Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 40
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o último capítulo da fic :') Quero agradecer à todas vocês por todo esse tempo que estiveram comigo. Por todos os reviews, por todas as favoritações, por todas as recomendações. Vocês são as melhores leitoras do mundo e se não fosse por vocês, jamais teria chegado ao capítulo 40.



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Por mais que eu tenha reclamado da fortuna gasta para aquele casamento, tinha que admitir que a festa de recepção estava simplesmente fantástica.

Tudo bastante organizado com uma decoração incrível, petiscos e doces de todos os tipos, um bolo gigante. Tudo impressionante. Meus olhos brilharam a partir do momento em que passamos pela porta.


Mas não pude desfrutar de nada disso, pois vieram inúmeras pessoas falar conosco, nos cumprimentar, parabenizar e todas essas coisas que ocorriam em casamentos. Perdi a conta de quantas pessoas abracei, das quais muitas delas eu não sabia nem o primeiro nome. Outras, totalmente inesperadas naquela festa.



— Como está se sentindo? — perguntou Germán, assim que um casal nos abraçou e seguiu para sua mesa.



— Bem, só um pouco… Cansada. — admiti.



— Eu também estou. Quem é toda essa gente? Não conheço ninguém.



Dei uma risada e ele me acompanhou. Era um alívio saber que não era apenas eu que estava passando por esse transtorno.



— Foi mamãe quem os convidou. — disse-lhe.



— Bom, ela convidou a cidade inteira.



— Esse é o resultado por você ter incubido a ela a tarefa de organizar o casamento.



Ele soltou mais uma gargalhada gostosa e fiquei olhando, completamente abobada, para ele.



— Mas é uma bela festa, de qualquer forma. — completei, quando me recuperei do transe.



— Sim, de fato. — concordou. — Só não é tão bonita quanto você.



Corei ao ouvir aquilo e ajeitei uma mecha solta do cabelo, sem graça. Esse era o efeito dele sob mim, me deixava sem palavras com uma simples frase. Acho que isso nunca mudaria, nem em cinquenta anos.



— Você também fica linda quando está envergonhada. — disse-me e agora eu deveria estar parecendo um pimentão. Porém, lembrei-me de que a maquiagem não deixaria transparecer meu rubor.

— Você é um idiota. — falei, e isso para mim era mesmo que dizer um “eu te amo.”



Ele me abraçou com sutileza, afinal, ainda haviam pessoas nos observando e mesmo que já estivéssemos casados, era meio constrangedor.



— Agora que aparentemente já cumprimentamos todos na festa — Ele ênfase no ‘todos’ com um ar cansado. — Eu vou beber alguma coisa. Quer algo?



— Por enquanto não.



Ele deu um leve beijo em meus lábios e foi em direção à mesa, onde se encontravam todos os alimentos.



Observei outra vez a multidão de pessoas. Todas sentadas em suas mesas, comendo. Umas riam bastante, outras conversavam com mais calma. Todos ali pareciam estar bastante à vontade. Ficava feliz com isso. Mesmo que não fosse eu a pessoa que organizou o casamento, aquela festa estava sendo em homenagem a mim e a Germán.



Quando, de repente, identifico a pessoa que eu menos esperava no meio daquele aglomerado de pessoas. O que ele fazia ali? Um misto de surpresa e incredulidade me atingiu.



Levantei-me no mesmo instante e encaminhei-me até lá. Ele estava sentando à mesa, sozinho, fitando os próprios pés. Umas duas mulheres vieram falar comigo, mas as ignorei.



— Pablo? — perguntei, quando enfim consegui chegar à mesa.



— Oi, Angie. — Ele sorriu, triste.



— O que faz aqui? — Sorri também. Era uma grande surpresa vê-lo.



— Não é óbvio? Vim para o seu casamento.



Revirei os olhos diante de sua ironia.



— Eu sei, Pablo. Mas achei que você não viesse.



— E por que não viria? — Ele ergueu as sobrancelhas.



— Bom, você não me avisou nada, e achei que você não fosse gostar muito. Você sabe, você não gosta muito do Germán e… — Comecei, mas fui interrompida.



— Angie, você é minha melhor amiga. Não importa o quanto eu não goste do Germán, não importa que eu me sinta mal nesse casamento, eu tenho que estar presente nesse momento tão importante da sua vida, custe o que custar.



Sorri inconscientemente. Pablo realmente se importava comigo e queria o meu melhor. Achei que ele jamais viria para essa cerimônia, mas ele me surpreendeu.



Ele era, de fato, o melhor amigo do mundo.



— Mas por que você não me avisou? — questionei.



— Queria fazer uma surpresa.



