Capitulo 20 – Transmissão da Obsessão - Parte 1

 

 

Uma vez vi meu pai e minha irmã realizando uma batalha treino a poucos dias dela fazer uma viagem com uma amiga de meu pai, só hoje sei que a amiga era a Érika de Celadon. Nessa batalha meu pai usou dois pokemons e minha irmã apenas um.

 

Eu nunca entendi aquilo até começar a viajar e perceber que pelo mundo existem tipos diferentes de pessoas e batalhas. A única coisa que você pode ter certeza é que uma disputa só tem regras e é amistosa, quando ambos os lados entendem isso.

 

Papai preparou minha irmã para enfrentar qualquer tipo de problema com aquela luta. Não importava o número de perigos, ela só precisava se acalmar e se concentrar no que era importante.

 

Quando cheguei a Quinhão dourado, antes de fazer o passeio turístico acompanhados das Oficiais Janes, conversei com minha irmã contando tudo o que me havia acontecido e ela pediu-me para passar a ser uma pessoa mais calma ou iria acabar matando a mim mesmo.

 

Achei as palavras dela meio exageradas, mas ela me fez ver como minha impulsividade estava gerando problemas. Primeiro Slowbro, o Schyther de Bugzzy, depois Butterfree. A cada situação arriscada que eu vivia alguém saia ferido. Ela perguntou quando seria a vez de um ser humano, como eu tanto temo que ocorra quando eu usar Pidgeot com tudo o que ele pode dar. Quando chegaria a minha vez de sair ferido.

 

Eu devo confessar que depois de voar com Pidgeot eu estava mais tranquilo quanto ao perigo que ele representava. No entanto, as palavras de minha irmã e seu alerta feito de forma séria e preocupada me fizeram entender que eu era um perigo as demais pessoas e a mim mesmo.

 

Me prometi que enquanto estivesse em Quinhão Dourado eu iria ser uma pessoa calma. Iria me testar naquela grande cidade. Infelizmente, Deus aprecia escutar minha promessa e começou a me testar com os estresses de Juliana, Whitney e Cowboy. Mas, como nada de ruim vem sozinho, meu maior teste de calma e começar a medir as consequências de meus atos viria com a chegada de Sabrina.

 

 

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— Abram caminho! Abram caminho! - Cabelos loiros e com uma roupa chamativa, uma pessoa com microfone, sendo seguida por um rapaz com uma filmadora, anda por entre os diversos convidados da festa de reinauguração da Radio de Quinhão Dourado. - Meu Deus! Para tudo, para tudoooo!!! - A voz estridente parecia não incomodar a ninguém, por incrível que parecesse.

 

 

Eram pessoas com trajes de gala chegando de todas as direções. Predominando roupas pretas, ou de tons escuros, a festa de comemoração da reconstrução da Rádio de Jotho era um evento a parte onde as pessoas pareciam manter uma certa elegância nos trajes e comportamentos. Todos exceto a pessoa que andava com um microfone em meio as mesas e o DJ que estava com roupas tão espalhafatosas quanto um funkeiro querendo ostentas suas posses.

 

Uma música suave tocava enquanto a maioria dos convidados ainda chegava. As ruas já não estavam tão movimentadas quanto estavam nos dias anteriores, já que a festa da rádio não era a única a estar ocorrendo. Acontecia outras quatro festa pela cidade.

 

 

— Eu sou Upi falando diretamente da festa do momento. A Radio Pokemon de Jotho está retornando ao ar hoje! - Upi tinha uma pele negra e magra. Com um macacão de oncinha, unhas apenas com base e um cabelo loiro oxigenado, a dúvida se era homem ou mulher permanecia para todos. Mas, no geral a maioria não se importava se era homem ou mulher. Upi tinha o principal programa da rádio e um programa em um importante canal de televisão. - E sua festa conta com gente que tem bala na agulha. São todos ricos e celebridades. Oh céus!!! Celebridade é essa jovem. Aqui! anda câmera rápido!!! -

 

 

Upi andando com passos coreografados e gingados por entre as cadeiras, mirava uma mesa onde estavam três pessoas.

 

 

— Já devem ter reconhecido esta jovem dos longos cabelos pretos. Serei profissional e não pedirei um autógrafo. - Upi se aproximou da câmera e deu uma piscadela lenta apenas com o olho esquerdo. - Sabrina K, Líder do ginásio de Safron, é a líder mais poderosa dos ginásios de Kanto. Recebeu a honraria de ser a melhor do ano passado e com certeza vai nos dizer umas palavrinhas, não fofa? -

 

 

:: “Fofa? Ele está dizendo que estou gorda? Essa voz estridente está me deixando com dor de cabeça. Ele é um homem ou mulher?”:: Sabrina sorriu para a câmera, mas não disse uma só palavra.

 

 

— Bem... - Percebendo que não conseguiria nenhuma resposta da mulher Upi voltou-se para câmera e e baixou a cabeça fazendo um pequeno beicinho. - Acho que ela não gosta da gente. - Rapidamente sorrindo e observando as outras duas pessoas da mesa, movimentou-se rapidamente para entre as duas cadeiras das pessoas que acompanhavam Sabrina.

 

 

— Bom... - Observando a menina de cabelos castanhos com pontas ruivas Upi sorriu. - Você eu não conheço. Então não deve ser famosa. Mas este aqui... -

 

 

— Gentil de sua parte dizer isso. - Diz Juliana. - Espero que minha mãe não esteja assistindo. - Riu a menina.

