Indiana Jones e o Mistério do Báltico escrita por Goldfield


Capítulo 13
Epílogo, Bibliografia e Extra




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Epílogo


A sala também possuía formato hexagonal, remetendo mais uma vez à cidade e seu emblema. Oito pilastras encontravam-se dispostas de forma simétrica pelo local, representando alternadamente Njord e Skadi, havendo quatro esculturas de cada um. No centro existia um pedestal de cerca de um metro e meio de altura, acessível através de uma pequena escada de frente para a entrada e também tendo seis lados. Nele havia estrutura similar ao altar encontrado na primeira câmara da torre, metros e metros abaixo, porém não era maciça, compondo na verdade as paredes que circundavam uma espécie de poço, a água nele presente emitindo brilho forte e inexplicável, o reflexo das ondulações na superfície do líquido sendo projetado sobre várias partes do recinto e garantindo caráter único ao lugar.

E, de costas para o trio recém-chegado, segurando o baú fechado em suas mãos diante da abertura, estava Sophia Vogel, tão focada no que fazia que nem sequer notara a aparição de seus oponentes.

         Vogel! – exclamou Indy, tentando detê-la de alguma maneira.

Sem soltar o recipiente, a tenente-coronel nazista voltou-se lentamente para trás. Encarou os opositores com um semblante sério, olhar repleto de coragem e determinação, sobrancelhas arqueadas de modo a apenas denotarem a firmeza de seu intento.

         Se não me auxiliar, ao menos não me atrapalhará, herr Jones – ela afirmou em tom amargo.

         Você tem idéia do que está prestes a fazer? – inquiriu Indiana, aproximando-se alguns passos da alemã. – Sabe que o coração dentro desse baú pertence a uma deusa?

         Skadi, não? Sim, eu pude deduzir isso. A esposa do deus Njord. Não vê o quanto isso é fantástico? Os habitantes de Vineta chegaram ao patamar de conseguirem controlar os próprios deuses! Como ancestrais da raça ariana, seus feitos e glória apenas prenunciam o triunfo que aguarda nosso povo! Nós recuperaremos nosso avanço na guerra, destruiremos os Aliados e a luz da suástica brilhará sobre todos os continentes!

         Você não vê o que aconteceu aqui? – Kriegüer manifestou-se. – Os moradores desta cidade tentaram subjugar um deus e foram tragados por sua fúria! Assim como vocês e seu Führer, Vineta tentou até as últimas conseqüências preservar a pureza de sua cultura e manter seu repúdio ao estrangeiro, o que levou à tragédia que a consumiu! Pensando dessa maneira, você e a Alemanha terão o mesmo destino!

         Cale-se, traidor! – bradou a loira.

         Ele tem razão – falou Hapgood, contendo seu ódio pela militar. – Você matará a si e a todos nós!

         A verdade precisa ser desvendada. É o propósito de minha vida!

Dizendo isso, Vogel tornou a se voltar para o poço, vencendo os últimos passos que a separavam de sua borda. Respirou fundo, olhando para o interior da abertura. A água continuava brilhando a poucos metros de profundidade, parecendo ter se agitado com a proximidade do baú. Na verdade ela até borbulhava, como se sua temperatura houvesse aumentado drasticamente de uma só vez. Um tanto trêmula, principalmente devido à ansiedade, a Sophia loira moveu seus dedos... Abrindo a caixa. Colocou-a então em cima da beirada, ainda segurando-a com as mãos, e virou-a na direção do buraco, o conteúdo ficando assim exposto ao que quer que existisse ali dentro. O coração pulsava como nunca, rápido, incessante, parecendo prestes a explodir!

E eis que a agitação no líquido se tornou ainda mais violenta... Seu nível começando a subir de modo veloz, logo estando a apenas poucos centímetros de transbordar para fora do poço. O que houve a seguir contrariou muitas leis conhecidas da física: apenas parte da água começou a exceder sua superfície, como se ela mesmo erguesse uma torre sobre si. Tal formação se ampliou com incrível precisão, muito brilhante, aos poucos ganhando forma, sem que uma gota sequer escorresse, algum tipo de força invisível mantendo a substância firme como se fosse sólida. A figura aquosa adquiriu volume, apêndices, esticou-se, retraiu-se... Até assumir a forma de uma grande mão humana, quase superando o tamanho de Vogel, a qual, atônita, não conseguia sequer se mexer. Atrás dela, Indy e seus companheiros estremeceram. Sabiam bem o que aquilo significava...

