O Triângulo Psíquico escrita por Alicia Gayle


Capítulo 12
Ponto fraco




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Voltamos para a sua moto, eu estava saltitando enquanto caminhava. Não estava me sentindo muito bem. Parecia que meu corpo dançava os movimentos lentamente. A minha visão também estava lenta, como se tudo andasse para trás. Mas o que diabos eu estava pensando?

– Isso com certeza funciona!!! EU QUERO ADRENALINA. – gritei as últimas palavras. – Hey, hey Taylor deixe-me dirigir a sua moto!

– Não estou tão louco assim. – ele sorriu, subiu na moto e disse. – Vamos.

Não hesitei, subi também. Não quis colocar o capacete. Assim que Taylor ligou a moto senti um arrepiou muito bom. Ele então voltou à pista.

– Uhuu! – eu berrei com as mãos no ar, quase me levantando da moto. – Acelere Taylor!

– Ei, sugiro que sente a bunda ai maluca!

– Não me diga onde colocar a bunda. – notei ele virar em um cruzamento. – Aonde vamos?

– Dançar.

– Não me leve á uma boate Stripper ou eu tirarei a roupa. – sentei direito. –

– Hum, fiquei tentado a leva-la.

Dobrou em mais algumas ruas até chegar a uma grande boate com dois andares. A frente estava lotada de pessoas amontoadas em uma fila indiana aguardando para entrar. A noite estava linda, uma grande meia lua estava formada no céu. Andamos até a porta.

– E ai Taylor. – disse o segurança que estava na porta. – Andou sumido, não é? – eles se cumprimentaram com as mãos. –

– Pois é Cara.

– Porque você e a sua namorada não vão entrando?

Eu estava pronta para corrigi-lo, quando Taylor me puxou pelo braço me fazendo segui-lo. O lugar era incrivelmente decorado, cheio de pessoas e com um ótimo DJ. Uma grande bola de espelhos pairava no teto.

– Oh meu Deus, essa música é tão sexy! – eu falei. –

– O que? – o garoto riu. –

– Eu preciso dançaaar!

– O que você está fazendo sua maluca?

Subi em cima de umas das mesas. – Bem, estou fazendo o que você me disse para fazer: divertindo-me!

Dancei como louca em cima daquela mesa, e por alguma razão mantive o equilíbrio e não despenquei de cara no chão. Ele me pareceu surpreso com a minha atitude, bem eu também estava.

– Tay, eu acho que vou virar uma stripper. – tirei o casaco e joguei em cima dele. – Ou eu já sou? – indaguei confusa.

Ouvi alguns idiotas gritarem e até teve um que tentou passar a mão na minha bunda.

– Não, você não é. – O garoto me tirou da mesa no colo.

– Ei, foi você quem disse pra eu me divertir.

– É, mas você já está divertindo pessoas demais.

– Está com ciúmes?

Antes que ele pudesse responder eu gritei: Ai meu Deus, eu amo essa música. – Taylor me pós no chão. – Vem, vamos dançar.

A pista de dançar estava bem ao nosso lado, então arrastei Tay para lá. Enquanto tocava uma música que eu nunca ouvi na minha vida, eu dançava. Estava me sentindo meio tonta. Taylor pressionou minhas costas contra ele.

– Você é um garoto mal!- comentei.

– Então pare de me provocar.

– Estou apenas dançando.

Ele me olhou por alguns segundos. – Venha comigo.

Taylor saiu me puxando e furando a grande multidão, até chegar ao banheiro masculino que estava completamente vazio. Ele fechou a porta e a trancou.

– Banheiros masculinos estão sempre vazios.

– Não estou pensando bem, mas quero deixar claro que sou uma garota má apenas esta noite.

– Não vou esquecer isso.

Taylor me colocou no balcão da pia. Ele estava com as mãos nas minhas costas. Aquele garoto me olhou de uma maneira que me fez o querer perdidamente. Ele beijou o meu pescoço e se dirigiu até o queixo, até finalmente chegar á boca, me beijando intensamente. Assim que retribui o beijo, ouvi um forte estrondo atrás de nós, parei de beija-lo e olhei para trás. Identifiquei que o estrondo havia sido causado pelos espelhos que se racharam, mas como racharam?

