Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o penúltimo capítulo da fic! Eu estava muito ansiosa para postá-lo pois é completamente Germangie. E muito meigo também - na minha concepção.
A minha querida amiga Nath pediu, por meio de ameaças (que fique claro u_u) que eu postasse as roupas que a Vilu e a Angie estão usando no capítulo. Quero um review enorme pela sentença de morte que você me fez, ok? u_u
Angie: http://www.polyvore.com/angie_wedding_dress/set?id=74612915
Vilu: http://www.polyvore.com/vilu/set?id=74613479



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Angie's POV

Reclamei quando senti mais uma alfinetada em minhas costas. Mamãe fazia uns últimos reajustes em meu vestido. A cerimônia seria em alguns minutos e ela insistia em aperfeiçoar tudo. 

Eu não entendia o porquê de um vestido tão elaborado, uma igreja tão elaborada, uma festa de recepção tão elaborada. Por mim seria tudo bem mais simples e familiar, mas é claro que minha mãe tinha que gastar uma fortuna e convidar toda a vizinhança.

A verdade é que eu estava bastante nervosa com tudo. Parecia que fazia minutos desde que chegamos em Madrid e já estávamos no sábado. Eu estava prestes a entrar em um carro e seguir para a igreja, no intuito de me casar.

Amava Germán mais que tudo no mundo e queria muito estar sempre ao seu lado, mas me sentia meio culpada. Ele fora casado com minha amada irmã. Era pai de minha sobrinha. Sentia que estava traindo a eles de uma forma terrível.

— Mamãe, não sei se consigo. — Choraminguei. 

— O que? — perguntou, pondo-se à minha frente. 

— Não sei se devo me casar com Germán.

— Com isso de novo, filha? —  questionou. — Angie, você vai se casar dentro de poucos minutos. Não pode desistir agora. — falou em seu ar preocupado. 

— Eu sei disso! Mas mamãe, isso não é certo. Quer dizer, Maria é minha irmã, Violetta é minha sobrinha...

— Angie — Ela me interrompeu. — Você ama o Germán?

Suas sobrancelhas estavam erguidas.

— Sim, mas...

— Você se imagina longe dele? — Ela me interrompeu.

— Não, mas...

— Nada de 'mas'. — Fui interrompida novamente. — Vocês se amam. E se Maria estivesse aqui, ela iria querer que você fosse feliz. Ela te amava, Angie, ela queria seu melhor. — Ela acariciou meu rosto com ternura. — Seja feliz. 

Pensei por alguns segundos naquilo que acabara de ouvir. Ela tinha razão, de fato, mas eu não conseguia tirar aquela eterna culpa de meu coração.

Chacoalhei a cabeça. Precisava manter foco e seguir em frente. Maria queria o meu melhor e eu tinha que estar ao lado de quem eu amo. Se eu não fizer isso, estarei traindo apenas a mim mesma. 

— Você tem razão, mamãe. — falei por fim.

— Claro que tenho, minha filha. Quero a sua felicidade, ouviu bem? Agora vamos, vou só ajeitar mais uma coisinha do seu vestido. 

— Outra coisa? — questionei. — Já chega. 

— Quero que esteja perfeita para o momento mais importante da sua vida. 

— Eu acho que já estou perfeita demais. — ironizei. — Você ainda nem me deixou olhar no espelho. 

— Só quando eu terminar, acalme-se.

Suspirei, impaciente. Aquilo já estava durando demais. Ou talvez nem estivesse durando tanto tempo assim, eu que estava nervosa com a cerimônia. 

Provavelmente tropeçaria enquanto estivesse andando em direção ao altar e todos ficariam rindo de mim. Fiquei desesperada só de pensar nessa hipótese. Não queria que Germán passasse vergonha por minha causa. 

Já até imaginava os comentários que se sucederiam no dia seguinte, se isso acontecesse. "Nem sei como Germán Castillo está se casando com uma mulher tão estabanada como essa.” - Uma mulher gorda comentaria. "Que vexame. Aquela mulher não tem controle dos próprios pés." - A sua amiga fofoqueira responderia com um revirar de olhos.

