Loves Ways escrita por lollyb


Capítulo 23
Nada dura para sempre


Notas iniciais do capítulo

Preparem os coraçõezinhos moles do ultimo cap. para o final deste, hahaha. Eu gosto bem de um drama ;)



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Narcisa e Severo voltaram para a Mansão Prince naquele dia e o jovem casal agiu como normalmente, implicando um com o outro, porém, nas divagações de ambos estava o pequenino passeio e os momentos compartilhados.

Mais um mísero segredo, Serena pensava. Ótimo, como se não faltassem coisas a esconder. Sua vontade era mandar uma coruja à Eliza como uma adolescente apaixonada e contar sobre o beijo em cima do rio Sena. Mas não podia contar nada à Eliza; nada sobre nada.

Serena suspirou e afundou mais na poltrona da sala de estar. Narcisa e Draco Malfoy partiam agora, na soleira da porta, a mulher acenando maternalmente para ela e saindo em direção aos jardins, despedindo-se de Severo. Draco lançou um olhar de soslaio para Serena que seria enigmático para qualquer outra pessoa, mas ela entendeu que ele se desculpava por não poder despedir-se de maneira adequada.

Todas as emoções passearam pela face do rapaz quando Serena assoprou-lhe um beijinho. Espanto foi a primeira delas, porque a Serena Snape que ele conhecia jamais faria aquilo. Logo, porém, entendeu que quem lhe soprara o beijo fora a mesma garota com quem compartilhara a tarde, dando-lhe um desfecho perfeito.

Ele sorriu abertamente de volta, as sobrancelhas loiras erguidas, ainda surpreso. Aquele tipo de sorriso Serena também só vira uma vez em Draco Malfoy e sabia que ele entendera que o dia havia sido perfeito.

~"~

Quando Snape voltou batendo a porta principal atrás de si, Serena viu que ele tinha envelopes nas mãos.

'-Acabou de chegar do Correio Coruja' – ele disse e separou três – 'São para você.'

Serena viu que o primeiro continha o lacre de Hogwarts e hesitou antes de abrir.

'-É o que eu estou pensando?' – ela inquiriu, não demonstrando o nervosismo que sentia.

'-Se você estiver pensando que é o resultado dos seus NOMs então, sim.' –ele proferiu, indicando o sofá refinado para que se sentassem.

Serena rasgou o selo, trêmula. Severo o notou.

'-Nervosa?' – ele indagou, desviando o olhar da carta para a menina, o mesmo olhar sem expressão costumeiro.

'-Sabe como é, foi meu primeiro ano em Hogwarts.' – ela deu de ombros. Ele sorriu fino e torto, desafiador.

'-Qual é!' – ela pulou, antes de tirar o pergaminho do envelope – 'Você está com essa cara porque já viu minhas notas!' – Severo não agüentou e alargou o sorriso – 'Não vale, pai! Eu não passei em História da Magia não é mesmo?'

Snape limitou-se a revirar os olhos. Serena sentou-se de novo ao lado do pai e desdobrou o pergaminho.

Herbologia E
Feitiços O
Tranfiguração E
Astronomia A
História da Magia D
Poções O
Defesa Contra as Artes das Trevas E

'-Eu simplesmente não acredito.' – ela murmurou, baixinho, fazendo Snape desviar a atenção do boletim para ela – 'Eu tive um Ótimo em Poções.' – Serena disse, desolada.

'-Você obteve nota máxima em Poções e está assim por que...?' – ele indagou, o cenho franzido.

'-Você não costuma dar nota máxima; Sei disso. Você não fez isso apenas porque sou sua filha não é?' – ela disse, o ego ferido – 'Não quero que você me compre com aprovação máxima em Poções.'

'-Serena!' – ele resmungou - 'Você sabe que eu jamais faria isso. Você achou soluções rápidas nos testes com os ingredientes disponíveis e obteve Poções perfeitas. Eu pensei muito sobre a sua nota, mas simplesmente não podia lhe dar algo que não fosse Ótimo.' – ele comentou, correndo o olho pelas outras notas.

'-Não olhe para História da Magia, não olhe para História da Magia!' – ela entoou o mantra baixinho, de olhos cerrados.

'-Eu já olhei para História da Magia, se a senhorita quer mesmo saber.' – ele resmungou, sisudo – 'Você sabe que vai ter que melhorar isso se quiser obter um NIEM aceitável na matéria.'

'-Ah, pai, por favor. Professor Binns é simplesmente terrível!' – ela choramingou – 'Aquele fantasma idiota me faz dormir a aula toda! Tudo culpa dele.' – Serena cruzou os braços sobre o peito e bufou – 'Quão ferrada eu estou?' – perguntou, fechando os olhos novamente para não ver a reação do pai.

'-Agradeça a Merlin por suas outras notas terem sido excepcionais, senão você estaria incrivelmente...' – Snape foi interrompido.

'-Obrigada, pai, obrigada!' – ela puxou-o e o abraçou forte – 'Eu sei que você também odeia História da Magia' – ela sussurrou para ele, divertida, sem soltar o abraço.

