilo Ana esticou a mão para Kevin mostrando-lhe um anel. Um anel que ele bem conhecia. O Anel da Sociedade dos que caçavam os demônios.

– Você também? - Kevin ficou surpreso e olhou sua mão olhando para o seu Anel. Ana era uma integrante do grupo. - Mas, acha que só porque enfrenta os demônios pode conter a Estilo de Poder? -

– Não meu jovem. - Ana suspirou. - Julio e eu juntos não pudemos conter os generais. Infelizmente também não podemos conter os demônios. Mas, nossos amigos podem desviar a atenção da Estilo de Poder, fazendo-os acreditar que algo é mais importante que uma vingança contra 2 velhos, uma líder e uma criança. -

– Você ativou a sociedade para nos dar tempo de descansar e fugir? - Kevin piscou os olhos aturdido. - Podemos fazer isso? -

– É por isso que as pessoas acham-no um inconsequente. - A mulher levantou-se calmamente. - Descanse e resolva seu problema azul no canto do quarto. Abandonaremos a casa amanhã de manhã. Como são três da tarde agora, você precisa comer. Pedirei para alguém trazer algo. -

Kevin não entendeu a respeito do problema azul. Olhou os cantos do quarto, vendo sua mochila, as pokebolas e finalmente viu a pokebola preta e próximo a ela Surskit.

Tudo veio como um flash em sua cabeça. O Musculoso, como ele resolveu chamar o membro da Estilo de Poder. O confinamento no gelo. O ataque a Juliana. As pokebolas. A tentativa de fazer mal a Juliana. A libertação de Surskit. A surra. A revolta de Surskit.

Kevin forçou-se a sentar na cama. Realmente as dores eram grandes, mas podia se mover. Olhou Surskit durante um tempo. O pokemon parecia altamente feroz, mas ficava quieto no canto do quarto olhando Kevin.

– Desculpa. - Diz Kevin. - Eu não sei bem como você deve estar se sentindo, mas em parte é culpa minha. Se eu não tivesse te roubado da Estilo de Poder, você não estaria tão confuso como agora. - Kevin suspirou. - Sinto muito por ter sido retirado de seu treinador também. -

Surskit apenas olhava para Kevin com aquele olhar agressivo e ao mesmo tempo perdido. Ele indicou a pokebola escura com uma de suas patas.

– Ah... - Kevin olhou a pokebola por alguns instantes.

Pokebolas eram personalizadas aos pokemons. Cada pokemon tinha apenas uma pokebola. Para trocar a pokebola precisaria ser quebrada ou o vinculo com ela quebrado.

– Quebrarei essa pokebola escura e você estará livre. - Diz Kevin levantando-se. - Você se lembra de seu treinador e se a sua pokebola original foi destruída? -

Surskit parecia não responder. Mas, parecia pensar o olhar agressivo diminuiu um pouco. Ele realmente parecia tentar lembrar. Kevin caminhou até uma de suas pokebolas e libertou Baylleef.

A pokemon olhou em volta e olhou o pokemon azul pensativo. Ela preparou-se para atacar.

– Calma ai o briguenta. - Disse Kevin segurando-a e sentindo um pouco de dor. - Só me ajuda a conversar com ele, ok? -

Bayleef olhou para Kevin com cara de quem não estava gostando daquilo. Mas, virou-se para o pokemon.

– Ele se lembra do treinador? - Pergunta Kevin que escutou eles emitindo os sons característicos de suas espécies. Sua planta virou-se para o treinador indicando com a cabeça que não tinha certeza. - Certo. Ele se lembra de algumas coisas. Pergunte sobre a pokebola original dele. Se lembra o que ocorreu com ela. -

– E isso faz diferença? - A voz de Juliana se faz presente no quarto deixando Kevin completamente assustado.

– Como... - Kevin olhou a porta aberta e a menina sentada na cama onde ele estava. Na cabeceira da cama estava uma bandeja com algumas coisas para comer. - Está ai há muito tempo? -

– Desde que liberou Bayleef. - Diz ela meio sem graça. - Não queria assustá-lo, mas quando cheguei o vi falando com Surskit como se ele fosse responder de uma forma que você entendesse, então quis ver isso. -

A menina estava com roupas brancas e um curativo no braço. Os olhos ainda demonstravam a quantidade os longos tempos de choro.

