Back To Your Heart escrita por Sora Takenouchi Ishida


Capítulo 20
Inseguranças


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os que leram e comentaram. Sugiro que leiam as partes do Taichi e da Sora ouvindo as músicas das personagens (Yuuki o Tsubasa ni Shite, Ashita wa Motto, Atarashii Taiyou e Shiny Days) e a Tobira Door (do Teenage Wolves), escrevi essas cenas enquanto as ouvia. Espero que gostem desse capítulo, foi o mais longo dessa fic até agora.



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Capítulo 20: Inseguranças
Sora permaneceu chocada com o telefone em suas mãos. De onde estava, Yamato podia ver lágrimas se formarem em seus olhos, ameaçando cair a qualquer segundo. Ele ficou paralisado onde estava. Ele sabia que estava ferrado.
“Sor…” Foi tudo o que ele conseguiu dizer.
“Você esteve mentindo para mim esse tempo todo?” Ela o acusou enquanto se virava. Mágoa estava estampada no seu rosto inteiro. “Você disse que não iria.”
“Disse, e falei para eles. Mas eles continuaram insistindo. Eles me venceram.”
“Há quanto tempo isto vem acontecendo?” Sora perguntou o mais calmamente possível.
“Nunca parou.” Ele admitiu envergonhado, olhando para o chão.
“Três meses?!” Ela quase gritou. “E você não se incomodou em me dizer que eles estavam te persuadindo?”
“Estava com medo da sua reação.” Yamato não conseguia olhar nos olhos dela. “Nós estávamos voltando e tínhamos acabado de descobrir que iríamos ter outro filho. Eu não sabia como te contar sem te magoar. Eu sabia o quão insegura você estava em relação a isso.”
“Sim, estava! Deus sabe o quanto eu dei duro da última vez. Eu disse que não queria esse bebê se eu tivesse que criá-lo sozinha e você me prometeu que estaria aqui. Eu não consigo lidar com três bebês, Yama. Não posso.”
Sora sentou no sofá e cobriu seu rosto com suas mãos. Ela parou de lutar com as lágrimas, e os soluços vieram junto com elas. Yamato parou perto do sofá, decidindo se a confortaria ou não.
“Sor…”
“Eu nunca vou poder acreditar em você, Yamato? Você fica me enganando com suas promessas e eu nunca sei quando está sendo honesto.”
“Eu estava sendo sincero quando disse que quero ficar.” Ele sentou ao lado dela. “Mas você sabe que isso é o que eu sempre quis ser.”
“Essa é a diferença!” Ela explodiu, batendo suas mãos em suas pernas e levantando. “Eu não iria e não poderia ficar um ano longe da minha família.”
“É o meu trabalho!” Ele também se levantou, perdendo a paciência. “É assim que sustento nossa família. Por que ainda não consegue entender isso?”
“Você não entende minha dor! Você não entende minhas inseguranças. Você não faz idéia de como é difícil viver dia após dia imaginando como você está ou quando você voltará. Eu tenho de me preocupar por mim mesma e pelas crianças.”
“Sora.”
“Eu… eu…” Ela passou as mãos pelo cabelo. “Eu preciso tomar um pouco de ar.”
“Mas está chovendo.”
“Não importa. Vai me ajudar a pensar.” Ela pegou suas chaves e saiu.
“Sora!” Yamato correu atrás dela. “Não podemos resolver isso como adultos pelo menos uma vez?”
“Não dessa vez.” Ela se virou. “Eu preciso pensar. Não me espere.”
O louro fechou a porta e se encostou a ela. Seus olhos estavam fechados e ele suspirou fundo. Quando ele abriu os olhos, viu Aiko parada diante dele.
“O que você fez dessa vez?”
“Eu prometi à sua mãe algo que não pude cumprir e ela descobriu.”
“Então o que está esperando? Vá atrás dela!”
“Agora não, querida.” Ele passou por ela. “Ela precisa de um tempo sozinha.”
“Você está brincando?” Ela se virou, gritando. “Nossas vidas viraram um inferno desde que você voltou.”
“Ei, olhe como fala, Aiko!” Ele andou até ela. “Você não pode falar assim comigo! Sou seu pai. Não pode falar palavrão também.”
“Por quê? Você faz isso o tempo todo.”
“Ei!”
“Papai.” Kouji entrou na cozinha com olhos cheios de lágrimas.
Yamato correu até ele e o pegou no colo. Depois ele se virou para sua filha novamente. “Olha o que você fez.”
“Você fez isso.” Ela disse amargamente. “É por isso que a mamãe saiu correndo daquele jeito. Você a magoou… de novo.”
