Digimon Beta - E as Cartas Acessórias escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 43
Etemonlândia




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Bárbara permanecia sentada sobre a cama, enquanto ouvia os berros da discussão entre Murilo e João. Carlos e Verônica tentavam conter os ânimos dos garotos que, por pouco, não chegaram as vias de fato.

— Olha aqui, seu desgraçado! – Prossegue João com o dedo em riste. - Não admito que fale com tanto desdém sobre a morte de Levi. Ele foi peça fundamental na nossa sobrevivência.

— “Peça”? Pelo visto Levi só foi isso mesmo!

Novamente o garoto de barba cerrada tenta avançar no colega quando é novamente contido pela Verônica e pelo Carlos.

— Gente, por favor! – Pede a garota de longos cabelos cacheados com a voz embargada. Fanbeemon voa até o seu colo.

Os demais digimons ficaram assustados com repentina discussão dos domadores.

— Levi morreu tentando salvar o nosso mundo e o mundo dos digimons. – Prossegue João. - Ele sabia que somente os Domadores Beta poderiam derrotar os ditadores. A primeira pessoa que nos ajudou naquele lugar, dentre todos, foi ele. Ele nos orientou em tudo. Disse sobre os ditadores e disse que existiam outros domadores como a gente. Ele quem descobriu tudo: Onde estava Culumon; Quem eram os demais ditadores; Onde eles se escondiam. Levi nos impediu de morrer. Ele serviu de isca para nos livrar da morte.

 

— FUJAM LOGO, DROGA! Só vocês podem destruir esses ditadores! Se ficarem aqui do jeito que estão, serão destruídos.

— Você vem com a gente! – Diz João se aproximando e ajudando o seu primo a pegar o domador contra a sua vontade.

— TAOMON!

O grito de Levi faz com que sua digimon utilizasse de sua magia para afastar João e Davi do seu domador. A digimon envolve-os junto com os demais domadores e digimons em uma esfera de energia que levitava a trinta centímetros do chão.

Davi se desespera e começa a socar o escudo, tentando rompê-lo.

— Pare com isso! Deixe a gente sair daqui.

João também faz o mesmo e passa a socar e chutar a barreira de energia.

— Isso é perigoso demais! Você precisa vir com a gente.

Verônica e Lúcia começam a chorar.

— Levi, isso é suicídio! – Grita Carlos, nervoso.

— Não os enfrente sozinho, cara! – Pontua Rafael.

Os três ditadores sorriem com o desespero dos Domadores Beta.

O domador negro se vira na direção da esfera de energia, que estava mais atrás dele e da sua digimon. Com lágrimas rolando pela face e voz embargada diz:

— A vida é feita de escolhas! A minha foi fazer com que vocês consigam mais experiência e possam evoluir seus digimons ao nível Extremo. Minha função como domador está sendo cumprida agora. Espero que vocês consigam cumprir a função que lhes foi designada. Destruam os ditadores e salvem os dois mundos.

— Não vou deixar que fujam! – Brada Beelzebumon sacando suas espingardas e apontando-as na direção dos domadores. - Todos vocês terão o mesmo fim!

Os três ditadores avançam a direção dos domadores.

— AGORA TAOMON! – Grita Levi expondo uma determinação irracional que poderia lhe custar a vida.

Taomon faz um movimento com as patas, como se empurrasse algo, e lança a esfera de energia com os Domadores Beta a uma grande velocidade para longe do local.

— LEVI! – Grita o líder dos domadores num misto de desespero e culpa.

— Força das Trevas.

— Feitiço Final. – Piedmon une as mãos com os indicadores esticados, como se segurasse uma arma, e dispara uma rajada de energia incolor.

— Impacto Duplo. – Beelzebumon dispara um tiro de cada uma das suas armas.

Taomon se põe em posição de defesa.

João, Davi e os demais domadores estavam transtornados com a atitude suicida tomada pelo garoto negro e sua digimon raposa quando ouvem e sentem o grande impacto causado pela explosão das técnicas dos ditadores. Instantaneamente o escudo esférico que transportavam os domadores e seus digimons se dissolve no ar e o grupo cai, rolando no chão por alguns metros, numa pequena cidade com arquitetura do velho oeste americano.

 

Murilo ouve toda a história contada pelo João sem dizer absolutamente nada. Bárbara também ouvia a tudo, calada. Era a primeira vez que ambos ouviam essa história com tanta riqueza de detalhes.

Um grande silêncio paira no ar. Ninguém ousava dizer absolutamente nada.

Murilo olha no seu relógio.