 

 

— AHHHHH! Me segura... me segura! - Upi abraçava Kevin com empolgação. - Estamos aqui com um dos mais promissores treinadores pokemons de Kanto. Kevin Maerd Junior! HAAAAAAA! HAA! - Upi saltou Kevin e foi até a lente da Câmera novamente. - Haaaa! HAAAAA! Gritando de boca aberta e escandalosamente. - Fale um pouquinho para nós. - Parando o estardalhaço Upi deita sobre a mesa esticando o microfone para Kevin. -

 

 

— Um pouquinho para nós! - Diz Kevin rindo.

 

— Humorado! - Upi sorriu. - Já vi que com esses eu não vou conseguir nada. - Caminhando, mas desta vez de forma normal Upi continuava a falar. - Mas não saiam daí que daqui a pouco eu vou estar de volta com a batalha pokemon. -

 

 

Kevin e seus amigos viam Upi se afastar da mesa.

 

 

— Agora eu entendi porque precisava de companhia. - Diz Kevin. - Acho que você teria matado-o, ou matado-a, não sei, se estivesse sozinha. -

 

— Teria teleportado aquela coisa para o meio do deserto onde os gritos não poderiam ser escutados. - Diz Sabrina aborrecida em ter que manter um sorriso nos lábios de forma constante.

 

— Gosto do programa de Upi. É divertido! - Sorriu Juliana. - Como assim teleportado para o deserto? - Juliana pareceu confusa.

 

— Esqueça. - Disse Sabrina. - Obrigada por me acompanharem! -

 

— Eu que agradeço de não ter que ficar sozinha no Centro Pokemon. - Sorriu Juliana.

 

 

<><><><> Manhã daquele dia <><><><>

 

 

— Nunca dormi tando. - Reclamava Sabrina sentada em uma das mesas do refeitório do Centro Pokemon. - Dez e meia da manhã para tomar café tendo ido deitar antes das nove do dia anterior é vergonhoso para alguém como eu. -

 

— Ainda bem que você está reclamando. - Bocejou Kevin que lhe fazia companhia na mesa. - Eu me perguntava o que havia acontecido com você para estar tão cordial. -

 

 

Sabrina lançou um olhar frio para Kevin que o deixou completamente preocupado com o que poderia vir a seguir. Ele já não estava gostando de sua estádia na cidade, mas ver Sabrina agir como agira no dia anterior realmente havia perturbado-o.

 

Após interromper a batalha de Cowboy e Kevin, retirando, via teleporte, Chickorita do meio da batalha, a líder de ginásio de Saffron, prima de Kevin, devolveu a pokemon questionou o que estava acontecendo. Enquanto caminhavam pela cidade, com Sabrina amparando a abalada Juliana, Kevin explicou o misterioso estresse que estava tomando conta das pessoas naquela cidade, bem como os acessos de raiva de Juliana, a líder do ginásio local de Quinhão Dourado e de Cowboy, o que resultou na cena que ela vira momentos antes.

 

Ao chegarem ao Centro Pokemon e colocarem seus pokemons para se recuperarem cada qual fora para um quarto. Estava anoitecendo e o movimento na cidade não parecia que enfraqueceria. No entanto, não demorou para que todos no Centro Pokemon adormecessem.

 

 

— Tudo bem! Não pode negar que o costume de nos estranharmos fala mais alto. - Diz Kevin rindo vendo que um pequeno sorriso brotou dos lábios da séria líder de ginásio. - Mas, o que anda fazendo aqui? Você não teleportou-se só para me salvar, né? -

 

— Acho que tenho coisas mais interessantes para fazer além de tirar meu priminho revoltado das encrencas que ele teima em se meter. - Sabrina bebericou um pouco de seu copo de suco. - Vim a Quinhão Dourado para a reabertura da rádio. Forçaram-me a representar Safron. Mas, minha vinda é apenas até que a festa termine. No dia seguinte vou a Ecruteak encontrar a Morte. -

 

 

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! - Kevin apavorado chega a cair da cadeira que está sentado.

 

— O que foi? - Pergunta Sabrina sem entender o escândalo.

 

— Como... como o que foi? - Kevin se levantava um pouco estabanado. - Tem certeza de que você é normal? Encontrar a Morte assim... Sem mais sem menos? - Kevin assustado olha para a prima sem saber o que dizer. - Você vai morrer? Ou é o famoso espírito que... -

 

 

— Cala boca seu tapado!!!! É por isso que eu não converso. - Irritada Sabrina toma mais um gole de suco tentando imaginar o que o primo tinha naquela cabeça. - Morte é o líder do ginásio de Ecruteak. -

 

— O Que? - Kevin arregalou os olhos. - Líder de ginásio? A morte .. AHHHHHHHHHHHHHH! -

 

— É o nome do líder! -Grita Sabrina furiosa.

 

— AHHHHHHHHHHH... Ahn?? - Kevin para o grito de espero por alguns instantes ao escutar os gritos de Sabrina. - Ah ta! - Respirando mais aliviado. - Agora que você falou eu lembro que o líder de lá tem um nome esquisito mesmo. Eu li em algum lugar, mas não gravei. -

 

 

Sabrina revirou os olhos concordando. Morte não era um nome lá muito convencional. Ela julgava ser apenas um título, ou apelido. Nenhum pai faria isso a um filho.

 

 

— E o que vai fazer lá? - Perguntou Kevin.