Ele sorriu de leve, apreciando a brincadeira adolescente da filha. Agora parecia tão normal ter Serena em casa que ele teve vontade de se beliscar. Era como se eles tivessem feito aquilo a vida toda; sentado assim, para avaliar o boletim no fim do semestre.

E Snape admitia que gostava desses momentos triviais mais do que qualquer coisa. Gostava de esperar Serena para o café como se o tivesse feito a vida toda, gostava do modo como Serena temia uma punição por notas baixas como se tivessem compartilhado desde sempre esses momentos de pai e filha.

'-Pai?' – ela chamou, quando ele estava absorto em pensamentos – 'Ei, não faça essa carranca! Eu tive dois – doisÓtimos!' – Serena disse feliz, alheia ao contexto da guerra agora que estava em casa na companhia do pai.

Ele a ignorou, e resmungou algo inteligível. Serena soltou o pai e encarou-o apenas. Ele parecia não estar preparado para aquilo ainda. Parabenizar a filha pelas notas era algo realmente trivial, e ele ainda não o sabia como fazer.

'-Serena, você sabe como suas notas são ótimas.' – ele disse, sorrindo de leve – 'E quanto a História da Magia, bem, este é seu primeiro ano... Vamos relevar.' – Serena sorriu fino e deu um beijo estalado na bochecha do pai.

Snape ficou surpreso; positivamente surpreso. Como ele pudera achar que Serena era tão parecida com ele que seria um fardo? Ele, de fato, não a conhecia e ela estava revelando coisas demais herdadas da mãe para que ele acreditasse ser verdade.

'-Ah, Serena. Antes que eu me esqueça.' – ele disse, quebrando o momento de ternura entre os dois – 'Aquele dia, o dia da Torre.'

Serena apenas aquiesceu.

'-Eu preciso que você me diga o que ouviu... Quero saber quem realmente sabe da verdade.'

'-McGonagall!' – Serena exclamou – 'Ela sabe de tudo... Eu duvidei, pai, duvidei seriamente do que ela falava e achei que tinham contado à ela algo errado, mas foi você, você mesmo quem matou Dumbledore. E Potter. Potter como sempre sabia de tudo, vivia enfiado nas barbas do Diretor, pois não. E estava com ele em sabe-se lá onde foram.' – Serena declarou e de repente lhe bateu um calafrio, subindo a espinha – 'Você não está me usando, está?'

'-Claro que não, Serena. Você é minha filha, não uma isca.' – ele franziu o cenho, ofendido – 'Lembra-se da reunião de hoje?' – Serena concordou – 'Lord me quer como novo Diretor de Hogwarts e os planos para o ano que vem são os mais diabólicos. Preciso saber com quem teremos que tomar mais cuidado a partir de agora.'

'-Diretor?' – ela exclamou, atônita – 'Quem lecionará Poções?' – perguntou, distraída.

'-Slughorn, um velhaco que já lecionou Poções em Hogwarts na minha época... Idiota prepotente, movido à alunos prediletos...' – ele resmungou o final e Serena não deu muita importância.

'-Wow, você realmente me pegou de surpresa, Snape.' – ela comentou, temendo aquele homem que seria num futuro extremamente breve o novo Diretor do castelo – 'Diretor, quem diria? Você está... Hum, contente?' – ela perguntou, séria, focalizando bem Severo e temendo-o.

'-Você acha que estou contente de estar no lugar do mais nobre diretor de Hogwarts e única pessoa que confiou em mim? Francamente.' – ele deu de ombros, bufando.

Serena calou. Ainda era seu pai; mas somente a imagem mental que surgia era terrível.

'-Hum...' – ela começou, respirando fundo, um tempo depois – 'E o que exatamente você quis dizer com terem tomado Hogwarts?'

'-Os Comensais estão lá, Serena. Voldemort controla a escola; e nós faremos o que ele disser para fazermos hoje.'

'-Então na reunião de ontem ele disse que queria você como novo Diretor e na de hoje lhe dirá o que fazer?' – perguntou ela, tentando organizar as informações – 'E todos já sabem?'

'-Exatamente' – Severo Snape disse, sem emoção alguma – 'Sobre o novo cargo?' – ele completou amargamente, replicando. Serena apenas concordou – 'Não. Ontem essa parte foi em particular. Certamente por hoje todos o saberão.'

Serena abriu a boca para perguntar outra coisa quando a Marca Negra queimou em seu braço esquerdo. Ele arregaçou a manga e esfregou com uma careta. A garota fitava o braço esquerdo do pai raivosamente.

'-Tenho que ir, Serena' – disse ele, indo até o hall e vestido a costumeira capa preta; a garota o seguiu –'Kyle fará o que for preciso. Talvez eu nem mesmo volte hoje, então não me espere.'

Ela concordou debilmente, preocupada.

'-Cuide-se.' – ela disse, escorada à abertura em arco – 'E tente se manter vivo pelo menos até a guerra estourar' – comentou, debochando e arqueando uma sobrancelha. Ela estava começando a entender o que significava ser prática em uma guerra, e agora nem tinha calafrios ao ouvir piadas de humor negro sobre isso; ela, aliás, as estava fazendo.