Kevin se virou e viu Bayleef balançar a cabeça negativamente. Kevin suspirou.

– Surskit. Eu não sei como a pokebola da Estilo de Poder funciona e nem o que eles fizeram para que você pudesse obedecê-los. Então você precisa tomar uma decisão sobre o que quer fazer a partir daqui. - Kevin pegou a pokebola escura. - Vou te libertar. Mas, gostaria de te ajudar a encontrar o seu treinador, mesmo sem pistas de como começar a procurar. - Uma pausa. - No entanto, se eu quebrar essa pokebola e a sua ainda existir, você não poderá entrar em outra e teremos um problema logístico para que você venha comigo. Mas, se eu não destruir essa pokebola, eu tenho a impressão de que teremos muitos problemas. -

Juliana escutando aquilo parecia ter sua resposta. A pokebola escura da Estilo de Poder tinha algum efeito sobre o pokemon, como pokebola especial. Mas, eles não sabiam qual efeito. Então o melhor era quebrar a pokebola. No entanto, com o pokemon livre ele poderia voltar a vida selvagem, mas talvez nunca pudesse ser capturado devido a possibilidade de sua pokebola original ainda existir.

– Surs! - O pequeno gritou com fúria. Seus olhos faiscavam ódio. Bayleef olhou-o por alguns instantes e Bayleef fez sinal para que Kevin não partisse a pokebola.

– O que ele está dizendo? - Perguntou Juliana. - Ele parece... Furioso. -

– Eu já vi esse olhar antes. - Nessa manhã, por sinal. - Kevin olhou para a menina. - Nos olhos de seus pais, de sua irmã e de Draco. - Kevin Juliana franzir o cenho. - Parecia vingança. -

Juliana abaixou a cabeça sentindo aquelas palavras enquanto Kevin se voltou para Surskit.

– Eu não posso te prometer vingança contra a Estilo de Poder. Mas, vou tentar achar seu treinador e se cruzarmos novamente com a Estilo de Poder, você pode arrebentar com eles, ok? - Kevin Recebeu um olhar firme de Surskit. - Então volte para a pokebola escura! - Enquanto Surkit retornava Kevin escutava Bayleef gritando. - Briguentinha... você deveria se contentar com os ginásios. - Riu Kevin. - Vou pensar no seu caso, por hora volte! -

Kevin fechou os olhos durante algum tempo segurando as pokebolas. Seus pensamentos, no entanto foram interrompidos pelo abraço e lagrimas de Juliana.

– Eu tive tanto medo! - Dizia Juliana em lágrimas fazendo Kevin ficar sem saber como agir.

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Era oito da manhã do dia seguinte ao ataque da Estilo de Poder a Mansão Pendraco. Sabrina havia dormido do 12 horas anterior até aquele momento. Ela dizia na verdade estar meditando e reorganizando as energias perdidas na batalha.

A líder já acreditava que ao invés de ter enfrentado os 11 era melhor ter fugido, mas as mentes dos Pendraco queriam enfrentar a filha e o pupilo e defender a coleção, não conseguiria simplesmente teleportá-los contra a vontade. No entanto, era possível teleportar aos membros da Estilo de Poder que foram influenciados a querer irem com Sabrina devido a provocação que ela fez que eles não poderiam com ela. Nas apostas todos saíram vivos, mas talvez não tivesse sido a melhor escolha.

Tendo todos descansados a Mansão estaria sendo fechada por algum tempo. Em duas caravanas prontas para partir a que rumaria a Ecruteak, em um luxuoso carro que os faria chegar em 3 horas a cidade. Kevin e Sabrina estavam prontos para partir.

– Queria ter te conhecido em outras circunstancias. - Comentou Julio. - Adoraria ter contado histórias de seu pai. -

– Das que você perseguia-o ou das que ele te salvou? - Questionou Ana olhando torto para o homem e arrancando risadas do grupo.