 

— Ele me chamou para ajudá-lo em algo. - Sabrina ponderou. - Pediu para que eu chegasse dentro de uma semana e que era de extrema importância minha ajuda. -

 

— E não disse o que era? -

 

— Deixe de ser curioso. - Diz Sabrina irritada. - Mas... - Ela parou por alguns instantes. - A recomendação dele foi que se alguém fosse me acompanhar que fosse forte e que eu chegássemos lá descansados. Muito descansados. -

 

— Está preocupada com o que possa acontecer, não é? - Perguntou Kevin que teve como resposta um acenar de cabeça.

 

 

Uma armadilha não seria novidade. Mas, negar ajuda a um irmão líder de ginásio era algo que os líderes não o fariam. Sabrina e Morte não se conheciam pessoalmente, mas ela estava disposta a ver o que aconteceria.

 

 

— De qualquer forma.... obrigado pela ajuda! - Kevin sorri. - Confesso que fico muito feliz em vê-la. Eu estava um pouco perdido nesta cidade. Tanta gente estressada e essa aglomeração de pessoas indo e vindo. E ainda por cima perdi na disputa pela insignia do ginásio local. -

 

— Quinhão Dourado é a primeira cidade grande não destruída pela qual você passa aqui em Jotho. Ao menos pelo que comentou. - Ponderou Sabrina seguindo seu raciocínio. - Normal que esteja achando superlotada, se considerarmos que ela foi reduzida pela metade em questão de área e devem ter chegado muitas pessoas migrando devido a destruição das outras cidades. Sem contar as festas que ocorrerão. -

 

 

Kevin concordava com a cabeça, um tanto quanto pensativo.

 

 

— Agora, algumas pessoas estressadas que você encontrou deviam ter seus motivos. Juliana por exemplo. - Sabrina riu debochativamente. - E não se esqueça que você é o rei do estresse. -

 

— Prometi a minha irmã que ia parar com isso e vou. Estou me empenhando ao máximo. - Kevin arregala os olhos e dispara a falar. - E de onde você conhece Juliana afinal? Só assim para você defender a menina. Ela só reclamou e gritou o tempo todo. -

 

— Você está ficando estressado com isso. - Comentou Sabrina.

 

 

Kevin começou a rir e logo foi seguido de Sabrina.

 

 

— Ei!!! Isso é legal! - Comentou Kevin mais calmo. - Eu nunca tinha te vistor sorrir e muito menos rir. - Ao dizer aquilo Kevin vê Sabrina voltando a sua forma séria. - Bem... - Percebendo os resultados do seu comentário descuidado, resolveu voltar a questão de Juliana para desconversar e entender a situação. - De onde conhece Juliana? Como sabe que ela não é estressada daquela forma? -

 

 

— Eu não conheço Juliana. Eu conheço garotas da idade dela que... - Sabrina para de falar encarando o primo durante alguns instantes. - Junior, você não sabe que garotas... - Sabrina para novamente e olha para o primo.

 

 

:: “Ele tem 14 anos. Eu não acredito que ele não saiba sobre TMP.”:: Sabrina resolve ignorar a falta de experiência do primo para com o mundo feminino. Não seria ela a ensinar essas coisas a ele. Além do mais, não se gostavam tanto assim para ensiná-lo algo. Ainda mais algo desse gênero.

 

 

Sabrina move os olhos para o lado rapidamente e Kevin percebe que ela indica que ele olhe algo. Ele se vira com calma e vê Juliana entrando no refeitório meio perdida. Viu que havia ainda a refeição do café para servir-se e identificou a dupla sentada terminando o café.

 

A menina de cabelos castanhos e ruivos adiantou-se em fazer uma bandeja com algumas coisas para o café e se aproximou deles animada, mas aos poucos foi diminuindo passo. Era nítido que ela começava a se lembrar de algumas situações que aconteceram no dia anterior.

 

 

— Bom dia! - Juliana parou junto a mesa deles. A voz estava suave e bem harmoniosa, diferente dos gritos e tons irritantes.

 

 

— É... - Kevin ficou meio sem graça, pois não esperava uma saudação tão suave. - Bom dia. - Disse ele por fim imaginando como Sabrina sabia que ela estaria diferente naquele dia.

 

— Bom dia. - Disse Sabrina no seu modo calmo e concentrado de sempre. - Quer sentar conosco? -

 

 

:: “ Como é que é? Quem é essa maluca na minha frente que parece com Sabrina?' :: Kevin tentou conter a expressão em seu rosto, mas sua mente já entrava em parafuso com aquela atitude da prima.

 

 

Juliana sentada e tomando seu café era observado por Kevin que estava um pouco tenso com a nova atitude de Juliana.

 

 

— Bem... - Juliana parou a refeição um pouco sem graça. - Eu acho que preciso agradecer por ontem ter me defendido de Cowboy. - Olhando para baixo com os olhos com traços laranja, ela apenas fitava a bandeja com algo que não poderia identificar se era vergonha pelo ocorrido, ou timidez. - Ele era muito forte para mim e meus pokemons. Acho que ele realmente queria aniquilar meu pokemon. - Diz Juliana mantem os olhos baixos.

 

 

— Bom... - Kevin olhou para Sabrina que o encarava. Não era preciso ser telepata para ver que Sabrina esperava que ele fosse cordial. A promessa para sua irmã também pedia para que ele fosse calmo com a menina, apesar de todo o transtorno do dia anterior. - Não tem importância. Se tivéssemos ganhado as insígnias você não ia ter continuado irritada e Cowboy não teria como por a culpa em você por ter estressado Whitney. - Sorrindo. - você tinha seus motivos. -

 

 

Juliana olha para Kevin não entendendo. Enquanto Sabrina revirava os olhos percebendo que o primo não conseguia dar uma dentro.