'-Eu tenho de me manter.' – ele disse, carrancudo, abrindo a porta. Serena estava ali parada, como se esperasse por algo que nem mesmo ela sabia o que era. Snape fechou novamente a porta e caminhou até a garota. Deu-lhe um abraço paternal e lhe afagou os cabelos, olhando-a nos olhos depois, como para se certificar se ela estava bem. Sem mais conversa, bateu a porta com um clique, aparatando depois dos portões.

Serena foi diretamente para seu quarto, subindo a imponente e longa escadaria de mármore branco. Kyle a seguia, muitíssimo bem disposto. Ao encostar os dedos delicados e pequenos na maçaneta, o elfo puxou o fino cardigan de verão que ela usava.

'-Menina Snape.' –o elfo fez uma grande reverência – 'O senhor de Kyle mandou checar se a menina estava bem e se comia. Menina Snape está com fome? Kyle traz comida.'

'-Mais tarde, Kyle. Obrigada.' – ela disse, simpática, adentrando o quarto.

O pequeno elfo saiu fazendo mesuras como já de costume, enquanto Serena se dirigia à escrivaninha e pegava o pequeno abridor de cartas de dentro de um porta-penas. O abridor era todo em prata e as iniciais de Serena estavam gravadas no lado afiado.

Agora ela não tinha dúvidas de quem dera a bonita e pomposa pena que ganhara no início do ano letivo.

Rasgando a primeira carta, percebeu que era de Elena.

Querida, como vai?

Serei breve, lhe garanto. Tudo o que eu quero é saber onde está e se passa bem, Serena. Estou extremamente preocupada. Um pergaminho que você me mande e eu enviarei de volta uma Chave de Portal para Paris, onde estamos agora. Elizabeth ficaria exultante; o menino Zabini não veio, por razões que eu desconheço, mas Eliza está triste.

Venha passar um tempo conosco! Considere minha oferta com o coração, meu bem.

Aguardando desesperadamente uma notícia,

Elena Duncan

Serena rapidamente rabiscou uma resposta curta e chamou pela coruja da casa, que rapidamente a atendeu. Passou para a segunda e última carta, fora o resultado dos NOMs. Era de Eliza.

Serena, onde você está?

Preciso falar urgentemente com alguém e não penso em ninguém senão você. É uma pergunta retórica, eu sei, porque você não me dirá, então leia com carinho.

Blaise não veio comigo para Paris, como combinado. Disse que dera a Chave de Portal para Malfoy antes das férias e agora não poderia nos acompanhar (com um sorriso amarelo). Mamãe prontamente lhe ofereceu outra, mas acontece que ele não aceitou.

Você e todo mundo estavam certos. Ele, afinal, ainda é Blaise Zabini. Disse que não queria se amarrar tão cedo, que queria curtir a vida, que estava se sentindo preso. Toda a bobagem de sempre; que tola eu fui, Serena! Eu jurei que ele tinha mudado, amadurecido por mim. Ele simplesmente me deu adeus, um beijo na bochecha e foi embora.

Você acredita nisso? Deu meia volta e foi embora! Bastardo! Escrevo tristemente para contar-lhe do nosso nada gentil rompimento. Estou aqui em Paris, tomando champanhe com a mamãe e usando todos os Kleenex da casa.

Nem eu acredito em quão tola fui. Mamãe diz que eu devo parar de chorar e me culpar, e eu acho sábio. Porém, não consigo. Choro de raiva de mim.

Venha para cá, amiga, e passearemos por Paris. Mandaremos uma Chave de Portal no instante em que você disser sim.

No aguardo do seu brilhante 'sim',

Eliza

Serena ficou surpresa, mas não chocada. Era mesmo Blaise Zabini. A carta de Eliza era, desta vez, cordial e informal. Depois de dois pedidos para visitar Paris, ela estava quase cogitando mesmo a idéia.

O problema era tempo. Não o tempo dela, e sim de Snape. Quantos dias mais ele viveria?

Serena queria poder partilhá-los junto ao pai.

Mandou uma resposta simples para Eliza, as condolências sobre o término do namoro e um agradecimento coloquial pela oferta. Disse que aceitaria de bom grado em uma próxima vez. Sabia que a amiga não faria nada, tampouco questionaria.

Com as cartas devidamente enviadas, Serena foi até a varanda e aproveitou os sanduíches de Kyle num merecido descanso de verão.

~"~

Draco, cara, fiz merda.

Era supostamente para eu estar dando gritinhos de felicidade como um unicórnio saltitante. Fui até Eliza e terminei tudo com ela. Ter te dado a Chave de Portal não resolveu muito; Sra. Duncan logo me arrumou outra, então foi pior do que eu pensava.

Espero que você tenha feito bom proveito.

Ela ficou arrasada, como você deve imaginar. E garanto que agora você está pensando, Draquinho, que seu amigo aqui é mais idiota que um trasgo montanhês. Sim, eu sou. Jurava que terminando com a Duncan eu me sentiria livre de novo, e eu tentei.

