Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Já tem dois dias seguidos que posto capítulos novos, haha. Esses dias ando tendo inspiração. rs



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Dei-me conta de que contar para o meu pai seria uma péssima ideia. E se ele visse minha cara, provavelmente suspeitaria e me faria milhares de perguntas a respeito. Fui em passos silenciosos até a escada, para que ninguém tivesse a percepção da minha presença.

Quando enfim cheguei aos pés da escada, retirei os sapatos e subi degrau por degrau, vagarosa e cautelosamente. 

— Oi, filha. 

Quase caí da escada com o susto que tomei. Eu estava levando muitos sustos naquele dia. Se eu levasse mais um, com certeza enfartaria.

— É... Oi, pai. — falei meio desconcertada.

— O que aconteceu? — perguntou.

— Nada. 

— Violetta, você está branca feito um fantasma e parece aflita. O que houve? — Droga, eu deixara transparecer. Sorri sem graça, e tentei buscar em minha mente alguma desculpa convincente. 

— Não é nada... É só que... Eu...

— Germán, vamos para o escritório, temos que falar dos alemães. 

Santo Ramalho. Agradeci a Deus mentalmente umas mil vezes. Dei um sorriso inspirador para meu pai, indicando que ele fosse para o escritório. 

— A Violetta não parece muito bem, acho melhor eu ficar com ela e...

— NÃO! — O cortei, porém meio tom saiu mais alto do que o esperado. — Quer dizer... Não, tenho certeza de que é importante e, além disso, eu não tenho nada. — Lancei um olhar desesperado para Ramalho e mesmo pareceu entender de imediato. 

— Tenho certeza de que a Violetta está cansada, a deixe ir para o quarto, Germán. — falou Ramalho e eu o agradeci silenciosamente.

— Então tudo bem, vamos para o escritório. — disse meu pai, parecia estar convencido.

— Vá indo na frente, vou na cozinha. 

Meu pai assentiu e entrou no escritório, fechando a porta. Suspirei aliviada e passei a mão na testa. Foi por pouco.

— O que está acontecendo? — sussurrou Ramalho. Sabia que a cozinha era apenas uma desculpa.

— Não é nada, deixe que eu resolva isso. — afirmei e subi as escadas rapidamente, querendo evitar um interrogatório.

Eu tinha uma sorte imensa por Ramalho me apoiar em tudo. Ele sempre fora assim e isso facilitara muito a minha vida. Já me livrara de inúmeras encrencas e broncas por conta dele, e eu era eternamente grata por isso.

Entretanto, sabia que Angie logo perceberia que havia algo errado e faria milhares de perguntas. Se eu contasse, com certeza ela diria para o meu pai. Desde que ficaram noivos, não esconderam mais nada um do outro e naquela situação não seria diferente.

Pressionei o rosto contra o travesseiro, desejando inconscientemente que aquilo se resolvesse rápido. Compreendia que não seria fácil, que era perigoso e que eu nunca conseguiria lidar com aquilo sozinha. Mas que outra escolha eu tinha? Nenhuma.

Senti meu celular vibrar em meu bolso. Peguei-o e olhei no identificador de chamadas. León.

— Oi, amor. 

Contou pro seu pai? 

— Não, eu não posso. Se eu contar, ele me leva embora. 

Mas você precisa contar. Meu anjo, isso é perigoso. 

— Eu sei, eu sei. Mas não posso arriscar, não quero ir embora de novo, não quero te perder. Posso lidar com isso sozinha. 

Não, você não pode. 

— Eu sei que posso, sinto que posso. Porém, aqui em casa, não posso pensar em nenhuma solução. 

— O que quer dizer com isso?

— León, sua mãe acharia ruim se eu passasse uns dias aí? 

O que? — Ele alterou o tom. —Violetta, seu pai te mataria e me mataria se você sequer pedir isso para ele.

— Aqui em casa eu não vou conseguir resolver nada, preciso de tranquilidade. 

Eu entendo amor. Mas você sabe bem que seu pai nunca deixaria

— É, você tem razão. Só tive um... Equívoco. — falei já um tanto desanimada. 

Você está nervosa, mas não se preocupe que tudo vai se resolver. Eu estou ao seu lado e vou fazer de tudo para que vocês fiquem seguros

Ri diante daquela afirmação. Sabia que ele não poderia fazer muita coisa, ninguém podia. Aquela era uma grande ameaça. Porém, ficava extremamente feliz em saber que ele se preocupava e tentaria nos proteger. 