– Que merda foi essa? – perguntei.

– Eu não sei. De acordo com o que a minha mãe me disse, isso deve ter sido a união de nossos poderes ou sei lá.

– Acha mesmo?

– Pode ser, afinal estávamos pensando e sentindo as mesmas coisas.

– Louco.

– Acho que vamos derrubar a boate se formos à diante.

Eu não sabia o que ele queria dizer com “ir á diante”, mas devido a bebida a minha noção do que falar estava falhando.

– Mas eu estou em chamas.

– Vai se arrepender da metade das coisas que disse amanhã.

– Então, deixaremos os arrependimentos para amanhã. – aproximei meu rosto um pouco mais.

– Você é muito teimosa quando quer algo, não é Anna?

– Teimosa?

De repente a imagem de Bryan me veio a cabeça. E por incrível que parece pensar nele foi mais forte do que toda a endorfina do meu corpo. O que eu estava fazendo? Onde eu estava mesmo?

– Quer saber? Você está certo Taylor, vamos acabar derrubando algumas coisas se continuarmos. Melhor voltarmos para a mansão. – desci da bancada da pia.

– Como quiser senhora.

O caminho de volta foi o mais calmo de todo os passeio. Eu me sentia meio tonta então não tive noção de quanto tempo levamos para chegar á mansão. A casa estava silenciosa e escura. Entramos fazendo o mínimo de barulho possível.

– Vamos dormir na sala de estar. – disse Taylor apontando para uma das portas do salão. – Venha! – ele sussurrou.

– Espera!

– Qual o problema?

– Eu estou com fome.

– Agora?

– É! Vamos á cozinha e depois dormimos.

Nós estávamos falando em sussurros. Ele acabou concordando em ir comer. Fomos na ponta dos pés até o corredor que levava á cozinha. Fiz sanduiches para nós dois. Evitávamos fazer barulho e conversar.

Depois nos dirigimos á sala de estar, que tinha uma lareira, tv e paredes pintadas em vermelho combinando com o tapete. Despenquei sobre um dos sofás. Horas de sono, mas aposto que o álcool e as drogas ainda estavam no efeito.

Eu acordei com duas pessoas me observando, eu podia sentir a presença deles lá. Abri lentamente mais um pouco os olhos e limpei o rosto. Então vi Penny de braços cruzados, e ao seu lado estava Bryan.

– O que estão fazendo aqui? – perguntei sonolenta.

– O que nós estamos fazendo? E você, o que está fazendo dormindo desse jeito na sala de estar? – Bryan falava irritado.

– Assistimos a um filme e pegamos no sono. –menti.

– Sim, um filme. – disse Taylor, só então notei que ele estava ali. – Foi um ótimo filme. – ele falou ironicamente, estampando a mentira. - A proposito, tome aqui. – o garoto se levantou do outro sofá e me entregou um comprimido.

– O que é isso? – indaguei.

– Vai ajudar com a dor de cabeça.

– Obrigada Taylor. – disse raivosa entre os dentes, praticamente arranquei a cartela de comprimido da mão dele.

– Bem, estou indo mãe. – o loirinho pegou o seu casaco sobre o sofá. -

– Mas já?

Os dois saíram conversando da sala, nos deixados á sós. Bryan me olhava feio.

– Penny me contou tudo, sobre vocês. – completou.

– É complicado. – arrumei o cabelo.

– Anna, me conta o que houve, de verdade.

– Tudo bem. – me sentei melhor no sofá. – Eu sai da biblioteca e fui procurar você na enfermaria, acabei encontrando a Lúcia e nós nos desentendemos, Taylor apareceu e separou a briga.

– Uau! Você e Lúcia brigaram?

– Sim, eu perdi a cabeça quando ela disse que eu deveria ter morrido e insultou o meu pai.

– Não culpo você. Mas e depois?

– Eu sai de moto com ele. – Bryan ficou com uma séria expressão. – E bebi um pouco. Estava tentando relaxar.

– Isso não é tudo. Você está escondendo algo tão bem na sua mente que tem um bloqueio entre nós.