Corei só de pensar nisso. 

— Acabei. — mamãe afirmou, colocando sua caixinha de costura e outras bugigangas em uma mesinha.

Suspirei de alívio. Tinha que me ocupar de algo, se não ficaria pensando em besteiras e isso só pioraria a situação.

— Então posso ver? — perguntei, curiosa.

— Claro, vou pegar o espelho. — afirmou, retirando-se do quarto. 

Estava curiosa para saber como estaria minha aparência agora. As maquiadoras e cabeleireiras, junto de minha mãe, passaram o dia me maquiando, cuidando de meu cabelo e outras coisas assim. Nunca fui tão paparicada em toda minha vida.

Ela voltou com um enorme espelho em moldura dourada. 

— Feche os olhos. — Pediu.

Obedeci e escutei o barulho do objeto sendo colocado à minha frente. 

— Abra-os. 

E assim fiz. 

Tive um choque ao observar a mulher alta à minha frente. Ela tinha bochechas levemente rosadas, olhos azuis bem destacados por conta da maquiagem, um cabelo louro cintilante e sedoso. Usava um elegante vestido branco que realçava seu corpo de forma impressionante. Tinha uma postura graciosa de uma forma bem sutil.

Levei alguns segundos para perceber que aquela mulher era eu, era meu próprio reflexo no espelho. Eu estava irreconhecível.

— Oh meu Deus. — Foi só isso que consegui dizer. 

— Você está linda. Viu, eu disse que valeria a pena. — Mamãe disse, afagando meu rosto. — Está pronta?

Respirei fundo. 

— Acho que estou. — respondi. 

Por mais que me sentisse bem, ainda não estava muito certa. Ainda me sentia meio insegura. Afinal, aquele era um momento único, não era mesmo?

— Você está linda, querida. — Escutei uma voz masculina falar atrás de mim. 

Vi Antônio pelo reflexo do espelho e me virei no mesmo instante. Sorri, surpresa com sua presença ali. 

— Antônio, o que faz aqui?

— Não podia perder esse momento. — Ele sorriu. — Venha cá, me dê um abraço.

Abri os braços e ele me abraçou com força. 

— Como seu pai não pode estar aqui nesse momento tão importante, eu vou lhe levar até o altar. — explicou quando nos soltamos um do outro.

— É mesmo? — O sorriso meu rosto se alargou ainda mais, se é que isso é possível.

— Claro que sim. Você é como uma filha para mim, Angie. 

— Ah, Antônio! — Abracei-o novamente.

Estava tão feliz de vê-lo ali, naquele momento tão feliz — e nervoso. Um momento crucial e marcante de minha vida. 

Antônio sempre esteve presente. Mesmo que mamãe e ele estivessem separados, ele sempre nos vinha visitar. Sempre me apoiou e me incentivou com o canto e ele era uma grande referência para mim. Eu o admirava com todas as minhas forças e tinha um carinho enorme por ele. 

— Fico tão feliz que esteja aqui! — afirmei com a maior sinceridade do mundo.

— E eu fico feliz de estar aqui, querida.

— Vai passar quantos dias por aqui?

Que falta de educação a minha. Acabara de vê-lo e já perguntava por quantos dias eles estaria presente.

— Eu vou embora na segunda, afinal, não posso deixar o Studio sozinho.

— Mas e o Pablo? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Angie, o carro já está te esperando. — Violetta falou, entrando no quarto de repente, antes que Antônio pudesse responder.

Ela estava com um ar triste desde que chegamos a Madrid. Ficava suspirando pelos cantos da casa, não conversava com ninguém, mal comia e passava a maior parte do tempo trancada no quarto do hotel. 

Ela tentara passar uma imagem animada com o casamento, mas não conseguiu me convencer. Eu sabia que algo ocorrera, a conhecia bem demais. Cheguei até a pensar na hipótese de que ela estava triste com o casamento, porém conclui por fim que não era isso. 

— Ela já está indo, querida. — Mamãe respondeu e ela assim se retirou.

— Aconteceu algo? — Antônio perguntou, preocupado.