— Doze para as três. – Diz o garoto magro de cabelos negros tentando retomar a conversa que os levaram até ali. - Vamos salvar Flávia enquanto é tempo!

Carlos toma o controle da situação e começa a traçar um plano para resgatar a amiga. Lunamon também participa. Durante toda a conversa, Murilo e João evitavam troca de olhares.

 

Blaze também estava reunido, nesse exato momento, com os seus aliados. Estavam no Mundo Digital. Planície Xadrez. Lugar palco da luta entre Anjos e Demônios há seis meses. Bento estava com eles.

— Eles estão recebendo ajuda de algum ser maligno! – Afirma o garoto magro e alto.

— Por que diz isso, Júnior?

— Será que não percebe? Quando Mugendramon apareceu no Continente Perdido ele não impediu a fuga deles.

— Fora essas cartas que eles ganharam com novas evoluções e poderes. – Pontua Lucas, domador da Lalamon.

— Você quer dizer que eles se aliaram a algum inimigo? - Alex começa a rir.

— Qual é a graça?

— Nada! - Alex se cala.

— Mugendramon destruiu Caio sem o menor pudor. – Júnior prossegue. - Caio estava batalhando tanto quanto a gente. Se não fosse ele, seria qualquer um de nós.

— Por sorte Guilmon conseguiu atingir a Extremidade. E eu e ele estamos mais unidos do que nunca.

— Pensei que somente os Betas conseguissem. – Interfere o garoto

— Eles estão jogando pesado. Mataram o Caio.

— De novo? – Pontua o garoto de olhos rasgados com desdém. - Isso é comum por aqui.

— Comum porque não foi um amigo teu! - Júnior grita a centímetros do rosto do Alex.

Kau, Lucas e Leon ficam atônitos com a reação do colega. Blaze e Fernanda veem tudo com naturalidade. Alex continua a olhá-lo sem demonstrar nenhuma reação.

Júnior se afasta.

— Tive um amigo que teve sua digimon morta por um dos ditadores. – Inicia o domador de Leomon após alguns segundos de silêncio. – Tanto ele, quanto outro amigo meu, estão desaparecido. Por isso que eu to lutando ao lado de vocês. Quero saber o que aconteceu com eles. Eles não apareceram no torneio. E se o João está por trás disso, ele tem que pagar.

Sem que ninguém os ouvisse, Blaze comenta com Fernanda.

— Filho da mãe. Se não o conhecesse diria que é tudo verdade.

— Em parte é!

— Mas ele não quer acabar com João por causa dos “amiguinhos desaparecidos”.

— Ah, isso com certeza!

 

Flávia acorda e se depara com um local totalmente escuro. Somente uma lâmpada a iluminava do teto. A domadora tenta ficar de pé e não consegue. Flávia estava suja, rasgada e despenteada. Feridas sangravam. Suas costas doíam. Sua cabeça latejava. Ela sente um gosto estranho na boca e instintivamente cospe. Uma marca de sangue no piso branco a assusta. Ela ouve passos, cada vez mais próximo. Uma porta se abre onde antes só era escuridão, inundando de luz a pequena sala. Alguém entra no recinto. A porta se fecha e novamente a escuridão invade a sala. As demais luzes da sala se acendem, revelando o Etemon com a mão no interruptor. O pequeno lugar é todo branco, semelhante a uma solitária. Não havia janela. Uma cama estava encostada na parede. Um lençol pendia da cama, indo em direção à Flávia, dando a entender que ela se rastejara até ali. O digimon gorila trazia consigo uma bandeja com frutas, pães e sucos.

— O que está fazendo no chão?

Etemon a segura somente com a mão direita e, sem fazer muita força, a coloca na cama.

— Você está quente como Meramon.

A garota loira nada respondia. Nunca sentira tanta dor assim na perna direita. Com certeza havia fraturado algum osso quando caiu da pilha de cadeiras. Queda essa provocada pelo Etemon quando lançou Lunamon contra o amontoado. Etemon senta-se na cama e põe a bandeja sobre o colo.

— Trouxe comida. Quero que se alimente bem e quando estiver melhor, cante pra mim!

Etemon leva um pedaço de pão até a boca de Flávia. Ela rejeita através de gemidos. O digimon tenta, agora, uma maçã, e novamente Flávia rejeita. Etemon insiste e fazê-la comer uma banana. Flávia rejeita. O gorila perde o controle e, furioso, lança a bandeja contra a parede.

— Você morrerá se não comer nada, humana. Estou sendo legal contigo. Só quero que, em troca, cante pra mim.

Etemon, que havia se levantado, novamente senta na cama.

