Sangue, sobrevivência e Supernatural escrita por Lorena B


Capítulo 10
Capítulo 10 - "Recebo uma visita inesperada...


Notas iniciais do capítulo

Em todos os sentidos." porque o maldito Nyah não deixa ter nomes de capítulos grandes. Ótimo.



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No dia seguinte, acordei com alguém me balançando freneticamente para um lado e para o outro. Acordei e levantei lentamente, coçando meus olhos que provavelmente ainda estavam vermelhos devido à noite passada. Noite passada... Balancei a cabeça de um lado para o outro, tentando afastar pensamentos ruins. Eu havia feito minha escolha, e não iria dar nenhum passo para trás. Mesmo que eu não tenha a mínima ideia de como salvá-los, eu teria que tentar salvar os dois. Não só porque ambos os garotos pelos quais eu sou apaixonada são dos grupos, mas também porque eu não poderia simplesmente abandonar dois clãs cheio de pessoas – ou criaturas – para que morressem e fossem extintos com o tempo. Quando finalmente minha visão se adequou ao local, percebi que quem me acordara foi Chrono. Ele parecia apreensivo, pois mordia o lábio inferior e balançava a perna esquerda nervosamente, como se estivesse esperando por algo ruim, mas eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Mesmo dentro do quarto, podia ouvir os pingos de chuva batendo no teto. Ainda estava meio sonolenta, então demorei um pouco para focar no Chrono e realmente entender o que ele falava.

– Melany, você tem que sair daqui. Agora. – Um certo tom de emergência instalara-se em sua voz. O mesmo tom que Ian usou quando se referiu ao ataque que teria dos... – Eles estão atacando. Vá para a floresta e encontrarei você depois lá. Acaiah irá tentar te alcançar depois. Rápido. – Não pode ser... Ele jogou um casaco preto para mim e eu o vesti imediatamente, agradecendo por ter dormido noite passada com roupas normais ao invés do pijama. Comecei a andar em direção a porta e, ao chegar perto da mesma, conseguia ouvir sons de guerra do outro lado. Respirei fundo e abri a porta, me deparando com um completo caos. Lobos maiores do que o habitual iam para lá e para cá, atacando outras pessoas no caminho, provavelmente intrusos. Intrusos... Quem eram eles? Um arrepio percorreu minha espinha. Será que ele estava falando sobre... Mais pensamentos foram interrompidos por um desconhecido, que me agarrou pelos ombros com uma expressão de ódio, sujo de sangue e com um sorriso diabólico. Ele emanava morte. Abriu a boca lentamente, para pronunciar apenas uma palavra quase como um sussurro...”Morra”. Pude sentir toda minha vontade de fugir indo embora, percebendo que ele não estava brincando. Ele levou ambas as mãos para meus ombros, enquanto eu permanecia parada. Apesar de estar usando o casaco, ele apertou meus ombros de um modo que eu pude sentir suas unhas cravarem na minha pele mesmo por debaixo do pano. Soltei um grito abafado e então os olhos deles tornaram-se perplexos. Sangue manchou sua blusa, até ele cair e revelar Vivian atrás dele, com uma faca pingando de sangue em mãos. Ela não disse nada, apenas acenou com a cabeça para Chrono, que estava atrás de mim. Não me virei para ver sua reação, apenas me pus a correr o mais rápido que eu podia em direção a floresta.

No meio do caminho, uma guerra em pequena escala acontecia. Os que não estavam lutando, estavam atentos, alguns em forma humana como Vivian e outros em forma lupina. Nossos “inimigos” eram rápidos, mas a força dos metamorfos era formidável. Continuei correndo em direção à floresta, finalmente alcançando o começo da floresta densa, deixando todo o barulho e sangue para trás. Comecei a me sentir enjoada e cansada depois do que parecia ser uma eternidade correndo pelas árvores. Corri até não aguentar mais. E quando não pude mais correr, andei. Quando minhas pernas não me obedeciam mais e meu corpo se recusava a prosseguir, rastejei. Precisava achar Acaiah, precisava sobreviver. Quando não pude mais rastejar, encostei-me num tronco de árvore grosso, olhando ao redor, tentando me manter atenta a qualquer som que indicasse perigo. Nada além de pingos de chuva e grilos, felizmente. “Eu preciso sobreviver, preciso voltar para Chrono e salvar todos”, era a única coisa que eu conseguia pensar. Não podia deixar tudo dar errado. Não dependia mais só de mim, dependia deles. Lembranças de antes vieram a minha mente. Os meus dias normais passados com Ian, no colégio nas nossas aulas normais de física com nossos professores normais. Porque tinha que ser eu? Porque tinha que ser logo a garota com um emaranhado de ideias na cabeça que não conseguia nem tomar uma decisão direito?