— Você não veio nos cumprimentar. — disse-lhe, com uma das sobrancelhas arqueadas.



Provavelmente, se eu não tivesse o identificado no meio de tantas mesas, jamais saberia que ele compareceu. E com certeza ele não tomaria a atitude de falar conosco.



— O Germán poderia não gostar…



— E por que não gostaria? Pablo, você é meu melhor amigo e eu gosto muito de você. Ele tem que entender isso. — Segurei suas mãos.



Percebi, pela minha visão periférica, que todos, naquele momento, nos fitavam curiosos. Ignorei tudo isso. Não me importava com o que pensavam nem com as conclusões que tiravam. Eu sabia, com todas as minhas forças, que Pablo sempre seria o meu melhor amigo. Eu não o via de outra forma, então por que me importar? Acho em nenhum momento você deve ligar para o que dizem ou pensam de você. Se o fizermos, jamais teremos uma vida feliz e plena.



— Obrigado, Angie. — Ele respondeu, apertando minhas mãos de volta.



Senti alguém por a mão sobre meu ombro. Olhei para trás rapidamente e vi Germán. Para a minha surpresa — todos estavam me surpreendendo naquele dia — ele tinha um sorriso condescendente nos lábios.



— Olá, Pablo. — Ele ergueu a mão para ele e Pablo a apertou, tão surpreso quanto eu.



— Olá, Germán. Bela festa, meus parabéns.



— Foi a Angélica que organizou, na verdade… — Ele riu.



— Angélica, sempre bastante caprichosa.



— Bom Angie, vamos? Ainda tem dezenas de pessoas que ainda não falaram conosco.



— Ainda? — Fiz uma careta e ele assentiu, ainda rindo.



Olhei em dúvida para Pablo. Sentia-me culpada em deixá-lo sozinho. Ele sempre me ajudara em tudo o que eu precisei, sempre seguia meus caprichos, sempre me apoiava. Sentia que estava sendo uma péssima amiga.



Ele assentiu para mim, como quem diz: “Vá e divirta-se.” Sussurrei um “obrigada” e ele assentiu. Sorriu para mim, encorajando-me. Dei um beijo em sua testa e agarrei a mão de Germán, e assim seguimos novamente para os nossos lugares.



Violetta’s POV.



Minha avó falava qualquer coisa sobre o casamento enquanto eu mordiscava um salgado, desanimada. Eu ficava bastante feliz com o casamento, afinal, sempre quis que papai e Angie ficassem juntos. Entretanto, desde quarta-feira eu não conseguia sorrir verdadeiramente. Não tinha vontade de fazer mais nada. Não queria dialogar, comer ou até sair para qualquer canto. Tudo para mim assumira um tom cinza e depressivo. E a cada momento eu tinha a vontade inestimável de chorar.



Federico tentava falar alguma coisa comigo, mas eu não dava atenção. Eu não estava mais com raiva dele, acho que ele se arrependeu bastante de seus atos. Todavia, não sentia confiança em falar com ele depois de seu feito.



Inúmeras pessoas perguntavam-me se ocorrera algo, o que acontecera para eu estar assim. E minha resposta, sempre a mesma: “Não é nada, só cansaço.” Não poderia dizer-lhes o real motivo de tudo isso. Seria taxada como dramática, sentimental ou até louca.



— Vilu, Vilu, Vilu. — Federico falava freneticamente.



— O que foi? — perguntei, indiferente.



— O que você tem? — Era a décima vez que ele perguntava isso.



— Nada, já lhe disse.



— Até parece que eu não te conheço. — disse-me.



— Se me conhecesse, saberia que eu não gostei nada do que você fez.



— Eu sei que você não gostou.



Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada.



— Então por que fez?



— Eu não estava pensando e… — Ele começou.



— Desculpa clássica. — constatei por fim e voltei à atenção para meu salgado.



Ele desistiu de criar algum diálogo, sabia que eu não cooperaria com nada que ele dissesse. Integrou-se em uma conversa sobre música com as meninas da mesa ao lado e não dirigiu-me nenhuma palavra mais.



Senti alguma coisa vibrando em minha bolsa. Meu celular. Retirei-o rapidamente, com as esperanças à mil. Mas era óbvio que não era ele. Era um número completamente desconhecido.



— Alô?



Oi, Vilu. — disse uma voz feminina que não me era estranha.



— Quem é? — questionei.



É a Naty.



— Naty? — indaguei. Por que diabos a Naty estava me ligando?



Sim, a Naty, sua colega de Studio e…



— Isso eu sei. — Dei uma risadinha desanimada. — Só é uma surpresa você estar me ligando. Quer alguma coisa?