Lágrimas rolavam pela face de Flávia, que estava assustada.

— Cante para mim. Cante baixinho.

Flávia permanece em silêncio.

— Cante humana. Prometo não lhe fazer mal.

Flávia continuava calada e cada vez mais chorava. Etemon se irrita.

— Você vai morrer aqui, sozinha. Nunca mais verá seus amigos.

Etemon apaga a luz da solitária e fecha a porta.

O local volta a ser como no início.

 

— Não consigo rastreá-la.

Verônica e os demais domadores tentavam localizar a domadora de Lunamon através do digivice. Já haviam mandado mensagens de texto e não obtiveram resposta. Eles caminhavam pela Etemonlândia. Estavam exatamente em frente ao prédio onde Etemon a havia sequestrado.

— Ontem tive que ligar pra mãe de Fafá pra dizer que ela iria dormir lá em casa. – Prossegue a garota magra de cabelos volumosos. - Por sorte não desconfiou e nem pediu pra falar com ela.

O digivice amarelo começa a emitir um sinal sonoro já conhecido pelos veteranos. Em sua tela surge um triângulo vermelho, que passa a indicar um sentindo a ser seguido, assim como uma bússola. O sinal que sempre avisava da presença de digimons no Mundo Real, agora indicava a presença de uma nova carta.

— Pessoal, uma carta! Vocês podem ir seguindo sem mim. Depois nos encontramos.

— É melhor ficarmos juntos. – Avisa Carlos com Terriermon sobre o ombro.

— Precisamos das cartas! Eu não vou sozinha. To com Plotmon.

— Se cuida, então. – Diz Murilo, sorrindo. - Qualquer problema só nos procurar.

— Beleza!

— Toma, Verônica. - João lança duas cartas para moça. - Você pode precisar.

— Obrigada.

Verônica segue correndo com Plotmon. O digivice a guiava para fora da cidade.

Carlos, Murilo, Bárbara e João continuam com a busca.

Etemonlândia estava mais tranquila do que de costume. Seu nobre morador que se auto intitulava prefeito, ainda não havia aparecido, fato esse que intrigava os garotos.

Repentinamente o digivice de Carlos reage. O aparelho de cor azul indica a localização do digivice de Flávia.

— Por aqui!

Todos os demais passam a seguir o garoto magro de cabelos desgrenhados e óculos de grau, que corria. Terriermon seguia ao seu lado. Bárbara seguia correndo com o apoio de Murilo. Mais à frente o grupo vira a direita e segue reto. Passam em frente a praças e grandes lojas. Viram a direita novamente. Os domadores e os digimons já ofegavam. Fazia um sol escaldante naquela tarde. A cidade estava completamente deserta. Os digimons que ali moravam, possivelmente haviam fugidos com medo de Etemon. Os humanos e seus parceiros digimons continuam seguindo a direção indicada pelo aparelho, porém caminhando. Viram a esquerda. Três quadras depois, outra esquerda. Passam em frente a um hospital muito antigo. Havia rachaduras e a pintura da fachada estava descascada. O lugar estava abandonado há muito tempo.

— Vamos descansar um pouco. – Propõe a garota de cabelos cacheados.

João olha ao redor e avista densas árvores em uma praça próxima de onde estavam. Os domadores se aproximam para se abrigarem do sol.

Terriermon tenta se refrescar usando suas enormes orelhas como abanador.

— Para onde Etemon a levou?

— Não faço a mínima ideia, Carlos. – Responde João. -  Já pensei em várias hipóteses, mas nada me animou.

Uma grande explosão acontece na velha construção que um dia fora um hospital, desmoronando parte da fachada e assustando os garotos e seus digimons, Ainda em meio a poeira gerada pela explosão, surge o digimon gorila de pelagem alaranjada, barriga branca e que usa óculos de sol, montado em sua moto.

O digimon para em frente ao quarteto, fazendo com que seus digimons avançassem a sua frente, pondo-se em total atenção.

— Vocês não desistem!

— Devolva Flávia. – Ordena Murilo.

— A humana será minha refém por tempo indeterminado. Vim aqui para fazê-los pagar pela morte de Evilmon.

Etemon, que até então demonstrava calma, é tomado pelo ódio.

— Rede Negra.

O digimon lança quatro “Redes Negra” na direção dos humanos.

Murilo, Bárbara, Carlos e João bradam quase que ao mesmo tempo:

— Evolução de Dados, já!

Yashamon, Digmon, Meramon e Shurimon são atingidos pelas técnicas e explodem. O impacto da explosão lança seus domadores ao chão.