Fui até o pub mais próximo e tentei. Tentei beijar várias meninas, o que acabou por me rendendo o apelido de 'bundão' porque eu, ah, isso é vergonhoso. Vou deixar você rir de mim por dois séculos. Bem, porque eu, Blaise Zabini, garanhão de Hogwarts, não consegui ficar com nenhuma delas.

Cara, você não faz idéia de como as minhas bochechas doem. Levei mais tapas na cara naquele dia do que no resto da minha vida de galinha.

Não sei o que fazer. Como você sempre foi o cérebro da nossa dupla espero que me mande uma boa resposta.

Blaise

Draco amassou o pergaminho, resmungando o quão idiota Blaise era. Porém riu-se com as besteiras e confusões armadas pelo moreno. Ele não mudava nunca!

Mandou uma resposta para o amigo reafirmando o quão trasgo ele era e que perdera a garota Duncan para sempre depois de magoá-la duas vezes.

Estava com saudade de Serena, mas se não podia admitir isso nem para si mesmo, como admitiria para ela? Ou para sua mãe e seu padrinho? Era impossível. Aquilo estava ficando demais.

Resolveu tomar um banho frio e tirar a morena da cabeça, mas ao entrar na banheira imponente de sua suíte, o loiro só conseguia pensar naquele sorrisinho torto unido à sobrancelha arqueada.

~"~

Os jardins da Mansão Prince eram realmente uma beleza, pensou Serena. A terceira semana de férias chegara logo e fora somente quando a garota tivera tempo para apreciar de verdade, o sol tocando de leve a pele desnuda das coxas da menina.

Sentara nos bancos refinados que adornavam a praça com labirinto e admirou a propriedade. Jamais pensara que Prof. Snape fosse dono de aquilo tudo. A Mansão se erguia, imponente, contra o céu azulado de verão e as flores emolduravam o restante do retrato.

Estavam um pouco queimadas, as flores, e não eram tantas quanto Serena imaginava que fossem sem aquele sol e calor excessivo. Na primavera sim aquilo deveria ser magnífico. E então Serena desejou poder passar uma primavera sequer de sua vida ali.

Mas uma primavera tranqüila, por favor, pediu ela, mentalmente.

Quando adentrou, por fim, a Mansão, Severo Snape usava as costumeiras vestes negras.

'-Pai?' – Serena chamou, baixo e temerosa, vendo que ele lia algo compenetrado, e rugas surgiam entre suas sobrancelhas.

'-Sim?' – ele respondeu, erguendo os olhos do jornal.

'-Céus, está terrivelmente quente.' – ela exclamou, e uma elfa que ela não conhecia lhe ofereceu uma taça com água e começou a abaná-la com um leque – 'Por que você está vestido com isso?' – Serena olhou com desprezo para as roupas do pai.

Snape nada disse, mas para Serena ele parecia irritado.

'-E os trouxas conhecem meios muitíssimos melhores de amenizar o calor, não importa o que vocês pensem deles. Merlin, eu daria tudo por um ar condicionado hoje!' – Serena resmungou e ia saindo, indo para fora novamente, quando o pai falou, em seu tom grave e penetrante.

'-Você acha que eu não conheço nada sobre trouxas, Serena?' – perguntou, arqueando uma sobrancelha para ela – 'Não sou Arthur Weasley. Você pode não saber, mas vivi com trouxas por bastante tempo.'

Serena olhou-o curiosa, mas respondeu ácida: - 'Há mesmo muita coisa que eu não sei sobre você, professor. Ahn, Snape. Da próxima vez consulto um elfo doméstico daqui; eles certamente sabem mais do que eu.'

'-Não vamos discutir isso novamente, Serena' – ele disse, sério e firme.

Serena concordou com a cabeça e subiu um degrau, mordendo o lábio.

'-Vá, Elike.' – ele disse à elfa – 'Meu pai era um trouxa' – ele continuou, falando para o nada, mas certo de que Serena estava a ouvir, ela então virou-se e fitou o pai – 'E vivi onze anos sob o mesmo teto que ele. Onze míseros anos, se me permite dizer.'

'-Pensei que os trouxas não significassem muito para você, digo, para os anos que passou com eles serem classificados assim.' – foi a única coisa que ela comentou.

'-Não foram míseros devido aos trouxas, Serena' – Snape disse, sério – 'Tobias Snape era um carrasco.'

Serena não respondeu. Apenas fitou-o.

'-Minha mãe era bruxa, Eileen, uma bruxa de uma família muito importante, mas teve a demência de se casar com um completo bastardo.' – ele disse, os olhos mostrando um sentimento que a garota não conseguia identificar – 'Mas a vida é tão irônica algumas vezes que fez o mesmo acontecer à Alexia.' – ele riu assustadoramente com o próprio humor negro.

'-Estou certa de que você não é como seu pai.' – ela retorquiu prontamente.

'-Nada de bom poderia ter vindo dele e nada de bom poderia vir de mim.' – ele bradou, e a raiva era direcionada ao seu passado, não à Serena – 'Exceto você.' – ele completou, num tom baixo.