– Bom... Não podemos dizer a mesma coisa. - Sabrina flertou com a dupla de ex-mestres que haviam causado os transtornos do dia anterior. - Mas, fico feliz de ter estado aqui para ajudá-los. A tempos queria testar um pokemon em uma situação inusitada. - Sabrina sorria lembrando da luta contra os 11 membros.

Kevin já havia despedido-se de todos e olhou Juliana cabisbaixa olhando para baixo. Os dois primos entraram no carro, mas escutaram Julio chamando por Kevin.

Do banco de passageiro Kevin olhou para o homem que apenas esticou o punho esquerdo para ele, mostrando o anel da sociedade e logo esticou a direita, recolhendo a esquerda. Na direita havia uma pokebola. Estava desafiando Kevin.

– Se você é capaz de sobreviver a essas coisas. - Nesse momento Julio mexeu no anel. - Dve ser capaz de cuidar da minha filha por 3 meses. -

– Como é que é? - Diz Kevin.

Ana estendeu uma mochila para a filha e quatro pokebolas.

– Precisamos fazer alguma coisas. - Novamente Julio mexia no anel da sociedade. - E ela não pode vir conosco. Sei que Sabrina ficará em Ecruteak, mas acho que vocês dois podem viajar juntos para ela aprender um pouco mais sobre treinadores. Daqui a três meses nos encontramos e ela passa a viajar conosco. -

– É sério? - Juliana maravilhada abraçava a mãe. - Vocês vão mesmo me deixar sair em jornada? E farão a jornada comigo? -

– Tentamos da nossa maneira, e não deu certo. Talvez, possamos fazer de outro jeito. - Diz Ana beijando a filha no rosto. - Belsprolt, Croconaw, O heracross que tentou capturar e interrompemos e um pickachu que você teria ganho de presente a duas semanas se não tivesse fugido. -

Enquanto Juliana se despedia, Sabrina olhou para Kevin rapidamente, murmurando em seus ouvidos.

– Vai mesmo deixá-la viajar com você? - Questionou Sabrina. - Não acha perigoso? -

– Queria poder recusar. - Kevin via aquilo como um pedido da sociedade. Ele não tinha como recusar. Todos os perigos que ele corria ela passaria a correr, mas quem pedia sabia o que ele enfrentava.

Juliana entrava no carro animada e via os rostos preocupados de Kevin e Sabrina.

– Bem... - Juliana ficou sem graça. - Você concorda com isso? - Questionou a menina.

– Vamos logo! - Disse Kevin puxando-a para dentro.

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O motorista da família Pendraco chegou a entrada da cidade ao meio dia como haviam previsto. No entanto, ele não poderia entrar na cidade, já que a estrada estava bloqueada, despedindo-se ele deixou os três viajantes orientando-os a seguir a rua principal que estariam no ginásio em cerca de vinte minutos.

– Já posso ver o diz Kevin. - Diz Kevin

– Ainda bemq ue consegui chegar no prazo. - Dizia Sabrina. - Lembre-se de ficar alerta Kevin. Qualquer coisa coloque Juliana nas costas de Pidgeot e espere minha deixa de fuga. - Sabrina ainda não tivarava da cabeça a possibilidade de armadilha.

Em especial porque não encontravam ninguém no caminho da cidade. A cidade estava como nova, sem nenhuma destruição ou sinal de que um dia fora atacada pela Estilo de Poder. Mas, sabiam que haviam sido atacados, já que muitos locais mostravam ter acabado de reconstruir. No entanto, não viam ninguém pelas ruas. Tudo estava fechado, como se fosse algum tipo de feriado ou todos tivessem saído para viajar. Aquilo estava a preocupando, mas parecia que Kevin e Juliana não estavam atentos ao fato.

Juliana animada pela sua jornada e Kevin ainda distraído com alguns de seus hematomas.

– Verdade. - Comentou Juliana. - O que veio fazer aqui? - Pergunta Sabrina.

– Vim ver Morte. - Respondeu a Líder.

– HAAAAAAAAAA! - Juliana da um berro assustada.

– Não essa morte, - Sabrina revirou os olhos. - O líder do ginásio se chama Morte.