 

 

— Eu? - Juliana parou surpresa e levantou o olhar olhando para Kevin. - Eu irritei a líder? - Ela confusa apenas viu Kevin dar um sorriso sem graça como quem confirmava. - Mas eu não lembro de ter falado nada demais ontem. - Juliana para olhando de lado tentando se lembrar do dia anterior e acaba olhando um calendário mostrando o dia de hoje. - AH! Ontem! - Ela sorri sem graça demonstrando ter lembrado-se de algo.

 

 

— Ufa! - Kevin parecia aliviado. - Ainda bem que se lembrou. Não saberia te explicar o que você fez ontem, ainda mais que não tenho ideia do motivo. - Kevin viua menina sorrir ainda sem graça. - Aproveitando, o que afinal aconteceu para tanto estresse? -

 

— Bom... - Juliana abaixa a cabeça novamente fitando seu café da manhã. - ...é... que... bem... - Juliana gaguejou um pouco e acabou não conseguindo dizer nada.

 

 

— Não seja indiscreto Junior! - Sabrina repreendeu o primo rapidamente. - Coisa de Menina. - Diz Sabrina terminando o café.

 

 

Juliana se virou para Sabrina sem entender e recebeu um sorriso dela.

 

 

— Saco, viu! - Resmungou Kevin. - Cordial com desconhecidos e fria com a família. - Kevin riu logo após. - Sinta-se com sorte Juliana, isso ai é uma pessoa difícil de engolir. -

 

— Pois é...Você nunca conquistou minha insignia. - Sabrina fuzilou com o olhar.

 

— Mas, já te derrotei. - Riu Kevin.

 

— Quer tentar a sorte de novo? - Flertando e fazendo seu copo de suco, vazio, começar a flutuar junto com seus cabelos, enquanto seus olhos brilhavam, Sabrina parecia começar a irritar-se.

 

— Não! Não! Não! - Kevin desesperou-se caindo da cadeira arrancando risadas de Juliana.

 

 

— Ela não te machucaria. - Ria a menina. - Ela é dua sua família, né? Ela não levantaria a mão contra você. -

 

— Não conte com isso. - Disseram Sabrina e Kevin ao mesmo tempo, uma de forma fria e outro amedrontado.

 

 

— Ahn... - Juliana parou sem entender a situação. - Mas, então você é líder de ginásio de Kanto, né? - Comentou Juliana lembrando-se vagamente de uma ou outra coisa que falaram com ela enquanto ela caminhava de volta ao Centro Pokemon.

 

 

— Sou. - Respondeu Sabrina.

 

— Imagino que seu ginásio deve ser cheio de pokemons do seu tipo e você domina a cidade, não é? – Comenta Juliana.

 

— Bom... Eu sou de Kanto. Lá as coisas são diferentes de Jotho. Os lideres de Kanto possuem outras ocupações além das de líder. A cidade tem seus próprios governantes. - Comenta Sabrina. - Jotho por outro lado faz de seu líder de ginásio quase que um segundo prefeito, em especial porque eles realizam suas disputas da liga de uma forma bem diferente. -

 

 

— Diferente? - Juliana parecia interessada. - Como só estou a três semanas como treinadora, não tenho ideia dessas diferenças, o único ginásio que conheço é o de Quinhão Dourado.

 

 

:: “ Três semanas? Isso explica tudo!” :: Pensou Kevin lembrando-se de como ela mal parecia saber como prosseguir numa luta.

 

 

— Diferentes. - Disse Sabrina. - Desculpa, há um certo código entre o s líderes de ginásio, mesmo que de outras regiões. Não podemos sair falando sobre os desafios e movimentos especiais abertamente com os treinadores. -

 

 

— Por outro lado eu não tenho esse problema. - Riu Kevin. - Em todo o ginásio vencer o líder é secundário. Um líder de ginásio é muito mais forte que um treinador pokemon. Então quando um desafiante aparece ele deve superar os desafios que o ginásio oferece e não apenas abater o pokemon do líder, o que muitas vezes poderia ser impossível. - Kevin parou lembrando-se de como foi passar pelos ginásios de Kanto. - Em Kanto a maioria dos desafios é ligado a identificar como superar um dos movimentos ou habilidades especiais. NO geral explorando vantagens e desvantagens e entendendo um pouco do movimento especial, ou habilidade, você prova ao líder que está apto a conquistar a insignia dele. -

 

 

— Então você prova ser bom e saber essas coisas por meio da luta. Onde mesmo perdendo pode receber a insignia? - Perguntou Juliana.

 

— Sim. No geral os líderes de ginásio não usam seus pokemons mais fortes contra os desafiantes. A não ser que ele cheguem com pokemons muito fortes e ameassem conquistar a insignia, derrotando seus pokemons costumeiros, sem provar nada. - Comenta Sabrina. - Né, Junior? -

 

 

Kevin fez uma careta para ela.

 

 

— E nas outras regiões? É muito Diferente? - Perguntou Juliana.