Serena engoliu em seco e fitou-o intensamente.

'-Eu acredito em você' – a garota desarmou todas as defesas dele – ', assim como Alexia acreditava. Você não é um bastardo.'

'-Serena, você não sabe as coisas que eu fiz...' – ele começou, rosnando baixo – 'E você deveria me odiar! Eu te deixei naquele lugar... Urgh, porque eu era um bastardo medroso. E agora você está aqui, correndo perigo de novo!' – ele bradou, com raiva, finalizando com um soco na antiga mesa de mogno da sala de jantar.

'-Eu achei mesmo que te odiava, quando descobri tudo.' – ela começou, fitando o lugar na mesa que recebera a fúria de Snape – 'Mas eu nunca te odiei de verdade, Snape. Nem quando eu queria. Porque eu entendi o que você fez, e acho que foi preciso muito mais coragem para me deixar lá do que para ficar comigo.'- ela falou, calmamente, e Severo quase pensou que fosse Alexia. Sua filha, porém, mantinha a sobrancelha arqueada e aquele ar de sempre certa.

'-Você não entende, Serena?' – ele disse, mais calmo desta vez – 'Eu sou um filho da puta egoísta. Eu quis ter vocês duas. Talvez por querer muito mais do que eu merecia o destino tenha me tirado tudo.' – ele disse, apoiando a cabeça nas mãos – 'Tudo o que me sobrou foram posses e dinheiro, e só. Todo o resto foi com vocês. Agora eu quis ter você aqui, em casa, mesmo sabendo os riscos que você corre. Como você pode dizer que eu não sou um bastardo?' – ele urrou, na ira das próprias escolhas.

'-Eu não me importo, Snape, não me importo se corro mais perigo aqui do que no orfanato.'

'-Isso não é verd...'

'-Deixe-me falar' – ela cortou-o – 'Eu não me importo porque eu passei a vida toda sonhando com uma família que eu sabia que não podia ter. E passei a vida toda achando que na verdade eu era uma menina má e não merecia.' – ela suspirou – 'Depois eu passei a não admitir nem para mim mesma que eu sentia falta de vocês; eu nem ao menos tinha os conhecido não é mesmo?' – ela inquiriu retoricamente, dando de ombros e deixando uma lágrima escapar, seguida de outras. Continuou mantendo a expressão séria, porém falar daquilo que guardara há tanto tempo era deveras difícil – 'Mas não é sobre merecer, Snape. Não se trata disso. Existem pessoas maravilhosas que mereciam coisas maravilhosas e não as tem. Tudo é como a vida quer.' – ela, mais uma vez deu de ombros, secando as lágrimas.

Severo não sabia o que dizer. Aquele argumento ele não podia retrucar.

'-Você não é egoísta. Não mesmo.' – ela fungou e tentou limpar as lágrimas novamente – 'Eu nunca serei mais grata a alguém como sou a você; a pior coisa neste mundo é não saber de onde veio, sabe?' – ela deu um sorrisinho fino e triste, as lágrimas molhando seus lábios cheios.

'-Me desculpe, Serena, me desculpe...' – foi tudo que ele pôde dizer frente àquilo.

'-Só me conte... Como era Eileen?' – perguntou, limpando finalmente as lágrimas com curiosidade pela família do pai.

~"~

Draco Malfoy e Blaise Zabini bateram à porta da Mansão Prince numa quarta-feira ensolarada, acompanhados por uma elfa envergonhada.

'-Malfoy? Zabini?' – Serena atendeu – 'O que raios vocês fazem aqui?'

'-Merlin!' – exclamou o moreno. Seus olhos azuis brilharam com a surpresa – 'Quem diria que o morcegão de Hogwarts vivia aqui?'

'-Elike elfa má. Elike não obedeceu ao senhor Snape. Elike deixou estranhos entrarem. Elike elfa muito má. Senhor Loiro convenceu Elike.' – ela se jogou no chão e se debateu, batendo depois a cabeça na parede.

'-Elike pare com isso' – Serena disse, puxando tentando puxar a elfa que se debatia e se machucava. Quando as tentativas foram falhas, puxou-a pela orelha mesmo, fazendo-a ficar de pé.

'-Não,menina Snape! Elike elfa má.Elike merece ser punida.'

'-Não há problema, eu conheço os dois; só não deixe meu pai saber disso. Prepare um lanche para nós ao invés disso, Elike.' – ela suspirou e olhou para os dois visitantes. Draco alheio ao esplendor da Mansão e Blaise encantado – 'Chá? Café? Suco? O que vão beber, rapazes?' – ela perguntou, contrariada.

'-Não tem firewhisky por aqui?' – Zabini perguntou, sorrindo maroto.

'-Meu Merlin! Não são nem duas horas da tarde!' – exclamou, atônita –'Podemos beber um vinho depois, se vocês realmente estiverem a fim de álcool.' – ela revirou os olhos.

'-Chá está ótimo' – Draco disse à elfa e Blaise ameaçou reclamar – 'Para os dois'

'-Para mim também, Elike. Com gelo, por favor.'