Minha respiração se regularizava aos poucos, mas meu coração continuava batendo como se eu não tivesse parado de correr a uns 10 minutos. Comecei a sentir uma ardência nas minhas mãos e fiz o maior esforço que pude para erguer uma delas até o meu campo de minha visão. Havia uma mistura de sangue, lama e pedaços de folha nela. Meu sangue? Sangue do vampiro? Sangue de Gaia? A essa altura, eu não sabia mais se estava delirando ou vendo a verdade. As árvores ao meu redor pareciam ficar cada vez mais perto, e conseguia sentir apenas os pingos de chuva no meu corpo. Talvez eu tenha sido mordida por algum mosquito tóxico ou algo do tipo. Ou talvez... Puxei meu casaco para baixo a fim de deixar meu ombro à mostra. Ele sangrava através de pequenas marcas de unha na minha pele. O vampiro havia me ferido de verdade, e toda essa sensação de formigamento pelo meu corpo estava me deixando louca. Seria possível que...? Não, não é possível.

Ouvi um ruído do lado direito, de onde eu havia vindo. Tentei rastejar ainda mais para longe do ruído, para continuar prosseguindo até nenhuma parte do meu corpo responder, mas no momento apenas o esforço de manter meus olhos abertos era demais para mim. Apenas pude ficar lá, olhando em volta como uma presa esperando para ser morta pelo predador. Algum tempo depois, saiu um homem por dentro das moitas. Não conseguia nem ao menos levantar a cabeça, então apenas conseguia visualizar sua camisa preta e calça jeans, com os pés descalços. Podia ser qualquer um. Ele parou em minha frente e se agachou, revelando seu rosto. Era Acaiah e pude perceber isso apenas pelos seus olhos azuis-piscina.

– Melany, você vai ficar bem. – Ele disse, mas de repente não era mais Acaiah e sim Chrono. Tentei falar algo, perguntar o que estava acontecendo, mas só consegui balbuciar palavras sem sentido e incompletas. – Mel, eu estou aqui... – E logo depois de falar, ele se transformou em Ian. Não podia ser verdade, aquilo era impossível. Era algum metamorfo tentando me enganar ou eu estava apenas delirando? Delirando... Definitivamente, eu estava delirando. Provavelmente nem havia ninguém na minha frente. E com esse pensando, o garoto em minha frente, seja lá quem ele fosse, sumiu num piscar de olhos. Delirando. Sozinha. Morrendo lentamente, sem ninguém. Para tentar amenizar a dor – tanto física quanto psicológica – eu fechei os olhos, sem saber se os abriria de novo.


[CHRONO]

