Jason estava sentado no banco do carona, quieto de braços cruzados. Seu pai também permanecia em silencio. Foram até em casa no mesmo silencio. Ao entrarem Drew e Ketlin estavam sentados no sofá, ambos olham para eles. Ketlin levanta-se.

-o que você fez agora? – pergunta Ketlin se levantando e indo até Jason que continuava em silencio.

-ele brigou – diz Marcio indo para a cozinha

-como assim brigou? – pergunta ela com as mãos na cintura, batendo o pé e com uma expressão zangada no rosto.

-nada, só um moleque que me desafiou e se fudeu – diz Jason irritado.

-vai já para o seu quarto! – diz Ketlin apontando na direção do corredor e sem aumentar o tom de voz. Jason sem dizer nada, obedece. Não era normal ele obedecer assim, sem discutir nem nada, mas ele não precisava de mais sermão por enquanto.

Jason entra em seu quarto, fecha a porta e joga a mochila em qualquer canto, depois se joga na cama e põe os fones de ouvido, da play na primeira musica que aparece, ele não se importava em qual fosse, afinal, todas as que ele tinha ele gostava. Estava perdido em pensamentos, mas, era como se ele pensasse só “...”. Olhava ao redor seus pôsteres de mulheres seminuas, e também de diversas bandas, como AC/DC, Nirvana, Aerosmith, Iron Maiden, entre outros, seu pai não se importava e sua madrasta nunca entrava em seu quarto. Numa parede tinha também suas duas guitarras dependuradas, uma delas era menor, era de quando ele aprendera a tocar aos seis anos de idade.

Já havia ficado jogado na cama ouvindo musica revoltado e olhando para as paredes milhares de vezes, mas ele estava se sentindo estranho. Ele vai até o roupeiro, ele era dividido em quatro portas, as duas laterais com quatro prateleiras e as do meio com uma única, duas gavetas e alguns ganchos para por calças. Jason abre a primeira porta, nas duas primeiras prateleiras tinham casacos e moletons (a maioria preto). Na terceira desodorante, xampu, duas toalhas, perfumes e mais algumas coisas para higiene pessoal. E na ultima quatro pares de tênis. Olhou no meio, camisetas (praticamente todas de bandas) dobradas na prateleira, nos ganchos calças jeans e uma social e nas gavetas cuecas, meias, cachecóis, gorros de inverno, luvas, óculos de natação e uma toca de natação também. Na ultima porta tinha, na primeira prateleira álbuns de fotos e uma caixa onde tinham alguns objetos que Jason guardava de recordação. Na segunda calções jeans e normais, na terceira algumas calças de algodão e na ultima mais três pares de tênis e um chinelo.

“Eu devo ta ficando louco...” – pensa Jason ao se ligar que estava olhando as mesmas coisas que vê todos os dias quando vai se trocar.

-Jason – entra Marcio no quarto

-hum? – pergunta Jason fechando o roupeiro

-é pra você ir almoçar... – diz Marcio e eles descem para o almoço

Enquanto isso, na casa de Kim...

Kim chega á casa com os pais e vai direto para o quarto sem falar oi nem para o irmão, nem para Tânia, a empregada.

-ai... Aquele Jason é um completo idiota, por que foi me entregar, por quê? – perguntava-se Kim aos berros.

-Kim? – entra Rafael em seu quarto

-o que aconteceu? – pergunta ele

-o Jason... Para variar... – Rafael fica esperando ela falar mais – ele me dedurou, fiquei em detenção por duas semanas agora, inclusive sábados! – grita ela e chora afundando a cabeça no travesseiro.

-ahnn... – Rafael fica sem palavras

-Rafa – diz Kim secando as lagrimas – você me acha idiota?

-ele disse isso? – pergunta Rafael

-não... Só que... Às vezes... Eu sinto que ninguém gosta de mim. E, agora que tive o desprazer de conhecer o Jason me sinto... Sei lá... Sei que ele não apanhou mesmo brigando com as garotas e que essa vingança foi tosca...

-mas, se você sabia que a vingança ia ser “tosca” por que fez?

-não sei, Rafa, tipo, parecia que ia ser boa, mas... Quando o Jason falou “essa é a vingança mais tosca que já vi” comecei a me sentir uma idiota...

-por que da tanto valor assim à opinião dele? – pergunta Rafa

-o que?! – grita Kim revoltada – eu não dou valor à opinião dele, ta? Só acho que eu poderia ter feito algo mais horrível, já que essa vingança foi “tosca”.

-você não vai mais querer se vingar dele, vai? – pergunta Rafael, mas quando ela ia responder ouve-se um grito:

-Crianças! Venham almoçar!

-hã... Crianças... – diz Rafael rindo

-deve ser pra não perder o costume, tipo, há alguns anos ela podia chamar a gente assim... – diz Kim sorrindo

-é, mas agora eu já tenho 19 anos e você quase 16... – diz Rafael a lembrando de que seu aniversário estava próximo...

-vamos almoçar, Rafa... – diz Kim e eles vão até a sala de jantar.