— Vou fazê-los sofrer até se arrependerem de ter destruído Evilmon. Show Esmagador.

Etemon saca seu microfone e sua guitarra. Um tripé brota do chão, assim como duas enormes caixas de som, uma de cada lado. Etemon começa a cantar:

— “As duas faces são uma só, logo você entenderá. Breve, breve sua casa pelo avesso ficará.” - Os digimons lentamente se enfraquecem. - “Os humanos vão morrer e ninguém evitará. Tudo de mal vai acontecer, se mal com bem não se juntar.” - Yashamon regride e volta a ser Patamon. - “Além das muralhas alguém influirá. O poderoso guerreiro, a grande rocha padecerá.” - Meramon não consegue resistir e também regride.

O som estava muito alto e podia ser escutado a quilômetros.

— “Os humanos vão morrer e ninguém evitará. Tudo de mal vai acontecer, se mal com bem não se juntar.”

Vidraças dos prédios ao redor da praça explodem por conta da tamanha vibração emitida pelas caixas de som.

Shurimon e Digmon se debatiam no chão, tentando resistir.

— “Os humanos vão morrer e ninguém evitará. Tudo de mal vai acontecer, se mal com bem não se juntar.”

Digmon e Shurimon regridem.

Etemon para de cantar.

— O que aconteceu? Não gostaram da minha música?

— Desgraçado! – Brada Murilo. - Diga logo onde está Flávia.

— Você não manda em mim!

— Precisa de uma mãozinha, João?

A voz com sotaque sulista atrai a atenção de João, que logo percebe a presença de Alex, acompanhado de Fernanda, Lucas e Leon.

O digimon Perfeito se irrita ao ver mais humanos na cidade.

— Não quero humanos na minha cidade! Rede Negra.

— Evolução, Leomon. – Brada o garoto erguendo seu digivice acima da cabeça, fazendo com que seu Leomon evolua para Grappleomon.

— Onda de Leões.

O digimon leão humanoide, que veste macacão preto, golpeia a técnica de Etemon e uma grande explosão acontece. Ambos, então, começam um intenso combate corporal. Os digimons trocavam socos e chutes. O digimon gorila consegue golpear Grappleomon com um soco de direita e o lança contra um prédio, que desmorona.

Lalamon evolui e avança na direção de Etemon. Sunflowmon tenta atingi-lo com seu “Luz Solar”. Etemon desvia com um salto para trás e lança uma “Rede Negra” na direção da digimon. Sunflowmon cai ferida. Grappleomon consegue sair dos escombros e volta a lutar com Etemon.

Por um momento, todos haviam esquecido da presença de João e dos seus amigos.

— Vamos aproveitar e dar no pé. – Diz Carlos sendo interrompido pelo seu digivice, que apita. – Droga!!!

— O que foi? – Pergunta Bárbara.

— Verônica acabou de me dizer que Blaze, Júnior e Kau estão lá. Ela precisa de alguém pra ajudar a pegar as cartas. Disse também que a carta Força Extrema não funcionou.

— Então eu vou. Patamon, consegue evoluir?

O pequeno hamster laranja evolui para Angemon e voa com seu domador.

Grandes explosões acontecem. João, Carlos e Bárbara se escondem atrás das árvores. Lunamon estava com eles. Etemon agora batalha contra Valvemon, Exveemon, Grappleomon e Sunflowmon. O digimon gorila não estava conseguindo resistir à batalha contra os quatro digimons, que seguiam lhe atacando sem lhe dar chance de contra-atacar. Após um ataque sincronizado, Etemon é lançado longe e, aproveitando-se da distância, novamente usa da sua técnica “Show Esmagador” e enfraquece os oponentes que se aproximavam, fazendo-os regredir.

Etemon bate, vitorioso, contra o próprio peito.

— Eu sou invencível! Pata de Macaco.

O gorila usa suas garras, que brilhavam, e lança três lâminas de energia, paralelamente e de cor branca, que avançam na direção dos domadores e dos digimons enfraquecidos. Eles conseguem fugir do ataque, se separando. Etemon se enfurece e passa a perseguir os domadores que acompanhavam Alex.

Repentinamente, uma gigantesca pedra avança na direção de Etemon, que por pouco não é atingido. O digimon disfere um soco e transforma a enorme pedra em pó. Fanbeemon havia evoluído e enviara a enorme rocha usando de seu poder de controlar o elemento terra.

— Vocês novamente! – Brada o digimon ao ver que Digimon, Meramon e Shurimon haviam retornado ao campo de batalha.

