Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia demorar, mas consegui um tempo e criatividade para este capítulo. Hihi.



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POV Violetta

Angie apareceu mais tarde, afirmando que também fora enganada, exatamente como eu suspeitara. Ludmila não fazia nada pela metade e isso me assustava.

A ideia da possível parceria dela com Jade e Matias também me assombrava, mas tentei manter a calma e só pensar nas coisas boas. Como por exemplo: Eu estava à salvo e nada de grave havia acontecido com ninguém.

Passei uns dois dias no hospital, pois o doutor queria se certificar de que eu não havia tido nenhum dano no crânio, embora eu tenha afirmado com toda a segurança de que não sentira nada na cabeça. 

Iria frequentar o Studio normalmente, mas não poderia fazer as aulas de dança por enquanto, pois estava com o gesso na perna. 

Agora, me encontrava na sala de jantar, tomando café da manhã. Meu pai continuava a se preocupar desnecessariamente comigo, e eu ignorava, mesmo sabendo que aquela preocupação era completamente digna. 

— Acho melhor você não ir ao Studio. — comentou enquanto comíamos. 

— E por qual motivo? — Desafiei-o.

— Primeiro: Você está com a perna quebrada; Segundo: Ainda está sob ameaça; e terceiro: Faltar uma vez não fará mal.

— Poupe-me, papai! — Rolei os olhos. — Posso muito bem ir ao estúdio, apenas quebrei a perna. E o que poderão fazer comigo dentro do Studio? Absolutamente nada. 

— Ela tem razão, Germán. — Ramalho concordou, me salvando, como sempre. — Não poderão fazer nada com ela lá dentro.

— Não sei não... — Ele relutava em concordar. 

— Germán, eu estarei lá, lembra? — Angie se intrometeu. — Não deixarei que façam nada com ela. 

— Angie, você também caiu naquela armação, seria completamente inútil. — disse, voltando sua atenção para a comida.

Angie ficou indignada e lançou um olhar irritado para papai.

— Está dizendo que não tenho a capacidade de cuidar da minha sobrinha? — perguntou.

— Não quis dizer isso, só falei que você não pode fazer de tudo para proteger ela. — Papai se defendeu, em um tom condescendente. 

— Ah, e você teria a capacidade de protegê-la? Acha que dentro de casa ela está segura? Como você é tolo! 

Ramalho e eu apenas observávamos tudo calados. Há tempos não discutiam assim. Era até estranho, pois ultimamente estavam em um êxtase de romance.

— Aqui em casa ela está segura sim, como sempre esteve! — Papai quase gritava.

Não aguentei mais, estava na hora de interromper aquilo, antes que virasse algo pior. 

— Chega de discussão! — gritei em um tom mais alto. — Eu vou para o Studio e pronto, não preciso de proteção.

Peguei minhas muletas e me levantei dali o mais rápido possível. Fui com certa dificuldade em direção à porta. 

— Ei, aonde vai? — Papai gritou quando eu já estava quase na porta.

— Para o Studio. — Bufei.

— Sozinha? Com a perna quebrada? — contestou.

— Não, óbvio que não! O pai do León e ele vão passar aqui para me buscar. 

Saí da sala antes que ele pudesse proibir aquilo também. Liguei para León e disse que já estava à espera. Em cerca de poucos minutos, um carro preto parou em frente à minha casa. 

León saiu e abriu a porta de trás para mim, e quando entrei, ao invés de voltar para o banco do passageiro, sentou-se ao meu lado. 

— Violetta, como está? — perguntou Sr. Vargas, o pai de León.

— Estou ótima, e o senhor?

— Muito bem. Como está a perna?

— Bem melhor, obrigada. — Sorri timidamente e ele sorriu de volta. 

Sr. Vargas sempre fora bastante gentil comigo, todas as vezes que fui à sua casa me recebeu bastante bem, ele também era um grande amigo de meu pai. Meu sogro nos deixou em frente ao Studio e León me ajudou a sair do carro. Aquele gesso era um saco e andar com aquelas muletas era um sofrimento. 

León me deu um beijo na testa e foi andando ao meu lado, em silêncio.

Todos estavam aglomerados na entrada do Studio. Quando percebeu nossa aproximação, Maxi veio correndo até a mim. Abraçou-me com delicadeza, pois eu estava com as muletas e poderia cair ou me desequilibrar com facilidade.

— Senti a sua falta! — exclamou ainda abraçado comigo. 

— Maxi, só faz dois dias que você não vê. — Ri.

— Mesmo assim! — Ele riu também e me soltou. — Estávamos muito preocupados.

Aos poucos, todos vieram falar comigo. Abraçavam-me e diziam que estavam bastante preocupados, até a Natália. Não avistei Ludmila em lugar nenhum e achei aquilo estranho.

Olhei em todas as direções, mas nenhum sinal dela. 

O horário das aulas chegou e fomos para o Zoom, Pablo no esperava. Ele me desejou melhoras e deu a sua aula normalmente. Ludmila também não compareceu à aula. 

Normalmente, eu ficaria radiante com aquilo. Mas, devidos aos últimos acontecimentos, achei bastante suspeito.

Quando a aula de Pablo terminou, chamei Napo discretamente.

