O Rockeiro E A Patricinha escrita por Jeh Drager


Capítulo 31
Herói


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal o/ Não tem nada para dizer, então, aproveitem o cap 31 ^-^



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Eram 17h15min, Kim estava atendendo uma mulher idosa há quase meia hora.

-o total é de 22 reais – diz Kim

-e pra mim? – ela pergunta – não tem desconto?

-pela décima vez, não, vó – diz Kim um pouco impaciente.

-mas... Eu quero falar com sua supervisora! – diz ela

-eu sou a supervisora – diz Kim

-e cadê o gerente então? – pergunta ela

-olha, vó, eu até posso ligar para o meu pai, mas ele vai lhe dizer a mesma coisa...

-ah, tudo bem então, que assalto... – diz e começa a mexer em sua bolsa

-obrigada, volte sempre – diz Kim pegando o dinheiro.

-com esses preços? Ah, terei que pensar... – diz ela e sai.

-ela é sempre assim? – pergunta Jason, que estava pouco para a esquerda do caixa segurando uma vassoura.

-sim, ela não bate muito bem da cabeça – diz Kim

-hum... Eu terminei de varrer o chão – diz ele

-ah, obrigada – diz ela sorrindo – guarde a vassoura ali no armazém e venha me ajudar a empilhar as latas de milho, enquanto não chegam mais clientes...

Jason dá as costas. Então entra um homem, de capuz e óculos escuros, estava com uma mochila nas costas e ia ir para o meio das prateleiras.

-senhor – Kim chama – desculpa, mas não é permitido entrar com sacolas, você pode deixar no guarda-volumes – o homem se vira devagar e caminha até o caixa. Então, tira a mochila das costas e a joga bruscamente no caixa, tira um revolver do bolso e aponta para Kim. Um arrepio percorre sua espinha e ela se desespera.

-põe o dinheiro na bolsa, agora! – diz ele um pouco alto. Kim estava desesperada demais para processar o que ele estava dizendo então continuou parada, com as mãos em cima da bancada, tremendo dos pés a cabeça – você é surda?! – grita ele

-não... – fala ela baixinho, mas continua imóvel. Ele gruda o cano do revolver em sua testa – põe o dinheiro na bolsa agora!

Um barulho atrás do bandido faz com que ele se vire rapidamente, é Jason, que acerta uma vassourada em seu estômago. Kim perde a força nas pernas e cai de joelhos no chão, tudo que escuta é um barulho de tiro e a porta batendo. Ela olha por cima da bancada, o homem não estava mais lá, tinha fugido.

-Jason! – ela se levanta e corre para o outro lado da bancada, Jason estava no chão, deitado segurando o braço esquerdo, tinha sangue no chão e escorrendo entre seus dedos.

-chama a ambulância – diz Jason, estava chorando, sua face revelava muita dor. Kim corre para o telefone, suas mãos ainda tremiam, teve de fazer três tentativas antes de conseguir ligar para o corpo de bombeiros.

A ambulância chega e leva Jason, Kim liga para seu pai e pede para ele avisar o pai de Jason também. Cerca de 20 minutos depois estavam todos na sala de espera do hospital: Kim, Marcio, Drew, Ketlin e Joey. O pai de Kim, Rômulo, tinha ido fechar a loja.

-vocês já podem entrar – diz a enfermeira. Todos entram de uma vez. Jason estava deitado na cama, parecia dormir, estava com o braço enfaixado – ele dormiu por causa dos remédios, ficará dormindo por pelo menos umas cinco horas...

-os remédios são tão fortes assim? – pergunta Ketlin

-sem os remédios ele sentiria muita dor, já retiramos a bala... – conta ela – ele tem sorte, se acertasse um pouco mais para a direita ele poderia estar morto agora...

Kim sente seu coração disparar, se ela tivesse feito o que o ladrão mandou naquela hora, Jason não teria sido baleado, a sensação de culpa era horrível.

-acho que vou deixar para viajar só amanhã – diz Joey – vou até o aeroporto acertar... Encontro vocês em casa – diz a Marcio e Ketlin.