– A pronuncia por telefone fica parecendo com a entidade. - Uma voz os intercala na caminhada. - Mas a grafia é com TH e algumas regiões pronunciam com Y, algo do tipo Morty, sendo o y com som de i. Mas, o nome é Morth. -

O grupo olhou para trás e virão um rapaz um pouco mais velho que Sabrina, usando uma túnica roxa e com cabelos brancos.

– Se esse cara me dissesse que era a Morte, eu acreditaria. - Cochicha Juliana para Kevin.

– Na verdade, eu sou! - Diz ele sorrindo.

– HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Kevin e Juliana gritaram assustados.

– Sabe... - O rapaz coçou a cabeça. - Até vejo graça antes da explicação do Y e Th. Depois, fica muito ridículo. - Voltando-se para Sabrina os dois líderes pareceram conversar com os olhos durante algum tempo enquanto se analisavam.

Kevin e Juliana pararam e perceberam os dois a analisar-se. Parecia que não apenas Sabrina estava desconfiada de algo, mas Morth também estava.

– É um prazer conhecê-la pessoalmente. - Diz ele estendendo a mão com uma feição mais calma. - Posso sentir uma grande aura psíquica emanando de você. Vejo que minha visão parece estar caminhando para se concretizar. -

– Visão? - Sabrina parou sem entender, mas percebeu que ele não continuou devido a presença de Kevin e Juliana. - Bem esse é meu Primo, Kevin Maerd Júnior e nossa amiga Juliana Pendraco. -

– Eles não parecem grande coisa. - Diz o líder. - Com todo respeito claro. - Morth percebeu sua arrogância naquele momento. - Mas, não os vi na visão. Ou pelo menos... - Ele ficou encarando Kevin durante algum tempo até que foi interrompido por Juliana.

– Desculpa. Deve estar havendo um mal entendido. Apenas acompanhamos Sabrina porque seguíamos na mesma direção. Kevin e eu viemos apenas disputar a insignia. -

Com uma aparência de aliviado Morth apontava para uma placa pendurada na porta do ginásio. A placa indicava que estava fechado. Mas, havia um texto explicando algo. Os dois se aproximaram para ler.

– Eu, o prefeito substituo Morth, estou interrompendo as atividades do ginásio durante as próximos 3 semanas devido a problemas da cidade. Todos os treinadores devem deixar a cidade e retornar no próximo mês. Agradeço a compreensão de todos. - Kevin lia o texto surpreso.

– Eu, o prefeito substituto Morth, solicito a todos os habitantes que mantenham-se fora da cidade pelas próximas 3 semanas para que evitem a exposição dos materiais tóxicos e tremores que possam ocorrer nos últimos acertos da reconstrução. Todo aquele que não possuir um lugar para ir poderá estar ficando na fazenda de a 200 km da cidade. Todo o viajante que chegar nela, deve se direcionar para ela para preservar sua saúde. - Sabrina lia aquilo em voz alta e compreendia porque a cidade parecia vazia. - Então por ia estrada está bloqueada e por isso não a ninguém nada cidade além de nós. -

– Ainda tenho a enfermeira Joy no centro pokemon e duas oficiais Janes patrulhando. - Diz Morth. - Meus pokemons também estão patrulhando. -

– Não sabia que líder de ginásio podia ser prefeito também. - Diz Juliana.

– Quando a cidade foi atacada na virada do ano nós o perdemos na destruição. - Morth estava olhando o horizonte. - Aqueles foram dias de terror, ainda mais quando não encontramos o vice, também morto. Conforme leis de Jotho, no caso de morte do prefeito e do vice, a cidade que possui ginásio faz de seu líder o prefeito substituto até que a cidade esteja reestruturada e que novas eleições indiquem o futuro prefeito. -

– Então viemos até aqui por nada? - Juliana não acreditava naquilo. - Não pode abrir uma exceção? -

 

– Vocês deixar a cidade o quanto antes. Sugiro seguirem para Olivia. - Dizia Morth.

Sabrina já havia entendido que tudo era uma mentira. Que não havia reconstrução a ser feita ou produtos tóxicos. Algo estava para acontecer naquela cidade. Mas, ela já estava tranquila quanto a uma armadilha por parte do líder. Ela via a aura dele e era boa, mas também cheia de uma energia espiritual. Ele em questões de poderes sobrenaturais possivelmente se igualava a ela.

