Full Moon escrita por amelia_cullen


Capítulo 23
Capítulo 6 - Desconfianças - Parte VI


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo era pra ser BEM menor. Mas não me contive, Fui escrevendo, e quando vi, estava longo demais...
Emfim, espero que gostem!



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Edward Cullen

 

O sol entrava fracamente pela janela do quarto. Eu me virei para olhar Bella, que mexia com seus cabelos, aninhada nos meus braços. Ela sorriu lindamente para mim quando eu baixei o olhar.

-Eu entendo as suas razões, amor. Mas eu acho que fico mais com Alice. Por mais que seja perigoso para ela, ela tem o direito de escolher sobre a vida dela. Tente se lembrar de que era perigoso para mim também. E estamos aqui, felizes. Você não quer isso pra ela?

-Não é esse o problema, amor. É que... eu jamais me perdoaria se alguma coisa acontecesse com ela. Eu não aguentaria vê-la sofrer.

-Eu sei disso. Mas Edward, você não achou que poderia protegê-la para sempre, não é?

-E porque não?

-Você sabia que ela planejava ir embora? – ela disse, olhando para suas mãos. Era como se eu tivesse levado um soco nas orelhas, fiquei momentaneamente descontrolado, mas não queria deixar transparecer em minha voz. Então fiquei calado, até que aquela sensação passasse.

-Não conte nada para ela, por favor. Ela nem sabe que eu sei. – ela disse. Eu olhei para ela, confuso. – Bem, ontem, quando nós fomos caçar de manhã, eu a levei até a clareira. Eu abri o meu escudo para que ela visse os meus pensamentos. Mas eu acho que mais alguma coisa aconteceu. Ela não sabia me dizer ao certo. Nós achamos que o dom dela se comporta de forma diferente quando está dentro do meu escudo. Os pensamentos dela ficaram expostos para mim também. Todas as nossas memórias foram trocadas. Essas memórias ficaram armazenadas em alguma parte do nosso cérebro. Como isso é normal do dom dela, ela já está acostumada a assimilar o que adquiriu depois, revendo essas memórias. Só que para mim, não funcionou tão bem. Eu pude ver as memórias dela, enquanto passavam pela minha cabeça, mas a maioria delas passou despercebida e eu não estou acostumada a buscá-las para assimilar depois. Amélia acha que as memórias dela ficaram em uma parte da minha mente, como ficam para ela, mas eu vou ter que aprender como acessar. – ela falava tudo muito pausadamente, como se tentasse explicar para uma criança uma equação de física quântica. Me senti um idiota e ainda estava um pouco paralisado, mas falei mesmo assim.

-Isso é muito interessante. Mas ainda não entendi o que isso tem a ver com o que estávamos conversando... – eu disse, impaciente. 

-Edward, você está agindo feito uma criança ciumenta! Deus, parece até que você é o pai dela! Olhe o seu tom!

-Ok, ok, eu prometo me controlar. Mas me diga que história é essa de ela querer ir embora!

-Eu não vou discutir com você. Até que você se acalme e haja racionalmente, eu não abro a boca. – ela voltou a alisar os cabelos com as mãos. Eu respirei fundo e procurei me acalmar. Não queria mesmo discutir com ela.

-Me desculpe, amor. – eu comecei a beijá-la na testa, e fui descendo até seus lábios. Ela sorriu. – Eu juro que vou me acalmar .

-Está bem. Mas entenda, eu nem sei se ela pretendia mesmo fazer isso. Estou só dizendo o que eu vi dos pensamentos dela. – ela pausou um pouco e eu acenei positivamente com a cabeça, ela prosseguiu:

-Ela se sente muito culpada por achar que está interferindo em nossas vidas. Ela acha que nos atrapalha se ficar aqui. Por isso, ela estava planejando ir embora, quando achasse que estivessemos totalmente seguros.

-Ela nunca me falou nada! – eu disse, indignado. 

-Mas é claro. Você não a teria deixado ir!

-É, tem razão. Mas ela não pode pensar assim.

-Eu tentei argumentar. Não sei se ela se convenceu...Bem, mas onde eu queria chegar é no caso com Matt. Você devia agradecer por isso. Ao menos ela não vai mais pensar em ir embora, não é? – ela sorriu.