— Aconteceu, só não sei o que é. — respondi.

— Bem, resolveremos isso depois. Agora vamos pois todos nos esperam na igreja.

Eles praticamente me puxaram até o carro. Eu queria gritar só de pensar na ideia de dezenas — ou centenas — de pessoas me olhando, procurando qualquer erro e esperando um deslize sequer para fazer fofoca. 

Quase roí as unhas com o nervosismo, mas isso só pioraria tudo. A última coisa que eu queria era ter dor nos dedos na hora da cerimônia.

Mentalizei a imagem de Germán para me acalmar. Fiquei lembrando de seu sorriso, da sua ternura. E de fato, isso me acalmou um pouco. Fiquei tão embasbacada enquanto pensava nele que nem me dei conta que já havíamos chegado.

A igreja, completamente iluminada, estava realmente linda e bem decorada. Isso só me deixou mais tensa.

Segurei com força a mão de minha mãe.

— Acho que vou desmaiar. — admiti. 

— Calma, querida. Vai dar tudo certo. — Ela apertou minha mão de volta. 

Antônio abriu a porta para que nós saíssemos. Estendeu a mão para mim, era a deixa para que eu saísse do veículo. Porém foi como se todo o meu corpo entrasse em choque. Fiquei completamente paralisada, incapaz de mover um músculo sequer.

Minha cara deveria estar horrível, pois ele começou a rir quando viu meu semblante.

Mil e uma emoções borbulhavam em minha cabeça naquele momento. A insegurança me consumia de forma voraz, a incerteza me atormentava e o medo me assombrava de forma nada sutil.

Eu já não estava confusa quanto à Maria ou Violetta. Sabia que ambas queriam o melhor para mim e minha sobrinha apoiava de todas as formas aquele casamento.Entretanto, eu tinha medo de fazer algo errado. Gaguejar na hora de falar meus votos, tropeçar, cair... Tudo poderia acontecer. Germán ficaria tão constrangido que sairia correndo e eu nunca mais o veria. 

— Querida, vamos? — Antônio perguntou, ainda risonho.

— A-a-ântonio. — gaguejei. — Eu não vou conseguir, eu vou errar.

— Respire fundo. — Ele pediu e assim fiz. — Vai dar tudo certo. Vamos. 

Agarrei sua mão com força e sai do carro cuidadosamente. Pisei com o salto no chão devagar, certificando-me de que não estava pisando em nenhuma poça ou buraco. 

Aquele vestido deixava tudo mais complicado. Era muito colado, muito longo, muito delicado. A qualquer momento, se eu pisasse em falso, poderia rasgar alguma coisa. Ou talvez eu tivesse exagerando, mas não podia evitar, estava apavorada. 

Antônio e eu caminhamos de braços dados até os três degraus que levariam até a igreja. Fomos vagarosamente. Mamãe já estava lá, a nossa espera. 

Subi um, dois... E três. Estava na hora. 

— Está pronta? — perguntou. 

— Eu... É... 

— Pense no Germán. Focalize apenas ele. Relaxe.

Abrirão as portas da igreja e a marcha nupcial começou a tocar de uma forma gritante e ao mesmo tempo delicada. Tentei não me desesperar com as centenas de olhos que me observavam de forma nada sutil. 

Pense no Germán, Angie. Somente nele

Começamos a caminhar em direção ao altar. Pus um sorriso em meu rosto, tentando ocultar o eterno nervosismo. Até que não estava tão ruim. Por enquanto, tudo corria bem. Eu ainda não tropeçara na calda do vestido nem nas dobras do tapete. 

E então, o vi. Ele me aguardava ao lado do padre, com um sorriso meigo e animado nos lábios. Naquele momento, esqueci de todas as preocupações, problemas e temores. Tudo fugiu de minha mente, dando espaço apenas para ele.

Senti, naquele momento, que eu estava fazendo a coisa certa. Senti que estava seguindo o caminho de minha felicidade, o caminho do amor. Germán era o homem que eu queria ao meu lado, sempre foi. Por que eu estava temendo tanto aquilo? De repente, tudo parecia tão fácil e simples. Eu poderia cair e ficar prostrada na frente de todos. Desde que eu me casasse com ele, nada mais me importava.