A menina de oito anos se dirigiu ao seu quarto.
“Aiko, volte aqui. Não terminamos ainda!”
“Eu terminei.” Ela disse antes de bater a porta.

*****
Sora entrou no parque alagado. Ela estava ensopada, mas não parecia se importar. Ela se aproximou de um balanço e se sentou. Ela lentamente começou a balançar quando alguém chamou sua atenção.
“Quem está aí?”
“Sora?”
“Taichi, o que está fazendo aqui?”
“Eu estava voltando à minha casa. Por que está no meio dessa tempestade? O que aconteceu?”
“Eu só precisava de um tempo.” Ela desviou o olhar, sorrindo fracamente. “O Yamato e eu costumávamos trazer a Aiko e o Kouji aqui quando eles eram bebê.”
“Sora… você e o Yamato brigaram de novo?”
A mulher de cabelos ruivos mordeu o lábio inferior. Foi o suficiente para seu melhor amigo entender. Ele suspirou e andou em direção a ela. Ele fechou seu guarda-chuva e sentou no balanço ao lado. Os olhos de Sora se arregalaram.
“Por que fez isso? Você vai pegar gripe!”
“Posso dizer o mesmo de você.” Ele disse com um sorriso. “Você precisa de mim. Se ficar doente é o preço a se pagar por te apoiar, então que seja.”
“Taichi.” Ela disse emocionada.
“Então, você vai me contar ou terei que fazer cócegas em você até conseguir?”
Sora riu um pouco. “Não, eu… você já sentiu como se não conhecesse a pessoa com quem deveria passar o resto de sua vida?”
“Por que está dizendo isso? Você sente que não conhece o Yamato?”
“Ás vezes eu acho que não.”
“Sora.” O embaixador disse num tom sério, olhando intensamente nos olhos dela. “O que está havendo? Você não deveria se sentir assim após todos esses anos. O que o Yamato fez?”
“Eu atendi a uma ligação no celular dele. Ele que me pediu, aliás.” Ela falou rapidamente, antes que Taichi tirasse conclusões precipitadas. “Era da Força Aérea Japonesa.”
“E…?”
“Você lembra que ele foi chamado para participar de outra missão há um tempo?” A estilista olhou para ele, que assentiu. “Eu descobri que eles estavam o persuadindo e ele estava cogitando ir.”
“Isso é ótimo, Sora. Você sabe o quanto ele ama isso.”
“Mas você se lembra do que aconteceu da última vez?” Ela mordeu o lábio inferior, segurando as lágrimas. “Eu descobri que estava grávida e ele perdeu tudo isso.”
“Você tem medo de que a história se repita?”
“Já está se repetindo.” Sora disse num tom baixo.
“O que quer dizer?”
“Estou grávida, Taichi. E o Yamato pode partir novamente.” Ela colocou as mãos no rosto, chorando desesperadamente. “Eu não sei o que fazer.”
“Eu achei que vocês já tinham superado isso.”
“Eu também achei.”
“Sora, eu vou ser totalmente sincero aqui.” Ele olhou nos olhos dela. “Pare de ser tão dependente do Yamato. Eu entendo que ele é tudo para você e vocês têm uma família linda, mas às vezes eu acho que não percebe que fica no caminho dele.”
“O que?”
“Você sabe melhor que ninguém o quanto essas missões significam para ele. Seu medo e suas inseguranças o impedem de fazer algo que ele ama.
“É fácil para você dizer. Você não precisa viver com o fato que a Akiko vai ficar longe por um ano.”
“Verdade, mas você o apoiava tanto no começo. O que aconteceu nesse meio tempo?”
“Quatro crianças.” Sora disse duramente. “Há uma diferença entre sua última viagem e essa de agora. Eu não acho que consigo cuidar de tantas crianças ao mesmo tempo.”
Taichi colocou uma mão no ombro dela, mostrando-a o que ela já sabia.
“Onde está a garota que se recusava a desistir por coisas piores? Você não tem de carregar esse peso sozinha. Eu estou aqui. Todos nós estamos.”
“Taichi.”
“Eu duvido que a sua mãe e a do Yamato deixariam você fazer tudo sozinha. Elas amam você. É claro, quem não gostaria de ter você como filha ou nora? Que diabos, eu não seria parte do que sou hoje se não fosse por você. Você mudou a vida de todos e não percebe.”
“Você acha mesmo?”
“Absolutamente.” Ele disse alto e depois abaixou a voz. “Por que tem tanto medo de deixar o Yamato aceitar essa missão?”