Sabrina via Juliana insistindo para que eles pudessem lutar e Kevin quieto, o que era de surpreender.

– Não! Este assunto é urgente! - Morth parou. - A reconstrução da cidade deve terminar. -

– Então esperamos! - Diz Kevin. - Você chamou minha prima para ajudar em algo, acredito que possamos ajudar de alguma forma. -

 

– Pra mim tudo bem, eu não tenho muita pressa mesmo. - Diz Juliana concordando.

– Em absoluto. Não devem ficar na cidade. Na verdade nenhum treinador fica na cidade mesmo. - Diz Morte começando a rir de repente.

 

 

– Qual é a graça? Pergunta Sabrina.

 

 

– Gengar! - Dizia Morth Gengar aparece na frente de Juliana que da um outro berro apavorada.

 

– Apresento meu mais forte pokemon, Gengar. - Diz Morth sorrindo - Ainda querem lutar? Estarei usando ele se insistirem. -

– Líder de ginásio de pokemons fantasmas? - Assusta-se Kevin.

 

– Meus pokemons ficam livres pela cidade para vigiá-la para mim. As oficias Janes não dão conta. E com aquela lei maluca de líder de ginásio proteger sua cidade. - Diz Morth.

 

– Eu.. eu acho que realmente vou partir. - Juliana estava apavorada na frente de Gengar que ficava rindo para ela.

 

– Desistir não é coisa de treinador, ainda mais diante a um líder de ginásio que exibe seu pokemon mais forte na tentativa de amedrontar o desafiante. - Kevin olhou para Morth e os dois ficaram a se encarar durante algum tempo.

 

:: “ Kevin evoluiu muito. Eu também reparei que há algo errado. Hum.. agora que reparei. Anel bonito. Anel e cordão. Eles até combinam um com o outro.”:: Sabrina não ligava muito para a conversa, pois sabia que Mortr não iria responder nenhuma das perguntas em relação a missão que eles teriam de efetuar. Por isso se perdia em pensamentos vendo as coisas, e ficou intrigada com ela mesma por não ter visto o cordão de pirâmide e o anel que seu primo usava.

 

– Isso seria um dos desafios? - Questionou Kevin.

:: “ Acho que não tem jeito. Vou ter que batalhar com eles antes. Mas é muito tempo perdido. Pode acontecer a qualquer momento.”:: Morth respirou fundo sentindo que não conseguiria tirar Juliana e Kevin da cidade.

No entanto Kevin havia mudado sua atenção, ele olhava para o Oeste da cidade.

– Certo! - Faremos o seguinte um de vocês luta comigo agora. O outro volta no prazo que estipulei; - Morth havia tomado uma postura séria. Seus olhos um pouco caídos, como se ele estivesse cansado davam agora uma impressão de que estavam diante de alguém perigoso. - Na verdade, ambos vão ter que voltar mais vezes aqui por que não devem conseguir me derrotar neste momento. - Com um sorriso sarcástico, mas ao mesmo tempo amigável olhou para os dois. - Quem vai me enfrentar? - Pergunta Morte esfregando a mão na cabeça de Gengar.

– Bom... - Juliana olhou Gengar e puxou Kevin para sua frente. - Kevin o enfrenta! - Juliana foi interrompida por Kevin.

Kevin ainda estava perdido no olhar, olhando constantemente para oeste, mas acabou voltando sua atenção para a situação.

– Pokemons fantasmas são horríveis de se enfrentar. Mesmo você assistindo uma batalha deles, não consegue a experiência necessária para derrotá-los. Só assistir não vai adiantar nada para você. - Kevin olhou para a menina. - Já conheço um pouco porque tenho um. -

::“ Ele tem um pokemon fantasma? Não é todo dia que eu tenho um treinador como este por aqui. “:: Morth pareceu interessado, mas viu que Kevin estava inclinado a fazer Juliana lutar.

– Por que você não o enfrenta? Assim você vai ver como eles lutam por si só. Quando formos embora da cidade, após a partida, podemos conversar sobre a experiência. E se você não conseguir, quando voltarmos já teremos um bom plano para ele. - Diz Kevin.