Assim que a pequena elfa saiu, Serena virou-se novamente para os dois, as mãos na cintura.

'-Agora... Qual dos dois me dirá o que exatamente vocês estão fazendo aqui?'

'-Draquinho e eu pensamos... Está um lindo dia de verão não é mesmo? Então que tal visitar nossa formidável amiga sonserina?' – ele sorriu amarelo.

'-Bela explicação, .' – uma voz grave ecoou através do hall, atrás do rapaz.

'-Sr. Zabini... Parece que estão falando com meu pai!' – ele resmungou, distraído, sem ver à quem pertencia a voz.

Quando Severo apareceu, Blaise gelou até o âmago.

'-Prof... Professor Snape?' – ele perguntou, de olhos arregalados.

'-Quem você esperava em minha casa? Berta mãos de Merlin?' – ele bufou, quase rindo de deboche do rapaz – 'E você, Draco, como vai? Faz tempo que você não aparece por aqui.' – disse cordialmente para o afilhado, apertando-lhe as mãos.

'-Vou bem, tio Severo. Perdoe-nos por vir sem avisar.' – ele disse, polido.

'-É bom rever você. Algum problema?' – perguntou, franzindo o cenho.

'-Não, não, tio... Apenas pensamos em vir para cá. Há tão poucos lugares que se pode visitar hoje em dia no mundo bruxo.' – ele sorriu fino.

'-Vou deixar vocês, jovens, sozinhos. Bem vindo, Zabini.' – Snape debochou, mas o garoto ainda estava mais branco que as barbas de Dumbledore – 'Pedirei para providenciarem um lanche para vocês.'

'-Eu já fiz isso.' – Serena falou pela primeira vez na presença do pai.

Ele concordou e deu um meio abraço gentil na garota, o rosto totalmente Sereno – 'Ótimo, filha.'

Snape saiu e adentrou uma porta camuflada sob a escada que levava ao seu escritório.

'-Wow, ele é mesmo seu pai.' – Blaise disse, boquiaberto com a cena – 'Digo, ele é o Prof, Snape, ele nunca faria isso... Céus!'

'-Até eu duvido de vez em quando, Blaise, até eu...' – Draco disse, balançando a cabeça inconformado – 'Se não fosse essa língua ácida.'

'-Como se você não gostasse...' – Serena disse, arqueando uma sobrancelha.

Os três saíram para o exterior da propriedade. Serena então perguntou,desconfiada:

'-Agora... De verdade. O que vocês vieram fazer aqui, por Merlin?'

Nenhum respondeu por alguns instantes. Até que Blaise resolveu falar.

'-Tinha alguém que queria te ver, Snape querida.' – o moreno disse atrevido, lançando um olhar acusador para o loiro – 'Saudades'

Serena pareceu surpresa pelo semblante que seu rosto adquiriu, logo, porém, retornando à passividade.

Arqueou uma sobrancelha inquisitiva para Draco, que apenas deu de ombros, murmurando coisas inteligíveis.

'-Aquilo não é o que eu estou pensando, é?' – Blaise franziu os olhos para enxergar.

'-Do que você está falando?' – Serena respondeu – 'Do campo de quadribol?'

'-Não, eu simplesmente não posso acreditar que Prof. Snape tem um campo de quadribol no quintal da mansão dele! Não Snape!' – ele disse, embasbacado.

'-Nós podíamos jogar... Ou só voar um pouco.' – sugeriu Serena, dando de ombros.

'-Eu já disse o quanto eu te adoro, Snape?' – Blaise disse, passando o braço pelo ombro de Serena.

'-Ela gosta de coisa melhor, Zabini.' – Draco falou, sorrindo fino.

'-Você vai mesmo me trair com esse loiro aguado?' – Zabini perguntou, teatralmente.

'-Não, querido, claro que não.' – Serena mostrou a língua para Draco e sorriu.

Chegaram ao campo de quadribol num clima amigável totalmente descontraídos.

'-Vocês tem vassouras reservas por aqui?' – Blaise perguntou.

Serena franziu o cenho, pensativa.

'-Ali' – Draco disse, apontando para uma casinha escondida ao pé das arquibancadas simples e não muito altas – 'As vassouras ficam guardadas ali.'

Serena e Blaise seguiram o loiro e encontraram diversas vassouras cuidadosamente guardadas no local. A de Serena tinha um lugar especial. Todas as outras vassouras estavam penduradas verticalmente numa mesma parede, em fileiras e várias na mesma fileira.

Na parede contrária havia apenas duas, cuidadosamente colocadas em um suporte na horizontal. A vassoura que repousava embaixo da de Serena era de um marrom lustrado bonito, com os detalhes em dourado e as cerdas ainda alinhadas.

Elas contrastavam na parede, uma marrom e dourada e outra preta e prata, mas formavam um bonito par. Serena inclinou-se um pouco para ver melhor a vassoura e viu que no lugar do nome e modelo da vassoura, estava um nome: Alexia S. Snape.