 

— Minha irmã e amigo estão nas Ilhas Laranjas. - Comentou Kevin. - Parece que lá você só passa pelos ginásios sabendo usar as habilidades do seu pokemon e as do treinador. Não é força nem nível, é controle e conhecimento total em cima das habilidades que possui.- Kevin viu Juliana ficar admirada e assim como ele o fez quando sua irmã o contou aquilo, ficar imaginando como seria uma disputa por lá. - Aqui em Jotho os líderes costumam usar pokemons muito fortes. Ainda estou com dificuldades para identificar os desafios de cada ginásio, mas no geral tudo é em cima de estratégia. Como

 

— Puxa que legal! -

 

 

:: “Ele ainda não entendeu Jotho! Não é estratégia e sim respeito a vida. Cada ginásio ginásio daqui espera que o treinador mostre preocupação com a vida de seus pokemons e os pokemons dos adversários. Por isso os Pokemons usados pelos líderes de Jotho tem muito poder. Se um treinador não identifica de cara a situação perigosa onde ele está se metendo ele já está a um passo de provar que não sabe valorizar a vida e a integridade dos pokemons. Depois disso cada ginásio é um caso.”:: Sabrina via Kevin a falar de suas experiências enquanto Juliana escutava animada.

 

 

— Kevin! - Uma enfermeira Joy entrava no refeitório, chamando pelo rapaz. Ela trazia, em suas mãos, uma pokebola. - Achei que tinha saído para se aprontar para uma das festas. Mas, parece que vocês três são os únicos que ainda não o estão fazendo. -

 

— Nem irei. - Disse Kevin. - Não tenho convite para nenhuma delas. - Kevin suspirou. - Mas, o que faz por aqui? -

 

 

Juliana olhou para Sabrina incrédula com aquela pergunta. Como ele poderia perguntar algo assim a uma enfermeira Joy estando dentro de um Centor Pokemon.

 

 

— Como assim? - Joy meio confusa esticou a pokebola. - Vim trazer seu Slowbro. -

 

— Obrigado! - Kevin pegava a pokebola agradecendo. - Mas, você é a Joy que fica num centro Pokemon no meio da Floresta entre Azalea e Violeta. A mesma que cuidou do Slowbro. Não é? -

 

— Sou! - Joy abriu um sorriso grande. - Em Jotho existe a Joy principal de cada cidade e as assistentes. As assistentes revezam com as Joys que ficam em centros mais afastados. - Joy parou encarando Kevin. - Como sabe que sou eu? -

 

— Seu brinco é verde. - Comentou Kevin. - As joys que estava aqui ontem todas tinham aquele meio perolado comum. -

 

 

— Ele realmente notou isso? - Questionou Juliana a meia voz para Sabrina.

 

— Ouvi comentários de quele nota diferença em todas as Joys. Se eu não ler a mente ou a aura delas para mim se torna impossível diferenciar. - Murumurou Sabrina Vendo Kevin e Joy conversando.

 

 

— O que quer dizer com mente e aura? - Perguntou Juliana sem entender ainda a meia voz.

 

 

— De qualquer forma, está fazendo um belíssimo trabalho cuidando do Slowbro. - Disse Joy. - Lembre-se de não colocá-lo em batalha alguma. A pele está quase restabelecida, mas a concha ainda precisa de mais tempo. -

 

— Pois é... ainda bem que você estava por aqui hoje, teria perdido o sol da manhã. - Riu Kevin.

 

 

 

<><><><> Na festa <><><><>

 

 

:: “Ser treinadora é difícil! Como é que se vai em festas no meio de uma jornada? Sorte ter conseguido um vestido.”:: Juliana refletia sobre como era complicado ser uma treinadora.

 

 

Ela e Kevin, estando sem convites, iriam ficar no Centro Pokemon. No entanto, Sabrina preferiu convidá-los para acompanhá-los a festa da rádio. A líder não estava animada para a festa, afinal estava desacompanhada. Kevin e Juliana não eram as melhores companhias que ela teria, mas ela admitia que era engraçado ver Kevin tentando entender Juliana e Juliana envergonhada na frente dos dois.

 

Encontrar as roupas para os dois foi o menor dos problemas. Fazer Kevin aceitar pagar o valor do aluguel de seu terno preto é que foi a tarefa mais difícil. Sobre protesto de fora do orçamento, e querer apenas alugar e não comprar a roupa Sabrina o forçou a pagar o que era necessário.

 

 

— Acho que vai ter de ficar para depois. - Diz Kevin que parou de andar. Juliana Kevin caminhavam em direção a pista de dança.

 

 

Após muita insistência Kevin conseguiu fazer Juliana levantar-se para dançar um pouco. Sequer tentou fazer o mesmo com Sabrina, afinal, a experiência dos dois juntos junto com a música já havia resultado em anos de hostilidades, não precisavam forçar a amistosa trégua que reinava entre a família.

 

Juliana olha meio sem graça. Depois de ser convencia a dançar um pouco, teria que voltar a sentar-se já que as pessoas abandonavam a pista de dança para abrir espaço a demonstração de batalha pokemon. Suspirando a menina dos cabelos com pontas ruivas caminhava, atrás de Kevin, retornando para a mesa . Seu cabelo liso estava preso, restando apenas um mexa solta a frente de seu rosto, uma parte do cabelo preso em um rabo de cavalo sob o restante do cabelo solto. Um vestido preto longo, com sandálias e uns brincos.

 

A menina olhou para Sabrina que não estava vestida muito diferente dela, apesar de a líder que acompanhava durante a festa estar trajando um vestido prateado e luminoso. Seus acessórios também eram prata. O que para Juliana não combinava muito com a mulher, ela havia sugerido, em vão, algo um pouco mais escuro.