– Interessante este seu primo. - Diz Morte a Sabrina.

– Nem sabe o quanto! - Satirizou Sabrina.

Eles caminharam até a rota Oeste da cidade. Kevin agora não parecia tão interessado naquele local. Olhou em volta, mas seja lá o que estivesse ali anteriormente já não estava mais.

Morth era uma pessoa calma e parecia na verdade não ligar para muita coisa. Contudo quem olhasse em sua mão direita veria um agitar de dedos completamente descontrolado. Ele estava ansioso.

– Batalha 1 contra 1 minha cara mocinha. Normalmente é 3 contra 3, mas estou tarefas demais na cidade. - Ele riu. - Farei isso ser rápido. Daqui você partirá, não se preocupe que não terá seu pokemon nocauteado. - Dizendo aquilo Morth estalou os dedos da mão direita. - Seu oponente será meu Gastly. - Ao dizer aquilo o pequeno fantasma apareceu.

– Eu vou de Pickechu. - A menina liberava o pokemon – Sei que ainda não tive nenhuma batalha ou treinamento com ele. Mas, sei que ele é veloz e a eletricidade pode ser útil. -

:: “ Ela falou em me enfrentar com um pokemon não treinado?”:: Morth piscou algumas vezes surpreso.

O pokemon rato elétrico surgiu e fez uma cara de medo quando viu seu adversário. Mas, ainda assim a batalha teve inicio tão logo Juliana parou de tremer. Gastly ficou parada fazendo careta para pickachu.

– Comece com uma investida! - Ordena Juliana.

Pickachu atendeu a ordem, mas passou direto pelo pokemon fantasma que ficou parado no mesmo lugar. Ele começou a rir do rato elétrico que saltou por conta própria contra o pokemon fantasma em uma nova tentativa de ataque investida.

– Primeiro aprendizado, ataques do tipo normal não afetam fantasmas. - Dizia Kevin.

– Agora que me diz? - Juliana olhou irritada para Kevin. - Vamos usar o choque do trovão. -

Morte estava calmo, não fazia absolutamente nada, apenas observava as tentativas de Juliana com calma. Gastly simplesmente esmaeceu. Ele ficou na transparência de forma que os ataques elétricos também passavam por ele.

Foram cinco minutos exautivos onde Juliana tentou todas as técnicas que conhecia junto ao pickachu. Mas, Pickachu caiu sem forças, sem nem ter conseguido fazer Gastly mover-se.

– Batalha encerrada, seu pickachu não consegue mais lutar. - Diz Morte. - Como eu disse, ele não esta nocauteado. Deixe-o descansar que ele ficará novo em folha. -

Juliana caiu de joelhos recolhendo o pokemon. Ela não podia acreditar que aquilo poderia ter acontecido com ela. Ela tinha completa noção de que jamais venceria. Até imaginou que seria humilhante e que nenhum dos seus ataques seriam efetivos. Mas, foi absurdamente mais doloroso ela mesma se derrotar. Tendo feito tantos movimentos e esgotado seu pokemon enquanto o pod]kemon adversário não precisou se mover.

A menina começou a andar no caminho que daria a Olivia, sem nada dizer.

– Podia ter pego mais leve. - Diz Sabrina a Morth.

– Não fiz nenhum movimento, mais leve que isso? - Morth flortou com Sabrina. - Mas, eu sei que isso vai inspirá-la de alguma forma. - Morth viu Kevin aproximar-se.

– Eu preciso ir ou terei de correr para alcançá-la. - Diz Kevin. - Você ficará bem? - Perguntou Sabrina.

– Não se preocupe! Estou mais tranquila. Não sei o que vem a ser o problema que teremos por aqui, mas dou conta. - Diz a prima. - Cuide dela e cuidado com esses seus ferimentos. Pode não ter quebrado nada, mas não faça muito esforço físico. -

Os dois apenas se olharam. Eram da mesma família, mas longe de ter uma relação muito próxima.

– Até a próxima! - Diz Morth a Kevin. - Estou ansioso para te ver em ação, treinador de um pokemon fantasma. -

Kevin deu uma pequena risada e correu até Juliana alcançando-a só quando não se podia mais ver a cidade. Eles caminharam ainda por cinco minutos com a menina tentando esconder as lagrimas que teimavam em sair.