Por fim, chegamos perto dele. Antônio deu um beijo em minha testa e foi para o lado de mamãe, que observava tudo com lágrimas emotivas nos olhos. 

Do outro lado, estavam Violetta e Federico. O clima entre eles ainda não havia se estabilizado, mas ela parecera esquecer suas desavenças com ele, por qualquer que tenha sido o motivo. Ela sorria e lágrimas também brotavam em seus olhos. Mandei um beijo para ela e depois fixei meus olhos nos de Germán.

— Podemos iniciar a cerimônia? — O padre perguntou. 

— Sim. — respondi. 

Germán segurou minha mão e nos aproximamos dele. 

— Caros amigos, estamos aqui reunidos para selar o amor entre duas almas apaixonadas. É motivo de particular alegria ter recebido a incumbência de celebrar o matrimônio de irmãos tão queridos, diante de Deus. E com certeza essa é uma noite feliz, não apenas para esse lindo casal, mas para todos aqui presentes, parentes e amigos. — O juiz de paz falou em sua voz calma e gentil. 

Assenti para as suas palavras e olhei de relance para Germán, que me olhava com ternura.

O padre fez suas orações, fizemos nossos votos e por fim o tão esperado momento chegou. 

— Germán Castillo, você aceita Angeles Carrara Saramego para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe? 

— Sim. — Germán disse com segurança. 

— Angeles Carrara Saramego, você aceita Germán Castillo para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

Foi como se um filme passasse diante de meus olhos. Lembrei do dia em que fui à casa dos Castillo a procura de Violetta e Germán me contratou como governanta. O dia em que meu anel — que Maria me dera quando criança — caíra pelo ralo e Germán comprou outro para mim, e logo depois fez questão de colocá-lo em meu dedo. As mensagens de voz que ele deixara no meu celular. O beijo que eu dei nele enquanto tentava evitar que ele visse Violetta no Studio. O nosso segundo beijo. Tudo passou diante dos meus olhos, um flashback bastante agradável.

Com lágrimas nos olhos pela emoção, respondi:

— Sim. 

Germán colocou o anel em meu dedo anelar e eu coloquei o outro anel no dele.

— Eu os declaro marido e mulher. E agora, pode beijar a noiva. — O padre disse.

Entrelacei as mãos em seu pescoço e o beijei ternamente. Esqueci de tudo à minha volta outra vez.

Percebi o quão boba estava sendo há alguns minutos atrás. Todo aquele nervosismo era altamente desnecessário. Eu amava Germán Castillo com todas as minhas forças e o que eu mais queria era passar o resto de minha vida ao lado dele. Nunca estive tão certa em minha vida.

Percebi também o quão tolos fomos há alguns meses atrás, por não admitir nossos sentimentos. Se você sente algo por alguém, não deve ter medo de dizer isso para o amado. Se não, pode acabar perdendo a oportunidade de sua vida. 

— Eu te amo. — Ele sussurrou quando separamos nossos lábios. 

— Eu também. — murmurei. 

Escutei aplausos animados e nos viramos para os nossos "espectadores". Nunca estivera tão feliz em toda minha vida. 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou lindo, sim? Não? Enfim, na minha opinião ficou super meigo. Eu quase chorei enquanto estava o escrevendo, porque ele é muito emocionante. huehuehe
Peço por favor que minhas queridas leitoras deixem reviews. Vocês sabem que eles me motivam. Vocês gostaram? Awn, me digam!
Bom, como vocês já sabem, no próximo capítulo a fic acaba. Então peço que todas - ou a maioria - deixem reviews para eu postar o capítulo bem rápido. Sei que é chato pedir, mas reviews nos motivam, como eu já falei.
Espero que essa nota não tenha ficado confusa. É que eu gostei tanto desse capítulo que eu fico meio desconexa e emocionada, heuheue
E por favor, vão lá no ask: http://ask.fm/TeEsperareGR