 

 

Sentando-se podiam ver que Sabrina estava interessada em observar a batalha. Havia movido a cadeira para ter uma visão melhor e parecia avaliar os dois adversários. Haveriam quatro partidas onde a prata da casa, como Whitney e suas três assistentes do ginásio eram chamadas, contra alguns convidados, um de cada Continente amigo. E representando Sinoh estava Cowboy.

 

 

— Cowboy? - Juliana enrijeceu-se em seu lugar. Ver aquele jovem a deixou completamente apavorada.

 

 

A líder local estava com seu quimono azul sem mangas. Enquanto o treinador estava com suas roupas de Cowboy, inclusive o chapéu. Eles faziam um contraste enorme para com os convidados, mas não pareciam se importar com isso. Eles paenas encaravam um ao outro.

 

 

— Boa noite minha gente linda! - Upi se fazia ser notada em meio ao olhar hostil entre os dois oponentes. - A Radio Pokemon de Jotho tem o prazer de anunciar sua primeira batalha pokemon a ser transmitida após a abertura. - Upi havia parado um pouco com seus chiliques. - Representando nossos amigos de Sinoh Jonatan Orange Cowboy. - Upi esperou os aplausos cessarem. - Representando Jotho e a rádio a líder do ginásio de Quinhão Dourado, Whitney. - Os aplausos ocorreram com a mesma intensidade. - Será uma batalha 1x1 e se no final de 30 minutos ainda não houver um vencedor, a plateia escolherá o seu campeão. -

 

 

Sabrina mantinha os olhos atentos aos dois que já estavam com suas pokebolas na mão. Ela sentia uma hostilidade latente entre os dois.

 

 

— Sabe quem vai representar Kanto? - Perguntou Kevin.

 

— Pouco importa. - Diz Sabrina. - A única batalha interessante será essa que estamos para ver. -

 

— Você acha mesmo? - Pergunta Juliana incerta. - As assistentes daqui são famosas. É um ginásio famoso por só possuir mulheres no seu plantel. É um reduto feminino para mulheres que querem ganhar auto confiança. É como se fosse um ginásio feminista. -

 

— Exatamente. - Comentou Sabrina. - E uma líder feminista lutando contra um promissor treinador que falou demais... -

 

 

Kevin não escutou o restante que Sabrina tinha a falar. Para ele as coisas começavam a fazer algum sentido.

 

Juliana havia provocado um pequeno tumulto de irritação no ginásio, e defendendo a posição das mulheres, achavam que ela estava era insultando o potencial que as mulheres possuíam. O barraco foi armado. Kevin sentia que se tivesse começado a gritar, teria sido massacrado pelas mulheres do ginásio.

 

Mas, se Kevin tivesse prestado atenção nas palavras que saiam da boca de Sabrina teria escutado que Cowboy havia sido o oitavo colocado na última competição de Sinoh e que havia vencido o desafio da Equipe Laranja nas Ilhas Laranjas. O problema surgiu em sua entrevista de conquista nas Ilhas Laranjas, quando perguntado qual dos membros da Equipe havia apresentado maior desafio, com exceção do líder, ele respondeu que preferia dizer que as mulheres haviam sido mais fáceis de lidar, que elas não foram um bom desafio. A declaração deixou Whitney ofendida, bem como a muitas mulheres. Aquela frase soava machista e ela não iria deixar barato.

 

Cowboy havia falado apenas das duas líderes de ginásio das ilhas Laranjas, mas acabou sendo mal interpretado por Whitney e agora ela queria uma vingança pelas mulheres. No entanto, o encontro com Cowboy foi após a luta com Juliana e Kevin, estando ela sem condições de fazer o rapaz pagar. Mas, desta vez Whitney não seria uma líder de ginásio, seria uma treinadora. A diferença de força seria finalmente provada.

 

Cowboy sabia das intenções da líder, já que ela gritou o tempo todo com ele durante a disputa da insignia. E mesmo tendo enfrentado Kevin e Juliana em busca de uma retratação, ele sabia que a única forma de calar a boca daquela líder e colocala em seu devido lugar era derrotando-a em uma batalha de verdade, e não na disputa de uma insignia. Afinal, ele não havia falado dela, mas ela estava entrando em seu caminho de uma maneira muito petulante e ninguém ficaria em seu caminho.

 

 

— Comecem! - Gritou Upi. - E aquele que vencer, vai ganhar um beijinho! Huhu! - Com um sorriso sacana Upi voltava a seu modo esquisito de falar.

 

 

— Vai Milktank! -

 

— Tauros, eu o invoco! -

 

 

Os pokemons se fazem presente na arena improvisada. A pista possuía um pouco mais do que 50 metros quadrados. Assim os movimentos precisavam ser os mais calculados possíveis, pois não só os treinadores poderiam se ferir mas também os espectadores.

 

 

— Começando com Estilo! Terremoto! - Cowboy ordena um ataque terremoto que começa a sacudir tudo.

 

— Ataque rolo. - Comandou Whitney.

 

 

O ataque realmente era um ataque muito perigoso. Rolando pela arena o pokemon pouco sentia os tremores que pareciam ser calculados, pois em um prédio a ataque terremoto poderia desabar tudo. No entanto, Tauros parecia direcionar os abalos que fazia.