-tudo bem – dizem eles.

-e então? – pergunta Drew

-ele só vai acordar depois de um tempo, é melhor vocês irem para casa e voltarem depois, eu ligo quando ele acordar... – diz a enfermeira

-mas... – Marcio ia falar alguma coisa, mas a enfermeira o interrompe.

-Kim, o policial quer falar com você, quanto ao restante, vão embora – diz ela – é melhor deixá-lo descansar...

-tudo bem – dizem todos e saem.

Kim vai até uma sala particular para falar com o policial. Era um cara alto e magricela, usava um blazer e calça social, ele segurava uma prancheta.

-olá Kimberly, meu nome é Daniel, sente-se – diz ele

-oi – diz Kim e senta-se a frente dele.

-então, o que aconteceu? – pergunta ele

-eu e Jason estávamos na loja, então entrou um homem com uma mochila nas costas, falei para ele que não podia entrar carregando sacolas, então ele jogou a sacola em cima do balcão, tirou uma arma do meio do casaco, apontou para minha cabeça e disse para eu por o dinheiro do caixa na sacola – conta Kim

-e por que não o fez? – pergunta Daniel

-eu estava apavorada, não conseguia pensar... Então Jason veio e lhe acertou com a vassoura, eu caí e não vi mais nada, só ouvi o barulho do tiro e corri para ajudar o Jason...

-entendo, boa parte das pessoas reage como você... Só não entendi a reação do Jason... Mas enfim, viu o rosto dele? – pergunta Daniel

-não, estava de capuz e óculos escuros, mas na hora em que eu caí, o Jason conseguiu tirar os óculos dele, terá que perguntar ao Jason... Mas me parece que ele só vai acordar daqui umas cinco horas... – diz Kim

-ele levou um tiro, na idade dele isso deve ser traumatizante, eu já levei um, mas já era adulto... E sabe de uma coisa? Dói – diz Daniel.

-imagino... – diz Kim

-bom, eu tenho que ir... Esta liberada. Qualquer coisa eu ligo para seu pai – diz ele. Kim assente com a cabeça, então ele sai.

Jason acorda, ele olha para o relógio na parede, eram quase 23h, seu braço latejava um pouco. Ele olha para o outro lado, Kim estava sentada numa cadeira, cochilando.

-Kim... – diz ele baixo. Ela olha para ele rapidamente, como se levasse um susto.

-você acordou! Eu estava preocupada – diz ela e se levanta, seus olhos se enchem de lágrimas. Ela caminha até a cama e se senta ao lado das pernas de Jason.

-Kim... – repete ele. Ela deita com a cabeça em seu peito e o abraça.

-desculpa, Jason diz ela – suas lagrimas começam a molhar a camisa de Jason.

-a culpa não é sua – diz ele

-é sim, se eu tivesse feito o que aquele cara disse... – ela não termina de falar

-Kim, a culpa não é sua. Não podia impedir o cara de assaltar a loja. Foi ele quem me deu um tiro. A culpa é dele, talvez até minha por ser tão idiota e ir correndo daquele jeito...

-não... – diz ela e aperta mais ainda seus braços ao redor do tórax de Jason – eu devia ter feito o que ele mandou naquela hora, mas eu tive medo...

-ele estava com uma arma apontada para você, seria estranho se não tivesse...

-por que fez aquilo? Por que se meteu daquele jeito? – pergunta ela

-conheço esse tipo de gente, ele não estava blefando, ia mesmo atirar em você, eu não podia deixar... Se eu não tivesse me metido, você poderia estar morta agora, e eu não posso deixar que alguém morra na minha frente – “não de novo”, as palavras que não saíram.

-obrigada – diz ela – quer que eu chame a enfermeira?

-ahnn... Sim, eu quero ir para casa... – diz ele. Kim se levanta.

-obrigada, de novo... – ela se abaixou e lhe deu um beijo, ia ser na boca, mas Jason virou a cabeça para o lado. Kim sai do quarto.


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Notas finais do capítulo

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