         N-Njord... – balbuciou Heinrich, olhos arregalados.

O membro feito de água girou sobre o poço, como se testasse os próprios movimentos, e então voltou sua palma para a nazista. Ainda imóvel, ela viu a manifestação sobrenatural estender dois de seus colossais dedos na direção do baú, pretendendo claramente remover do interior dele o Coração de Skadi. Antes que pudessem fazê-lo, entretanto, a tenente-coronel subitamente agiu, afastando o recipiente e colocando-o sobre o chão. A mão também recuou, aparentemente surpresa com o movimento e, de modo inesperado, a oficial esticou o corpo sobre o poço, tocando a palma desta com sua mão direita.

         Vogel, não! – gritou Jones.

Ao entrar em contato com aquela estranha forma composta de água, a tenente-coronel percebeu que era extremamente gelada, e uma sensação de intenso frio tomou também seu corpo, a partir dos dedos que a haviam tateado, passando então para o braço, e em seguida dominando seu tronco. Abraçou-se de imediato para manter o pouco calor que restara em seu organismo, um soturno calafrio latejando através de seus membros, porém sua temperatura já havia caído irremediavelmente muitos graus. Gemeu, notando que, apesar de seu gélido estado, ela parecia suar. A transpiração excessiva tivera início em sua mão direita, logo ganhando também todo seu corpo. Que estaria acontecendo?

         Indiana, me ajude! – estendeu um dos braços para o aventureiro, na vã esperança de que ele pudesse fazer algo para ajudá-la.

Atrás dela, a mão acima do poço fechou-se, tal ação claramente afetando Vogel: antes que pudesse caminhar até a escada, foi jogada no chão, tremendo de frio e sendo tomada por enormes dores. Berrava desesperada, suando cada vez mais. Foi quando olhou de novo para sua mão direita... Percebendo que os dedos desta estavam menores. Em compensação, a quantidade de água a escorrer pelo membro só crescia. Só então, para seu infortúnio, a tenente-coronel compreendeu o que acontecia...

Ela estava se liquefazendo.

Sua pele ganhava tom cada vez mais cinzento, seus cabelos perdendo-se em meio a gotas amareladas, sua roupa também se transformando em líquido junto com seu corpo. Os adversários da alemã assistiam a seu triste fim sem nada poderem fazer. A altura dela diminuiu, já que seus pés e pernas também deixavam de existir e, em meio aos gemidos de Vogel, não se conseguia distinguir suas lágrimas em meio a toda água que era por si liberada.

De repente, o punho aquoso no poço se abriu de uma vez, os dedos bem esticados...

E o que ainda restava da nazista simplesmente explodiu numa grande quantidade de líquido transparente, que escorreu ao redor do altar e pelos degraus da escada que a ele levava, por pouco não respingando no trio de Indy. Não restara qualquer sinal ou indício que apontasse para a existência, um dia, da inconseqüente Sophia Vogel.

         Por isso não encontramos vestígios dos habitantes da cidade... – concluiu Jones. – Todos eles viraram água... Tocados por Njord.

         A profecia dos sacerdotes... – murmurou Kriegüer.

Nisso, os três observaram novamente a mão azulada do deus nórdico dos mares: esticando-se o máximo que podia a partir do poço, tentava em vão apanhar o baú com o Coração de Skadi que Vogel deixara no chão. Indiana então avançou rumo ao altar, sendo segurado por Hapgood, a qual lhe disse:

         Aonde você pensa que vai? Não viu o que acabou de ocorrer com ela?

         Preciso fazer o que deve ser feito!

E, soltando-se da ruiva, o arqueólogo percorreu a escada e ganhou a estrutura hexagonal, a mão de água recuando novamente com sua aproximação. Mordendo os lábios, ele apanhou o baú, olhando por um instante para seu interior: o órgão pulsante ali permanecia, suas batidas quase implorando para que fosse entregue a seu destino. Levou a caixa até a borda do poço, virando-a para Njord... E, estendendo dois dedos, a grande mão tomou o coração para si, primeiramente erguendo-o como sinal de vitória... Então o tomando em sua palma, os cinco dedos envolvendo-o como se desejassem nunca mais perdê-lo.