Não sei por que a surpresa. Você sabe que as coisas mudaram no Studio.



Ela tinha razão, de fato tinham mudado. Naty entrara para o nosso “grupo” desde o Show Final e se afastara bastante de Ludmila. Poderíamos até considerá-la como amiga. Eu tinha esquecido essa situação por completo.



— É verdade. — concordei.



Bom, Maxi me disse que você estava no casamento de seu pai. Queria saber como estão as coisas por aí.



— Ah, estão muito bem. — respondi. — Eles já se casaram e parecem estar muito felizes.



E onde você está, nesse momento?



— Na festa de recepção.



Tem tanta gente assim por aí? — Ela riu.



— Tem, muitas pessoas mesmo. Como sabe?



O barulho está terrível. Mal dá pra escutar sua voz.



— Pois é, minha avó resolveu convidar metade da cidade para festa. — disse-lhe e minha avó, que estava na mesma mesa que eu, riu com minha resposta.



Imagino. — Ela riu novamente. — Então, só queria saber como as coisas estão por aí. Maxi está desejando uma boa festa para você, e eu também.



— Ele está aí? — Que pergunta idiota. Era óbvio que estava.



Sim, sim. Tenho que desligar agora, tchau Vilu.



— Tchau, Naty. — Despedi-me e outro lado da linha ficou mudo.



Apertei o botão de cancelar chamada e mais uma vez vi minha foto com León como papel de parede. A angústia, outra vez, me atingiu em cheio. Não sei por quanto tempo aguentaria essa situação. Essa dor que me atormentava.



Olhei para o lado e jurei ver ele caminhando em minha direção. Chacoalhei e cabeça e percebi que não era ele. Na verdade, era um homem que não tinha a mínima semelhança com León. Eu estava ficando louca, literalmente.



Dei-me conta de que não poderia passar mais um minuto ali. Tudo me trazia lembranças dele. Qualquer fator, qualquer aroma, qualquer pessoa. Ele fazia parte de meus pensamentos, ele fazia parte de meu coração.



Levantei-me rapidamente e fiz a menção de sair da mesa, quando fui interrogada.



— Aonde vai? — Vovó perguntou.



— Vou lá fora. Preciso tomar um ar.



— Está sentindo alguma coisa? — Ela parecia preocupada.



— Não. É só que aqui está meio abafado, preciso de ar puro.



— Ah, tudo bem. — Ela deu de ombros e voltou-se à conversa que estava tendo com umas senhoras.



Quase corri para fora do salão, provocando vários olhares desaprovativos. Não dei importância para àquilo. Eu só precisava sair dali.



Saí do salão e o clima gélido me atingiu em cheio, trazendo-me arrepios. Caminhei mesmo assim pela grama úmida. Eu só precisava de um pouco de tranquilidade e sossego.



Olhei para o alto e observei o céu estrelado. A imensidão negra era bastante intrigante e linda. A lua prateada e cheia refletia no lago e dançava nas ondas que o vento provocava. Era de uma beleza inestimável.



Fora uma péssima ideia ter saído do salão. Tudo isso só me deixaria mais triste. Tranquilidade significava mais tempo livre para pensar em coisas que não deveria, em coisas que eu evitava. Não tê-lo ali, ao meu lado, trazia-me dores que palavras não podem explicar. Mas agora era tarde demais. Se eu voltasse para o salão naquele estado, muitos iam perguntar asneiras.



Senti uma lágrima quente descer por minha face. Por que tudo tinha que ser tão complicado? Por que o amor tinha que ser tão doloroso? Desejava com todas as minhas forças nunca ter me apaixonado.



O amor só trazia-me dores, só trazia-me sofrimento. Quando enfim achei que não teria mais complicações, um problema pior chegou. Agora eu estava assim. Sentia que um buraco fora cravado em meu peito e à cada vez a cratera alargava-se mais.



Outra lágrima desceu e senti que a qualquer momento cairia ali mesmo. Não tinha mais sustendo de mim mesma. Não tinha mais aquele que me fazia ter força e perseverança.



Escutei passos sutis atrás de mim. Imaginei que fosse Federico, pois nos últimos deles ele não parava de me perseguir. Droga, não se podia ter paz em momento algum? Continuei de costas, não diria uma palavra.



Senti braços quentes me envolvendo e me virei no mesmo instante. Não acreditava que ele iria passar dos limites novamente. Porém, para minha surpresa, não era Federico. Minha boca abriu-se em um “O” perfeito quando reconheci o indivíduo.



— L-león? — gaguejei, descrente.



Ele está ali mesmo, à minha frente?



— Oi. — Ele disse, com meio sorriso nos lábios.



— V-v-você… — Não consegui completar.