– Pare! – me levantei de imediato. – Eu odeio quando você faz isso.

– Porque está irritada, quando é você quem está me escondendo coisas.

– Eu e Taylor nos beijamos! – respondi no mesmo tom. – Era o que você queria ouvir?

– Vocês se beijaram? – o seu tom agora é melancólico.

– Eu estava drogada e ele também. Foi apenas um surto. Porque não checa isso na minha mente Bryan?

O silêncio prevaleceu.

– Eu abri mão de tudo por você.

– Por favor, não jogue isso na minha cara.

– Não considere “jogar na cara”, mas ás vezes alguém precisa mostrar as pessoas o que elas não conseguem ver.

– Bryan, isso não vai voltar a acontecer.

– Não? Quando você está com ele, eu não te conheço mais. Faz noção de como me sinto agora? Eu nunca te completei, não é? É ele quem te completa. – fez uma pausa. – Quer saber? Nós não precisamos mudar as coisas, afinal estamos destinados a não ficar juntos mesmo.

– Bryan! Oh, por favor, me perdoe. Eu não escolhi isso. Não escolhi ter essa ligação com ele.

– Mas eu escolhi! Eu escolhi entre minha vida e você. Annabeth, o que eu tenho agora?

– Sinto muito. Não é minha culpa.

– Sim! – ele berrou me assustando. – Você é. – ele fez mais uma dolorosa pausa. – Porque está sempre fugindo da culpa?

Eu me calei. Bryan era meu ponto de confiança, aquilo que e livrava da culpa. Toda a minha segurança havia sido despedaçada e eu realmente comecei a pensar que a culpa de toda a hostilidade era minha.

Olhei em seus olhos, havia uma mistura de tristeza, raiva e dor. Eu desejei jamais ver aquele olhar de novo. Saí da sala de estar e em dirigi depressa para o quarto de Lúcia. Achei minha bolsa facilmente e peguei uma trouxa de roupa.

Fui para o banheiro e tomei um banho demorado. Eu estava segurando o choro, não queria ser uma garota boba. Estava tentando não pensar muito. Assim que sai do banho, coloquei a mochila nas costas e me direcionei ao estacionamento.

Avistei uma moto por lá. O quadro de chave estava livre, peguei a única chave. Era a hora de por em prática tudo que aprendi com o meu padrasto sobre motos. Ele era um fanático por motos. Subi com cuidado e a liguei. Quando tentei andar acabei quase empinando a moto.

– Ok! – respirei fundo. – Quase morri. – sorri. – Acho que quero fazer do meu jeito.

Delicadamente liguei a moto e comecei a tentar controla-la com a mente. – Agora sim!

Alguns metros e eu já tinha pegado o jeito. Saí da mansão. Bem, eu estava fazendo o que Taylor costumava fazer quando as coisas ficavam pretas, fugir. Eu não conhecia a região, exceto pelo parque, a boate excêntrica e o bar stripper, que na verdade eu nem lembrava bem onde era. Ao avistar um pequeno café na calçada estacionei. Catei algumas moedas na minha bolsa e resolvi sentar.

– Um expresso, por favor. – pedi ao garçom.

Eu deveria ter ido me jogar da ponte, mas um café á beira da calçada parecia mais confortante. Fiquei pensando que não tinha muitas razões para ficar no mundo. O garçom voltou rapidamente com o café.

– Dois goles de culpa. – sussurrei, antes de beber o café.

O meu Iphone tocou. Bufei, pois não queria falar com ninguém. Mesmo assim resolvi checar quem era. O registro indicava o nome do Justin. Bem, ele melhoraria as coisas.

– Oi Justin! –atendi.

– Olá Annabeth. Minha pequena garotinha cheia de poder. – disse a voz feminina.

– Quem está falando?

– Não se lembra de mim? Mérlia querida!

– Mérlia! – estatelei. – O que você fez com Justin? – o nervosismo me tomou.

– Nada além de cortes superficiais, mas pretendo fazer. Você o abandonou como pode? Sugiro que volte Annabeth!

– Não o machuque! É a mim que quer? A mim terá.

A ligação finalizou.



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