-Ou, talvez este seja mais um motivo para ela ir de uma vez. – eu falei emburrado, cruzando os braços. Bella começou a rir.

-O que foi? – eu perguntei.

-Eu queria que você pudesse se ver agora. Você parece um daqueles pais super protetores que torturam os seus genros. A cena é no mínimo cômica, amor. Imagine como vai ser com Renesmee... Se Amélia é sua irmã, e você já está fazendo todo esse drama. Não quer mandá-la para um internato não? – ela riu, me beijando. Eu apenas resmunguei. Talvez fosse isso, mas eu jamais iria admitir.

-Edward, você não pode controlar a vida dela para sempre. Proteger é uma coisa. Eu sei que você a ama. Mas isso, é ridículo. – Ela disse, mais séria, acariciando o meu rosto. – Promete que vai tentar ser mais compreensivo?

-Está bem, está bem. Talvez eu esteja exagerando um pouco.

-Um pouco? – ela começou a rir outra vez. – Edward, nem o meu pai foi tão “protetor” assim. Você tem que pegar mais leve. Isso vale para Renesmee também, daqui a alguns anos. – ela me olhou, fazendo biquinho e me beijando no nariz.

-Daqui a vários anos, você quis dizer. E eu prometo ser mais compreensivo. Mas eu não vou incentivar essa insanidade!

-Não precisa. Basta que você não interfira. Ela já é bem grandinha para decidir o que é certo e o que é errado para ela. Caso não se lembre, ela é até mais velha do que você. E foi uma Volturi. E Edward, converse com ela. Ela deve estar muito confusa com isso tudo. Você simplesmente parou de falar com ela. E agora, tudo isso com Matt. Ela deve estar um pouco perdida. Prometa que vai conversar com ela.

-Eu prometo. – eu beijei seus lábios.

-Eu estou indo lá ver Renesmee, e levar o meu pai para casa. Daqui a pouco já começa a escurecer. – ela disse, se levantando e vestindo a roupa.

-Ops! – ela olhou para mim, me mostrado a blusa em frangalhos. – Oh, droga! Agora eu vou demorar uma eternidade pra achar uma blusa “normal” nesse closet. – ela disse, com um suspiro.

-Deixa que eu pego! – eu fui em direção ao closet, e peguei uma blusa de mangas longas de algodão azul marinho. Eu joguei para ela, peguei dois casacos que estavam no armário, um meu e um dela, e me vesti.

-Você viu o meu casaco? – ela me perguntou mordendo os lábios.

-Não, e nem o meu. – eu voltei para o quarto. – Vista esse. -  eu joguei para ela, e vesti o meu depois. – e os seus sapatos, estavam no corredor antes da escada, da última vez que os vi.

-Obrigada. – ela me beijou e desceu.

-Er.. eu vou dar um jeito nesses travesseiros, antes que Renesmee veja isso....

-Boa idéia! – ela voltou na porta. – Principalmente, antes que Emmett veja. – ela me atirou um beijo e desceu as escadas.

 

Eu não sabia direito onde poderia encontrar Amélia, mas sabia que ela estava sozinha, pois eu não ouvia os pensamentos de Matt. De repente, um turbilhão de mentes invadiu a minha cabeça. Seriam Volturis? Eu gelei na hora. Porém, não identifiquei nenhuma daquelas pessoas. Eu tentei me concentrar nelas, até que desisti. Não parecia uma ameaça. Eu não sabia precisar a distância, mas talvez fossem apenas aventureiros acampando longe dali. Me concentrei em procurar Mel. Quando eu estava próximo o suficiente para ouvi-la, percebi mais vozes. Ela não estava sozinha. E não era a voz de nenhum dos meus irmãos. Ou de ninguém que eu conhecesse. Aquilo me deixou muito intrigado. Resolvi me aproximar, sem fazer barulho. Algo muito estranho estava acontecendo. Amélia nunca me disse que conhecia alguém além das relações dos Volturi. E em uma hora dessas, a presença de um Volturi não seria nada agradável. E não parecia nada hostil o tom daquela conversa. Muito pelo contrário, pareciam amigos de anos. Com uma análise rápida da mente menorzinha, descobri que eram testemunhas Volturi. Amigas de Amélia. Aquilo ficou girando na minha cabeça. Porque ela confraternizaria com o inimigo? Eu ia ter que esperar pra perguntar isso pra ela. Eles já estavam se despedindo. Amélia abraçou demoradamente a mais alta e depois, eles foram embora. Eu esperei mais um tempo, e desci até onde Amélia estava.