“Eu não quero perdê-lo.” Ela confessou. “Eu cresci sem uma figura paterna na maior parte da minha infância e adolescência.” Ela suspirou fundo e continuou. “Eu não quero que meus filhos passem pelo mesmo que passei. Os bebês e talvez o Kouji sejam muito pequenos para entender isso, mas a Aiko não é. Eu tinha a idade dela quando eu vi meu pai pela primeira vez após cinco anos. Eu nunca te contei isso, não é?”
“Não, não contou.” Ele respondeu visivelmente surpreso. “Mas Sora, você não pode comparar seu pai ao Yamato. Você sabe que ele é um ótimo marido e pai. Ele dá o melhor dele, não o seu melhor. Você precisa parar de esperar que ele vá atender às suas expectativas.”
“Mas como eu faço isso?” Ela perguntou desesperadamente. “No fundo, tudo o que você disse é verdade. Não posso esperar que ele aja do jeito que eu agiria. E eu sei que estou segurando-o e impedindo-o de realizar seu sonho. Eu deveria ser a pessoa que o encorajaria a ir fundo, que nós ficaríamos bem e esperando por ele. Em vez disso, eu choro por dias quando ele vai embora.”
“Então você ficou dependente dele. Muito dependente, se quer saber. Sinto muito.” Ele se desculpou rapidamente quando viu o olhar no rosto dela. “A questão é por quê? Você sabia do sonho dele quando nós éramos jovens, então teve muito tempo para se acostumar a isso.”
“Uma coisa é sonhar, realizar é uma totalmente diferente. Eu achava que seria uma jogadora de futebol ou tênis, mas olha onde estou agora. Sou desenhista de quimonos.”
“Mas você está feliz, não está?”
Sora deu de ombros. “Acho que me perdi em algum lugar. Essa não é a verdadeira eu. Eu acho que não conseguirei me encontrar.”
“Do que está falando? Sua verdadeira você está aí dentro. Você só precisa parar de ficar ansiosa e preocupada e ela vai sair.”
“Não consigo fazer isso, Taichi.” Ela olhou para o chão para esconder as lágrimas que caíam. “Não sem o Yamato.”
“Ei, ei, ei.” Taichi se aproximou e a abraçou apertado. “É claro que consegue. Você não precisa do Yamato para isso. Você é mais forte do que imagina, Sora. Não duvide de si mesma nem por um segundo. Eu acredito que aquela garota durona que eu conheço desde os cinco anos ainda está aí em algum lugar, esperando ser encontrada novamente.”
Sora pousou sua cabeça no peito dele e chorou igual uma criança. Ele não disse mais nada, somente esfregou as costas dela suavemente até ela se acalmar.

*****
Takeru escancarou a porta e correu até a sala.
“Que diabos aconteceu?” Ele gritou, fazendo o Yamato pular de seu assento.
“Eu pergunto o mesmo. O que está havendo aqui?”
“A Aiko me ligou. Ela estava desesperada e pediu minha ajuda.”
“O que?” O louro mais velho foi até o quarto dela. “Aiko, venha aqui agora!”
“Não!” Ela respondeu do lado de dentro.
“Você ligou para o seu tio?”
“Eu tinha de fazer algo pela mamãe já que você não fez.”
“Por quê? O que aconteceu com a Sora?” Takeru perguntou.
“Nós só tivemos uma briga, nada sério.” Yamato respondeu simplesmente.
“Nada sério? A mamãe saiu no meio da chuva.”
“O que?” O escritor olhou para o seu irmão. “Eu quero saber o que aconteceu.”
“Sora descobriu que a Força Aérea Japonesa vem tentando me convencer a me juntar à próxima missão.”
“O que? Como ela descobriu? Eu achei que você tinha dito que não iria.”
“E disse. Ela descobriu porque eu pedi para ela atender uma ligação para mim. Eu não tinha ideia de que seria da Força Aérea.”
“Onde ela está agora?”
“Eu não sei.” Yamato olhou para o chão, visivelmente envergonhado. “Ela disse que precisava de um tempo sozinha e não voltou desde então.”
“Por que você não foi atrás dela? A menos que esteja considerando fazer isso.” Takeru encarou seu irmão. A resposta estava bem nos olhos dele. “Eu não posso acreditar nisso! A Sora deve estar arrasada.”
“Por que ninguém vê meu lado aqui? Todos a defendem!”
“Yamato, todos nós o entendemos. Todo mundo tem sonhos. É só que…” Takeru parou de falar, tentando pensar no que dizer. “Você não a viu no ano passado. Ela estava na pior. Ela teve de fechar a loja e parar de trabalhar por alguns meses para cuidar dos bebês porque não conseguia achar alguém para ajuda-la.”