         Então ele queria apenas que trouxéssemos o coração de volta! – exclamou Indy. – Tudo isto é uma sofrida história de amor!

Um intenso clarão oriundo do membro tomou toda a câmara, cegando a todos momentaneamente... Quando cessou, tanto a mão quanto o Coração de Skadi haviam desaparecido, e as águas no interior do poço retomaram sua calma.

Até que o trio foi sacudido por um forte tremor, Jones apoiando-se na borda da abertura para não cair. Seguiu-se um estrondo, o som de algo grande sendo rompido...

         O que está acontecendo? – gritou Sophia, mãos na cabeça.

         A cobertura de rochas está cedendo, a cidade vai entrar em colapso! – Indiana esclareceu, tentando voltar até os amigos.

O norte-americano deu uma cambalhota pela escada, rolando por cima dos últimos degraus e correndo na direção de Hapgood e Kriegüer. A intensificação do tremor quase fez com que caíssem, porém conseguiram manter-se de pé e atravessaram a saída rumo à câmara anterior. Felizmente todas as passagens pareciam ter sido liberadas, já que a coluna diante da estátua de Njord se encontrava mais uma vez rebaixada junto ao chão. Seria aquilo natural do mecanismo, ou o deus dos mares estaria facilitando a fuga do grupo?

         Corram, corram! – exclamava Indy.

Atrás do trio, as pilastras e paredes começavam a ruir e desabar. O teto se esfarelava, grandes porções de concreto e pedras caindo e esmagando as seculares esculturas. No alto da cidade, pequenas fissuras surgiam na cobertura rochosa, fortes jatos de água salgada rompendo através da camada de proteção... Gerando buracos cada vez maiores. Logo segmentos inteiros da redoma despencavam, contribuindo para destroçar mais rapidamente as construções de Vineta logo abaixo, telhados inteiros se perdendo sob o peso das massas em queda.

Os aventureiros conseguiram deixar o templo antes que a situação piorasse, as estátuas do lado de fora, no entanto, já estando a ponto de ruírem. Uma verdadeira chuva de pedras dos mais variados tamanhos dificultava ainda mais as coisas, já que era preciso atenção para que não fossem moídos pelo impacto de uma delas. Além de tudo isso, o tremor continuava, variando em intensidade a quase todo momento.

Assim que deixaram a fachada do santuário, a estátua de Thor teve sua base partida e começou a despencar... Bem na direção em que os fugitivos corriam! Notando o perigo iminente, Jones puxou os dois companheiros pelos braços e, quando já estavam totalmente imersos na sombra da estrutura em queda... Jogou-se com eles para frente. Escaparam por pouco de morrerem esmagados sob a cabeça da escultura, que encontrou o solo a menos de um metro dos pés de Sophia.

         Foi por pouco! – disse ela, levantando-se e tossindo devido à poeira causada pelo desmoronamento.

         Temos de continuar, corram! – Indiana sabia que não podiam ficar parados.

E prosseguiram, tudo em volta sendo sumariamente destruído pelo colapso da caverna e o regresso do oceano àquele espaço que lhe pertencia. O nível do mar circundando a ilha subia a cada instante, enquanto as aberturas na crosta sobre a cidade já cediam caminho a violentas torrentes de líquido. À precipitação de rochas somava-se agora uma desproporcional invasão de água. Logo um majestoso estrondo fez-se ouvir: era a torre do templo de Njord que caía, engolida tanto pela poeira quanto pelas ondas que ali agora se formavam. Boa parte das construções de Vineta já haviam tido o mesmo destino, e os restos dos submarinos alemães se somavam ao caos, algumas de suas partes sendo lançadas sobre a ilha agora ínfima. Vários redemoinhos violentos, os famosos maelstroms, formavam-se por toda parte, contribuindo para que as ruínas fossem tragadas até as profundezas. O trio de exploradores rumava para o ampliado lago interior desviando das rochas e estruturas que despencavam, a esperança de saírem dali vivos diminuindo conforme a situação piorava.

         Não vamos conseguir escapar a tempo! – gritou Sophia.