Logo depois de mandar Melany para longe, procurei pelo maldito chefe do ataque. E eu já tinha a total certeza de quem ele era. Saí do quarto da Melany quase enjoando – aquele cheiro de vampiros por todos os lados me dava nojo. Por todos lado, eles atacavam nosso povo, porém não estavam levando nenhuma vantagem. Apesar de ser um ataque surpresa e não estarmos devidamente atentos, éramos tão fortes quanto eles, sem contar que sua maior arma era inútil. Sangue de metamorfo era mortal para vampiros, por isso eles não podiam nem pensar em sugar nosso sangue, os deixando apenas com a opção de usar facas para batalhar conosco. Alguns lutavam corpo a corpo, enquanto outros usavam facas – a maioria, vampiros. Pude visualizar uma ruiva ao longe, lutando também. Senti a raiva crescer por dentro de mim, quase tomando conta de meu corpo. Precisava me controlar, apesar de estar com uma puta vontade de chutar algumas bundas de Dráculas. Ouvi um uivo de longe, o sinal de Acaiah para mim para avisar que estava indo procurar Melany. Comecei a adiantar meu passo, indo em direção à garota de cabelos vermelhos, mas ela não era meu alvo. Ao lado dela, lá estava ele. Inebriado pelo poder, pelo sangue que o cercava. Criaturas amaldiçoadas e sedentas de sangue que não hesitaria nenhum segundo em matar os poucos humanos que circulavam por nosso vilarejo. Animais, não humanos. Respirei fundo e me joguei na frente dele, dando um soco com todo o gosto na face do sanguessuga. Ele cambaleou, surpreso pelo ataque e também por perceber de onde vinha o ataque. Perdi a ruiva de vista, mas isso não importava muito agora, pois quem eu queria estava bem na minha frente.

– Ora, ora, nos encontramos novamente, Bela Adormecida. – Disse, rindo da minha própria piada. Queria matá-lo ali mesmo, arrancar-lhe a cabeça e fincar uma estaca em seu coração, o único modo de matar definitivamente um vampiro ou, no caso dos mais fortes, pelo menos bani-lo daquele corpo por bastante tempo, mas sabia que não conseguiria fazê-lo tão facilmente. Apesar de desprezá-lo, não podia subestimar sua força. Teria que cansá-lo com uma luta corpo a corpo primeiro, então sacar a faca e acabar de vez com isso. Ele deu um sorriso cínico, cuspindo um pouco de sangue no chão. Então o soco foi forte, afinal.

– Vim apenas buscar o que é meu. – Ele respondeu, olhando para os lados provavelmente a procura de Melany. Eu nunca deixaria pertencer a ele. Mesmo que ela não fosse minha, nunca o deixaria tê-la. La douleur exquise 1, falei internamente. Rosnei involuntariamente, causando um sorriso irônico no rosto do sanguessuga. – Ops, parece que o vira lata ficou irritado. – E neste momento, avancei nele e formos ao chão numa confusão de socos, chutes e arranhões. Senti meus ombros pesarem, apesar de eu estar em vantagem e, portanto, em cima de Ian, desferindo quantos golpes eu pudesse dar. Nós dois rosnávamos e rolávamos pelo chão. Quando finalmente nos soltamos e conseguimos levantar, ele está quase que completamente coberto de terra molhada e pedaços de folha, com cortes pelo corpo todo e alguns hematomas roxos pelo rosto. Eu não deveria estar muito melhor. A garota ruiva aparecera ao lado dele, olhando espantada para nós dois. Não desviamos o olhar um do outro nem por um segundo sequer.

– Onde ela está? – Ela perguntou para Ian, que rosnava baixo para mim, com os caninos a mostra e eu fazia o mesmo, sentindo os pelos das minhas costas eriçarem. Ele não respondeu de imediato, então ela repetiu a pergunta, mais impaciente. Neste momento, ela deve estar bem longe daqui e eu teria uma boa vantagem para achá-la, já que a seguiria pelo olfato, enquanto eles não tem nada além do cheiro de sangue que pode estar vindo de qualquer animal. No momento, porém, eu só conseguia sentir vampiros e cheiro de terra molhada. Eu sabia que estava bastante machucado assim como meu oponente, mas a adrenalina do momento não me deixava sentir dor, portanto tinha que aproveitar isso ao máximo. Pouco a pouco, a água da chuva nos limpava, revelando cada vez mais hematomas e cortes.

– Não consigo sentir o cheiro del... – Ele começou a dizer, quando senti uma pontada aguda no meu coração. Ian interrompeu sua fala e uma expressão de surpresa percorreu o rosto do mesmo. Aparentemente, ele havia sentido a mesma dor. Havia algo de errado. Havia algo de errado com a Melany. Merda. Merda, merda, merda, merda, merda, merda. Olhei para os lados, a procura de Vivian, sem sucesso. Ian assentiu para mim com a cabeça, com uma expressão séria e eu entendi o que ele queria dizer na hora. Se algo acontecesse com Mel, nada adiantaria. Naquele momento, estávamos fazendo um acordo de paz temporário entre nós, então assenti com a cabeça de volta e assim eu corri em direção à mata, com ele logo atrás de mim.