“O que?” Yamato ficou surpreso. “Ela nunca me contou nada disso.”
“Ela não queria que ninguém soubesse. Eu sou o único que sabe.”
“Por que ela não pediu ajuda a nossa mãe? Ou a mãe dela?”
“Eu sugeri isso a ela. Ela achou que elas tinham suas próprias vidas e não queria incomodá-las. Eu a ajudava sempre que podia, assim como o Taichi, a Mimi e a Hikari.”
O astronauta sentou numa cadeira, enterrando a cabeça nas mãos.
“Eu me sinto péssimo agora.” Ele admitiu. “Ela disse que eu perderia o momento em que ela daria à luz, as primeiras palavras e os primeiros passos do bebê e é verdade. Mas é tão incrível estar lá, sabe? Ver a Terra do lado de fora e explorar outros planetas. Eu não sei o que devo fazer.”
“É hora de descobrir o que realmente lhe importa.” Takeru disse simplesmente.
“Essa é a questão. As duas coisas significam tudo para mim.”
“Bem, você não pode ter as duas. Então precisa descobrir aquela que não pode viver sem: sua mulher e família ou seu trabalho. Qual deles te deixa mais feliz?”
“Eu não sei, tá bom?” Yamato disse frustrado. “Sora e eu nos tornamos amigos próximos porque nós temos o mesmo histórico familiar. É normal que isso eventualmente virasse amor. E ser um astronauta é algo que veio ao mesmo tempo em que começamos a namorar. Para mim é difícil separá-las. Ela me apoiava tanto no começo, eu não sei o que aconteceu.”
“Você não sabe? É sério?” Takeru levantou uma sobrancelha. “Vocês começaram uma família! Você tem mais filhos do que um coelho. É injusto deixar toda a responsabilidade nos ombros dela.”
“Ei, eu aceito a minha responsabilidade!” O astronauta se levantou de punhos fechados, prontos para acertar seu irmão. “Eu acho que sou um ótimo pai.”
“Você realmente não entende, não é? Não é só sobre responsabilidade, é sobre todo o resto. É sobre perder os primeiros anos da vida do seu filho. Essas coisas não voltam mais.”
“Eu sei, Takeru. Eu tenho muita experiência. Esse não é meu primeiro filho.”
“Assusta-me o fato de você conseguir ficar calmo assim.”
“Não estou calmo, estou surtando. Eu tenho uma decisão importante a tomar e não sei o que fazer. O que quer que eu decida, eu perco alguma coisa.”
“Ninguém está lhe dizendo para desistir dos seus sonhos, Yamato. Tenho certeza de que a Sora não iria querer isso. Você ainda pode trabalhar na Força Aérea, mas não ir ao espaço com tanta frequência.”
“Então está dizendo que devo pedir um trabalho interno?”
“É o único jeito de não perder algo.”
Yamato pareceu pensar na sugestão de Takeru por um momento.

*****
Sora se afastou de Taichi e riu nervosamente.
“Sou tão egoísta! Você deveria achar um jeito de reconquistar a Akiko e está aqui comigo. Eu sinto muito!”
“Não, está tudo bem.” Ele colocou uma mão no ombro dela. “Como eu disse, você precisava de mim. Não me custaria nada parar por um momento e ajudar minha melhor amiga.”
“Taichi.”
“Eu amo você, Sora. Eu realmente espero que você e o Yamato se acertem. Seria uma pena se não se acertassem. Enfim...” Ele sorriu. “Você pode sempre contar comigo não importa o que aconteça, mesmo se for para colocar um pouco de noção na cabeça do Yamato.”
“Obrigada.” Sora sorriu suavemente. “Significa muito para mim. O mesmo vale para você, aliás.”
“Eu espero que ele não seja bobo o bastante para te deixar. Há muitos homens que matariam por você.”
Sora corou intensamente. Taichi era sincero demais às vezes.
“Não acho que isso seja inteiramente verdade.”
“Ah é sim.”
“Certo, mesmo assim… eu não poderia olhar para outro homem. O Yamato é o único homem para mim. Às vezes é uma droga, eu queria ter saído com outros garotos.”
“Você tem sorte de ter encontrado seu amor verdadeiro tão rápido.”
“É estranho pensar nisso, não é? Quando nós fomos ao Mundo Digital pela primeira vez, eu não tinha ideia de que encontraria o homem com quem iria me casar. Bem, eu não achava que iria me casar afinal.”
“Sei o que quer dizer.” Taichi colocou suas mãos atrás da cabeça. “Eu não teria namorado a Mimi e conhecido a Akiko depois.”