         Vamos sim! – rebateu Indiana. – Não se lembra de Atlântida?

Mal afirmou isso, uma grande e repentina onda, que botava abaixo várias edificações em seu caminho, arrebatou o grupo. Arrastados pela corrente, acabaram lançados para fora da ilha e ao mesmo tempo erguidos, pois o nível da água já subira a ponto de alagar toda Vineta. Lutando para se manterem unidos e junto à superfície, viram se aproximar de seus corpos a extremamente reduzida cobertura rochosa, atravessando-na através de uma das enormes brechas nela existentes. Envolvidos pelo oceano, impeliram os corpos para cima e começaram a nadar, ao sinal de Indiana, na tentativa de atingirem o nível do mar antes que lhes faltasse oxigênio.

Em meio a peixes e crustáceos, olharam para trás uma última vez... Com a redoma rochosa deixando de existir, Vineta terminava de ser sepultada para sempre pelo Báltico, sua tragédia, seu segredo e suas ruínas varridos pelo titânico volume marinho e seu deus, o implacável e apaixonado Njord.

 

Aos poucos a agitação nas águas cessou e os três aventureiros puderam nadar com mais tranqüilidade rumo à superfície. Estavam quase sem ar, seus pulmões implorando por um mínimo alívio. Heinrich era o que mais tinha dificuldade em se movimentar, seus braços e pernas quase sendo acometidos de câimbras devido à falta de costume, porém não cessava de batalhar contra o mar. Sua vida, afinal, dependia disso.

Sem parar de impulsionar o corpo, Indy refletia a respeito de tudo que ocorrera. A busca por Vineta, as descobertas na cidade, a relação entre Njord e o misterioso coração no baú... Mais uma vez escapara por pouco com vida de uma expedição envolvendo perigos mortais e um mistério sobrenatural... E agora continuava batalhando pela sobrevivência.

Percebendo que tanto Hapgood quanto Kriegüer aparentavam perder as forças, Jones agarrou-os pelos braços, puxando-os como podia para que não desistissem. Já estavam próximos da superfície, a luz do dia cada vez mais vívida e real...

E emergiram.

Tossindo e engasgando, sentiram o oxigênio voltar a seus pulmões. O céu alaranjado do princípio de manhã dominava o Báltico. As ondas estavam calmas, serenas, o alto-mar nunca tendo conhecido tamanha tranqüilidade. Apesar da sensação de frio, uma brisa agradável os atingia, um alento depois de tão arriscada jornada. Não havia sinal de terra firme em direção alguma, porém um alívio os tomou quando uma pequena embarcação surgiu por suas costas, aproximando-se rapidamente. E o rosto familiar a bordo dela fez com que os três sorrissem.

         Mac! – exclamou Indy, agitando os braços.

         Jonesinho! – a resposta do britânico foi eufórica, conforme o barco parava para que os recém-encontrados companheiros nele subissem.

Pouco depois todos já se encontravam embarcados, os três sobreviventes do colapso de Vineta envolvidos por toalhas. Tremiam e estavam incrivelmente cansados, porém saboreando o gosto do dever cumprido. Mac andava para lá e para cá os observando com curiosidade, alisando o bigode, até que resolveu indagar a Indiana:

         E então, o que encontraram lá embaixo?

         Alguns mistérios que devem permanecer afundados, não tenha dúvida disso... – o norte-americano replicou suspirando, sentado junto à proa.

         Mas e o tesouro que supostamente haveria na cidade? Ele existe?

         Tesouro? Ah, sim... Encontrei algumas peças de ouro e artefatos valiosos sim, mas nem os achei importantes...

         O quê? Como assim? Nós poderíamos ter saído ricos desta missão, Jonesinho! Você jogou a oportunidade fora assim, sem mais nem menos?

         Mac... – num meio-sorriso, Jones levantou-se e colocou uma das mãos sobre o ombro direito do colega. – Há coisas que só mesmo sendo um arqueólogo você entenderia...

         Mas...

         Agora tire este barco daqui antes que algum navio alemão apareça!

         Certo... Ah, antes que eu me esqueça...

Dizendo isso, o inglês retirou de seu uniforme um chapéu Fedora amarrotado e sujo, porém ainda inteiro, estendendo-o ao amigo e falando:

         Você acabou indo se aventurar sem isto...

