Piratas Do Caribe: Um Novo Horizonte escrita por Tenebris
Notas iniciais do capítulo
Inconformada com o final do filme "Piratas do Caribe 3: No Fim Do Mundo", resolvi escrever uma história que pudesse reunir os protagonistas Will e Elizabeth em um amor de verdade, mas, claro, não sem antes passarem por muitas dificuldades típicas de romances assim. Espero que gostem e acompanhem, boa leitura! :-)
Sim. Ela ficaria de olho no horizonte. Para sempre, caso fosse preciso.
Elizabeth respirava a brisa fresca do mar. Sentia que o ar em seus pulmões não era suficiente. Sentia que algo havia sido tirado de dentro dela à força, algo que deveria ser dela. Agora, permanecia entorpecida por dentro, pois algo faltava dentro dela, algo que jamais teria seu lugar substituído. Ela não achava justo. Elizabeth o amava, mas ele teve que deixá-la, pois eles perderam juntos uma luta contra o destino. E ele teve que partir, não poderia ficar com Elizabeth, e ela não poderia partir com ele. Enfim, um frio cortante e dominador se recusava a abandoná-la, tomando o lugar que deveria ser de Willian Turner.
Seu único e eterno amor.
Parecia que havia se passado anos. Com alguma sorte, os dez anos que Elizabeth precisava esperar para tê-lo de volta em seus braços.
Uns dois ou três anos talvez, ela não saberia dizer. O tempo não fazia mais parte de sua realidade. E ela tinha regressado a Bahia Naufrágio, onde o vira pela última vez, as lembranças frescas dançando em sua mente.
E agora ela estava ali, na mesma ilha. O pôr do sol chegava, tornando a paisagem de um dourado iridescente, mas não trazia consigo o retorno de seu amado, não trazia o Holandês Voador, emergindo do mar depois da luz verde, e ao lado do timão, seu novo capitão, Will.
Elizabeth suspirou, encarando o mesmo Baú. Na mesma pedra que ficou da última vez nem fazia tanto tempo assim. Ouvia as batidas surdas e ritmadas do coração de Will que sempre lhe pertenceu. Não pôde deixar de dar um sorriso.
Era como se Will estivesse ali e nunca tivesse partido. Era como se ele estivesse deitado na areia, recostado a uma pedra qualquer observando Elizabeth cuidar de seu coração com tanto carinho, para depois chamá-la e tomá-la em seus braços e beijá-la ternuramente, como sempre fazia.
Para então sussurrar em seu ouvido, com sua voz grave e marcante: “Elizabeth, juro que não vou deixá-la. Nunca mais.”
Mas eram apenas sonhos. Sonhos e devaneios produzidos por sua mente, que aos poucos era consumida pela ausência que Will provocava nela. Elizabeth aguardou durante algum tempo inestimável, e não sentiu Will abraçá-la. Não sentiu seu sonho se tornar realidade. E agora, a torrente de lágrimas mal a deixava pensar.
Lágrimas. Elas não eram uma boa lembrança. Eram salgadas e ardiam o rosto de Elizabeth por onde passavam, como água salgada do mar. Do mar onde Will agora devia estar. Elizabeth se sentou na areia, que estava morna devido ao sol. E este já estava quase se pondo, a claridade dourada ia sendo substituída por uma fraca neblina cinza azulada.
Ela então abraçou o Baú, trazendo o coração que havia dentro dele perto de si. Afinal, uma parte de Will estaria com ela. Para sempre.
Então, houve um lampejo.
Súbita e inexplicavelmente, Elizabeth teve uma idéia.
Se não fosse cuidadosa, se não fosse praticamente sua vida que estivesse naquele Baú diante dela, teria o derrubado.
Ela levantou-se e sorriu, o que contrastava com seu rosto marcado por trilhas de lágrimas. Abaixou-se para pegar o Baú e levantou-se, encarando a réstia de pôr do sol. Definitivamente, os últimos raios dourados já iam se esvaindo. Então, murmurou para si mesma: “Aguarde-me, Will. Estarei mais perto do que possa imaginar.”
Então, com essas palavras jorradas ao vento, Elizabeth encaminhou-se em direção ao seu plano. Por um momento, deliberamente, pensou ter visto um clarão verde brilhar ofuscante atrás dela, no Horizonte.
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