'-Alexandra Spring Snape.' – Serena falou, não percebendo que tinha dito em voz alta.

Era tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar ver o sobrenome Snape ser admitido à Alexia. Agora eles eram uma família. Severo Snape, Serena Snape e Alexandra Snape. Nem Serena imaginava que mudar o sobrenome de Alexia em sua concepção faria tanta diferença.

Alexia Snape, sua mãe.

'-Spring?' – foi Draco quem perguntou no meio do silencio que se instalou.

'-Era o sobrenome da minha mãe.' – ela deu de ombros.

'-Os Spring são conhecidos, Serena. Até demais na verdade.' – ele comentou – 'Você nunca disse que sua mãe era uma Spring.'

'-E o que você conhece dessa família, por acaso?'

'-Meu pai também é do ramo dos negócios, Serena. E não há nada mais tradicional que a família Spring' – Draco continuou – 'Pena que não tenha sobrado muito deles.'

'-Ei, a mãe de Eliza vem da família Spring.' – Blaise disse, distraidamente.

'-O nome dela não é Duncan?' – Draco perguntou, franzindo o nariz.

'-A avó de Eliza é a última Spring viva. E acho que ela nem é mais Spring 'pra valer.'

'-A avó dela é a única irmã Spring que sobrou.' – Serena comentou, sem perceber o que dizia.

'-Sua mãe era mesmo uma Spring, Serena?' – Blaise perguntou, alarmado, entendendo realmente o que aquilo significava.

'-Era. Uma das três irmãs.'

'-Então você e a Duncan são...' – Draco começou a conclusão, cerrando os olhos.

'-Primas. De segundo grau.' – ela disse, deixando os garotos mais confusos.

'-Oh, Merlin!' – ele exclamou – 'Você deveria realmente ter contado à ela.' – Blaise olhou de esguelha para a garota.

'-Pensei que ela não fosse mais assunto seu, Blaise.' – Serena ergueu uma sobrancelha, desafiadora.

'-E não é. Me preocupo com você, Snape querida. Blaise Zabini está livre e pega quantas garotas quiser, está melhor do que nunca!' – ele bradou, não convencendo os amigos – 'Ela te contou?'

'-Contou, Blaise. E também está muitíssimo bem, pelo que ela falou. Chega de sonserinos capengas, foi o que ela disse.' – Serena mentiu, dando um sorrisinho.

Zabini ficou furioso e saiu da casinha gritando aos quatro ventos o quão bem ele estava. Até que Severo Snape saiu na varanda e perguntou o que estava acontecendo ali. Mais uma vez, ele gelou de medo.

Draco e Serena riram como nunca do amigo traumatizado pelo professor de Poções, e o loiro jogou uma vassoura para Blaise, que pegou sem hesitar. Subiram nas vassouras e jogaram quadribol por um bom tempo.

Eles não sabiam bem como, mas os três acabaram na piscina, jogando água um no outro. Kyle trouxe o lanche que os elfos prepararam, que mais parecia um banquete, e deixou em uma mesa de vidro próxima à piscina.

Serena, com a roupa completamente molhada, pegou sua varinha que repousava sobre a espreguiçadeira e transfigurou a blusa em um biquíni.

'-Voilà.' – Blaise exclamou, surpreso, apontando para Serena e arqueando uma sobrancelha, malicioso.

'-Tire os olhos, Zabini.' – Draco rosnou.

Serena riu e voltou a nadar, deixando os sonserinos para trás.

'-Ela é realmente linda.' – Zabini disse, estupefato – 'Não sei como pode ser filha do Snape.' – ele acenou negativamente, rindo.

'-E é minha, Zabini. Pode tirar o hipogrifo da chuva.' – Draco resmungou e Blaise deu tapinhas nas costas dele.

'-Não me atrevo a mexer com Serena Snape, seu trasgo albino. Você é o único que não tem amor à vida aqui.'

Pouco depois deixaram a piscina e sentaram-se no deque para lanchar. Blaise olhou feio para o chá gelado, mas tomou-o.

Mais tarde, secos desta vez, uniram-se para um vinho da adega especial de Snape – não que ele soubesse – e apreciaram-no sentados na varanda do andar térreo, que dava vista para os fundos da propriedade.

'-Ao verão.' – Blaise disse, erguendo sua taça.

'-À sorte.' – Serena disse, pensando na guerra e Draco silenciosamente concordou com ela.

Nisso, uma pancada de chuva caiu repentinamente como era costumeiro.

~"~

'-Pai, nós nos vemos na escola.' – Serena disse, quando aparataram em Londres – 'O ano já vai ser complicado demais, não se arrisque por isso.' – ela censurou.

'-Eu vou lhe levar até a estação. É o que pais normais fariam.'

'-Nós não somos normais, pai. E agora além de ser o Comensal mais procurado do mundo bruxo você também é o novo Diretor.' – Serena disse, ajuizada – 'Fique aqui e cause menos problemas e riscos para você, pai.' – ela sorriu e acenou.

'-Tome cuidado. E não se meta em encrencas.' – foi a única coisa que ele disse e viu Serena entrar em King's Cross.