– Kevin... - A menina sentiu que não poderia mais continuar. - Se incomoda de se adiantar e me dar uns 10 minutos de vantagem. - Ela parou percebendo que havia dito vantagem. Deu uma pequena risada de nervosismo. - Eu preciso ficar um pouco sozinha. - Diz Juliana.

A menina estava com os olhos cheios de lagrima. Não queria chorar na frente de Kevin, mas já não estava conseguindo segurar. Apesar de já ter feito isso antes, aquela situação para ela era diferente.

Kevin por sua vez não escutava a menina. Assim que chegou ao lado dela voltou a ter sua atenção voltada para o que acontecia em volta. Por isso acabou nada dizendo a ela todo aquele momento. Apenas caminhava ao lado dela tentando identificar o que estava ao redor deles. Quando ela começou a falar sentiu o vento soprar forte, finalmente ele viu um vulto passar correndo pela floresta em direção da cidade.

Kevin paralisado levou a mão para recolher as pokebolas de Pidgeot e Amparos. Ele ficou fitando a sombra que seguia.

– Ah Kevin... - A menina não conseguiu segurar o choro. - Como eu sou fraca... Eu não consegui nem causar dano... - Ela não conseguiu mais falar nada pois foi surpreendida por Kevin abraçando-a e acalmando-a.

No entanto Kevin estava abraçando-a e protegendo-a. Ainda via o vulto ir e vir, como se estivesse indeciso entre atacar aos dois, ou ao que estava na cidade. Ou talvez o vulto ainda estivesse a procurar o que atacar e não havia se dado conta dos dois ali.

– Juliana... - Kevin murmurou. - Vá na frente. Nos encontramos na cidade dos portos. Vou te encontrar em Olivia. -

– Ahn? - Juliana assustou-se com aquilo. Se desfez do abraço olhando sem entender. Ela queria ficar sozinha, mas já tinha começado a chorar, então queria ficar com ele. Kevin na visão dela estava estranho, sem um sorriso gostoso que ele sempre tinha.

– Prove para você mesma que consegue chegar na cidade sem ajuda de ninguém. - Ele murmurava. - Eu vou estar esperando você lá. Para enfrentarmos a líder do ginásio daquela cidade. A cidade de Olivia e a sua líder Jasmin. - Ele sorriu para ela. - Aposto que lá venceremos. Quero que me surpreenda. As agora vai. - Kevin deu um pequeno empurrão na menina fazendo-a dar alguns trôpegos passoa a frente.

Juliana olhou Kevin. Ele estava tão sério, mas sorriu piscando para ela. A menina sorriu e começou a caminhar enquanto ele ficava parado. Já com ela longe a face de Kevin voltou a ficar séria e seu olhar, sem vida.

Kevin sentiu um vento forte.

– É para correr! - Grita Kevin fazendo a menina desaparecer em corrida.

Assim que Juliana desaparece de sua visão, descendo um morro ele se virou de costas par ao local que ela estava e encarou a direção da Cidade de Ecruteak.

:: “ O certo era eu também correr. Ainda mais com os hematomas. Mas, dependendo de qual deles for Juliana morreria junto comigo. Terei de enfrentá-los sozinho, pela primeira vez, mas ao menos meus pokemons não vão lutar sozinhos! ::”

– Ampharos! Pidgeot! -Kevin lançou as pokebolas rapidamente. - Eu preciso de ajuda! -

Das arvores apenas se poder escutar um grito gutural de um Schyther enlouquecido.

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Se Juliana não tivesse aparecido em minha vida, eu jamais teria chegado naquela maldita situação. Eu não estaria com o corpo dolorido e muito menos com a missão de protegê-la. Sem Juliana eu teria ficado em Ecruteak, ou saído muito mais cedo da cidade.

Mas, tenho que admitir. Ela é uma ótima companhia e que bom que ela me colocou no caminho daquele demônio. Tudo o que ocorreu em seguida me leva ao meu momento de agora. Tudo foi tão rápido que eu diria até que aquele Schyther foi quem me jogou nessa merda de barco!