OPERA Survivors escrita por Matheus HQD


Capítulo 14
Aquele grupo - Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

De onde vieram aqueles disparos? Ou melhor, por que razão eles ocorreram? Descubra o porque lendo esse capítulo. E veja como são os sobreviventes sobre outra perspectiva.



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18 dias após o Dia-Z, Wesley e a noiva saíram para buscar mantimentos. Seu cunhado e um vizinho ficaram em sua casa, esperando pelo retorno dos dois. Os muros altos, casas vizinhas coladas umas as outras, e os portões de ferro, foram os elementos que mantiveram os infectados do lado de fora.

Os quatro sobreviveram ali por um bom tempo. Entrar nas casas dos vizinhos próximos era fácil, infelizmente, as buscas ali não resultavam em grande coisa, visto que quase todos daquele bairro fugiram levando tudo que podiam. Mas o casal estava confiante que encontraria algo e voltaria rapidamente, já fizeram isso outras duas vezes. Mal sabiam eles que o “3” seria seu azar.

Era a terceira vez que faziam isso. Era cerca de três da tarde quando encontraram três daqueles infectados. Em três minutos Wesley passou de noivo ha viúvo.

O homem correu de volta para casa. Quando chegou lá abriu a porta do portão de ferro, mas tropeçou e caiu no chão, com o som da porta e da queda os dois que estavam lá dentro da casa saíram e foram até o portão. O cunhado procurou a irmã com os olhos, mas sem sucesso.

— Eles a pegaram.

Uma explosão de emoções aconteceu no rapaz depois de ouvir isso, ele não culpava o noivo da irmã, ao menos não naquele momento, naquela hora ele só culpava os “malditos infectados”, foi o que disse enquanto puxava uma pistola e atirava contra os mortos.

O primeiro disparo ecoou no ouvido do velho vizinho que ajudava Wesley a se levantar, já que fora perto dele, em seguida mais um disparo, mais um e outro por ultimo. A arma estava descarregada e só um de cinco infectados havia caído. O jovem não era bom com armas de fogo, nunca nem tinha pegado em uma até uma semana atrás. Mas fosse como fosse ele queria destruir aqueles que tiraram a vida de sua irmã, ou pior, a transformaram em um deles, com esse pensamento ele avançou nas criaturas, mas foi puxado pela camiseta.

Wesley já tinha perdido a noiva, não queria perder o cunhado e instintivamente puxou-o antes que ele se aproximasse “deles”, não era hora de descontar a raiva, isso teria consequências desagradáveis. Depois de pisarem do lado de dentro do portão o vizinho fechou-o e trancou.

Eles ficaram ali, parados, ouvindo as batidas de cabeça e mãos no portão, querendo derrubar o obstáculo para alcançar à presa. Wesley desejava ter morrido no lugar da amada, se perguntava se teria forças para continuar sem ela, se seu cunhado ainda continuaria naquela casa com eles, e distraído com esses pensamentos não percebeu quando os sons de batidas pararam somente alguns segundos depois.

Os três ficaram confusos, e depois de uma rápida discussão em cochichos Wesley abriu vagarosamente o portão, e se deparou com uma visão que não esperava. Um grupo de sobreviventes havia matado os infectados. Os corpos caídos no portão com flechas e facas cravadas em seus crânios. Nove pessoas andavam em sua direção, um grupo grande, e até mesmo ameaçador.

— Boa tarde, senhor, ouvimos alguns disparos e resolvemos vir até aqui.

Um homem de cabelos pretos e espetados que estava à frente de todos dizia se aproximando e com os braços levantados, provavelmente o líder. Entretanto uma moça com arco e flecha e um cara de cabelo longo e liso, segurando um rifle de caça, apontavam para ele. Um grupo com certeza perigoso.

— Não precisa se preocupar com meus amigos, é só que, alguns de nós ficam bem preocupados ao encontrar novas pessoas, da ultima vez não foi uma pessoa legal. Que tal a gente mostrar nossas armas e manter elas abaixadas?

Wesley teve medo, não só por si, mas pelos outros dois ali com ele, cogitou fechar o portão, mas se fossem más pessoas dariam um jeito de abri-lo, e se fossem boas, não atirariam nele, então abriu a porta toda e deixou a vista o vizinho e o cunhado, que pela reação dele, já sabia que devia manter a arma abaixada.