Eu estava sonhando, não estava? Só poderia ser um sonho. O sonho mais lindo que eu já tive na vida. O rapaz elegante à minha frente não podia ser ele. Ele terminara comigo e até onde eu sabia, ele estava em Buenos Aires. Isso é um sonho, não é? Eu desmaiei ou algo do tipo, e agora estava sonhando.



Ele me abraçou com força e abracei-o de volta no mesmo instante. Oh Deus, era mesmo ele. Ele estava ali, comigo. O que ele fazia ali? Como ele fizera para chegar ali?



— León, o que você faz aqui? — perguntei enquanto um enorme sorriso alargava-se em meus lábios. Eu não conseguia acreditar, estava em choque.



— Violetta, eu percebi que foi um erro terminar com você. Não importa que sempre tenha algo para nos separar. Sei que o nosso amor é forte o bastante e pode superar qualquer coisa, ultrapassar qualquer obstáculo. Eu quero muito te ter ao meu lado novamente. Isso é, se você puder me perdoar. — As palavras jorravam rapidamente e precisei de muita dicção para entendê-las.



— Não acredito que você está aqui! — exclamei, enlaçando meus braços em seu pescoço, em outro abraço.



— Então, você me perdoa? — Ele desvencilhou-se de meus braços.



— Se eu te perdoo? Não tem o que perdoar. — respondi. Agora, lágrimas emotivas desciam por minha face. Não acreditava que isso estava acontecendo. — Você está aqui mesmo, em Madrid? Por favor, me diz que isso não é um sonho.



— Não é um sonho, amor. — Ele riu. — Me dei conta do que tinha feito e comprei uma passagem o mais rápido possível.



— Você é incrível. — disse-lhe.



Ele pôs as mãos em minha cintura e puxou-me para mais perto. Selou seus lábios nos meus docemente, e então, uma música lenta e agradável começou a tocar dentro do salão.



Quando separamos nossos lábios, ele sorriu de uma forma marota.



— Concede-me essa dança? — Ele gesticulou para o salão, de onde vinha a melodia.



— Concedo-lhe quantas quiser. — respondi.



Pus minhas mãos em seus ombros e começamos a girar lentamente, no ritmo da música. Eu não poderia estar mais feliz. Ainda não acreditava que aquilo realmente estava acontecendo. Há poucos minutos atrás, estava chorando por sua ausência. E agora, ele estava junto à mim, novamente. Todos os problemas se extirparam de minha cabeça.



— Posso te confessar uma coisa? — perguntou em forma de sussurro. Seu hálito quente bateu em meu rosto de forma agradável e meus pelos se eriçaram.



— Claro. — Sorri, tentando disfarçar o rubor nas maçãs de meus rosto.



— Seu sorriso é o mais lindo que eu já vi em minha vida.



— E posso te confessar uma coisa? — perguntei, em contrapartida.



— Sim. — respondeu, meio em dúvida.



— Esse sorriso só existe quando você está por perto.



De repente, paramos de rodopiar. Olhei-o sem entender, mas ele não me deu tempo para perguntar. León segurou minha cintura novamente e selou seus lábios novamente nos meus.



Enlacei minhas mãos e seu pescoço novamente. Aprofundamos o beijo e nossos línguas dançavam em um ritmo agradável e calmo.



O sofrimento que eu sentira há alguns instantes atrás já não exista mais. Quando ele estava por perto, tudo fugia de minha mente e só ele a ocupava. Já nem me lembrava mais de tudo o que ocorrera. O que importava, naquele momento, era que ele estava comigo. Eu o amava e embora seja cedo e eu seja muito nova para dizer isso, eu queria passar o resto de minha vida ao lado dele.



— Eu amo você. — disse-me quando o fôlego acabou e tivemos que nos separar.



— Eu te amo e sempre vou te amar. — respondi, e isso era nada mais nada menos que a pura verdade.



Passamos a rodopiar novamente. Aquela estava sendo, sem a mínima sombra de dúvida, a melhor noite de minha vida.

 

 




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Notas finais do capítulo

Espero que esse capítulo tenha ficado bom o suficiente, afinal, é o último. Estou muito feliz por ter concluído a fic. Mas não se preocupem, afinal, haverá uma segunda temporada. Portanto, fiquem ligados na categoria "Violetta" pois daqui para amanhã eu posto a segunda temporada. Mais uma vez, obrigada por tudo, vocês são incríveis! AMO VOCÊS.
Vão lá no ask.fm para ficarem ligados na segunda temporada da fic. Eu vou avisar lá quando eu começar a postar a segunda temporada: http://ask.fm/TeEsperareGR
Obrigada por tudo!