 

 

— Agora! - Logo que sentiu que os tremores diminuíam, sabendo que aquele seria o término do ataque, Whitney comandou o ataque rolo da defesa para o ataque de frente. Tauros, conseguiu desviar por pouco da primeira vez, mas logo que a curva foi feita por Milktank ele fora acertado por trás.

 

 

Tauros desliza no chão liso de uma ponta a outra da pista. Levanta-se rápido e vê que novamente vinha um novo ataque rolo.

 

— Não é tão fácil! Tauros parta no ataque de chifre. - Um novo comando e um novo embate.

 

 

Tauros parte no ataque de chifre contra Milktank que vem rodando.

 

 

— Ele vai ser esmagado! - Comentou Kevin. - O ataque de Chifres não vai conseguir parar o ataque Rolo. -

 

— Errado! - Diz Sabrina. - Milktank será lançada longe pelo coice. -

 

— Coice? - Juliana não entendeu.

 

 

Tauros que havia partido no ataque Chifre acaba não acertando nada em seu caminho já que o ataque rolo fez um salto por cima dele. Indo um pouco e frente e fazendo a curva, Milktank veio para acertá-lo por trás como da vez anterior.

 

 

— Agora, atrás de você. - Ao escutar Cowboy, Tauro abaixa sua cabeça e da um tremendo coice contra o ataque rolo, fazendo Milktank ser lançada pela pista caindo próximo de de Whitney.

 

 

Gemendo pelo impacto Milktank demora um pouco para se levantar. A plateia aplaudia a reviravolta e o contra a ataque.

 

 

— Nossa! - Juliana fica surpresa com o ataque. - Realmente foi um coice. -

 

— Não cairia duas vezes no mesmo ataque. Ainda mais uma manobra destas. - Diz Kevin. - Mas, eu não entendo como você previu a ação dele. - Disse Kevin olhando Sabrina.

 

 

— Um treinador experiente como Cowboy não se lançaria contra um Ataque Rolo, depois de já ter provado a força e a velocidade dele. - Sabrina observou que Milktank usava o movimento de cura para se estabilizar. - Cowboy o fez para que Whitney viesse novamente no mesmo ataque por trás para que ele pudesse pegá-la desprevenida. - Sabrina estreitou os olhos. - Caso O rolo tivesse ido contra ele o ataque de Chifres seria usado como alavanca para impulsionar o pokemon para cima. E não para acertá-lo. -

 

— Como sabe que ele pretendia usar como alavanca? - Questionou Juliana.

 

— A posição da cabeça estava mais baixa que o normal para um golpe de chifres. - Comentou Kevin pensativo. - Para quem está de fora e conhece bem o movimento sente algo errado. Mas, para quem está dentro da batalha e já viu o pokemon tomar alguns golpes e estar com tantas limitações de espaço, pode passar despercebido. -

 

 

 

Whitney observou Cowboy. O movimento dele havia sido ousado. Ousado era realmente a palavra que descreveria aquele treinador e seu peculiar estilo de batalhar. Ela sabia daquele Ataque de Chifres um pouco mais inclinado, mas tudo aconteceu rápido demais para poder impedir o ataque. Felizmente sua Milktank havia ido direto para o ataque rolo pelas costas, mas fora pega pelo prevenido Tauros e seu treinador ousado.

 

 

— Investida! - Milktank salta e encara tauros com uma investida. Tauros também parte na investida. Os dois pokemons bovinos chocam-se. E um duelo de forças começa entre eles.. A todo momento dois passos são dados para trás e novamente se chocam em investidas. As forças pareciam ser iguais. As resistências pareciam ser iguais.

 

 

:: “ Vamos ver se ela realmente é inteligente.”:: Cowboy parece ter uma ideia.

 

 

— De três passos para trás e parta. - Comandou Cowboy.

 

 

O choque foi maior, mas ainda parecia que os ataques de investidas estavam empatados.

 

 

— Quatro passos! Aumente um pouco o ritmo para poder aproveitar a distancia. -Disse Cowboy.

 

 

:: “O que ele está tentando fazer? Investida é um ataque físico. A distancia que se pega para fazer o mesmo não interfere muito. A velocidade vai aumentar em pouca coisa. Faria efeito se houvesse uma boa distancia para ele pegar, mas aqui ele não vai conseguir pegar distancia e velocidade suficiente para que faça diferença.”:: Whitney olhava com atenção o que estava acontecendo. Algo estava sendo planejado por Cowboy.

 

 

— Oito passos! - Cowboy aumentava gradativamente a distância.

 

 

O choque dessa vez fez Milktank dar um pequeno passo para trás. Ninguém parecia ter percebido, mas viu que Cowboy sorriu. Whitney também percebeu, mas estranhou que sua pokemon pareceu ficar confusa por alguns instantes antes de se chocar com Tauros.

 

 

— Não é distancia para aumentar a força... É para usar outro golpe. - Whitney compreendeu, mas Cowboy já estava a comandar.

 

 

— Dez passos. - Cowboy comandou e quando viu que Tauros já havia dado todos os dez passos continuou a falar. - Estouro da manda! -

 

 

Rapidamente a pista foi tomada por vários tauros que partiram correndo contra Milktank.

 

 

— Isso não vai ser tão simples! Ataque rolo! Vou detonar todos num lance de boliche! - Gritou Whitney.

 

 

Enquanto Tauros seguia munido de diversos outros igual a eles, sem que ninguém pudesse dizer se era ilusão ou uma manifestação de inúmeros Tauros reais, Milktank partiu contra eles rolando. Todo o local tremia muito e parecia que ia desabar. Milktank some em meio ao Tauros assim que chega no primeiro.