Bom, eu tenho que desligar agora. A gente se vê amanhã, ok? Beijos.

— Eu te amo, boa noite.

Também te amo, pequena. Boa noite

Embora eu estivesse com milhares de problemas e nenhuma solução, sorri. Só de ouvir aquela simples frase, já me sentia melhor. Era uma sensação inigualável e especial. 

Escutei alguém bater na porta de leve. 

— Quem é? — gritei.

— Sou eu. — afirmou Angie em voz baixa. — Posso entrar?

O desespero tomou conta de mim. Não sabia se ainda estava com o mesmo semblante nervoso e assustado de antes. Olhei-me aflita no espelho. Já parecia bem melhor e mais corada.

A conversa com León realmente me ajudara muito.

— Pode. — disse por fim.

Ela adentrou cautelosamente o quarto e se sentou na cama com um sorriso no rosto.

— Como está?

— Bem... — disse-lhe.

— Tem certeza? — Droga, eu não podia deixar transparecer tanto.

— Claro! — exclamei, tentando desesperadamente ser convincente. Entretanto, minha resposta foi um pouco exagerada e isso com certeza levantou suspeitas.

Por sorte, ela pareceu convencida.

— Você sabe que a data do casamento está se aproximando, não sabe?

— Claro que sei. — Arqueei uma sobrancelha, não sabia onde ela queria chegar.

— E você aceita isso, não é? Quer dizer, eu sou sua tia e isso pode parecer um pouco estranho...

— Espera aí, Angie. — Cortei-a de imediato, identificando onde ela queria chegar com tudo aquilo. Ri. — É claro que está tudo bem para mim. Sempre quis que vocês dois ficassem juntos, e fico muito feliz que tudo tenha dado certo. Você é mil vezes melhor que a... Jade. — Estremeci ao falar aquele nome, me lembrando da conversa com o Matias mais cedo.

— É, a Jade é terrível.

Assenti. Por sorte, ela interpretou a minha aflição ao falar o nome da Jade de uma forma diferente. Fiquei aliviada ao perceber que ela não desconfiava de nada. 

— Bom, vou descer. — afirmou, levantando-se. — Você vem jantar?

— Não, não estou com fome. — falei com indiferença.

Ela apenas abanou a cabeça e saiu, fechando a porta. Mais uma vez, suspirei de alívio. Não sei por quanto tempo aguentaria guardar aquele segredo. Sabia que a qualquer momento poderia encontrar Matias de novo, e não tinha ideia do que fazer quando esse momento chegasse.

Só tinha colocado na cabeça que contar para meu pai era uma péssima ideia e só traria consequências que, a meu ver, eram negativas.

Deitei a cabeça no travesseiro mais uma vez e fiquei pensando em León. Só aquilo me acalmava e me fazia sentir melhor. 

Logo adormeci. 

***

Levantei-me bruscamente da cama e um grito saiu por minha garganta. Por sorte, não fora tão alto e portanto, não acordou ninguém. Ou pelo menos, assim creio eu. 

Tivera um pesadelo. Nele estavam envolvidos Ludmila, Tomás, Jade e Matias. Meus quatro maiores problemas. Não me lembrava muito bem do que havia ocorrido no sonho, só sabia que era algo perturbador. 

Arrumei-me lentamente, pois ainda estava sob os efeitos do pesadelo. Sempre ficava assim quando tinha algum tão forte. Tentava incansavelmente lembrar do que tinha acontecido, mas algo bloqueava.

Concluí por fim que o melhor seria esquecer mesmo, afinal, era algo ruim.

Desci as escadas vagarosamente, temendo tropeçar e acabar bolando escada a baixo. Percebi que um movimento incomum se concentrava na cozinha e uma voz irritante e conhecida se destacava entre todas as outras. 

Semicerrei os olhos, tentando identificar quem era, porém, só consegui ver sombras. 

Conforme eu me aproximava, o burburinho ficava mais intenso e alto. Era algum tipo de discussão.

Quando enfim cheguei à cozinha, tive um choque ao ver que mulher estava à minha frente. Não pode ser, não pode ser, não pode ser. Eu pensava repetidas vezes, desejando que aquilo fosse apenas a variação do pesadelo que eu acabara de ter.

Entretanto, era real.

— O que a Jade faz aqui? — perguntei em um tom mais alto do que o da discussão, fazendo com que todos olhassem para mim.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de deixar reviews, favoritar e tudo aquilo que vocês já sabem. Não quero ser chata nem nada disso, é só que é muito importante para mim e para a fic, rs.