Corremos por um tempo sem destino, apenas para nos afastarmos de todo aquele caos que havia se formado na aldeia. Depois de alguns minutos de corrida, parei e ele fez o mesmo. Finalmente podia sentir o cheiro das coisas novamente, ao invés de só sentir os vampiros imundos. Virei-me para observar seu estado e apesar de todos os ferimentos, ele ainda conseguia andar, portanto não liguei muito para isso. Eu não estava muito melhor. Meu corpo começava a latejar e algumas partes queimavam, provavelmente por causa dos cortes que sofri durante a luta. Fechei os olhos, ignorando a dor e concentrando-me em Melany, em seu leve cheiro de lavanda que sempre sentia quando ela estava por perto, no calor do seu corpo. Meu coração começou a palpitar mais rápido só de lembrar do sorriso dela. Em pouco tempo, consegui sentir a trilha e comecei a segui-la com cautela e agora com mais calma. Ian fez o mesmo, me seguindo atento a todos os lados. Depois de mais ou menos 30 minutos de caminhada, finalmente encontramos ela. Seu estado estava lastimável. Sua roupa estava completamente suja de lama e pedaços de arbustos. Seu rosto suava. Seus olhos estavam fechados e o casaco abaixado, nos dando a visão de seus ombros feridos. Ah, não. Não, não, não, não, não, não. Corri em sua direção, e percebi que sua respiração estava difícil só de olhar.

Ao colocar a mão em sua testa, pude perceber que ela estava ardendo em febre. Não, não, não, não... A Melany não. Ela não pode ir, ela não pode ir. Me levem, me levem no lugar dela, por favor, me levem. Eu não conseguiria viver sem ela, nunca. A dor no meu coração voltara, mas desta vez mais intensa, como se alguém segurasse meu coração e o apertasse com força. Até minha respiração ficou difícil. Levantei subitamente, sentindo a raiva crescer dentro de mim e meu corpo começar a tremer.

– Isso é culpa sua. CULPA SUA. – Rosnei para Ian, sentindo as palavras saindo de mim como uma cascata. Não podia ser, eu não podia perdê-la, não de novo. Ele foi até Melany, com um olhar assustado. Pude sentir meus olhos encherem de lágrimas, e senti-las descendo pelo meu rosto, limpando-o parcialmente de toda a terra e sangue que havia nele, mas ainda assim não limpando a dor que eu sentia. A angústia. O medo. Ian sacudia lentamente o braço dela, atônito, na esperança de fazê-la acordar. Eu tinha que tentar fazer algo, mas não conseguia pensar direito com toda essa situação e raiva me consumindo. Soquei o tronco de uma árvore, sentindo a dor penetrar pelo meu braço e se distribuir pelo meu corpo todo, enquanto as lágrimas não paravam de sair. Eu precisava da Melany mais do que qualquer coisa. Eu precisava dela para existir, para viver. Eu não podia desistir. Tentando controlar as lágrimas, afastei Ian do corpo quase que imóvel dela e a carreguei deitada em meus braços.

– Vamos...vamos encontrar um rio. Há um perto daqui. – Disse, já sentindo o cheiro da água. Andamos apenas alguns metros, até chegar num córrego com um fluxo levemente intenso de água. Deitei-a perto dali, deixando seus pés dentro d’água a fim de livrá-los de todo o sangue e sujeira. Aparentemente, ela havia corrido até não poder mais. Lágrimas saiam dos meus olhos e fundiam-se com o rio enquanto eu tirava minha blusa e tentava molhar todo o corpo dela. Sendo assim, limpei seus ferimentos enquanto Ian caminhava impacientemente para lá e para cá, com as mãos na cabeça e os olhos fixados no chão.

