OPERA Survivors escrita por Matheus HQD


Capítulo 8
A garota gentil - Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais de um ano sem escrever.... Foda... Gostaria de explicar o porque. No antigo e falecido site MyOpera eu tinha um blog onde conheci muitas pessoas legais, tais pessoas são personagens desta história, e eu escrevia pra gente ali do site mas resolvi postar aqui também. Fiquei muito tempo sem criatividade pra escrever e depois do fim do MyOpera desisti de continuar a história... Entretnato
Detesto ver que um autor começou uma história que parecia interessante e não continuou, e nunca teremos um final. E para não ser um desses resolvi terminar a história. Nem faço ideia de como vai ser o final, só espero que não seja lixoso, se uma pessoa ou duas gostarem já valeu a pena.
Então me desculpem leitores e daqui pra frente continuarei a escrever, espero que gostem.



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16 dias após o Dia-Z, um grupo de pessoas está em um Shopping Center em algum local do Brasil, a situação é tensa e exige cautela.

Roney estava sem muitas opções, e sem nenhuma opção onde ele sairia ileso, abaixou a arma ainda com olhar firme para Roger. Seu desejo mesmo era atirar em todos ali, “bando de loucos” pensou ele “o cara foi mordido e ainda tão protegendo ele, não sabem que agora ele só merece um tiro na cabeça?”.


— Certo e o que vocês vão fazer? Esperar ele se transformar e levar ele como bichinho de estimação?

— Isso não é decisão sua, é nossa, e se você olhar torto pra ele nós acabamos com você. — Disse Dark friamente.

— Vocês são uns idiotas. — Roney falou e saiu andando, parou do lado de Júlia e esta o olhou ainda com um pouco de medo no olhar gerado pela situação. — Vai ficar com eles e o zumbi? — Perguntou para ela mais ainda olhando para frente, então continuou andando e ela o seguiu.

Agora os outros olhavam para Roger, todos sabendo o que deveria ser feito, mas como fazer isso com um deles? Roger não era só um sobrevivente, era um companheiro importante. Durante a parada no restaurante o segundo grupo soube que se não fosse pela bondade dele talvez eles tivessem que ter continuado correndo dos zumbis. E também desde que o salvaram o primeiro grupo viu como ele era importante, não só sendo uma ancora para lembra-los de como o mundo era, mas também de como devia ser.

Roger se levantou e olhou para todos, olhou em volta e percebeu que as lojas do segundo andar estavam quase todas abertas, depois de alguns segundos ele falou com um tom de dor em sua voz:

— Vocês devem pegar tudo que for útil por aqui, nos caminhamos bastante hoje, mas acho que é melhor vocês saírem do shopping rápido, os tiros de minutos atrás vão atrair alguns deles, quanto antes vocês estiverem a caminho do CASA, antes vocês chegam lá, ao anoitecer abriguem-se em alguma casa.

Todos se surpreenderam com o que ele disse, em resposta ao que ele falou Laís se pronunciou.

— Mas e você? Você precisa descansar, esta ferido... — Antes que ela terminasse Roger a interrompeu.

— EU TO MORTO! — Ele deixou escorrer uma lagrima. — Mas vocês não... Vocês podem chegar lá e sobreviver... Por favor, façam isso, vivam por mim e por todos os nossos amigos que já morreram quando tudo começou...

Raquel abraçou Roger e os dois choraram, todos os outros tentavam conter as lagrimas por mais difícil que fosse. Então todos se separaram para pegar coisas nas lojas enquanto Roger aceitava a morte do lado de sua amiga. Alguns tiveram de enxugar lagrimas mas foram fazer o que era o plano ali, o plano inicial, o amigo ser mordido não mudava nada, embora doesse em seus corações.

—Vai lá pegar os suprimentos que vocês vão precisar. — Disse Roger a sua amiga.

— Mas e quanto a você?

— Não vou fugir pros zumbis Quel. — Disse ele dando uma risadinha curta

Raquel deixou seu amigo ali e entrou em uma loja de artigos esportivos, bolas de vários esportes, redes de gol, raquetes de tênis e etc., encontrou algumas cordas que poderiam ser uteis, enquanto ela pegava uma das cordas ela ouviu um som muito bem conhecido por todos os sobreviventes ali. Um disparo de arma.