“É louco como nossas vidas mudaram.” Sora suspirou. “Tudo era tão mais simples quando éramos jovens.”
“Mas eu não gostaria de ser uma criança ou um adolescente para sempre.” O embaixador olhou para o céu. “Eu gosto de onde estou agora. Bem, mais ou menos.”
“Sinto muito por você e pela Akiko.”
“Não se preocupe, era inevitável. Só queria não ter sido tão inocente.”
“Você não foi inocente.” A estilista assegurou seu melhor amigo. “Talvez não tenha sido nem culpa da Mimi também. Ela estava muito estressada por causa do aborto. Isso não é desculpa, enfim.”
“É.”
“Eu só me sinto mal por todos que se machucaram no caminho, direta ou indiretamente.”
“Eu vou arrumar tudo, Sora. Eu prometo.” Ele suspirou profundamente. “Eu não sei como o Yamato consegue… ficar longe do seu filho é o pior sentimento do mundo.”
“Pior do que perder um campeonato de futebol?” Sora zombou.
“Cale a boca!” Taichi disse sorrindo.
“Fico tão feliz que podemos falar sobre assuntos sérios e depois rir com piadas bobas. Eu valorizo muito a nossa amizade. Se você e o Koushiro não tivessem ido ao acampamento, tudo teria sido mais difícil para mim. Em relação à amizade, quero dizer.”
“É isso mesmo?” Ele perguntou com um olhar malicioso no rosto dele, fazendo-a corar. “Você teria problema em fazer amigos, mas não em encontrar um namorado?”
“Yamato e eu não estávamos juntos naquela época. Tínhamos onze anos!”
“Mudando de assunto, o mesmo vale para você. Sou muito grato pela nossa amizade e pelo fato de que você me apoiou durante nossas aventuras no Mundo Digital. Você, o Yamato e o Koushiro sempre me entenderam e me vigiavam. Nada pode vencer isso.”
“Verdade, mas eu ainda não perdoei vocês por não me contarem sobre o Agumon ser controlado pelo Imperador Digimon e a viagem para ajudar a nova geração a derrota-lo.”
“Em nossa defesa, a viagem era só para os rapazes. Aquela Jun era ridícula. Eu odeio fãs alucinadas, Não sei como o Yamato as aguentava. E quanto ao incidente do Agumon… tudo aconteceu muito rápido. Queria que você estivesse lá também.”
“O Koushiro teve tempo de avisar o Yamato. Ele poderia ter ligado para mim também.”
“Não o culpe. Não esquecemos você, Sora. Por favor, não fique triste.”
“Não fiquei, eu prometo.” Ela sorriu. “Desde que vocês não me deixem de fora novamente.”
“Estamos de acordo.”
“Eu deveria ir para casa, mas não quero ficar perto do Yamato neste momento.”
“Sora, você precisa falar com ele sobre isso. Ele é o seu marido, a pessoa que deveria te apoiar, não importa o que aconteça.”
“Eu sei disso.” Ela suspirou enquanto eles saíam do parque. “Mas eu não tenho sido exatamente a esposa perfeita, então não posso pedir que ele me apoie.”
“Você precisa confiar nele.” Taichi levantou sua mão quando Sora tentou argumentar. “Quero dizer, realmente confiar nele. Pare de ser preocupar excessivamente quando ele parte e apenas aprecie o que vocês dois construíram juntos. Você sabe que ele sempre volta para você.”
Os dois amigos pararam na calçada, esperando pelo sinal verde.
“Tenho medo de ele voltar um dia e me dizer que não me ama mais.”
“Ele não vai fazer isso. Se ele fizer, então ele é um idiota. Ele estaria morto para todos nós.”
Sora pisou na faixa de pedestres quando a luz verde apareceu, mas um carro acelerou em direção a ela. Taichi não teve tempo de puxá-la de volta e ela foi atingida pelo carro.
“Sora!” Ele gritou enquanto corria até ela.

*****
“Então o que você diz?” Takeru perguntou. “É uma oferta bem tentadora, não é?”
“Sim.” Yamato respondeu automaticamente. “Isso resolveria todos os meus problemas atuais.”
“Então por que não sugere isso a eles?”
“Porque eu amo viajar para outros planetas, Takeru. Somente aqueles que já fizeram isso conhecem a sensação.”
“Então você prefere perder o amor da sua vida por causa dessa sensação?”
Yamato abriu a boca para responder, mas foi interrompido pelo seu celular tocando.
“Alô?” Ele parou de falar. “O que você quer dizer com a Sora sofreu um acidente?!”


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