— O que foi, Vilu? — Ele perguntou.

Tive que me abaixar um pouco, pois Napo é baixinho. Minha voz mal passava de um sussurro, para que ninguém escutasse.

— Cadê a sua prima?

— Quer saber onde está a Ludmila? — Ele ficou surpreso. 

— Sim, é meio suspeito ela não ter vindo. 

— O que ela fez com você foi horrível, deve ter se arrependido e ficou em casa. 

— Napo, como você é tolo! — Dei um tapinha de leve na testa dele. — Você acha mesmo que Ludmila Ferro vai se arrepender de algo? 

— É, você tem razão. Você acha que foi ela mesmo? Quer dizer, eu só falei porque me disseram que foi ela...

— Tenho absoluta certeza. — Aproximei-me ainda mais dele e sussurrei: — Pode descobrir para mim onde ela está?

— Mas por que você quer saber? — insistiu.

— Ela pode estar tramando algo e quero ficar longe de problemas. — disse-lhe, voltando a uma posição normal.

— Vou descobrir. — falou em seu tom mais confiante. 

— Obrigada, Napo. — Dei um beijo na sua bochecha com certa dificuldade e saí da sala.

Todos no Studio comentavam sobre o incidente do elevador. Sentia-me um pouco sem jeito ao responder todas as perguntas. 

Pra falar a verdade, ainda me sentia meio traumatizada com tudo aquilo. Tinha consciência de que Ludmila me detestava, mas nunca pensei que ela fosse capaz de chegar àquele ponto.

E a ideia da parceira dela com Jade e Matias continuava a martelar na minha cabeça. Temia por mim, por Angie, por papai... Por León.

Quando o horário de almoço chegou, fomos todos para o Restó e juntamos várias mesas, para formar uma só. Até Luca estava bastante preocupada comigo, nem sabia como agradecer à tanto carinho.

— Então, Vilu, como se sente? — Cami perguntou enquanto comíamos.

— Bem melhor. — respondi.

— O que a Ludmila fez foi horrível. Sempre soube que ela é uma tarântula, mas nunca achei que ela fosse capaz de uma coisa dessas. — Fran comentou fazendo cara de nojo e desprezo. 

— Ludmila é capaz de qualquer coisa. — Maxi comentou.

— É verdade. A ochotona... — Brako começou e eu sabia que ele falar um dos ditados do seu país.

— Ah, Brako, não começa a falar da ochotona. — Napo logo ergueu a mão, indicando que ele parasse.

— Tudo bem. O urso pardo... — Ele começou novamente. 

— Cala a boca, Brako! — Cami, Fran, Napo, Maxi e Broduey gritaram em uníssono.

— Ah, pessoal, deixem ele. — falei entre risadas. 

— Mas enfim, Vilu, voltando ao assunto...

— Violetta, posso falar com você um instante? — Tomás apareceu de repente e todos se entreolharam, e em seguida, olharam para mim.

O olhar de León era penetrante, sabia que ele queria que eu negasse. 

— Eu acho melhor não. — admiti.

— É só um segundo. Por favor. 

Olhei mais uma vez para León e, embora ele estivesse bastante irritado, balançou a cabeça em forma positiva, permitindo que eu fosse. 

Levantei-me e peguei as muletas. Segui-o para perto do balcão. Já começara a ouvir os murmúrios vindos da mesa, sabia exatamente o que eles estavam pensando. 

— Fiquei sabendo de tudo. — disse, olhando no fundo dos meus olhos.

Desviei o olhar do dele, não estava me sentindo a vontade. 

— Então sabe que foi a Ludmila. — Não era uma pergunta.

— Olha, a Ludmila não seria capaz disso.

— Vai continuar com essa ideia de que ela é uma boa pessoa? — desafiei-o. 

— Ela é uma boa pessoa, só que ninguém percebe isso. — Ele insistia incansavelmente.

— Só você acha que ela é uma boa pessoa. — retruquei, já me preparando para sair dali.

Porém, ele segurou o meu braço.

— O que é? — perguntei, já impaciente. 

— Não sente nada por mim? 

— Você ainda insiste nisso? — Ri amargamente. — Tomás, esquece isso. 

— Não me conformo.

— É, eu percebi! — Alterei um pouco meu tom de voz, atraindo olhares. Tentei deixá-lo mais suave e ser gentil. — Olha, eu só tenho uma grande consideração pra você. Pra mim, você é um grande amigo.

— Amigo? Nada mais que isso? 

— Sim. Eu sinto muito. 

Puxei meu braço, indicando que ele o largasse. Pude ver que ele ficou bastante arrasado com as minhas palavras, mas não havia outro jeito de esclarecer as coisas. Não podia deixá-lo iludido. Porém, algo me dizia que ele não ia desistir.

Voltei à mesa e todos me olhavam curiosos. Apenas deitei a cabeça no ombro de León e fiquei em silêncio. Não responderia a nenhum interrogatório, já estava estressada demais com tudo aquilo. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse capítulo ficou meio que sem emoção, mas se todo capítulo tiver mistério, não há coração que aguente. HSAUHSAUAS
Enfim, gostaram? Deixem seus reviews, minhas lindas, POR FAVOR!
Beijos, adoro vocês ♥