         Obrigado, Mac.

Sorrindo, Indy apanhou o acessório, esticou-o, bateu-o contra a calça para limpá-lo... E colocou-o de volta no topo da cabeça. Enquanto isso, Mac retornava à cabine de comando e movia a embarcação para longe dali. A brisa reconfortante continuava, e logo tomaram a direção norte. Para trás ficava o Báltico, Njord e Skadi... Para trás ficava Vineta.

 

Após algumas horas de travessia do oceano, uma paisagem diferente surgiu no horizonte: em meio ao céu azul com poucas nuvens, uma bela cadeia de montanhas desenhava-se logo em frente junto com graciosas campinas e focos de floresta. O vôo das gaivotas perto do barco reforçava a aproximação do continente. De pé junto à proa, encarando o cenário, Indiana murmurou para si mesmo, dando especial atenção às elevações de terra:

         Seu berço, Skadi... Uma terra de montanhas... Escandinávia.

De fato, aproximavam-se dos arredores da cidade de Trelleborg, na costa sul da Suécia: um país neutro na guerra. Dali poderiam sem muita dificuldade conseguir retornar em segurança à Inglaterra.

Pouco depois a embarcação atracou num pequeno e modesto cais junto a uma estrada que acompanhava o traçado de uma praia. Os quatro ocupantes deixaram o transporte ansiosos e felizes por tornarem a pisar em terra firme após tanto tempo no meio do mar. Mas, para surpresa do grupo, alguém os aguardava: homens armados. Indy e Mac levaram por instinto as mãos aos seus coldres para sacarem as pistolas, porém logo viram que seus anfitriões felizmente não eram nazistas. Tratava-se, na verdade, do prestativo Myrvang e um destacamento da Resistência norueguesa.

         Goddag! – ele saudou-os em sua língua.

         Vocês têm uma habilidade incomum em seguir U-Boats alemães! – constatou Jones, alternando seu olhar entre Mac, Sophia e os noruegueses.

         Seu amigo britânico nos avisou por rádio, e resolvemos preparar este local para poderem desembarcar em segurança – explicou o loiro. – Afinal, inúmeras posições ao redor do Báltico ainda se encontram ocupadas pelo inimigo.

         Acho que agora só precisamos contatar o OSS ou o MI6... Quer fazer algo enquanto isso Sophia?

Sem que respondesse, a ruiva simplesmente caminhou até Myrvang, os dois trocando sinceros sorrisos enquanto se fitavam nos olhos, e uniram-se num abraço... Beijando-se em seguida.

         Sophia? – Indy repetiu o nome da moça, incrédulo.

O casal permaneceu agarrado, a demonstração de paixão apenas se intensificando, apesar da imprópria platéia. Mac, rindo, deu um leve soco num dos ombros do norte-americano. Instantes depois a mulher e o combatente da Resistência se desvencilharam, permanecendo de mãos dadas. Acabaram dando as costas para os demais e caminhando rumo à estrada, Hapgood virando a cabeça num dado momento e dizendo:

         Nós nos vemos por aí, Indiana Jones!

Este ainda retrucou:

         Mas, Sophia...

         Eu aprendi muito com Njord e Skadi!

E, felicíssima, desapareceu de vista com seu amado norueguês, ainda vestindo o traje de mergulho.

Um tanto quanto conformado, no entanto ainda confuso, Jones cruzou os braços. Foi Mac quem veio confortá-lo, dando tapinhas em seus ombros:

         Não se aflija, Jonesinho... Há coisas que só mesmo sendo alguém que é sempre rejeitado para você entender.

         Mulheres, Mac... É por isso que quase sempre prefiro os artefatos arqueológicos. Eles não fazem isso com a gente...

         Bem... E o que vai fazer agora?

         Eu tinha sido convidado para participar de uma escavação na Irlanda, mas...

Nisso, ambos, além dos soldados de Myrvang que ali haviam permanecido, viram uma linda jovem sueca, de longos cabelos loiros e corpo de bom porte, vestido azul celeste, passando pela estrada, vinda da cidade, com uma cesta pendurada num dos braços. Mac cutucou o parceiro e indagou, sussurrando:

         Que acha de fazermos um reconhecimento da praia, Jonesinho?