A cena que se seguiu foi simples, três de um lado do portão e nove do outro, ninguém queria passar para o outro lado, e ficavam receosos pelo que podia acontecer se o fizessem. Fui uma conversa rápida, talvez cinco minutos, os que estavam em maior número falaram sobre CASA, os outros falaram que ouviram no radio também, mas não queriam se arriscar a ir, preferiram ficar naquela casa, por falta de confiança no governo ou em promessas de um local seguro. Obviamente um convite de seguir viagem com eles foi feito, mais por caridade do que empatia, mas antes que qualquer decisão pudesse ser tomada os mortos-vivos apareceram.

Por medo e impulso Wesley fechou rapidamente seu portão, não queria mais confusões naquele dia, mesmo com os vivos. Mas ninguém do outro grupo o culpou, ninguém realmente queria ter que ficar ali até a horda se dissipar, o que levaria mais que algumas horas, mesmo assim Dark disse algumas palavras sujas quando o a porta foi fechada e eles partiram em disparada, muitos foram atraídos pelo som, de mais para ser combatidos.

O grupo correu para o lado oposto ao da horda que vinha, infelizmente eles pareciam estar cercados, o outro caminha também tinha alguns zumbis, e teriam que abrir aquele caminho, por ali talvez tivessem um chance. O sangue começava a espirrar e os corpos a cair, mas com sorte, ou um destino brincalhão, eles conseguiam derrubar os zumbis naquelas ruas.

Saindo da parte domiciliar e caindo em uma avenida sem carros, apenas com os desmortos, só as armas brancas não foram o suficiente e tiveram que abrir fogo contra os mortos-vivos se quisessem sobreviver aquela situação.

Correram e atiraram até que avistaram um posto de gasolina, mas o posto não foi o que chamou a atenção deles, já haviam visto outros antes e depois do Dia-Z, não, o que chamou a atenção foi uma van. Uma simples van escolar, estacionada ao lado de uma das bombas. Ela aparentava estar em bom estado, o primeiro carro nesses longos dias que realmente parecia ainda estar em boas condições, talvez não fosse confortável, mas todos caberiam ali dentro e poderiam não só se locomover mais rápido, como teriam uma sensação maior de segurança em andar pelas ruas.

Matheus gritou para irem até ela, e assim foi feito. Com todas as forças que tinham, e colocando toda a energia nas pernas que já começavam a doer, os sobreviventes se lançaram naquela direção, tirando os obstáculos da frente, usando o que pudessem porretes, laminas, ou balas.

Não pensaram duas vezes antes de abrir a porta da van e vendo que estava vazia pularam para dentro dela. Tentaram se ajeitar da melhor forma possível. Matt pulou para o banco do motorista dizendo “deixem comigo”, por sorte, ou um sádico destino, a chave estava na ignição.

O giro de um pequeno objeto resultara em um som de motor, e um som de motor trouxe esperança ao grupo. As acinzentadas e sujas de sangue batendo nas janelas não podiam tirar o sorriso dos sobreviventes, as laterais da van já estavam ficando amontoadas, mas eles tinham de dirigir em frente, e ali o caminho estava livre, somente dois desmortos que poderiam ser empurrados ou atropelados com o veiculo. E foi então que Matt falou com muito pesar.

— Pessoal, ta sem gasolina.

Foi assim que eles perceberam que a mangueira estava conectada na traseira da van. Notaram também um corpo que mais possuía osso do que carne no chão ao lado da bomba. E se os mortos possuíssem alguma inteligência, iriam sorrir, pois os sobreviventes estavam encurralados, presos naquela grande lata de sardinha sem gasolina.


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Notas finais do capítulo

O destino olhou para os sobreviventes, sorriu e brincou com eles, agora eles tem que descobrir o que fazer para não se tornarem almoço de morto-vivo. Como eles conseguirão sair dessa situação?

Ps: Seria uma boa noticia se eu disser que já sei como será o desfecho da história? Acho que sim, muitos ficam preocupados quando o autor não sabe como vai acabar, e eu já planejei tudo agora =D