Da ultima vez que todos ouviram um disparo um amigo tinha sido mordido, e agora um segundo disparo, todos se perguntavam o que havia acontecido dessa vez, e por que alguém dispararia ali, pois mais um disparo atrairia ainda mais zumbis até eles.

Todos correram em direção ao disparo que veio da direção das escadas, novamente, porem agora no segundo andar, como era possível aquela sensação de dejavu ser sentida em questão de minutos? Ao sair das lojas eles puderam ver Roney segurando sua arma, e caído no chão o corpo de Roger com o sangue escorrendo.

Um grito forte de fúria pode ser ouvido. Quando Roney percebeu Dark vinha correndo brandindo seu machado, seus olhos traziam um desejo de sangue que assustou Roney, com medo ele apontou sua arma na direção de Dark e gritou para ele parar, sem dar ouvidos ele continua vindo com seu machado em um espirito de assassino que ecoava “Aqui esta o Johnny”.

Roney acreditava que poderia fazer todos verem que ele os fez um favor eliminando aquele homem que já estava condenado. Mas se isso não era possível era melhor tentar continuar sobreviver aos vivos naquele momento, nem que pra isso tivesse que matar todos. Ele gritou para Dark parar mais uma vez, sem resultado ele estava pronto para puxar o gatilho quando uma bola de handebol acertou seu pulso fazendo com que ele soltasse a arma inconscientemente. E ao olhar para o lado ele viu Raquel correndo em sua direção e ela o empurrou com o ombro jogando contra a mureta de vidro ao lado da escada rolante, que circulava o shopping criando os corredores e permitindo a vista dos andares debaixo. A costela de Roney doeu imensamente quando ele atingiu a barra de ferro que fica por cima da mureta, e sem tempo de reagir ou mesmo dizer algo a mão de Raquel empurrou-o pelo tórax com toda a força que ela tinha e ele passou por cima da barra de ferro e caiu em direção ao primeiro andar.

Dark só parou de correr quando ouviu o corpo de Roney atingindo o chão do primeiro andar, a ação toda foi tão rápida que ele precisou de mais um segundo para perceber tudo o que tinha acontecido.

Raquel respirava com força e precisou de algum tempo para a adrenalina passar, e só então ela voltou a chorar pelo seu amigo.

Todos então se reunirão ao redor do corpo de Roger. Gohu trouxe uma toalha azul de uma loja de cama e banho, e a colocou por cima do falecido amigo. Mesmo o outro grupo estava triste pelo ocorrido.

Eles começaram a ouvir os zumbis do primeiro andar se agrupando, e alguns também entravam pela porta de frente do shopping, mesmo assim ninguém se moveu até ouvir um choro baixo de uma garota que se aproximava.

— Eu pedi... Eu pedi pra ele não fazer isso... — Era Júlia que cobria a boca com as mãos tremulas.

Em um impulso Raquel pegou a pistola de Roney que havia caído no chão e apontou para Júlia, mas rapidamente Laís segurou sua mão e ela não puxou o gatilho. Quando ela percebeu que Júlia também estava amedrontada com tudo aquilo ela entregou a arma na mão de Laís e se ajoelhou ao lado do corpo do amigo, de costas para Júlia, Raquel falou:

— Se você tivesse impedido ele nosso amigo ainda estaria com a gente por mais um tempo... — Ela fez uma pausa para engolir o choro. — Mas não foi sua culpa... Ainda sim. Não seja uma fraca o que aconteceu não pode ser mudado agora. E então o que você vai fazer agora?

Júlia ainda estava assustada, só sobreviveu até hoje por sorte e depois por ter encontrado Roney que não se importava com ela, mas junto dele ela tinha estado segura por todo o tempo, ela não era uma sobrevivente, ela teve sorte. Talvez fosse hora de mudar, não se esconder mais e tentar encarar o mundo como é agora. E com esse pensamento a garota perguntou:

— Será...? Será que eu posso ir com vocês?

O grupo olhou para Raquel sem saber o que responder. E ela respondeu por todos.

— Pode... Mas se mais algum dos meus amigos se machucarem porque você nem tentou ajudar. — Ela virou a cabeça e olhou para Júlia, um olhar que ninguém nunca havia visto dela, um olhar de quem pode tirar qualquer um de seu caminho. — Eu mesma mato você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, em breve teremos mais, promessa de escoteiro. Até breve