~"~

Eliza e Serena viajaram em um vagão diferente de Malfoy e Zabini, longe do usual. Chegaram em Hogwarts e depararam-se com Comensais e o corpo docente misturados. O lugar do diretor ainda não estava ocupado, e todos se acomodaram silenciosamente.

Com a pior carranca que todos já haviam visto, e as vestes pretas costumeiras esvoaçando, Severo Snape entrou e se postou no lugar de Dumbledore.

Todos se olharam e a mesa sonserina explodiu em 'vivas' e aplausos.

O discurso de Snape foi breve e se tratava apenas de como as coisas mudariam e de que nada seria fácil dali em diante. A fala do agora diretor calou dos os estudantes, até os entusiasmados sonserinos.

Serena empalideceu frente às afirmações, juntamente com os outros.

Elizabeth se arrepiou com um calafrio que subiu-lhe a espinha enquanto Snape falava. Dois Comensais ao lado dele, Aleto e Amico Carrow, como anunciado.

Os irmãos Carrow agora eram, respectivamente, professora de Estudo dos Trouxas e professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Seguindo para os dormitórios, abalados e quietos, os estudantes deixaram pouco a pouco o Salão Principal.

Eliza contava à Serena o quão ruim a separação dela e Blaise fora e o quão galinha ele era. Serena apenas consolou-a e disse-lhe para partir para outra.

~"~

Agosto e Setembro passaram rapidamente, e Blaise não deixava garoto algum chegar perto de Eliza, apesar de tudo. Não que a garota soubesse que ele o fazia. Serena debochava do amigo, juntamente com Draco.

O loiro e Serena viam-se sempre, longe da vista de qualquer um, é claro, agindo como um casal às escuras.

A festa de Halloween estava próxima e aconteceria como todos os anos. Depois de Serena muito implorar para o pai, Snape concordou em deixar esta tradição intacta. Draco, naquele mês, vinha agindo de forma incrivelmente estranha com Serena e ela se perguntava o que raios estava acontecendo com aquele loiro bipolar.

Eliza estava exultante com a festa, como sempre ficava. Simas Finnigan a convidara e ela estava plenamente feliz. Decidira as próprias vestes e as de Serena, que continuava sem se importar.

'-Você vai com alguém?' – Eliza perguntou, repentinamente.

'-Não, não tenho ninguém em vista. Vou aproveitar a festa sozinha.' – Serena sorriu, maliciosa. Mentiu para Eliza; Draco garantira, quando Snape anunciou a festa, que não a deixaria solta por aí.

~"~

'-Puta merda, Draco!' – Blaise urrou quando o loiro contou que Simas Finnigan acompanharia Eliza na festa.

'-Você é um tremendo idiota, Blaise.' – Draco acomodou o corpo esguio em sua cama do dormitório – 'Foi você quem terminou com ela e a deixou chorando por aí. Era certo que algum grifinório estúpido iria limpar suas lágrimas.'

'-Argh, Draco, argh!' – ele deu um soco no criado mudo, quebrando a madeira.

'-Trasgo.' – Malfoy repreendeu, pegando a varinha – 'Reparo.'

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Na festa de Halloween todos os alunos se concentravam, tentando afastar da lembrança o inferno que se tornara Hogwarts. Era um momento para festejar.

Serena estava deslumbrante; fora cuidadosamente arrumada por Elizabeth, e ostentava um sorriso raro. Até mesmo Snape encontrara com ela nas masmorras vazias e elogiara-a, orgulhoso.

Eliza adentrara o Salão Principal de braços dados com um Finnigan sorridente. Ela parecia uma fada, usando um vestido lilás e os cabelos lisos e loiros agora cuidadosamente arrumados em cachos largos.

Draco engasgou quando viu a loira, e Blaise deixou o salão resmungando que de repente teve uma dor de barriga.

Serena encontrou-se com o loiro um tempo depois. Malfoy continuava a agir de forma estranha com ela, mas dançaram uma música juntos. Até Eliza a chamar.

Elizabeth contou sobre a Armada de Dumbledore, que estava se reconstituindo. Estar com Finnigan era ter direito a informação privilegiada. A loira explicou tudo que sabia sobre o tal grupo e Serena ficou felicíssima, não que demonstrasse.

Tomaram um pouco de ponche juntas e separaram-se novamente quando Simas apareceu.

À procura de Draco, Serena seguiu para os jardins, onde havia uma concentração razoável de estudantes devido à temperatura amena – nem frio, nem quente.

Ela empurrou algumas pessoas que dançavam animadas demais e franziu o nariz para os casais que se amassavam nas paredes exteriores do castelo.

Seguiu até que a parede acabasse e viu um cabelo platinado reluzindo sob a luz da lua cheia, recostado na quina da parede.

'-Draco?' – Serena chamou, tocando-lhe o ombro.

O garoto virou-se e ela pôde ver Pansy Parkinson com os lábios inchados fitando-a e arrumando o vestido.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Estão querendo me matar? hahaha. Por favor, me digam o que estão achando, gurias...



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