 

 

— Atacar! - Grita alguém no meio dos convidados.

 

 

O som começa a tocar mais alto. Pessoas sentiam seus tímpanos a ponto de estourarem. Enquanto outros sentia que a musica ia entrar na cabeça e nunca mais sair de lá. A musica alta tomou conta de todo o prédio, não apenas do terraço onde a festa acontecia.

 

Aos poucos os convidados iam caindo ao chão, um a um. Com as mãos tentando se proteger da musica, ao tampar os ouvidos, ou demonstrando grandes dores de cabeça, a multidão vinha ao chão desmaiando.

 

 

— O que está havendo? - Cowboy faz sinal para que Tauros pare o ataque.

 

 

O resultado do choque do Estouro da Manda contra o Ataque rolo havia ficado marcado tanto em Milktank, que estava bem surrada, como se tivesse ficado no meio de um vários tauros enlouquecidos, quanto em Tauros que demonstrava ter sido esmagado algumas vezes.

 

 

Whitney olhou e viu os convidados, desmaiados, mas percebeu que algumas pessoas ainda estavam de pé. Pessoas vestidas de negro andando com capuz e sacolas. Pessoas que recolhiam tudo que viam de valioso pelo caminho.

 

 

A festa estava sendo interrompida por ladrões. E parecia que o DJ estava envolvido, já que o próprio estava de pé e ria histericamente. A líder do ginásio olhou para Cowboy. A luta deles teriam que ficar para depois. Um olhar entre os dois e eles já estavam decididos.

 

 

— Milktank Ataque Rolo! - Whitney gritou, apesar de não se fazer escutar por mais ninguém além da própria pokemon.

 

— Tauros! Vá contra as caixas de som! - Comandou Cowboy.

 

 

Os assaltantes foram surpreendidos sendo acertados pelo ataque de Milktank. A pokemon acertou 3 dos criminosos que demoraram para entender o que estava acontecendo.

 

 

Tauros chocou-se contra uma das caixas de som, destruindo-a e causando algumas faíscas. No entanto, ainda faltavam outras 7 para serem paradas.

 

 

— Esses idiotas não foram afetados pela música?- Um dos 3 encapuzados levantava-se rapidamente encarando Whitney e Cowboy.

 

 

Ele falou. Mas, Whitney e Cowboy não o escutaram-no devido a musica alta. No entanto, parecia que os dois comparsas haviam entendido perfeitamente, assim como o DJ.

 

 

— Eles estão com a adrenalina muito alta. A música não os afetou por isso. - A voz em um microfone vinha do DJ. - Já pegamos o bastante por aqui. Peguem um refém e reagrupem-se com os demais. Vou dar um jeito neles. -

 

 

Os três assaltantes não pareceram duvidar do potencial do DJ naquele momento. Simplesmente fecharam suas sacolas do saqueamento e agarraram e foram dando passos para trás enquanto eram pressionados pela presença de Cowboy, Whitney e seus respectivos pokemons.

 

 

Whitney sacou uma nova pokebola e lançou sua Chansey, mas ela rapidamente caiu no sono provocando uma tremenda gargalhada do DJ. Aquela falha tentativa de aumentar o número de combatentes resultou num pequeno instante de distração. Pequeno mas o suficiente para uma ação de fuga rápida.

 

 

— Eu não! - Um dos assaltantes agarrava Upi que se escondia debaixo de uma mesa. - Solta... ai me solta! - Upi gritava e se debatia enquanto seu captor usava os ombros para carregá-la. - Socorro, oh meu Deus! Um homem para me salvar! - Apesar de toda a música alta a gritaria de Upi podia ser escutada por qualquer pessoa que ainda estivesse acordada.

 

 

— Tanta gente para pegar e vai pegar logo essa coisa que não caiu no sono! - Gritou um dos comparças do DJ já nos corredores.

 

 

— Adrenalina. - Gritava Cowboy. - Quem estiver com a adrenalina muito alta não é afetado. É o principio para o pó do sono e a hipinose fazerem efeito. Diminuir a adrenalina. -

 

— Upi é a agitação em pessoa. Tauros e Milktank estavam no meio da batalha. - Whitney via o Dj liberar um Machoke musculoso que seguia na direção deles.

 

 

A pressão entre os dois havia ficado grande e eles começavam a sentir-se fadigados, começando a seguir o caminho dos demais convidados, o desmaio. Enquanto seus pokemons preparavam-se, com dificuldades, para enfrentar o Machoque, eles começavam a escutar algumas explosões e gritarias.

 

 

— As outras festas! - Gritou Whitney. - Precisamos ir ajudar! -

 

— Temos que derrubar esse cara primeiro e cuidar dos convidados aqui! Se nos dividirmos seremos alvos fáceis! - Gritou Cowboy.

 

 

— Deixem.... - Uma voz gaguejante murmurou quase que no ouvido deles.

 

Cowboy e Whitney se viraram dando de cara com Kevin esforçando-se para ficar de pé. Seu semblante mostrava que estava fazendo um grande esforço e sentindo bastante dor.

 

 

— O que? - o DJ grita ao microfone ao ver Kevin de pé, mesmo que claramente debilitado. - Mas que palhaçada é essa? O que esse moleque faz aqui e como está resistindo a música? - O DJ praguejou no microfone demonstrando certa preocupação. - 

 

 

 

 

CONTINUA!