– Não pode ser, não pode ser... – Ele sussurrava, às vezes parando para olhar para a Mel. – O que vamos fazer? O que podemos fazer? Ela foi...arranhada por um vampiro, não foi? Não pode ser, ela não pode se transformar! – Ele falou, aumentando cada vez mais o tom de voz. Só de pensar nela, o amor de minha vida virando um deles novamente, sinto o ódio crescer dentro de mim. Uma vontade quase que incontrolável de matar todos, exterminar até o último sugador de sangue. Examinei as feridas, que eram superficiais, mas fundas o suficiente para infectá-la. O vampiro andou até o outro lado do seu corpo, agachando-se e logo depois sentando ao lado dela, segurando sua mão enquanto eu fazia o mesmo, segurando sua outra mão. Ela apertou minha mão algumas vezes, e quando eu tinha a esperança de que ela abrisse os olhos, ela não o fazia. Provavelmente, eram alguns espasmos involuntários. Eu tinha que tentar algo.

– Precisamos do seu sangue. – Ian disse de súbito, olhando com uma expressão séria para mim. Apesar de toda a pose, lágrimas também escapavam de seus olhos. Rosnei baixando, até ouvir Melany começar a sussurrar palavras, ou pelo menos o que eu achava que eram palavras, indecifráveis. Ela estava piorando, definitivamente.

– Do que está falando? – Indaguei, pegando minha blusa molhada e colocando-a na testa dela, numa tentativa idiota de abaixar sua febre. Agora, ele não parecia tão desesperado assim, como se tivesse tomado o controle de seus sentimentos e ações só agora.

– Sangue de metamorfo. Destrói nossas células, não é? Podemos usar seu sangue para destruir as células do vampiro de dentro dela. Elas não podem estar por todo o corpo, pelo menos não até agora. – Ele disse, voltando a atenção ao corpo da garota, que agora estava começando a ter espasmos mais severos. Não pensei direito sobre o assunto, e nem esperei ela ter um colapso para agir rapidamente. Tirei meu pequeno canivete que estava escondido na minha calça e fiz um pequeno corte na minha mão, porém grande o suficiente para sangrar. Primeiro, pinguei gotas em todos os ferimentos que haviam nos ombros dela, e logo depois Ian me ajudou a levantá-la um pouco, para que eu pudesse depositar o sangue em sua boca e não deixá-la engasgar. Os próximos minutos foram angustiantes. Não sabíamos se ela estava melhorando, ou se ela já estava quase completamente transformada. Lentamente, seu corpo foi voltando à temperatura normal e os espasmos foram embora, e sua expressão foi suavizada. Alguns outros horríveis minutos se passaram, enquanto eu e o sanguessuga ficávamos ao lado dela, apertando sua mão, esperando que isso ajudasse em algo, mesmo sabendo que não adiantaria em nada. Passou-se um tempo que pareceu ser uma eternidade. Então, Melany abriu os olhos lentamente, com uma expressão morta. Seus olhos não tinham o mesmo brilho de antes, e ela os piscou algumas vezes antes de sentar-se com nossa ajuda. Senti as lágrimas voltarem aos meus olhos, e desta vez de felicidade por finalmente poder saber que ela estava viva. Mesmo que não fosse minha, mesmo que escolhesse Ian, mesmo que resolvesse me abandonar de novo, ela estava viva. Mesmo assim, havia algo de diferente em seus olhos, como se não estivesse realmente despertado. Como se ainda estivesse dormindo, em transe, e ela não dizia nada e nós também permanecíamos calados. Alguns minutos se passaram até ela levantar e desvencilhar-se de nossas mãos. Com a mesma expressão morta, ela disse uma frase que fez aquela sensação de ter alguém apertando meu coração voltar rapidamente.

“Esperaram muito por mim, filhos da escuridão?”


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Notas finais do capítulo

La douleur exquise, a frase em francês que Chrono cita, significa "A dor requintada de querer alguém que você sabe que nunca pode ter, e saber que você ainda vai tentar estar com ela."
Então, então, muitas perguntas. Muitas. E talvez não tenham as respostas por um tempo, haha. Assustados por Chrono ter virado narrador? Gostaram ou não? Como Melany não podia mais narrar, obviamente tinha que arranjar um jeito de continuar a história. Nah, anyway, até o próximo capítulo.



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