Etemon avança correndo.

Digmon abraça Bárbara e levanta voo. Shurimon fez o mesmo com João. Meramon voa graças ao acessório de Asas Híbridas. Carlos levava consigo Lunamon.

— Lutem como digimons!

Etemon pulava como se quisesse alcançar os digimons que já adquirira grande altura.

João se aproxima do grupo de Alex, enquanto Digmon e Meramon distraiam Etemon com rasantes.

Shurimon pousa e a enorme lâmina presa a suas costas para de girar.

— Se quisermos sair vivos daqui temos que nos unir. – Diz João aos demais.

— Isso nunca! – Brada o garoto de olhos rasgados, confiante.

— Alex, não vejo outra saída. – Interfere o garoto de profunda cicatriz no antebraço. - Etemon é muito poderoso.

— Você tem consciência do que está falando?

— Sinceramente, - Pontua João. - eu queria entender o que se passa na cabeça de vocês.

Fernanda observa a conversa sem falar absolutamente nada. Enquanto Digmon distraia o Etemon, que agora passara a lançar “Redes Negras” para abater os digimons voadores, Meramon se afastava, com Carlos e Lunamon, para ir em busca de Flávia.

— JOÃO! - Digmon grita e João percebe que Etemon corria na sua direção com duas “Redes Negras”, uma em cada mão, pronto para atacar.

— Shuriken. – O digimon ninja lança sua enorme lâmina na direção de Etemon e consegue atingi-lo. Etemon cai machucado. A lâmina retorna para o seu dono, que novamente a encaixa nas costas para poder voar. Shurimon levanta voo com João.

Leomon ataca Shurimon de forma traiçoeira e o derruba juntamente com o líder dos Domadores Beta.

— Eu não vou perder meu tempo contigo, Alex. Depois conversaremos. – João saca uma carta. - Adicionar Dados – Intangibilidade.

Shurimon se torna intangível e enrosca seus braços de mola no João. Shurimon voa e passa a atacar o gorila Perfeito com suas “Lâminas de Sombra”. Etemon tentava se defender atacando o rival, só que seus golpes não o atingiam. Veemon e Lalamon novamente evoluem e ajudam Shurimon. Digmon também ataca.

Na praça, surgem Murilo e Verônica. A garota havia utilizado o acessório do Teletransporte na Ranamon. Angemon fazia a cobertura logo atrás. Murilo e Verônica percebem que os domadores ainda batalhavam contra Etemon. Verônica nota a ausência de Carlos, mas logo se dá conta de que o domador estava à procura de Flávia. João percebe a presença de Murilo e Verônica e se aproxima. Shurimon deixa seu domador no chão e volta a atacar Etemon.

Aos poucos tornava-se evidente o sinal de cansaço nos digimons, inclusive Etemon.

João corre até os amigos.

— Blaze estava lá. – Diz a garota a João.

— Carlos me contou.

— Conseguimos mais duas cartas!

— Verônica mandou muito bem fazendo afrontando Blaze. Pra nossa sorte ele não estava com Dukemon.

— Murilo chegou na hora certa. Ele foi demais!

Murilo e Verônica se olham e trocam sorrisos, deixando João desconcertado.

— Quais são as cartas? – Prossegue o garoto de barba.

— “Lobo Lutador” e “Escudo”. – Diz o domador de Angemon.

Etemon novamente estava encurralado. O digimon não conseguia mais desviar das técnicas de Digmon, Shurimon, Exveemon e Sunflowmon. Os quatro digimons lançam suas técnicas ao mesmo tempo. Etemon aguarda uma maior aproximação e, num gesto de ousadia e habilidade, dá uma cambalhota de costas e se afasta ao máximo. As técnicas colidem no local onde antes ele se encontrava e explodem.

Etemon, assim como os digimons, estava ofegante.

— Gostam de voar, não é? Pois vou convidá-los a descer.

Novamente, Etemon pega seu microfone e as enormes caixas de som surgem do chão.

— “As duas faces são uma só, logo você entenderá. Breve, breve sua casa pelo avesso ficará. Os humanos vão morrer ninguém evitará. Tudo de mal vai acontecer, se mal com bem não se juntar.”

Os digimons começavam a sentir os efeitos da técnica, quando um enorme lampejo cruza o céu e direção ao Etemon. Uma explosão cinco vezes maior acontece. O chão estremece. As caixas de som o digimon são destruídas e ele é lançado a vinte metros do lugar de onde cantava.

Todos olham na direção de onde veio o ataque e se surpreendem ao verem Dukemon surgir no local de batalha.

 

Continua...


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