         Eu aprovo totalmente a idéia...

Indy endireitou o chapéu, ajeitou de modo precário suas roupas com as mãos... E seguiu o amigo pela estrada costeira, no encalço da bela habitante do lugar...

Pois, onde houver um desafio...

 

FIM

 

Luiz Fabrício de Oliveira Mendes – “Goldfield”.

 

Bibliografia:


Sobre Indiana Jones:

 

Indiana Jones Wiki – A Enciclopédia do Universo Indiana Jones (em inglês): http://indianajones.wikia.com/wiki/Main_Page

 

The Raider.net – Um dos maiores sites existentes sobre Indy (em inglês): http://www.theraider.net/

 

Sobre a crença de que o fim do mundo ocorreria no ano 1000 d.C.:

 

DUBY, Georges. “O ano mil”. Tradução de Teresa Matos. Lisboa: Edições 70, 1967.

 

Sobre a lenda de Vineta:

 

Revista Mundo Estranho n. 73, Editora Abril, março de 2008, págs. 34-35.

 

Wikipedia – www.wikipedia.org

 

Sobre o século XX e regimes totalitários:

 

HOBSBAWN, Eric. “Era dos Extremos: o breve século XX”. Tradução de Marcos Santarrita, revisão técnica de Maria Célia Paoli. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

 

Documentário: “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, em 8 partes. Link: http://www.youtube.com/watch?v=Lwl_CdjW3sw

 

Sobre mitologia nórdica e temas variados:

 

Wikipedia – www.wikipedia.org

 

Extra – Cante com o Goldfield:


É mundialmente conhecida a música “Raiders March”, popularmente chamada de “Indiana Jones Theme”, a trilha composta por John Williams, o mago dos temas de cinema, para a série Indiana Jones. Muitos fãs já tentaram criar uma letra para tal melodia, que não é cantada, então eu, autor desta história e que também admira muito o personagem, resolvi arriscar.

 

 

Segue a letra abaixo, em inglês. Recomendo que a leiam com a música tocando ao fundo, para uma melhor apreciação.

 

Divirta-se!

 

– O autor.

 

- - - - - - - -

 

Indiana Jones Theme – Lyrics

(Raiders March)

 

By Goldfield.

 

Way to go, Doctor Jones

Way to go, Indiana Jones

Way to go, Doctor Jones

To hunt relics, lost temples, great rides, adventure! (x2)

 

He is the one, if you ask to me

He is the one, if you ride to see

Mysteries, Archeology

Come to explore, come to hunt, come on now, come here to see!

 

Doctor Jones, he deserves to be

The one to have more then thrill to live!

Come to find quests of infinity

What is hidden or lost he’ll certainly find

Sankara Stones, the Holy Grail or the Lost Ark

He doesn’t like to lose and maybe even if he does

He’ll never give up a good fight!

 

Way to go, Doctor Jones

Way to go, Indiana Jones

Way to go, Doctor Jones

To hunt relics, lost temples, great rides, adventure and love! (x2)

 

He seeks treasures of History

Have some great friends

And even have time to

Teach at university

 

Indy, he is and will always be

Great adventurer, man of great heart

Lover of the past, man ready to quest

He’ll ever be…

 

(The man of Fedora hat, he is not any Junior, he’s Indiana Jones… Ready to ride, let’s get start)

 

Indy, it’s not about your age

It is the mileage and you’re going always to be

The name of thrill

Adventure is you!

Let’s get it trough!

 

Way to go, Doctor Henry Jones

Way to go, Indiana Jones

Way to go, it’s seeing to believe!

 

What is hidden or lost he’ll certainly find

Sankara Stones, the Holy Grail or the Lost Ark

He doesn’t like to lose and maybe even if he does

He’ll never give up a good fight!

 

Way to go, Doctor Jones

Way to go, Indiana Jones

Way to go, Doctor Jones

To hunt relics, lost temples, great rides, adventure!

 

Way to go, Doctor Jones

Way to go, Indiana Jones

Way to go, Doctor Jones

To hunt relics, lost temples, great rides, adventure and love!

 

Who’s in the way, he’ll gonna surpass

He’ll get the girl, he’ll get the prize

Fortune and glory he will conquest

Jones is the best!


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