-Oi mana!

-Ta falando comigo, é? – ela fechou a cara.

-Ué, ao que parece, só estamos nós aqui. – eu atirei. Ela nem respondeu. Apenas apressou o passo.

-Desculpe, Amélia. Eu não queria magoar você.

-Não magoou. Me decepcionou.

-Mel... tente entender!

-Entender o que, Edward Cullen? Que você pirou de repente e me trata como uma estranha agora? Que você queria matar o Matt e agora traz ele para almoçar aqui? Você não confia realmente em mim, não é? Eu sempre vou ser uma Volturi. Tenho uma novidade pra você, você não vai ter mais que me aguentar por muito tempo. Eu já estou voltando de onde eu nunca deveria ter saído. Eu tenho capacidade pra perceber que eu estou sobrando por aqui. Só me faça um favor, não finja que é meu amigo, pra depois me ignorar desse jeito! – ela falava rispidamente. Eu podia sentir o ressentimento em sua voz. Cada palavra dela era como uma punhalada no meu peito. A que ponto eu deixei isso chegar. Eu a segurei pelos braços e a coloquei de frente para mim. Ela desviava o meu olhar. Tinha certeza de que se ela pudesse, estaria chorando. Por isso a expressão de dor em sua face.

-Você pode até não me perdoar. Mas vai ter que me ouvir antes de sair correndo. Você está sendo muito injusta comigo. – ela bufou – Ninguém ama você mais do que eu. Você sabe que é como uma filha para mim. Eu confio em você. E eu não estava te ignorando...

-Ah, não estava? – ela baixou um pouco a guarda.

-Não. Eu estava... evitando você. Estava com... vergonha – eu não conseguia falar direito as palavras, com medo de deixá-la mais confusa, ou pior, mais furiosa.

-Vergonha do que? – ela me olhou angustiada.

-De que você percebesse o que eu estou tentando fazer. Tive medo que você fosse me odiar pra sempre. – eu olhei para ela, suplicando por compreensão.

- E porque eu te odiaria?

-Olha Amélia. Quero que entenda os meus motivos... Eu queria proteger você, se alguma coisa pudesse.. se você se machucasse de alguma forma, eu... – eu gaguejei.

-Me proteger do que Edward?! – ela me olhou, apavorada. Eu não tive coragem pra responder.

-Edward, você tem que confiar em mim, e me contar o que está acontecendo. Seja o que for, eu nunca vou ficar contra você!

-Eu sei disso. Está bem. Eu não queria falar, mas não há escolha. Antes isso do que você não me perdoe nunca... - eu suspirei. - Matthew teve a impressão dele com você. – eu fechei os olhos. Ela pareceu perturbada por alguns segundos. Abria a boca a todo o instante como se fosse falar, mas desistia depois.

-Edward. Me diga que você não está com ciúmes de mim. Por Favor! – ela suplicou, com a cabeça baixa.

-Não estou. De verdade. – eu levantei a cabeça dela com as mãos. Ela suspirou.

-Não sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isso. Mas então o que...?

-Eu tinha medo que você pudesse sofrer com isso. Me entenda. É arriscado. É insano!

-Edward, eu... – ela me abraçou. – Você é maluco. Precisava causar toda essa confusão, por causa disso? Bastava que você tivesse me dito. Eu teria compreendido os seus motivos. Não faça mais isso. Apenas... fale, me pergunte! Sabe que pode conversar sobre o que quiser!

-Obrigada Mel. E me desculpe, outra vez.

-Ta, ta. Mas vamos para casa antes que alguém fique preocupada. – ela brincou.

-Bella sabe que estou aqui.

-Eu falava de Alice, sabe...

Eu estava tão aliviado por ela ter me compreendido, que achei melhor deixar os questionamentos sobre os visitantes para outra hora.

(...)

 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Espero que tenham gostado. Deixem reviews! ;D
O próximo vai demorar um pouco mais, mas ja está à caminho!
BeijooooS
CarooL